UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de PEDAGOGIA
Jadiane Cristina Lobo
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL PARA CRIANÇAS DE 3 A 4 ANOS
LINS – SP
2013
JADIANE CRISTINA LOBO
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA CRIANÇAS
DE 3 A 4 ANOS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Pedagogia, sob a
orientação da Profª Ma Fátima Eliana
Frigatto Bozzo
LINS – SP
2013
L782i Lobo, Jadiane Cristina;
A importância do brincar na Educação Infantil para as crianças de três
a quatro anos/ Jadiane Cristina Lobo – Lins, 2013
75p. il. 31cm..
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2013.
Orientadora: Fátima Eliana Frigatto Bozzo.
1. Brincar. 2. Desenvolvimento Infantil. 3. Brincadeiras. 4 Criança I
Título.
CDU 37
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus que me iluminou, guiando meus passos
durante essa caminhada e a minha família pela força, dedicação, educação,
pelos bons ensinamentos e correções, por ser minha base, e me apoiar
durante todos os momentos.
A meus amigos, companheiro de sala, e todos que se fizeram presentes,
acompanhando cada momento, apoiando-me para seguir em frente mesmo
diante as muitas diversidades encontradas.
A professora orientadora Fátima Eliana Bozzo, que acreditou em meu
trabalho, orientou, incentivando para sua concretização.
Aos demais professores deste instituto, pelo estímulo, motivação e
aprendizado durante toda essa trajetória acadêmica.
Jadiane
EPÍGRAFE
Casa de Brinquedos
Chegamos filho, é aqui
Prepare-se, aqui você vai descobrir o vale encantado.
Vai chegar a caverna misteriosa.
Vai conhecer o estranho laboratório do cientista louco.
E eu queria lhe dizer uma coisa:
- Não esqueça filho, que uma rosa não é uma rosa,
Uma rosa é uma manhã, uma mulher, um grande amor.
Uma rosa é uma invenção sua.
O mundo é uma invenção sua.
Você lhe dá sentido, você o faz bonito,
Você o cola de coisas
O brinquedo, o que é o brinquedo?
Duas ou três partes de plástico, de lata,
Uma matéria fria, sem alegria, sem história.
Mas não é isso, não é filho?
Porque você lhe dá vida
Você faz ele voar, viajar,
Vamos filho, sabe que lugar é esse?
É um lugar de sonhos.
Uma casa de brinquedos.
Vamos entrar?
Fernando Faro
RESUMO
A ação de brincar é função essencial para o desenvolvimento infantil, fazendo
parte da condição humana. Nesse aspecto essa pesquisa almeja especificar
situações nas quais as brincadeiras estimulam o desenvolvimento emocional,
cognitivo, social e motor, oportunizando a passagem por etapas do
desenvolvimento de suas potencialidades, proporcionando melhorias nas
aptidões físicas e mentais, levando-as a estabelecer relações e buscar
soluções para conflitos sociais e pessoais. Os objetivos dessa pesquisa foram
verificar a importância do brincar em grupos e individualmente para formação
da personalidade da criança de 3 a 4 anos; ressaltar a importância de brincar
na educação infantil como fator essencial para o desenvolvimento e
aprendizagem da criança; enfatizar sobre a necessidade do estímulo,
monitoramento e participação dos pais e professores nas brincadeiras
realizadas nessa idade; e por fim, como objetivo geral analisar de que modo o
brincar é necessário para o desenvolvimento global da criança nessa faixa
etária. Os resultados da pesquisa deram-se através do procedimento de
pesquisa bibliográfica sobre as brincadeiras e sua relevância como recurso
pedagógico e análise qualitativa e quantitativa de dados coletados junto aos
pais e educadores, possuindo como método de abordagem o hipotético
dedutivo. Constatou-se que parte da sociedade desconhece o valor das
brincadeiras acreditando que sua função é meramente recreativa, sendo assim,
supõe-se que para muitos, as instituições de ensino devem priorizar as
atividades escritas e por consequência não consideram significante o espaço e
tempo direcionado a ludicidade. Evidenciou que alguns educadores não
possuem aprimoramento sobre o assunto, fato que impede a execução das
atividades lúdicas de forma significativa, tornando-as mecanizadas e
executadas deliberadamente e sem relevância. Conclui-se que, é essencial
aprimorar as metodologias aplicadas no cotidiano da educação infantil, pois o
brincar é indispensável para formação do caráter, identidade e funções mentais
e motoras, devendo ser planejado para atender as crianças de acordo com a
faixa etária, respeitando os limites intrínsecos a cada indivíduo. É fundamental
que a escola assuma o papel de promover conhecimento aos pais através de
palestras e encontros, a fim de informar e esclarecer dúvidas sobre a
importância que as brincadeiras possuem, devendo as famílias e instituições de
educação infantil constituir um relacionamento de parceria para que a
educação aconteça.
Palavras-chaves: Brincadeiras. Desenvolvimento Infantil. Crianças.
ABSTRACT
The action is to play key role in child development, part of the human condition.
In this respect this research aims to specify situations in which the games
stimulate the emotional, cognitive , social and motor , providing opportunities for
the passing stages of developing their full potential , providing improvements in
physical and mental abilities , leading them to establish relationships and to
seek solutions for personal and social conflicts . The objectives of this study
were to assess the importance of play in groups and individually to form the
personality of the child 3-4 years, highlighting the importance of play in early
childhood education as an essential factor for the development of language in
children , emphasizing on the need of stimulus, monitoring and participation of
parents and teachers in plays performed at this age , and finally , aimed at
analyzing how the play is necessary for the overall development of the child in
this age group . The survey results gave through the procedure of literature
about the play and its relevance as a pedagogical resource and qualitative and
quantitative analysis of data collected from the parents and educators, as a
method of having the hypothetical deductive approach. It was found that part of
society ignore the value of play believing that their function is purely recreational
, so it is assumed that for many educational institutions should prioritize
activities written and therefore do not consider significant space and time
directed playfulness . Showed that some educators have no improvement on
the subject, a fact that prevents the execution of the play activities significantly,
making them mechanized and executed deliberately and without relevance. We
conclude that it is essential to improve the methodologies applied in everyday
childhood education, because the play is essential for the formation of
character, identity and mental and motor functions, and should be planned to
meet the children according to age, respecting the intrinsic limits to each
individual. It is essential that the school assumes the role of foster parents
knowledge through lectures and meetings in order to inform and answer
questions about the importance of the games have, should families and
educational institutions constitute a partnership relationship for the educational
happens.
Keywords : Play . Child Development . Children .
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Criança e a Terra ......................................................................
14
Figura 2: Crianças....................................................................................
26
Figura 3: Pesquisa qualitativa e quantitativa ............................................
37
Figura 4: Resposta da pergunta nº 1 dos pais .........................................
38
Figura 5: Resposta da pergunta nº 2 dos pais .........................................
39
Figura 6: Resposta da pergunta nº 3 dos pais .........................................
39
Figura 7: Resposta da pergunta nº 4 dos pais .........................................
40
Figura 8: Resposta da pergunta nº 5 dos pais .........................................
41
Figura 9: Resposta da pergunta nº 6 dos pais .........................................
42
Figura 10: Resposta da pergunta nº 7 dos pais .......................................
42
Figura 11: Resposta da pergunta nº 1 (a) dos professores......................
44
Figura 12: Resposta da pergunta nº 1 (b) dos professores......................
45
Figura 13: Resposta da pergunta nº 1 (c) dos professores ......................
45
Figura 14: Resposta da pergunta nº 1 (d) dos professores......................
46
Figura 15: Resposta da pergunta nº 2 dos professores ...........................
47
Figura 16: Resposta da pergunta nº 3 dos professores ...........................
49
Figura 17: Resposta da pergunta nº 4 dos professores ...........................
50
Figura 18: Resposta da pergunta nº 5 dos professores ...........................
51
Figura 19: Resposta da pergunta nº 6 dos professores ...........................
52
Figura 20: Resposta da pergunta nº 7 dos professores ...........................
53
Figura 21: Resposta da pergunta nº 8 dos professores ...........................
54
Figura 22: Resposta da pergunta nº 9 dos professores ...........................
55
Figura 23: Resposta da pergunta nº 10 dos professores .........................
56
Figura 24: Livros diversos ........................................................................
60
Figura 25: Meninos soltando pipas ..........................................................
64
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Brinquedos sugeridos .............................................................
22
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resposta nº 1 dos pais..................................................................
70
Tabela 2: Resposta nº 1 dos professores.....................................................
72
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................
11
CAPÍTULO I – A CRIANÇA E O BRINCAR ...........................................
14
1
A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFANCIA PARA O
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM............................................
14
1.1 O desenvolvimento na idade de 3 a 4 anos: Na visão de Piaget e
Vygotsky........... .......................................................................................
15
1.2 A essencialidade do faz de conta ....................................................
19
1. 3 O brincar, o brinquedo e a realidade ...............................................
21
1. 4 Brincar na educação infantil, fator essencial para o desenvolvimento e
aprendizagem da criança .........................................................................
22
CAPÍTULO II – O BRINCAR LIVRE E O BRINCAR DIRIGIDO .............
26
2
A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO
ESTIMULADOR DOS JOGOS E BRINCADEIRAS ................................
26
2.1 A evolução da educação infantil na busca da construção social da
criança.. ...................................................................................................
27
2. 2 Os ambientes escolares e propostas pedagógicas adequadas ......
31
2. 3 O professor e o lúdico, estimulando e monitorando brincadeiras ....
33
CAPÍTULO III – PESQUISA QUALITATIVA ...........................................
38
3
INTRODUÇÃO ................................................................................
39
3.1 Análise qualitativa com os pais .......................................................
39
3.1 Análise qualitativa com os professores ...........................................
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................
58
REFERÊNCIAS .......................................................................................
61
APÊNDICES ......................................................................................................
64
11
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa visa à faixa etária de três a quatro anos, tendo
como finalidade explorar o brincar na educação infantil como fator essencial
para o desenvolvimento de requisitos necessários a formação integral do
indivíduo, expondo como as brincadeiras e jogos constroem valores e auxiliam
no desenvolvimento moral, pessoal, social, motor e cognitivo.
Entrando em contato com brincadeiras diferenciadas a criança será
oportunizada
a
passar
pelas
etapas
do
desenvolvimento
de
suas
potencialidades, proporcionando melhorias nas aptidões físicas e mentais,
estimulando sua imaginação, autoexpressão, levando-as a estabelecer
relações e buscar soluções para conflitos sociais e pessoais.
A brincadeira é uma atividade inerente ao ser humano e essencial na
infância por estar presente em tudo que a criança faz. Desde o nascimento o
bebê estabelece uma relação lúdica com tudo que o cerca. Os pais estimulam
seus sentidos quando brincam com ele, e com o passar dos meses, a criança
aprende a brincar com as mãos, pés e se interessar por objetos diversos que
atraem sua atenção. Com o crescimento, suas habilidades são ampliadas e ela
começa a brincar sozinha progredindo para brincadeiras em grupos.
A ação lúdica desempenha uma função socializadora, integrando a
criança ao contexto da sociedade em que está inserida, pois através das
experiências e contato direto com o mundo e suas modificações, que o
conhecimento é adquirido e aperfeiçoado, Macedo (2005, p. 16) cita que
―Valorizar o lúdico nos processos de aprendizagem significa, entre outras
coisas, considerá-lo na perspectiva das crianças. Para elas, apenas o que é
lúdico faz sentido‖.
Segundo Piaget (2001) em cada período da vida o brincar acontece de
um jeito e se adequa à faixa etária específica auxiliando no desenvolvimento
necessário para aquela etapa. A criança de 03 a 04 anos está passando pela
primeira infância, ou seja, Período Pré Operatório, fase em que o
desenvolvimento mental é aprimorado por meio da interiorização da palavra
com a formação do pensamento e interiorização da ação.
Para a criança
nessa faixa etária na educação infantil, o jogo simbólico está em ênfase, sendo
12
por meio da curiosidade, imaginação e experiências, que o indivíduo começa
sua formação intrínseca.
Nesse contexto essa pesquisa vem ao encontro de desvendar como o
ato lúdico não deve ser visto apenas como uma recreação, mas sim uma
condição essencial para potencializar o desenvolvimento infantil. Com as
brincadeiras a criança torna-se capaz de explorar e refletir sobre a realidade
em que estão inseridas, buscando soluções e hipóteses para possíveis
conflitos e questionando algumas regras, incorporando valores, apropriando-se
de diversas linguagens corporais, promovendo a autoimagem, autoestima e
conduzindo a imaginação e criatividade, permitindo assim a constituição de um
pensamento crítico e uma visão ampla, auxiliando na formação de um cidadão
com conduta social apta para as necessidades de uma sociedade que se
encontra em constante modificação.
Tem como objetivos investigar qual a importância do brincar para o
desenvolvimento global da criança de 03 a 04 anos; ressaltar a importância de
brincar na educação infantil como fator essencial para o desenvolvimento e
aprendizagem; enfatizar sobre a necessidade do estímulo, monitoramento e
participação dos pais e professores nas brincadeiras realizadas e analisar as
brincadeiras em grupos e individualmente para formação da personalidade da
criança nessa faixa etária.
O procedimento utilizado foi por meio do estudo exploratório,
bibliográfico, junto à coleta de dados tratados estatisticamente com análise
qualitativa e quantitativa e método de abordagem hipotético dedutivo.
Nas instituições de educação infantil, os jogos e brincadeiras são muito
importantes para o aprendizado, pois atividades interessantes prendem a
atenção dos alunos e auxilia o professor na troca de conhecimentos, facilitando
assim a formação e aperfeiçoamento de suas habilidades.
Jogos e brincadeiras são práticas significativas que envolvem e
estimulam, nas quais o sujeito busca um prazer e não um aprendizado, este,
surge devido às habilidades e complexidade da dimensão lúdica que atingem,
sendo os jogos compostos por regras e com objetivo predefinido e o brincar um
ato rico em autonomia, ideias, pensamentos, imaginação, criatividade,
interação, movimento, enfim, um mundo lúdico e único de cada criança. Este
13
estudo contém três capítulos que possuem como títulos A criança e o brincar;
O brincar livre e o brincar dirigido e a Pesquisa quantitativa e qualitativa.
Em seu primeiro capítulo ―A criança e o brincar‖ discorre sobre a
importância do brincar para o desenvolvimento e aprendizagem da criança de
03 a 04 anos, dividido em quatro subtítulos: O desenvolvimento na visão de
Piaget e Vygotsky, que retrata como Piaget descreve essa faixa etária por meio
do período pré-operatório e suas considerações relacionadas às características
que essa fase apresenta e o ponto de vista de Vygotsky sobre a formação do
indivíduo através da interação do ser humano com o meio que o cerca; A
essencialidade do faz de conta, que possui como intuito dar ênfase ao jogo
simbólico como atividade principal na faixa etária retratada, expondo sua
influência no desenvolvimento da atividade mental, motora e afetiva da criança;
O brincar, o brinquedo e a realidade, especificando como agem em conjunto na
formação do caráter, valores e atitudes durante a infância; e O brincar na
educação infantil, fator essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da
criança, mostrando o papel primordial dessas instituições e de seus
educadores
ao
proporcionar
um
ambiente
rico
em
brincadeiras
e
consequentemente em requisitos necessários a construção integral da criança.
Em seu segundo capítulo ―O brincar livre e o brincar dirigido‖, retrata a
escola de educação infantil como espaço estimulador dos jogos e brincadeiras,
dividido em três subtítulos: a evolução da educação infantil na busca da
construção social da criança; os ambientes escolares e suas propostas
pedagógicas; o professor e o lúdico, estimulando e monitorando brincadeiras,
informando sobre as modificações nos modelos educacionais até os dias
atuais, a importância de uma proposta adequada e de que forma o ambiente e
os mediadores auxiliam durante o desenvolver dos jogos e brincadeiras.
O terceiro e último capítulo é composto pela análise qualitativa e
quantitativa nas quais são apresentadas as respostas de uma entrevista feita
com pais e professores sobre o brincar e sua importância na infância.
14
CAPÍTULO I
A CRIANÇA E O BRINCAR
1
A
IMPORTÂNCIA
DO
BRINCAR
NA
INFÂNCIA
PARA
O
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
Figura 1: Criança e a Terra
Fonte: http://espetaculocomoequee.blogspot.com.br/2010_09_01_archive.html
Cada criança em suas brincadeiras comporta-se como um poeta,
enquanto cria seu mundo próprio ou, dizendo melhor, enquanto
transpõe os elementos formadores de seu mundo para uma nova
ordem, mais agradável e conveniente para ela. (FREUD apud
KISHIMOTO, 2000, p.57).
15
1.1
O desenvolvimento na idade de três a quatro anos: Na visão de Piaget e
Vygotsky
Antigamente não se acreditava que o ato de brincar fosse fator essencial
para o desenvolvimento e aprendizagem, contribuindo para aquisição e
aperfeiçoamento das inteligências e habilidades nas crianças. Essa ação era
considerada meramente recreativa e sem valor cognitivo.
A ludicidade encontra-se presente em todas as faixas etárias, sendo no
Brasil reconhecido pela Lei Nº 8.069/1990 em seu Capítulo II, Artigo 16º, inciso
IV o direito concedido às crianças de brincar, praticar esportes e divertir-se.
Atualmente, após diversos estudos e pesquisas sobre o assunto, a sociedade
começa a reconhecer os valores que as brincadeiras trazem, no entanto muitos
ainda consideram desnecessário o espaço dedicado ao lúdico nas instituições
de ensino.
A criança na idade de três a quatro anos tende a usar muito a
imaginação devido ao simbolismo do seu pensamento, começando a se
expressar por desenhos, falas, imitações de pessoas, personagens infantis, e
automaticamente, usando o faz-de-conta para alcançar seus anseios. Através
da criação do seu próprio mundo ela faz vínculo com o mundo real e os
acontecimentos que estruturam sua vivência, sentimentos, pensamentos,
explorando suas experiências para agir e desenvolver sua autonomia.
(ANTUNES, 2004).
Nessa faixa etária ela está em construção de sua identidade e
reconhecimento do próprio corpo, portanto não somente as capacidades
cognitivas devem ser exploradas, mas também devem ser estimuladas as
capacidades motoras, reforçando o uso de brincadeiras e jogos que objetivam
a exploração do movimento, destreza no espaço, e confiança em sua
motricidade (BRASIL, 1998).
Reiterando a análise de Wajskop (2007) a brincadeira é uma ação
voluntária e consciente, sendo uma forma de atividade social infantil na qual a
criança tem a possibilidade de experimentar novas situações, socializar e
administrar sua relação com o outro, decidir, imaginar, inventar, aprimorar seus
conhecimentos e valores culturais, obedecendo ao ritmo individual e sem
16
precisão nas características que serão adquiridas através de uma determinada
brincadeira.
Aquele que brinca pode sempre evitar aquilo que não gosta. Se a
liberdade caracteriza as aprendizagens efetuadas na brincadeira, ela
produz também a incertitude quanto aos resultados. De onde a
impossibilidade de assentar de forma precisa às aprendizagens na
brincadeira. Este é o paradoxo da brincadeira, espaço de
aprendizagem fabuloso e incerto. (WAJSKOP, 2007, p. 31).
A criança nessa faixa etária encontra-se na primeira infância e sua fase
de desenvolvimento é a pré-operatória. Piaget (2001) cita que ela está saindo
da fase de conhecimento prático em que há necessidade do concreto para sua
compreensão, para a simbólica, na qual se usa símbolos para representar
mentalmente objetos e situações não presentes. É uma idade marcada por
algumas limitações que implicam na formação de sua inteligência cognitiva.
Durante a primeira infância, Piaget (2001) relata a passagem por três
modificações na conduta infantil, a socialização de suas ações, a gênese do
pensamento e a intuição. Na socialização de suas ações a criança passa a
observar a ação dos demais, utilizando fatores de trocas de comunicação.
Mediante a interação e comunicação com adultos surgem fatores de
subordinação e submissão devido a certa coação espiritual que o adulto
exerce, tornando seus exemplos modelos que a criança geralmente deve
copiar e se igualar. Nessa fase de transição, a incapacidade argumentativa e o
egocentrismo acentuado levam as crianças a realizarem monólogos individuais
e coletivos, pois mesmo em brincadeiras realizadas em grupos suas falas não
constituem um elo com a dos demais, ou seja, sua socialização está em
expansão, mas ela permanece centralizada em si e em seu próprio ponto de
vista, sendo por vezes capaz de reduzir o adulto ao seu nível, criando um meio
termo entre o ponto de vista de um indivíduo superior e seu ponto de vista
egocêntrico.
Piaget (2001) relata que o pensamento surge antes da linguagem, sendo
esta responsável pelo equilíbrio entre o pensamento subjetivo e sua
representação. Portanto, desenvolvendo a linguagem por consequência
desenvolve-se o pensamento. Sendo assim, na gênese do pensamento há uma
expansão da linguagem possibilitando ao indivíduo reconstituir seu passado,
contar suas ações, antecipar ações futuras, entre outras, possibilitando a
socialização das ações por meio de atos e pensamentos que refletem suas
17
experiências e a realidade através do eu, isto é, um pensamento egocêntrico
que propicia a ele uma espécie de jogo no qual irá recriar através de suas
brincadeiras as situações vivenciadas, satisfazendo seus desejos por meio de
uma forma deformada da realidade.
Esse jogo é conhecido como simbólico e deve ser exercitado, pois
através de símbolos abstratos o conhecimento deixa de estar preso ao
sensório-motor e adquire forma de pensamento, podendo ser imaginado e
representado de diversas maneiras, ampliando a capacidade de compreensão
do mundo que o cerca. Segundo Dias apud Kishimoto (200, p.46) ―Acreditamos
que é preciso exercitar o jogo simbólico e as linguagens não verbais, para que
a própria linguagem verbal socializada e ideologizada possa transformar-se em
verdadeiro instrumento de pensamento‖.
A fase da intuição encontra-se presente nesse período de mudanças da
conduta infantil, nela há a formação de um pensamento intuitivo que permite à
criança criar correspondências espacial ou ótica, porém há a falta de
reversibilidade, ou melhor, a incapacidade de reverter para o estado inicial algo
que passou por transformações e chegou a um resultado final. É um período
caracterizado por fases, sendo elas o animismo no qual o indivíduo tende a
atribuir vida e sentimentos a objetos, por consequência surge realismo que
permite a materialização de suas fantasias. Juntamente a essas duas formas
de pensar acrescenta-se o artificialismo, pensamento que permite à criança
acreditar que todas as coisas são construídas e ao mesmo tempo possuem
vida e por fim o finalismo, fase marcada pelas perguntas, momento em que a
criança busca uma razão causal para tudo.
Nessa etapa da vida da criança existe a dificuldade de justificar e
fundamentar respostas, além de uma deficiência na capacidade de reconhecer
relações, ordenar e seriar durante a classificação de objetos, ela também
acredita que o nome é parte do objeto, julgando impossível nomeá-lo de outra
forma, atitude esta denominada por realismo nominal.
Reiterando a ideia de Vygotsky (2007) o ambiente influencia na
formação do indivíduo, pois suas características individuais dependem da
interação do ser humano com o meio que o cerca.
Seu ponto de vista é bastante diferente dos anteriores. Segundo ele,
a estrutura fisiológica humana, aquilo que é inato, não é suficiente
para produzir o individuo humano, na ausência do ambiente social. As
18
características individuais (modo de agir, de pensar, de sentir,
valores, conhecimentos, visão de mundo, etc.) dependem da
interação do ser humano com o meio e atribui especial importância ao
fator humano presente no ambiente. (REGO, 2008, p. 57).
Nas brincadeiras as crianças se comportam com atitudes diferenciadas
das habituais. Geralmente o brinquedo fornece uma estrutura ideal para
mudanças de acordo com a necessidade, e a criança quando brinca passa a
agir como se fosse maior do que realmente é. O pensamento de Vygotsky
(2007) induz que a aprendizagem surge através do desenvolvimento de
funções superiores, e esta se dá por meio da apropriação e internalização de
signos que são adquiridos nas situações vivenciadas com o meio em que está
inserida. Portanto a brincadeira segundo sua ideia,
[...] cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar,
relacionando seus desejos a um ―eu‖ fictício, ao seu papel na
brincadeira e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de
uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro
tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (VYGOTSKY
apud WAJSKOP, 2007, p.34).
A ação lúdica promove interação, aquisição de conteúdos temáticos,
negociação de regras de convivência, possibilita o levantamento de hipóteses
para solucionar problemas e consequentemente, proporciona o acesso a um
mundo mais amplo que não alcançariam caso a criança não estivesse em
contato com a construção de sistemas de representação e ficasse focada
apenas em seu cotidiano infantil.
Vygotsky (2007) em sua teoria criou um conceito visando explicar de que
forma a experiência social auxilia no desenvolvimento cognitivo. Este é
denominado ―zona de desenvolvimento proximal‖, sendo caracterizada pela
distância entre o nível atual e real de desenvolvimento.
A zona de desenvolvimento proximal acontece mediante o nível de
desenvolvimento potencial, pois através da assistência de um orientador adulto
ou uma criança mais experiente na solução de conflitos, busca de hipóteses,
entre outros, o indivíduo consegue independentemente realizar atos, ideias,
solucionar problemas, e por consequência, desenvolver suas habilidades e
competências.
Outro fator importante em seu conceito são as características presentes
em todos os tipos de brincadeiras, sendo elas a imaginação, imitação e regras.
Estas propriedades aparecem com maior ou menor evidência e leva em
19
consideração a idade da criança e a função específica que desempenham junto
a elas.
Portanto, pode-se verificar que tanto Vygotsky como Piaget consideram
as brincadeiras relevantes ao desenvolvimento infantil, sendo através da
imaginação, jogo de faz de conta, interação e demais situações, que acontece
as variadas transições essenciais para internalização de conhecimentos e
aprendizagens necessárias à formação do indivíduo.
1.2 A essencialidade do Faz-de-conta
Ao observar uma criança na idade de três a quatro anos brincando de
faz-de-conta percebe-se uma representação complexa diante ao significado
atribuído por ela ao objeto e a função real do mesmo. Esse tipo de atividade
lúdica recebe várias denominações como jogo simbólico, imaginativo, de
papéis, sócio dramático, representativo, entre outros, contudo vale dar ênfase
aos atos mais importantes da brincadeira que são a simulação, imaginação e
criatividade.
Durante essa faixa etária a criança desenvolve a capacidade de alterar o
significado de objetos, expressar sonhos, assumir e representar papéis
presentes no contexto em que está inserida, tornando evidente a presença da
situação imaginária, e a simulação de situações vivenciadas dentro de um
contexto social.
Essas vivências são responsáveis pelo repertório amplo de experiências
adquiridas, assimiladas e internalizadas que posteriormente através do jogo de
faz de conta são encenadas pelas crianças.
Segundo Piaget (apud KISHIMOTO, 2000, p. 59) ―Quando brinca, a
criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade,
pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da
função que a criança lhe atribuiu‖, ou melhor, um mesmo objeto representa
vários outros, sua função varia de acordo com a necessidade.
Nessa faixa etária a criança introduz no jogo simbólico suas ações
imitativas, como o fato de simular que é um piloto de avião quando brinca em
um balanço. Isso acontece devido ao intenso grau de fantasia que permite a
ela
sentir
que
realmente
faz
parte
daquele
personagem
que
está
20
representando. Esse jogo de fantasias oportuniza a interpretação de situações
e experiências vivenciadas no passado.
A representação constitui-se em dar forma às experiências humanas que
são significativas, tornando permanentes as lembranças de circunstâncias
marcantes e criando um arranjo de ideias, pensamentos e sentimentos que
poderão ser transmitidos por intermédio das linguagens expressivas.
Por consequência a criança adquire um aperfeiçoamento da linguagem
verbal socializada, o que permite a interiorização dessas experiências e
possibilita às crianças imaginar, compreender e tomar consciência do meio
físico e social que a cerca.
Segundo o pensamento de Vygotsky (2007) a definição do brincar
depende da situação imaginária da criança e seus aspectos diferem de acordo
com a idade e maturação, devendo levar em consideração as regras que o ato
comporta, sendo elas mais implícitas quando a situação imaginária está em
ênfase e mais explicita quando jogo de papéis já não é foco principal nas
brincadeiras.
Em sua análise, simbolizar objetos é uma condição anterior ao uso do
jogo de papéis, pois a partir do momento em que a criança é capaz de conferir
a um objeto um novo significado ela executa através de um mundo ilusório a
realização de desejos não possíveis naquele momento, e como o indivíduo
nessa idade não possui a capacidade de esperar ele reproduz a situação
fazendo uma transição entre a ação e o pensamento.
[...] para Vygotsky, o brincar tem sua origem na situação imaginária
criada pela criança, em que desejos irrealizáveis podem ser
realizados, com função de reduzir a tensão e, ao mesmo tempo, para
constituir uma maneira de acomodação a conflitos e frustrações da
vida real; para Piaget, o brincar representa uma fase no
desenvolvimento da inteligência, marcada pelo domínio da
assimilação sobre a acomodação, tendo como função consolidar a
experiência passada (BOMTEMPO apud KISHIMOTO, 2000, p. 64).
Contudo, vale salientar que as brincadeiras, jogos e qualquer outro tipo
de atividade lúdica, exige uma interação entre sua ação, o objeto ou brinquedo
usado e a realidade expressada, devendo esse elo ser valorizado em conjunto,
pois sua fragmentação impossibilita resultados qualitativos.
1.3 O brincar, o brinquedo e a realidade.
21
As brincadeiras são importantes formas de comunicação, pois por meio
delas as crianças expressam prazer, satisfação, medos, anseios e dispõe ao
adulto a possibilidade de perceber se há algo de errado ou se ela está
passando por algum conflito interno ou externo, pois através do brincar elas
representam as situações vivenciadas sendo estas boas ou ruins.
Durante as atividade lúdica é estabelecido um vínculo entre a realidade
e fantasia, este auxilia no desenvolvimento cerebral, na formação da linguagem
verbal e não verbal, nos aspectos cognitivos e motores, estimula a percepção
sensorial, aprimora a progressão da autonomia e identidade, por fim, traz
melhorias a memória, concentração, imaginação e demais áreas da
personalidade humana responsável pela formação do caráter.
Reiterando o pensamento de Brougerè (2001), ao brincar com o outro o
indivíduo passa por etapas do aprendizado que resultam no desenvolvimento
de sua maturação, podendo citar alguns aspectos aperfeiçoados como o ato de
compreender, dominar, produzir situações, autocontrolar-se, respeitar regras e
o tempo necessário para cada coisa, assimilar aos poucos a aceitação do erro,
respeitar a cultura e os valores.
A brincadeira e o brinquedo intervêm na formação do caráter, valores e
atitudes das crianças, tornando-as ativas e fazendo uma interação entre o
objeto e a ação na busca de uma representação da realidade em que está
inserida.
Portanto os brinquedos surgem como aliados do ato de brincar, com sua
manipulação, situação de posse e consumo, a criança se apropria da cultura
que a cerca e simula suas experiências vivenciadas, internalizando seu
significado. A função do brinquedo e sua junção ao brincar e a realidade torna
o objeto um mediador entre o indivíduo e o contexto social. Todavia quando
esse contexto é alterado, automaticamente a cultura social na qual a criança
está inserida também passa por modificações, condicionando assim as
mudanças no ato de brincar, podendo transformar a função dada ao objeto ou
brinquedo por outra adequada ao novo contexto.
A escolha dos brinquedos também varia de acordo com os estágios do
desenvolvimento infantil, já que eles devem ser adequados às potencialidades
já adquiridas e as ainda não absorvidas em sua totalidade. Na idade de três a
quatro anos alguns brinquedos são sugeridos para o aperfeiçoamento das
22
habilidades cognitivas, motoras, pessoal, interpessoal, e social. Entre eles,
alguns são sugeridos por Antunes (2003, p.28. 29).
Quadro 1: brinquedos sugeridos
Atividade Principal
Criar cenários
ambientes
para
brincar
Movimentar-se no espaço
Compreender
os
meios
comunicação.
Brinquedos sugeridos
e Fantasias, fantoches e teatrinhos.
Telefone e relógio de brinquedo.
Casinha de brinquedo e brinquedos
para
brincar
de
casinha.
―Homenzinhos‖
(soldados,
superheróis).
Garagem, posto de gasolina e
carrinhos. Fazendinhas, autoramas,
ferrorama simples. Lego e suas
variações.
Triciclos maiores, equipamentos de
ginástica para playground.
de Discos e toca-fitas, livros para colorir,
cadernos de desenhos, livros de
história.
Fonte: Antunes (2003, p.28. 29)
Portanto, as brincadeiras devem estar presentes em todos os momentos
da infância, porque o brincar unido aos brinquedos, às ações aplicadas sobre
eles, à realidade do meio em que está inserido, à comunicação e ao auxílio da
linguagem verbal socializada, propicia a criação e a descoberta de brincadeiras
que permitirão a assimilação e apropriação dos diversos aspectos da realidade,
viabilizando o reconhecimento e transformação da realidade infantil para
realidade humana.
1.4 Brincar na educação infantil, fator essencial para o desenvolvimento e
aprendizagem da criança.
Com base no pensamento de Wajskop (2007), a brincadeira desde os
primórdios era usada como recurso para o ensino, no entanto sua valorização
na educação infantil só iniciou com o rompimento do pensamento romântico.
Nessa época os jogos eram considerados como uma ação de desinteresse
pelo trabalho e pelas demais atividades sérias. Esse pensamento passou por
23
constantes reformulações que objetivavam verificar e valorizar a importância
das atividades lúdicas para o aprendizado e aperfeiçoamento humano.
O jogar ou brincar é compreendido de acordo com suas características
implícitas e explícitas, sendo a diferenciação entre essas ações expressadas
por meio da linguagem e interpretação atribuída por cada pessoa. Esse meio
de compreensão individual é ocasionado conforme o contexto social, valores e
modo de vida de cada sujeito envolvido direta ou indiretamente com a
atividade. Ainda que o significado para as brincadeiras seja o mesmo, suas
especificidades são únicas, pois em algumas o ápice maior está na situação
imaginária adquirida e outras variam em conformidade com regras, satisfação
em manipular objetos, habilidade manual para executar uma situação mental,
bem como habilidades cognitivas e sociais.
Durante a infância a predisposição da aprendizagem em todos os
aspectos e a absorção de valores está em ênfase. Baseando-se na ideia de
Piaget (2001), a primeira infância, de dois a sete anos, é o alicerce para a
aprendizagem humana, pois a mesma serve como apoio na aquisição de
conhecimentos futuros e formação da personalidade e condutas. Quando esse
período esta envolto a uma estruturação que propicie um crescimento
cognitivo, desenvolvimento da linguagem e das habilidades motoras, sócio
emocionais, afetivas e adaptativas, será proporcionado à criança uma
propagação de seu potencial intelectual e por consequência sua vida escolar
será bem sucedida, resultando na formação de cidadãos críticos, reflexivos e
aptos para se adequar às inúmeras e constantes transformações sociais.
No decorrer desse processo de aquisição das capacidades, a educação
infantil tem um papel primordial na formação desses indivíduos, pois as
creches e instituições equivalentes funcionam como uma extensão do
aprendizado
conquistado
através
da
experiência
social
e
interações
interpessoais. Portanto, o pensamento petrificado que a sociedade tinha de que
o ambiente escolar para ser eficaz deveria ser pedagógico está aos poucos
mudando, e a ludicidade didatizada está tomando uma nova proporção que
amplia a visão do lúdico como elemento essencial na conquista do
conhecimento. No ensino, o reconhecimento da importância das brincadeiras
em todas as etapas da educação está em ênfase, porém permanece oscilando
com relação a sua valorização por parte da sociedade em geral. Contudo, as
24
instituições possuem um papel imprescindível para evitar essa oscilação.
Através da comunicação, troca de saberes, experiências e informações entre
equipe escolar, família e comunidade, é possível estimular a assimilação por
parte de toda a comunidade sobre o valor que as atividades lúdicas possuem
como recurso pedagógico.
Nesta perspectiva, a brincadeira encontraria um papel educativo
importante na escolaridade das crianças que vão se desenvolvendo e
conhecendo o mundo nesta instituição, que se constrói a partir dos
intercâmbios sociais que nela vão surgindo: a partir das diferentes
histórias de vida das crianças, dos pais e dos professores que
compõem o corpo de usuários da instituição e que nela interagem
cotidianamente (WAJSKOP, 2007, p. 26).
Atualmente as brincadeiras são consideradas como prioridade para a
criança nas instituições de ensino, seu espaço está sendo ampliado a cada dia
e a maioria dos educadores preocupa-se em proporcionar um ambiente
acolhedor e planejado ―Nesse sentido, brincar deve se constituir em atividade
permanente e sua constância dependerá dos interesses que as crianças
apresentam nas diferentes faixas etárias‖. (BRASIL, 1998, p. 50).
No ambiente escolar os jogos precisam ser estimulados e seu tempo de
aplicação projetado com intuito de desafiar, oportunizar a expressividade,
autonomia, imaginação, e demais aspectos desenvolvidos com o mesmo.
Na educação infantil o professor precisa conhecer seus alunos e o grau
de dificuldade da sala de aula antes de dispor uma brincadeira, afinal, somente
através dessa verificação inicial será possível analisar se o jogo a ser aplicado
está coerente com a cultura da criança e se essa atividade causa interesse e
motivação. Por meio dessas observações o mediador buscará envolver os
educandos para alcançar os objetivos almejados com a aula.
Esta percepção da função do ensino infantil como espaço no qual o
lúdico é incorporado ao cotidiano pedagógico deve acontecer através de
recursos e metodologias que objetivam um aprendizado. As brincadeiras são
qualitativas somente quando os benefícios e habilidades oferecidos e
desenvolvidos através da atividade não são impostos de forma a tornar o ato
de brincar uma obrigação com cobranças de resultados, mas sim, quando é
aceito de forma natural pelas crianças, e não apenas como uma ação didática
pedagógica dirigida, pois estas geralmente restringem a aprendizagem
25
causando uma diminuição na autonomia, criatividade, aperfeiçoamento cultural
e por consequência dificultam a capacidade de alcançar as habilidades
essenciais para o desenvolvimento físico, motor, cognitivo, social e afetivo.
É indispensável salientar que algumas escolas não oportunizam um
espaço para o lúdico acontecer de forma independente, espontânea e
prazerosa, devido às exigências de parte da sociedade com relação aos
conteúdos estruturados com base na alfabetização, pois muitos pais e até
mesmo educadores, acreditam que o lúdico interfere negativamente no
aprendizado, devendo haver uma separação entre essas duas ações. Portanto
é importante que a sociedade compreenda que as brincadeiras são
fundamentais para o amadurecimento de algumas áreas.
Para que a prática da brincadeira se torne uma realidade na escola, é
preciso mudar a visão dos estabelecimentos a respeito dessa ação e
a maneira como entendem o currículo. Isso demanda uma
transformação que necessita de um corpo docente capacitado
adequadamente instruído para refletir e alterar suas práticas.
Envolve, para tanto, uma mudança de postura e disposição para
muito trabalho. (CARNEIRO, DODGE, 2007, p.91).
Mediante essa concepção, uma escola que aplica uma prática
pedagógica almejando o crescimento e preparação das habilidades dos alunos,
deverá ser constituída com um espaço estimulador que coloca em ênfase as
brincadeiras como recurso de aprendizagem, e assim, irá preparar a criança
em seu desenvolvimento humano, e consequentemente ajudará na formação
cultural e de valores, permitindo sua adaptação a diversos contextos sociais.
26
CAPÍTULO II
O BRINCAR LIVRE E O BRINCAR DIRIGIDO
2. A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ESPAÇO ESTIMULADOR
DOS JOGOS E BRINCADEIRAS
Figura 2: Crianças
Fonte: http://educacaoinfantil.loveblog.com.br/526685/A-
Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver
meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados
em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação
do homem. (ANDRADE apud BARROS, 2009, p. 15).
27
2.1
A evolução da educação infantil na busca da construção social da
criança.
Desde os primórdios até os dias atuais a educação infantil está
passando por diversas alterações em suas práticas educativas e conceitos
básicos. Diante essas mudanças e melhorias, as maiores dificuldades estão
em sua consolidação como um direito básico da criança, e o uso de propostas
pedagógicas que considere as atividades educativas uma ação proposital na
ampliação de diversos requisitos necessários à colocação da criança no mundo
atual, ampliando seu universo cultural, valorizando sua identidade pessoal e
social, e propiciando ao mediador observar e reconhecer os interesses e
conhecimentos prévios intrínsecos e singulares a cada educando.
Devido a essas modificações surgiram diferentes modelos educacionais,
e a educação antes do nível fundamental evoluiu da conhecida ―educação préescolar‖, especificada por ser o atendimento a criança que estava fora do
ambiente familiar mais ainda não apresentava a faixa etária adequada para
frequentar a escola, para a educação infantil, nível de ensino que faz parte da
educação básica. Essas mudanças propiciaram a compreensão de que as
creches, pré-escolas e instituições equivalentes possuem um caráter educativo
e não assistencialista. Como diz a Lei de Diretrizes e Bases (LDB)
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco)
anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996,
p.25, 26).
É indispensável compreender que para chegar a essa concepção de que
a infância deve ser compreendida como princípio primordial à educação voltada
à cidadania, as revoluções foram lentas e dificultosas, pois almejava a
valorização dessa etapa como artifício de aprendizagem, na qual ao mesmo
tempo em que a criança modifica seu meio ela também é alterada por ele, e no
ensino infantil há uma amplitude nas oportunidades desafiadoras que propiciam
o desenvolvimento de requisitos necessários à formação global da criança.
Tanto no Brasil como em outros países, a história dos sistemas
pedagógicos pré-escolares revela o aparecimento da infância
enquanto categoria social diferenciado do adulto em função de sua
28
brincadeira ou daquilo que Chamboredon (1986) denominou ―ofício
de crianças‖ (WAJSKOP, 2007, p.22).
Dentre tantas mudanças, a essencialidade do lúdico no qual o prazer
pelo brincar proporciona um aprendizado simultâneo ao ato, tornou-se objeto
de estudo e pesquisa. A inserção de brinquedos no ensino existe desde
antigamente, sendo Platão e Aristóteles alguns dos pioneiros no uso dessa
metodologia. Reiterando a ideia de Kishimoto (2000), Platão acreditava que
aprender brincando era adequado por ser ato oposto à opressão e violência. Já
Aristóteles visualizava esse método como forma de preparo a vida futura
Outros pensadores como Comênio, Rousseau, Pestalozzi, Decroly,
Froebel e Montessori estabeleceram base de ensino focado na criança. Oliveira
(2008) descreve como acontecia a educação por parte desses pensadores,
relatando que Comênio (1592-1670) educava crianças menores de seis anos
com um plano de escola maternal, na qual percepções sensoriais provinda de
experiências seriam internalizadas e posteriormente interpretadas pela razão.
Para atingir seu objetivo usava materiais audiovisuais e defendia bons recursos
materiais, organização de tempo e espaço, e exploração do brincar como
educação pelos sentidos, sempre agindo de acordo com cada faixa etária.
A proposta educacional de Rousseau (1712-1778) afirmava que a
infância não era somente um acesso a vida adulta, mas que deveria ser
valorizada em si, por meio de uma autoeducação, voltada a liberdade,
curiosidade, experiência, emoção, obedecendo ao ritmo natural e ao livre
exercício das capacidades infantis. Pestalozzi (1746-1827) propunha um
ensino por meio da afetividade, sentidos, intuição, treinando vontades e
atitudes morais, ou seja, agindo contra o excesso de intelectualismo presente
na
educação
tradicional.
Concomitante
ao
pensamento
e
propostas
educacionais que surgiram nesse período, houve também uma valorização do
brinquedo e brincadeiras infantis como objeto sensorial almejando ao
aprendizado.
Com base na ideia de Pestalozzi, Froebel (1782-1852) também
apresentava uma proposta educacional por meio da intuição, espontaneidade
infantil com atividades de jogo e cooperação para alcançar a origem da
atividade mental. As teorias desses autores foram apropriadas e defendidas
como modelos pedagógicos, e no decorrer do século XX demais estudiosos
29
aprofundaram-se contribuindo para o fim da escola tradicionalista. Entre esses
estudiosos destaca-se Drecoly (1871-1932), médico, que propunha atividades
didáticas voltadas ao intelecto, no qual a criança deveria explorar objetos de
forma concreta e em seu todo, colocando como eixos principais a observação,
associação e expressão.
Montessori (1879-1952), médica psiquiátrica, tinha uma proposta
contrária a de Rousseau não aceitando a autoeducação como desenvolvimento
infantil. Sua pedagogia era voltada ao objeto que permitia a brincadeira e não
ao ato de brincar, elaborando materiais adequados a exploração sensorial e
compreendendo o mediador como preparador do ambiente e observador das
atividades infantis. À frente de tantas propostas e práticas pedagógicas, Freinet
(1896-1966) renovou defendendo uma educação que fosse além da sala de
aula, integrando as experiências vivenciadas no meio social e oferecendo
atividades cooperativas. Oliveira (2008, p.77) cita ―A seu ver, as atividades
manuais e intelectuais permitem a formação de uma disciplina pessoal e a
criação do trabalho-jogo, que associa atividade e prazer e é por ele encarado
como eixo central de uma escola popular‖.
A partir do pensamento desses grandes nomes dentro da pedagogia e
suas concepções fora do contexto tradicionalista, originou uma renovação do
ensino na Europa com o movimento Escola Nova. Este chegou ao Brasil por
influência americana e europeia, trazendo um novo entendimento de infância e
educação infantil, pois por meio dessa nova visão a criança passou a ser
designada como sujeito ativo, deixando de ser compreendida como um
indivíduo ―vazio‖, no qual seria necessário preencher a mente com dados e
informações que posteriormente seria aprendido, acumulado, fixado e por fim
rearranjado quando conteúdos mais complexos aparecessem formando assim
o conhecimento.
À espera de que a criança se torne adulta e se insira no sistema de
produção do qual foi excluída gradativamente no decorrer da história
do capitalismo, a ela é designado um ofício próprio nas instituições de
educação infantil, transformando a pré escola em uma ―espécie de
grande brinquedo educativo‖ (WAJSKOP, 2007, p. 22).
Entretanto, por meio dessa nova concepção, o conceito de educação de
crianças propiciou a elaboração de novos jardins de infância e cursos para
formação de professores. Estas instituições eram responsáveis por atender
30
uma camada social financeiramente privilegiada, deixando as camadas
populares sem atendimento. Esse contexto começou a ser modificado devido
ao crescimento da população nos centros urbanos e industriais, pois com o
aumento da mão de obra nas industrias a creche tornou-se essencial para
acolher as crianças fora da idade escolar enquanto seus pais trabalhavam.
Porém esse modelo de creche tinha seu objetivo voltado ao assistencialismo,
não valorizando uma orientação voltada à educação e desenvolvimento geral
do educando.
Após muitas ações voltadas à educação brasileira foi sancionada a
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aprovada em 1961
(Lei 4024/61) que incluía o jardim de infância no sistema de ensino e informava
que a criança menor de sete anos deveria ser atendida por jardim de infância
ou escola maternal. Em 1971 essa lei foi alterada, passando a valer o texto da
Lei 5692/71, que propunha a educação infantil também ministrada em
instituições equivalentes ao jardim da infância, criando também uma ―educação
compensatória‖ com a proposta de preparar para a alfabetização.
Em 1988 com a elaboração da Constituição Federal as creches e préescolas foram reconhecidas como direito de todos e dever do estado, com
intuito de atender a todas as camadas da população brasileira. Na década de
90 foi promulgado o Estatuto da Criança e Adolescente, concretizando os
direitos adquiridos pela constituição e almejando a nova Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional que dentre suas modificações defenderia um
novo modelo de educação infantil.
Concretizada em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (Lei 9394/96) propôs a educação infantil como etapa da educação
básica. Já em 2005, a Lei Federal 11.114/05 determinou que a educação
infantil acomodasse a faixa etária de 0 a 5 anos, devendo a criança ser
devidamente matriculada no ensino fundamental com seis anos de idade e
tornando esse, um ensino de nove anos, isto é, o novo texto altera o anterior
diminuindo um ano na Educação Infantil e aumentando um ano no ensino
fundamental.
Em consequência dos avanços da educação e com a formulação dos
Referenciais Curriculares Nacionais de Educação Infantil (RCNEI, 1998) a
preocupação das instituições de ensino relacionada à infância passou a ser
31
com a formulação de um currículo voltado ao desenvolvimento e formação
integral do indivíduo, tornando prioridade na faixa etária de 3 a 4 anos o uso de
brincadeiras, brinquedos e jogos diversos para a construção social e aquisição
de novos conhecimentos, habilidades e aprendizagens.
2.2 Os ambientes escolares e suas propostas pedagógicas
As instituições educativas auxiliam na promoção do crescimento,
maturação e desenvolvimento saudável da criança, obtendo uma evolução de
atitudes e procedimentos que estendem às necessidades pessoais que se
encontram constantes durante sua permanência no ambiente escolar, entre
elas há o afeto, a alimentação, integridade corporal e psíquica, bem como a
segurança e confiança (BRASIL, 1998).
Na educação infantil a escola deve ser um recinto desafiador no qual os
jogos e brincadeiras são estimulados constantemente. A tendência é constituir
um local com espaços para o desenvolvimento de atividades diversas, como
correr, fantasiar-se, ouvir histórias, entre outras, sendo essencial assegurar um
contato direto com objetos que vão incentivar a curiosidade do educando,
chamando e mantendo sua atenção, bem como promovendo suas habilidades
e dificuldades.
Portanto, os espaços e ambientes das instituições de educação infantil
devem ser organizados para atender as necessidades de cada faixa etária,
devendo ser amplos, passíveis de reorganização, de fácil acesso e
diferenciados, permitindo assim a assimilação por parte das crianças da função
e atividades a serem desenvolvidas nos mesmos.
Os vários momentos do dia que demandam mais espaço livre para
movimentações corporais ou ambientes para aconchego e/ou para
maior concentração, ou ainda, atividades de cuidados implicam,
também, planejar, organizar e mudar constantemente os espaços
(BRASIL, 1998, p. 68).
Nessa perspectiva, os ambientes nas pré-escolas, creches e instituições
equivalentes são compostos de múltiplos recursos e possibilidades de
explorações e vivências, ampliando as sensações e percepções. Os objetos e
brinquedos constantes nos espaços escolares devem ser organizados e
planejados pelo educador, além de estar dispostos de forma acessível à
32
criança, pois por meio deles os alunos irão conhecer suas características
físicas, funções e designar aos mesmos, novos significados durante as
brincadeiras, estimulando assim a criatividade e imaginação.
O novo contexto educacional dos dias atuais requer uma educação
infantil com estruturas curriculares flexíveis e abertas, na qual a proposta
pedagógica da instituição de ensino que busca a formação integral da criança
deverá priorizar o desenvolvimento de requisitos essenciais como a
motricidade, imaginação, raciocínio e linguagem, além de atender as
necessidades básicas do indivíduo, propiciando a construção de sua identidade
e autonomia.
Na faixa etária de 3 a 4 anos considera-se indispensável que as
instituições educativas contemplem em suas propostas a busca pela expansão
de aspectos biológicos, físico-motores, cognitivo, afetivo e emocional, de
orientação espacial, temporal, ritmo, coordenação visomotora e linguagem,
constituindo a ação de brincar como principal atividade para alcançar as metas
almejadas. É fundamental que dentre as características imprescindível a uma
proposta eficaz, as escolas proponham rotinas adequadas às necessidades
dos alunos e ao ritmo de cada faixa etária, pois além de viabilizar a
organização das atividades por parte do mediador, elas também possibilitam ao
aluno a construção de um esquema temporal.
Considerada como um instrumento de dinamização da aprendizagem,
facilitador das percepções infantis sobre o tempo e o espaço, uma
rotina clara e compreensível para as crianças é fator de segurança. A
rotina pode orientar as ações das crianças, assim como dos
professores, possibilitando a antecipação das situações que irão
acontecer (BRASIL, 1998, p. 73).
Apesar de as brincadeiras povoarem o universo infantil sendo foco em
todos os ambientes, seu uso como aspecto primordial às crianças de 3 a 4
anos irá contribuir para a apropriação de sua imagem, meio cultural, espaço,
relações pessoais, além de dar ênfase à aquisição de conhecimentos e
aprendizados, ou seja, por meio do brincar a escola será transformada em um
ambiente que une a formação pessoal com o conhecimento de mundo na
busca de um ensino de qualidade, devendo sua equipe profissional estar em
constante aperfeiçoamento, pois somente com a apropriação da essencialidade
de um brincar bem planejado que a atividade atenderá aos requisitos básicos.
33
2.3 O professor e o lúdico, estimulando e monitorando brincadeiras.
O brincar está presente no dia a dia das crianças, e nas creches e préescolas é fator indispensável quando se trata de aprendizagem. No entanto,
algumas dúvidas ainda permeiam esse ambiente, pois muitos educadores e
pais buscam compreender até que circunstância os jogos e brincadeiras
desenvolvem habilidades e aprendizados, quais os estímulos estão disponíveis
através dos objetos e espaços dispostos para o lúdico, que valores, hábitos e
atitudes são transferidos pelos professores nos jogos, bem como de que forma
o mediador deve estimular e monitorar brincadeiras a fim de favorecer a
aquisição de requisitos necessários ao progresso intrínseco dos alunos.
Brincar exige das crianças formas complexas de relacionamento com o
mundo e por consequência cria nas mesmas uma apropriação de signos
sociais, pois as funções cognitivas estão interligadas às competências
adquiridas com a ação da brincadeira e do jogo. Por meio dessa ação são
exercitadas as capacidades nascentes como as de representar o mundo,
distinguir pessoas, características de objetos e seu funcionamento, elementos
da natureza e elementos sociais.
O brincar incentiva o aperfeiçoamento humano por meio de diferentes
dimensões. No desenvolvimento da linguagem as brincadeiras promovem a
comunicação de pensamentos e sentimentos, no desenvolvimento moral surge
um processo de construção de regras, no cognitivo oportuniza um crescimento
de informações que por consequência desencadeia novas situações, no
desenvolvimento afetivo facilitando a expressão de seus afetos e emoções, e
por fim, no físico-motor explora o corpo, espaço, interagindo integralmente no
meio inserido.
Com base nessas dimensões as brincadeiras devem ser
propagadas através de um jogo espontâneo também conhecido como livre ou
por meio do jogo dirigido.
O jogo simbólico é o principal possibilitador da capacidade distintiva
entre a função real e a figurada concedida ao objeto. Através do faz de conta,
afeto,
memória,
criatividade,
motricidade,
linguagem,
percepção
e
representação são aperfeiçoados. Segundo Santos (apud CRAIDY E GLÁDIS,
2001, p.89) ―o jogo espontâneo infantil possui, portanto, dois aspectos
interessantes e simples a serem observados: o prazer e, ao mesmo tempo, a
34
atitude de seriedade com que a criança se dedica à brincadeira‖, ou seja, a
expressão é base da dramatização, e essa capacidade não é inata, ela surge
no momento em que a criança torna-se capaz de imaginar, induzindo a partir
de então, as demais linguagens e formas de comunicação. Portanto quando
brinca ela satisfaz seus anseios e ao mesmo tempo desenvolve suas
habilidades e capacidades.
A faixa etária de 3 a 4 anos é a de maior complexidade nesse tipo de
jogo espontâneo, considerado como o brincar livre, exige que professores e
mediadores disponibilizem espaço e objetos diversos organizados para
satisfazer os anseios das crianças. Nessa fase o indivíduo se dedica muito a
esses momentos, elaborando detalhes, monólogos, assumindo papéis e
compensando seus desejos que não são possíveis de alcançar.
Esse é um período de compensação e liquidação, pois o primeiro
acontece devido às limitações do indivíduo e de suas incapacidades físicas,
motoras e intelectuais na realização de algumas atividades. Muitas são
próprias de adultos e as crianças estão impossibilitadas de realizar, porém
almejam fazer e para saciar seu desejo utilizam o jogo simbólico e as
representações viabilizadas por meio do mesmo. Seu uso como forma de
liquidação permite ao indivíduo superar seus traumas, medos e demais
circunstâncias desagradáveis, pois ao fantasiar encenando um personagem
que vivencia essas situações, seus receios são removidos.
A criança quando usa o faz de conta amplia suas concepções sobre
pessoas, regras, valores, objetos, enriquecendo sua forma de ser, agir, pensar,
vivenciando ao desempenhar papéis sociais a absorção de sentimentos e
emoções variadas. Diversos brinquedos propiciam o faz de conta, contudo, os
mesmos aperfeiçoam concomitantemente outras habilidades e aprendizagens.
Para crianças de 3 a 4 anos, alguns brinquedos são aliados na
interiorização desses requisitos para formação individual. Segundo relato de
Zatz (2007) em um de seus livros, uma série de brinquedos proporcionam
imaginação, prazer, interesse e motivação na criança dessa faixa etária. Entre
eles estão carrinhos e demais réplicas de meios de transportes que contribuem
para o desenvolvimento motor, bonecos para despertar afetividade, e
autoestima, miniaturas representando o mundo e ampliando conhecimentos e
vocabulário, blocos de montar e cenários propiciando papel de construtor,
35
organizando o espaço e desenvolvendo coordenação motora, jogos de
sociedade e habilidade estabelecendo regras, motricidade e interação pessoal,
brinquedos de praia e mobiliário enriquecendo o faz de conta, atividades
esportivas para o desenvolvimento físico e motor, além das demais atividades
criativas que proporcionam experiências, motivam descobertas e estimulam a
sensibilidade da criança.
O adulto, sendo ele, pais, professores e demais responsáveis pela
criança, desenvolve um papel decisivo nas brincadeiras realizadas por elas,
pois além da responsabilidade em dispor um espaço adequado aos diferentes
jogos, disponibilizar objetos acessíveis e compatíveis à faixa etária atendida,
eles também podem participar e por muitas vezes auxiliar no desenrolar das
atividades lúdicas. Durante estas atividades os professores possuem as
funções de observador, intervindo apenas na garantia da segurança,
autonomia e participação de todos, catalisador, usando da observação durante
as brincadeiras para compreender as necessidades e desejos implícitos na
realização dos jogos e finalmente, participante ativo atuando durante o brincar
nas relações e situações provenientes das mesmas.
O educador quando age como mediador dirigindo jogos coloca
condições e regras a serem cumpridas usando como ferramenta a troca
pedagógica de conhecimentos com o aluno.
Dirigir ou monitorar uma atividade exige que o docente conheça a
brincadeira e suas regras, que ele tenha objetivos pré-definidos a serem
alcançado pelos alunos com a realização da mesma, além de planejamento,
comprometimento e dedicação. Moyles relata (2002, p. 33) ―por meio do brincar
dirigido, as crianças têm outra dimensão e uma nova variedade de
possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou
atividade‖.
Nos jogos dirigidos e na observação do mediador com a aplicação do
mesmo, a criança aprimora aptidões específicas como a percepção, atenção,
concentração, identificação de comando, sociabilização, entre outros.
Contudo cabe ao professor conhecer o interesse de seus alunos para
então proporcionar e dirigir um jogo atrativo e que causará prazer e motivação,
pois através do entusiasmo e euforia ao realizar a atividade proposta que o
individuo é estimulado a participar integralmente, facilitando e promovendo as
36
competências que o brincar proporciona, atingindo assim um ensino
aprendizagem qualitativo.
Através das diversas atividades disponibilizadas dentro do ambiente
escolar, os diferentes valores humanos começam a ser construído nas
crianças, sendo de grande importância trabalhar os aspectos relacionados à
moral,
ética,
afetividade,
respeito
mútuo,
solidariedade,
cooperação,
perseverança, entre outros, auxiliando de forma qualitativa na formação do
indivíduo, com objetivo de preparar cidadãos críticos, reflexivos e participativos.
A aquisição de valores acontece de forma contínua sendo característico
da evolução e formação humana, configurando-se pela maior ou menor
importância, valorizando mais uma coisa em relação à outra. Os valores
humanos são internalizados por meio da socialização e experiências
vivenciadas ao longo da vida. Quando criança, o indivíduo, está em construção
de sua personalidade, e a principal influência sobre ele provêm do adulto e de
outras crianças que funcionam como modelos quando possuem atitudes
admiradas pelo sujeito em formação.
[...] é principalmente ao longo da infância e durante a adolescência
que as crianças e os jovens consolidam seu esquema fundamental de
valores, quando passam de uma moral heterônoma, segundo a qual
são guiados pelas opiniões e normas dos mais velhos (pais,
educadores, treinadores) a uma moral autônoma, regida pela opinião
própria, processo que, segundo Kohlberg (1969), acontece de forma
paralela ao desenvolvimento do juízo moral. (SANMARTÍN, 2005, p.
51).
Reiterando a ideia de Mukhina (1996) a personalidade da criança passa
pelo processo de compreensão do mundo e sua ocupação no mesmo, e pelo
desenvolvimento dos sentimentos. Portanto, com uso de jogos é possível
expandir o desenvolvimento de valores sociais e individuais. Jogar é ideal para
uma aprendizagem social por envolver situações diversas que exigem atitudes
e comportamentos regrados, com tomadas de decisões, espírito cooperativo,
competitivo e participativo, sendo a educação infantil um meio essencial para
proporcionar essas situações que consequentemente farão parte da formação
dos valores e atitudes do indivíduo.
37
CAPÍTULO III
PESQUISA QUALITATIVA
Figura 3: Pesquisa qualitativa e quantitativa
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfs3kAE/pesquisa-qualitativa-quantitativa
Para a visão calma e agradável daquele que realmente conhece a
Natureza Humana, a brincadeira espontânea da criança revela o
futuro da vida interior do homem. As brincadeiras da criança são as
folhas germinais de toda a vida futura; pois o homem todo é
desenvolvido e mostrado nela, em suas disposições mais carinhosas,
em suas tendências mais interiores. (FROEBEL apud ZATZ, 2007, p.
5).
38
3. INTRODUÇÃO
Nessa pesquisa realizou-se a apreciação com 10 pais de crianças que
estão regularmente matriculadas em creches e pré-escolas, públicas e
privadas, sendo todas na faixa etária de 03 a 04 anos e integrantes de
diferentes classes sociais.
Na pesquisa realizada com professores, foram analisadas as opiniões de
10 educadores da rede municipal de ensino de Lins e instituições particulares,
todos atuando na educação infantil.
3.1 Análise qualitativa com pais
A primeira pergunta da pesquisa direcionada aos pais objetivou a
opinião sobre a importância do brincar e sua presença na escola de educação
infantil. Todos os pais consideram as brincadeiras importantes, no entanto,
grande parte não acredita que sua influência nas instituições de ensino propicia
a aprendizagem, supondo ser necessário ―estudar‖ para aprender. Outros
admitem sua importância para o desenvolvimento e aprendizagem.
Figura 4: resposta da pergunta nº 1 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
A segunda questão levantada foi relacionada ao espaço que as escolas
dispõem para a realização das brincadeiras. As respostas obtidas divergiram
39
entre adequados em sua totalidade; adequados, porém precisa de reformas e
brinquedos, e por fim, houve uma parte dos pais que considera inadequado,
pequeno e com brinquedos mal conservados.
Figura 5: resposta da pergunta nº 2 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Durante a análise qualitativa, perguntou-se aos pais se preferem que
seus filhos realizem mais atividades em folhas ou brinquem durante o período
que permanecem na escola. As respostas foram equilibradas e opostas, pois
grande parte acredita que brincar é essencial, pois o desenvolvimento por meio
das brincadeiras é completo quanto aos requisitos primordiais à formação do
indivíduo. Outra parte dos pais acredita ser fundamental o uso de atividades
em folha para o aprendizado e minoria da população pesquisada mostra que
deve haver um equilíbrio no uso desses dois recursos em sala.
Figura 6: resposta da pergunta nº 3 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
40
Na quarta pergunta feita aos pais, o assunto debatido foi sobre as
brincadeiras realizadas na escola e se as crianças comentam as mais
aplicadas e quais gostam mais. A maioria dos pais disse que as principais
citadas são as realizadas no parque, com uso de bola, brinquedos diversos e
brincadeiras tradicionais. Uma parcela informou que seus filhos falam a
respeito das atividades em folhas e músicas, e por fim, outra parte informou
que as crianças não relatam de que forma o brincar acontece.
Figura 7: resposta da pergunta nº 4 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Na análise qualitativa em sua quinta pergunta o assunto debatido foi
relacionado aos brinquedos que os pais disponibilizam a seus filhos. Para obter
as respostas foi questionado se os pais compravam os que as crianças pediam
ou os que a mídia apresentava.
As respostas foram equilibradas em sua maioria, no entanto, uma
grande parcela da população informou que os brinquedos desejados pelas
crianças são os que a mídia apresenta, deixando explicita a influência da
televisão perante os brinquedos e brincadeiras nos dias atuais, cabendo aos
pais e responsáveis observar e conhecer os programas assistidos pelo público
infantil, pois a formação do caráter, valores, e atitudes são transmitidas através
da observação de situações apresentadas, inclusive nas atrações assistidas.
Esse universo de fantasias apresentado por meio da televisão envolve a
criança, e esta, posteriormente, coloca em prática a experiência observada
41
quando entra em contato com determinados objetos e brinquedos, portanto nos
dias atuais o brinquedo e televisão andam juntos, sendo um, influência do
outro. Outras respostas foram dadas de forma harmônica, sendo elas, o que
eles pedem desde adequados a faixa etária; não compro; e por fim, brinquedos
que desenvolvem a aprendizagem.
Figura 8: resposta da pergunta nº 5 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
A pergunta número seis tinha como objetivo saber se os pais conhecem
a importância do brincar e sabem especificá-las. No entanto, as respostas não
surgiram conforme o desejado. Poucos pais explicaram qual era a importância
para o desenvolvimento dos requisitos necessários a formação do indivíduo,
alguns responderam apenas que conhece a importância, outros disseram que
brincar é bom para o corpo e para o aprendizado da contação numérica, uma
minoria não acredita que auxilia na aprendizagem, e a maior parte diz que a
criança aprende sem perceber através das brincadeiras.
Portanto, em nenhuma das respostas especificou-se quais as áreas que
o ato de brincar desenvolve, deixando exposto que muitos pais e responsáveis
possuem dificuldade em assimilar a ação do lúdico na aprendizagem, fato que
interfere na percepção das brincadeiras como parte de um processo de
desenvolvimento e instrumento eficaz para conhecimento, contextualização,
significação, interpretação do mundo, apropriação da cultura, de regras de
42
convívio, entre outras, que são fundamentais para desenvolvimento integral do
indivíduo.
Figura 9: resposta da pergunta nº 6 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Na sétima e última pergunta direcionada aos pais, foi questionada a
relação com os filhos durante as brincadeiras. Perguntou-se aos responsáveis
se costumam brincar com seus filhos ou apenas dispõem brinquedos para que
brinquem sozinhos, caso brinquem, quais seriam as brincadeiras preferidas. As
respostas novamente aconteceram de forma equiparada, expondo que muitos
pais e responsáveis não deixaram claro os tipos de brincadeiras, acarretando
uma ideia de que esses momentos lúdicos são defasados. As respostas foram:
sim, de brinquedos diversos; sim, de escolinhas; raramente brinca com a
criança; e por fim, assistem a filmes e desenhos.
Figura 10: resposta da pergunta nº 7 dos pais
Fonte: elaborada pelo pesquisador
43
3.2 Análise qualitativa com professores
Na análise realizada com 10 professores de educação infantil da rede
pública e particular de Lins objetivou-se verificar a prática das brincadeiras e
jogos no contexto escolar, bem como o conhecimento sobre sua importância no
cotidiano por parte dos educadores. Foram anexados alguns relatos dos
mediadores com intuito de auxiliar no entendimento e reflexão sobre suas
respostas.
A primeira indagação propôs aos educadores especificar suas
compreensões relacionadas ao brincar, diferenciando o brincar dirigido, livre e
a recreação.
Durante a infância é essencial o uso de brincadeiras nos diversos
contextos sociais da criança, pois o brincar em suas diferentes formas, amplia
as habilidades e competências essenciais. Nas instituições de ensino cabe ao
educador compreender a necessidade de usar as atividades lúdicas
adequadamente para alcançar os objetivos almejados.
Segundo Debortoli (2005) a recreação pode ser considerada uma das
funções da brincadeira por acontecer quando um ambiente, objetos dispostos,
ou uma situação, estimula espontaneamente o interesse da criança. Reiterando
sua análise, a brincadeira livre também não deve ser considerada uma situação
na qual há uma ausência de intervenção por parte dos professores, mas sim
uma interação adequada que propiciará a construção da autonomia do
educando, diferenciando do brincar dirigido, pois neste, o mediador não precisa
participar ativamente, pois sua principal função será conduzir as brincadeiras,
ensinando suas regras, normas e metodologias.
Percebe-se que há diferentes concepções sobre as brincadeiras por
parte dos docentes, pois as respostas dadas foram: a brincadeira faz parte da
vida e da evolução humana; brincar é se sentir livre; é uma das atividades
fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia; brincar é o
ato de se entreter, divertir, distrair de maneira espontânea ativando habilidades
e aprendizados; brincar é todo ato que o indivíduo se solta e sente prazer
mesmo seguindo regras; brincar é compartilhar momentos, expressar
sentimento e se divertir.
Algumas de suas falas foram
44
-Brincar é todo o ato em que o indivíduo se solta, extravasa, pode ser o
que quiser, segue regras, mas sente prazer nisso.
-Brincar é um ato de se entreter e distrair-se, uma ação espontânea que
ativa as habilidades e desenvolve a criatividade.
Figura 11: resposta da pergunta nº 1 (a) dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Com relação ao brincar dirigido as respostas seguiram uma mesma linha
de raciocínio, expondo que alguns educadores acreditam haver formas
adequadas para se brincar e que a criança precisa ser ensinada, caso contrário
a brincadeira não acontece adequadamente, ou seja, no brincar dirigido os
mediadores valorizam mais o ato de ―ensinar a brincaderia‖ com suas normas e
regras. A minoria acredita que o brincar dirigido refere-se à atividade utilizada
para fins de aprendizagem, e a maioria cita que no brincar dirigido o professor
conduz e visa um objetivo individual ou coletivo a ser alcançado.
Os relatos foram:
-O brincar dirigido refere-se à atividade lúdica que é utilizada para fins de
aprendizagem, proporcionando o exercício da imaginação, criatividade,
agilidade de movimento e raciocínio.
-Brincadeira dirigida é aquela que o professor orienta os alunos e na
brincadeira há um objetivo específico oportunizando a interação e o
desenvolvimento de habilidades.
45
Figura 12: resposta da pergunta nº 1 (b) dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Houve uma amplitude nas concepções relacionadas ao brincar livre. Os
resultados das respostam evidenciaram a valorização da autonomia da criança
na escolhas e contrução das brincadeiras, sendo importante para a formação
humana a integração entre adultos e crianças mesmo quando o brincar é
considerado livre.
As respostas dos educadores foram:
brincar livre conceitua-se pelo
lúdico informal, proporciona o aprendizado sem necessariamente ter pretensão
educativa; o brincar livre expressa personalidade da criança; a criança tem
autonomia para escolher suas brincadeiras e como ela irá acontecer; nas
brincadeiras livres a criança se expressa.
Figura 13: resposta da pergunta nº 1 (c) dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
46
Com relação ao conceito de recreação as respostas obtidas foram
variadas, os educadores responderam: a recreação é uma forma de passar o
tempo por meio da distração e descontração, sem regras a seguir; recreação é
um meio para socializar e interagir; é realizado de forma indireta; a recreação
acontece de forma a conceituar o conhecimento de mundo; são brincadeiras
com objetivos e em grupos para descontrair, interagir e desenvolver
habilidades; é a mistura do brincar livre e dirigido; brincadeira programada
pelos professores.
Figura 14: resposta da pergunta nº 1 (d) dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
A segunda pergunta feita aos educadores possuía como objetivo
discriminar o conhecimento dos professores com relação à representação
simbólica e sua importância na educação infantil.
As respostas obtidas foram satisfatórias, sendo elas: é a ação de usar
objetos comuns e diversos para representar outra coisa ou situação, sendo
essencial para formação do caráter, personalidade e amadurecimento; são
símbolos criados e arquivados na mente por meio de experiências vivenciadas;
a representação simbólica está atrelada as brincadeiras, pois permite a
representação de conteúdos e conceitos através do brincar; a representação
de uma situação vivida para expor o conhecimento do mundo, auxiliando na
47
aprendizagem; através da representação simbólica que a criança expressa
seus sentimentos; a representação simbólica permite que a criança se
desenvolva através das imitações.
Algumas falas dos professores:
-Representação simbólica é quando a criança pega um pauzinho e faz
desse um cavalo, uma espada, uma varinha mágica; é usar outra coisa para
representar algo que é essencial para formação do caráter, pois é o momento
de experimentar, acertar ou errar, para
que na vida adulta tenha
amadurecimento nas ações.
- Acredito que seja a imagem representativa da criança (desenhos,
criações, brincadeiras) sua visão de mundo. É importante para seu
desenvolvimento na aprendizagem e uma nova representação de mundo.
- A simbologia como uma forma de representação, permitindo a criança
se desenvolver usando a imitação, é necessária nos jogos, desenhos, e
cotidiano por favorecer o amadurecimento.
Figura 15: resposta da pergunta nº 2 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
48
A criança quando brinca desenvolve sua identidade e autonomia,
recorrendo ao jogo simbólico ou faz de conta ela experimenta novos papéis,
vivencia situações que propiciam um amadurecimento em suas relações
sociais, pessoais e intrapessoal, pois representando uma situação por meio da
imitação as memórias armazenadas são ativadas e os conhecimentos
adquiridos anteriormente são aperfeiçoados e transformados, durante a
brincadeira
acontece
uma
interpretação
da
realidade.
Ao
vivenciar
determinados papéis a criança coloca em prática seus conhecimentos,
aprendem regras, valores, experimentam sentimentos e emoções e por
consequência constroem uma interpretação intrínseca do mundo (BRASIL,
1998).
No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imagem
de uma pessoa, de uma personagem, de um objeto e de situações
que não estão imediatamente presentes e perceptíveis para elas no
momento e que evocam emoções, sentimentos e significados
vivenciados em outras circunstancias. Brincar funciona como um
cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a
vida como também de transformá-la. Os heróis, por exemplo, lutam
contra seus inimigos, mas também podem ter filhos, cozinhar e ir ao
circo (BRASIL, 1998, p. 22).
A terceira pergunta direcionada aos professores indagava sobre os jogos
tradicionais, quais eles conheciam e seu uso em sala de aula. Os discursos
durante as indagações foram muito parecidos, mostrando a influência que
essas bricadeiras tem na infância e permitindo uma reflexão sobre a
indispensabilidade dos jogos tradicionais mesmo diante a um contexto no qual
os avanços técnológicos permeiam a vida desde a infância.
As respostas foram: são jogos antigos passados de geração a geração
segundo a cultura popular entre eles há a cobra cega, lenço atrás, dama e
queimada, seu uso é constante; são jogos de conhecimento público que
permitem a interação e socialização, os mais conhecidos são o escondeesconde, pega-pega, uso sempre por auxiliar na moralidade, afetividade, ética
e recreação; jogos conhecidos por serem passados pela família e amigos como
o tabuleiro, gato e rato, corrida de sacos, sempre uso e busco unir a família
para mantê-los sempre presente.
Uma das falas sobre os jogos tradicionais foi:
- São jogos que vem de geração a geração. Amarelinha, tabuleiro,
esconde-esconde, entre outros. Uso o tabuleiro constantemente, pois ele
49
aproxima a criança de ações extremamente importantes como a afetividade e
moralidade.
Figura 16: resposta da pergunta nº 3 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Na análise qualitativa em sua quarta pergunta direcionada aos
educadores, foi indagado sobre a importância do brincar direcionado a vida e a
aprendizagem de uma criança na faixa etária de 03 a 04 anos, nesta, as
respostas obtidas foram: a brincadeira dessa forma é válida desde que o
educador saiba controlar e dar foco, pois a aprendizagem torna-se significativa
por meio do brincar bem coordenado; o brincar direcionado proporciona o
desenvolvimento de conceitos, atitudes, valores e regras adequadas para a
vida em sociedade.
Os relatos citados:
-O brincar direcionado para a vida nessa faixa etária permite que a
criança desenvolva através das brincadeiras, conceitos adequados para sua
forma de viver, apresentando ideias, regras e situações que são relevantes
para a vida.
-O brincar direcionado só é válido quando aplicado corretamente, pois a
criança aprendendo a partir de brincadeiras com objetivos irá dar significado e
50
não esquecerá esse aprendizado, isso, desde que o professor saiba nortear e
ter focos claros em sua ministração.
Figura 17: resposta da pergunta nº 4 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
A quinta pergunta foi sobre os benefícios que as brincadeiras
proporcionam às crianças de 03 a 04 anos. Sabe-se que nessa faixa etária as
crianças possuem algumas habilidades e capacidades bem desenvolvidas,
porém o egocentrismo ainda encontra-se presente, impedindo a cooperação
total durante o ato de brincar.
A atividade lúdica nessa idade favorece o equilíbrio, o afeto e outras
funções cognitivas, além de possibilitar por intermédio do simbolismo o
desenvolvimento das habilidades intelectuais.
Os educadores responderam a essa questão de maneira objetiva e de
forma geral atendendo as expectativas de conhecimentos imprescindíveis aos
educadores com relação aos benefícios do brincar.
As respostas foram: desenvolvem a empatia no egocentrismo,
conhecimento de mundo, coordenação, autonomia e autoconhecimento;
conhecimento de regras, limites, raciocínio e coordenação motora; proporciona
melhorias na percepção, coordenação motora, concentração e estímulo
cognitivo; traz diversão, alegria, sociabilização e desenvolvimento cognitivo e
motor.
Uma das falas diz:
51
-As brincadeiras trazem benefícios por haver uma exploração e
conhecimento do mundo que o cerca, melhorias e desenvolvimento na
coordenação motora fina e grossa, na autonomia, autoconhecimento, formação
da identidade e personalidade.
Figura 18: resposta da pergunta nº 5 dos professores
Fonte: realizada pelo pesquisador
A sexta pergunta iniciou com uma afirmação dizendo que brincar auxilia
na formação cognitiva da criança, e posteriormente indagou se os educadores
consideram que há uma área em que a atuação do brincar acontece de forma
mais enfatizada nessa formação.
As respostas dos educadores foram satisfatórias, sendo elas: o brincar
complementa todas as ações, atuando melhor em áreas que variam de acordo
com os objetivos propostos; na área da autonomia e sociabilização; envolve
todos os eixos abrangendo aspectos motores, sociais e de raciocínio.
Alguns relatos dos professores foram:
-O brincar complementa todas as ações da criança, depende do objetivo
que se deseja alcançar e de como o professor o avaliará, por exemplo, em uma
brincadeira com massinha tanto pode ser desenvolvido o motor como a
criatividade e imaginação, sendo certo que não importa a brincadeira, todas
proporcionam desenvolvimento e aprendizagem.
52
-Envolve o movimento, coordenação motora e interação em grupo.
Acredito que abrange todos os aspectos em seu desenvolvimento porque os
eixos formam um elo, e este, proporciona o desenvolvimento integral e a
formação humana.
Figura 19: resposta da pergunta nº 6 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Durante a análise qualitativa, em sua sétima pergunta, foi proposto uma
situação para que o educador expusesse qual seria sua atitude caso
enfrentasse em sala de aula. A situação foi a seguinte ―Imagine que é professor
e em sua sala exista uma criança que não se envolve nas brincadeiras
aplicadas, como agiria?‖. As respostas foram: Iria me aproximar para que tenha
segurança e buscaria envolvê-la com o grupo; usaria jogos e brincadeiras para
tentar aproximá-la dos demais; deixaria a vontade para posteriormente interagir
com quem simpatizasse mais; por meio de conversas, propondo inicialmente
brincar com ela e posteriormente inserir mais crianças nas brincadeiras.
As seguintes falas foram relatadas por professores nessa indagação.
-Tenho um exemplo atual na sala de aula, eu preciso a todo o momento
trazê-la para o grupo e às vezes direciono a brincadeira a ela. No caso, os
demais alunos desempenham um papel muito importante na busca dessa
interação, pois tentam manter contato constantemente com esse colega,
impulsionando sua presença no grupo.
53
-Sem imposição e com muita conversa, propondo-me inicialmente para
brincar com ela e aos poucos chamando as outras crianças para brincar
conosco, e em questão de tempo ela irá se sociabilizar.
-Não exijo que brinquem uns com ou outros, converso, entusiasmo-as
para brincar com os demais, mas as deixo à vontade, pois com o tempo vão
por iniciativa própria buscar uma proximidade com alguns colegas que
despertarem sua simpatia e por consequência começam a interagir com todo o
grupo.
Figura 20: resposta da pergunta nº 7 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
A oitava pergunta direcionada aos professores indagava se eles
acreditam que existam diferenças entre uma criança de 04 anos que é
estimulada a brincar de uma que não é, e qual a diferença mais relevante?
As atividades lúdicas estão presentes de forma contínua na vida de
todos os indivíduos e a criança quando brinca, interage com o próximo e
desenvolve suas capacidades, habilidades e inteligências, portanto, quando
não há esse aprendizado mediante as brincadeiras existe uma defasagem em
seus processos internos.
O
aprendizado
desperta
vários
processos
internos
de
desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a
criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em
cooperação com seus companheiros. Tais processos, uma vez
54
internalizados. Tornam-se parte das aquisições do desenvolvimento
independente da criança (VYGOTSKY apud LIMA, 2008, p. 119).
As respostas dos professores foram: a criança que brinca torna-se
independente e criativa e a que não brinca é retraída, não sabe se comunicar e
exige muito auxílio dos adultos; a criança que brinca é mais participativa,
criativa e comunicativa e a que não brinca é triste e introvertida; a fala,
coordenação e a sociabilização é melhor em quem brinca.
Um dos relatos diz:
-Nitidamente a criança que brinca é mais criativa, se expressa
verbalmente com mais facilidade e no aspecto motor é mais desenvolvida.
Sabe se comunicar com o meio de forma mais explícita ao contrário da que se
isola e não brinca, pois está tende a ser introspectiva, e retraída.
Figura 21: resposta da pergunta nº 8 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Na pesquisa qualitativa a nona pergunta feita foi, considerando que para
a criança de três a quatro anos brincar é fundamental, como agiria se
começasse a trabalhar em uma sala de crianças nessa faixa etária em um
contexto escolar que priorizasse atividades em folha. Houve as seguintes
respostas para a questão, tentaria inserir atividades mais lúdicas como
momentos desafiadores; trabalharia conforme a metodologia da escola, mas
55
iria inserir em minhas aulas atividades lúdicas; teria dificuldades com a
metodologia da escola; recusaria o trabalho na instituição; tentaria tornar as
atividades em folhas mais concretas possíveis.
As falas dos mediadores foram
-Trabalharia conforme a metodologia da escola, porém incluiria o brincar
em minha planilha e conscientizaria os pais e toda equipe escolar sobre a
importância do brincar pra a aprendizagem.
- Recusaria o trabalho na instituição, pois foge a minha concepção de
aprendizagem qualitativa.
- Tentaria por meio das atividades em folhas, tornar o aprendizado mais
concreto possível.
Figura 22: resposta da pergunta nº 9 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
Perguntou aos educadores o que eles consideram primordial no ato de
brincar para proporcionar prazer e ao mesmo tempo estimular a formação da
criança. As respostas obtidas foram: ter muita brincadeira na rotina, dirigindo e
intervindo sempre; é primordial respeitar suas limitações e estimular seu
crescimento e desenvolvimento; o envolvimento do docente no desenvolver
das brincadeiras; dar liberdade à criança para escolher suas brincadeiras;
conhecer a brincadeira e saber o que ela propicia; é primordial seu
planejamento,
proporcionando
autonomia
e
construção
conhecimento de regras e uma melhor interação social.
da
identidade,
56
Em geral, a criança de 03 a 04 anos possui dificuldade em manter
contato ativo com mais de uma criança por vez, no entanto, esse
comportamento individual deve ser monitorado pelo educador, estimulando sua
interação e autorreconhecimento.
É pela interação entre o olhar, o gesto, a palavra, no meio físicopsíquico que a criança vai formando a progressiva assimilação de
que é uma pessoa. E, é no contato com o outro que se forma a
autoconsciência de si mesma, distinguindo-a de outros objetos e
seres vivos. (ROMAN; STEYER, 2001, p. 120)
Alguns dos relatos para reflexão foram
-No brincar, por mais que haja regras, o indivíduo deve sentir prazer,
relaxar, se divertir, e ao mesmo tempo construir conceitos, por isso ele não
deve ser forçado e nem mal elaborado, deve ser bem planejado mesmo sendo
livre para que a criança sinta-se íntima da situação. O brincar não fala “agora é
hora de aprender”, ele ensina e pronto. A criança aprende sem cobrança,
mesmo que tenha que esperar sua vez no jogo com regra ela faz com prazer e
não buscando um aprendizado.
-É primordial respeitar suas limitações e estimular seu crescimento e
desenvolvimento.
Figura 23: resposta da pergunta nº 10 dos professores
Fonte: elaborada pelo pesquisador
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluído os estudos, foi possível verificar que as atividades lúdicas
fazem parte da formação humana e são imprescindíveis ao desenvolvimento
geral do indivíduo, pois funcionam como linguagem, meio de expressão e
comunicação, instrumento de alegria, diversão, práticas de emoções e
construção do conhecimento.
Constatou-se que o direito de brincar é previsto em lei, e contribui para o
aperfeiçoamento e aquisição de habilidades e competências indispensáveis,
pois é uma transição pelas etapas do desenvolvimento de suas potencialidades
e melhora as aptidões físicas e cognitivas, estimula a imaginação, expressão,
levando as crianças a estabelecerem relações e buscarem soluções para
conflitos sociais e pessoais.
Sabe-se que as brincadeiras promovem interação interpessoal, estimula
o aprendizado da negociação de regras de convivência, promove a
possibilidade de a criança aprender a levantar hipóteses, solucionar problemas
e por consequência ter acesso a um mundo mais amplo.
Sabe-se que a criança de 03 a 04 anos está em uma fase de
descobertas, exploração, reconhecimento do mundo e interação, e que ela
possui sua capacidade locomotiva já aperfeiçoada, com equilíbrio e
coordenação motora adequada à exploração ampla do corpo e espaço, sua
linguagem permanece em ampliação, tanto em suas formas orais como
gestuais promovendo comunicação emocional e expressiva, oportunizando o
desenvolvimento moral e o crescimento de informações cognitivas para o
desenvolvimento intelectual.
Portanto, nessa idade, por mais que o egocentrismo ainda está em
ênfase, as brincadeiras estabelecem um vínculo entre o real e o imaginário,
auxiliando no desenvolvimento cerebral, na formação da linguagem verbal, na
autonomia e identidade, ocasionando o desenvolvimento da memória,
concentração, imaginação e das áreas de personalidade humana.
Com base nessas concepções a ação de brincar deve ser propagada em
suas diferentes formas, ora pela atividade espontânea, ora pela dirigida, ora
pela individual ou em grupos, com interação ou sem a integração de outras
crianças ou adultos, pois o mais importante é saber que através da função
58
imaginária ou jogo simbólico o afeto, memória e criatividade, motricidade,
linguagem, percepção e representação são aperfeiçoados causando uma
maturação individual. No caso das instituições de Educação Infantil, mostrou-se
indispensável que elas busquem a expansão dos aspectos biológicos, físico,
motores, cognitivo, afetivo e emocional das crianças na fase pré-operacional,
bem como estimulem as percepções visuais, auditivas, cinestésico corporal,
olfativas, gustativas e táteis.
Cabe ao professor da Educação Infantil usar metodologias que
possibilitem um ensino aprendizagem de qualidade. Os educadores quando
agem como mediadores em brincadeiras e jogos possibilitam a troca
pedagógica de conhecimentos.
É essencial ao professor da educação infantil por meio de planejamento,
comprometimento e dedicação exercer sua profissão com compromisso,
responsabilidade e amor, pois além da função de mediar o aprendizado e a
construção do conhecimento, eles são modelos pessoais, precisam transmitir
segurança, confiança e acolher a criança compreendendo suas necessidades e
desejos implícitos.
Com base nos questionários, constatou-se que os pais precisam refletir
sobre a Educação Infantil e sua importância na formação da criança,
compreendendo que a aprendizagem acontece por meio de metodologias e
recursos amplos, valorizando também as brincadeiras para o desenvolvimento
global e não somente uma atividade de recreação, pois através da diversidade
de atividades que a internalização dos conhecimentos e informações
acontecerá de forma qualitativa.
A
pesquisa
evidenciou
que
alguns
educadores
não
possuem
aprimoramento sobre a importância das atividades lúdicas e sua aplicação
visando objetivos estabelecidos e planejados, fato que impede a execução das
mesmas de forma significativa, tornando-as mecanizadas e executadas
deliberadamente e sem relevância, isto é, com a falta de aperfeiçoamento e
conhecimentos voltados a um ensino que valorize e reconheça a ludicidade
como aliado e recurso pedagógico complexo, as brincadeiras dentro do
contexto educacional acontecem como parte de uma rotina organizada sem
focalizar o brincar como ato de prazer que traz alegrias, diversão e ao mesmo
tempo ensina.
59
Conclui-se que, é essencial aprimorar as metodologias aplicadas no
cotidiano da educação infantil, expondo a importância do brincar. Cabendo às
escolas o papel de promover conhecimento aos pais e educadores através de
palestras e encontros, a fim de informar e esclarecer dúvidas sobre como
auxiliar na formação do aluno e qual a importância que as brincadeiras
possuem, compondo um relacionamento de parceria entre comunidade escolar
e família, a fim de uma educação voltada à formação integral e humana das
crianças.
60
REFERÊNCIAS
Figura 24: Livros diversos
Fonte: Elaborada pelo pesquisador
61
REFERÊNCIAS
ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA: Disponível em: http://www.ebah
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______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
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Brasília: MEC/SEF, 1998. volume 1
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CARNEIRO, M. A. B. e DODGE, J. J. A descoberta do brincar. São Paulo:
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Zabalza. M. A. Qualidade em Educação Infantil. Rio Grande do Sul: Artmed,
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ZATZ, S. Et al. Brinca comigo : tudo sobre o brincar e os brinquedos. São
Paulo: Marco Zero, 2007.
64
APÊNDICES
Figura 25: Meninos Soltando Pipas
Fonte: http://educatete.blogspot.com.br/2011/05/o-prazer-da-brincadeira.html
A brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do homem e,
ao mesmo tempo, típica da vida humana como um todo — da vida
natural interior escondida no homem e em todas as coisas. Por isso
ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso interno e externo,
paz com o mundo. Ela tem a fonte de tudo o que é bom. (…) Não é a
expressão mais bela da vida, uma criança brincando? (…) A
brincadeira não é trivial, ela é altamente séria e de profunda
significância. Cultive-a e crie-a, oh, mãe; proteja - a e guarde-a, oh,
pai! Para a visão calma e agradável daquele que realmente conhece
a Natureza Humana, a brincadeira espontânea da criança revela o
futuro da vida interior do homem. As brincadeiras da criança são as
folhas germinais de toda a vida futura; pois o homem todo é
desenvolvido e mostrado nela, em suas disposições mais carinhosas,
em suas tendências mais interiores. (FROEBEL apud ZATZ et al,
2007, p. 5)
65
APÊNDICE A – Análise qualitativa com os pais
Carta de identificação
Eu________________, RG_ _ _ _ _ _ _ _ - _ aluna do curso de Pedagogia ___
semestre do CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM,
gostaria que participasse respondendo do questionário abaixo como parte do
meu trabalho de conclusão de curso (TCC).
Estarei recolhendo o questionário no dia __/__/___
1) Você acredita que o brincar é importante e deve estar presente na escola de
educação infantil?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2) Qual sua opinião sobre o espaço oferecido pelas escolas para realizações
de brincadeiras?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3) Você prefere que na escola seu filho brinque mais ou faça atividades em
folha?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4) Ao chegar em casa seu filho comenta sobre as brincadeiras realizadas na
escola e como foi? Quais ele costuma citar e que demonstra mais interesse?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
66
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5) Com relação a brinquedos, você geralmente compra os que seu filho pede
ou aqueles que a mídia apresenta?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6) Você sabe da importância do brincar a aprendizagem?
_______________________________________________________________
______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7) Você costuma brincar com seu filho ou apenas dispõe brinquedos para que
brinque sozinho? Caso costume, quais as brincadeiras favoritas que realiza
com ele?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
67
APÊNDICE B – Análise qualitativa com os professores
Carta de identificação
Eu________________, RG_ _ _ _ _ _ _ _ - _ aluna do curso de Pedagogia ___
semestre do CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM,
gostaria que participasse respondendo do questionário abaixo como parte do
meu trabalho de conclusão de curso (TCC).
Estarei recolhendo o questionário no dia __/__/___
1) o que você considera como brincar? E qual a diferença entre o brincar
dirigido, brincar livre e a recreação?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2) Você sabe o que é representação simbólica? Comente sobre sua
importância.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3) O que são jogos tradicionais e quais conhece? Você usa esse método em
sua sala?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4) O que você acha do brincar direcionado para a vida e aprendizado de uma
criança de três a quatro anos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
68
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5) Quais benefícios as brincadeiras proporcionam a crianças de três a quatro
anos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6) O brincar auxilia na formação cognitiva da criança. Você considera que há
uma área em que sua atuação ocorre de forma mais enfatizada nessa
formação?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7) Caso tenha em sala uma criança que não se envolve nas brincadeiras
aplicadas na aula como agiria?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
__________________________________________________________
8) Você considera que existem diferenças entre uma criança de três a quatro
anos que é estimulada a brincar e de uma que não brinca? Qual diferença mais
relevante?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
__________________________________________________________
9) Considerando que para crianças de três a quatro anos brinca é fundamental,
como agiria se começasse a trabalhar com uma sala de crianças nessa faixa
69
etária no contexto de uma escola na qual atividades em folhas são totalmente
priorizadas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
10) O que você acha primordial no ato de brincar para proporcionar prazer e ao
mesmo tempo estimular a formação da criança?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
70
APÊNDICE C – Tabela da análise qualitativa com os pais
TABELA Nº 1, PERGUNTA Nº 1 "Você acredita que o brincar é importante e
deve estar presente na escola de educação infantil‖?
É importante, na escola ajuda no
desenvolvimento.
É importante
3
3
É importante em casa, na
escola precisa estudar de
verdade.
4
PERGUNTA Nº 2 "Qual sua opinião sobre o espaço oferecido pelas escolas
para realizações de brincadeiras"?
Inadequados, pequenos e com
brinquedos mal conservados.
Adequados.
2
Adequados mas precisa de
reformas e brinquedos.
5
3
PERGUNTA Nº 3 "Você prefere que na escola seu filho brinque mais ou faça
atividades em folha‖?
Brinquem mais, porque se
desenvolvem brincando.
Façam atividades em folha
para aprendem.
5
Os dois para um aprendizado
equilibrado.
4
1
PERGUNTA Nº 4 "Ao chegar em casa seu filho comenta sobre as brincadeiras
realizadas na escola e como foi? Quais ele costuma citar e que demonstra
mais interesse‖?
Não falam sobre as brincadeiras. Falam sobre
atividades em
folhas,
educativas e
músicas.
2
Falam sobre o
parque e
brincadeiras
diversas.
2
Os pais
perguntam e
eles gostam do
parque.
4
2
PERGUNTA Nº 5 ―Com relação a brinquedos, você geralmente compra os que
seu filho pede ou aqueles que a mídia apresenta‖?
Brinquedos que desenvolvem a
aprendizagem.
2
Eles pedem o
que a mídia
apresenta.
4
O que eles pedem,
desde que
adequados à faixa
etária.
2
Não compro.
2
71
PERGUNTA Nº 6 ―Você sabe da importância do brincar a aprendizagem‖?
Sim, pois aprendem sem
perceber.
Sim
4
2
Sim, é bom para Não ajuda na
o corpo e para
aprendizagem.
aprender a
contar.
3
1
PERGUNTA Nº 7 ―Você costuma brincar com seu filho ou apenas dispõe
brinquedos para que brinque sozinho? Caso costume, quais as brincadeiras
favoritas que realiza com ele‖?
Sim, de brinquedos diversos.
3
Sim, de
escolinha.
2
Raramente
brinca com a
criança.
2
Assistem TV filmes
e desenhos.
3
72
APÊNDICE D – Tabela da análise qualitativa com os professores
TABELA Nº 2, PERGUNTA Nº 1 (a) ―o que você considera como brincar? E
qual a diferença entre o brincar dirigido, brincar livre e a recreação‖?
A brincadeira
faz parte da
vida e da
evolução
humana.
Brincar
é se
sentir
livre.
1
É uma das
atividades
fundamentais para o
desenvolvimento da
identidade e
autonomia.
2
Brincar é o ato
de se entreter,
divertir, distrair
de maneira
espontânea
ativando
habilidades e
aprendizados.
2
Brincar é
todo ato
que o
indivíduo
se solta e
sente
prazer
mesmo
seguindo
regras.
3
Brincar é
compartilhar
momentos,
expressar
sentimento e
se divertir.
1
1
PERGUNTA Nº 1 (b) "O que você considera como brincar? E qual a diferença
entre o brincar dirigido, brincar livre e a recreação‖?
O brincar dirigido refere-se à atividade
utilizada para fins de aprendizagem.
No brincar dirigido o professor conduz e visa um
objetivo individual ou coletivo a ser alcançado.
2
8
PERGUNTA Nº 1 (c) ―O que você considera como brincar? E qual a diferença
entre o brincar dirigido, brincar livre e a recreação‖?
A brincadeira
faz parte da
vida e da
evolução
humana.
Brincar
é se
sentir
livre.
1
É uma das
atividades
fundamentais para o
desenvolvimento da
identidade e
autonomia.
2
Brincar é o ato
de se entreter,
divertir, distrair
de maneira
espontânea
ativando
habilidades e
aprendizados.
2
3
Brincar é
todo ato
que o
indivíduo
se solta e
sente
prazer
mesmo
seguindo
regras.
Brincar é
compartilhar
momentos,
expressar
sentimento e
se divertir.
1
1
PERGUNTA Nº 1 (d) ―O que você considera como brincar? E qual a diferença
entre o brincar dirigido, brincar livre e a recreação‖?
Recreação é
uma forma de
passar o tempo
por meio da
distração e
descontração,
sem regras a
seguir.
4
Recreação
é um meio
para
socializar
e interagir.
1
É
realizad
o de
forma
indireta
1
A recreação
acontece de
forma a
conceituar o
conheciment
o de mundo.
1
São
brincadeiras
com objetivos e
em grupos para
descontrair,
interagir e
desenvolver
habilidades.
1
1
Éa
mistura do
brincar
livre e
dirigido.
Brincad
eira
program
ada
pelos
professo
res.
1
73
PERGUNTA Nº 2 ―Você sabe o que é representação simbólica? Comente
sobre sua importância‖.
É a ação de usar
objetos comuns e
diversos para
representar outra
coisa ou situação,
sendo essencial
para formação do
caráter,
personalidade e
amadurecimento.
São
símbolos
criados e
arquivados
na mente
por meio de
experiências
vivenciadas
1
A
representaçã
o simbólica
está atrelada
as
brincadeiras,
pois permite a
representaçã
o de
conteúdos e
conceitos
através do
brincar.
A
representaçã
o de uma
situação
vivida para
expor o
conhecimento
do mundo,
auxiliando na
aprendizagem
.
1
5
1
Através da
representação
simbólica que
a criança
expressa seus
sentimentos
1
A
representaçã
o simbólica
permite que
a criança se
desenvolva
através das
imitações
1
PERGUNTA Nº 3 ―O que são jogos tradicionais e quais conhece? Você usa
desse método em sua sala‖?
São jogos antigos passados de
geração a geração segundo a
cultura popular entre eles há a
cobra cega, lenço atrás, dama e
queimada, seu uso é constante.
São jogos de
conhecimento público que
permitem a interação e
socialização, os mais
conhecidos são o
esconde-esconde, pegapega, uso sempre por
auxiliar na moralidade,
afetividade, ética e
recreação.
4
Jogos conhecidos por serem
passados pela família e amigos
como o tabuleiro, gato e rato,
corrida de sacos, sempre uso e
busco unir a família para mantêlos sempre presente.
3
3
PERGUNTA Nº 4 "O que você acha do brincar direcionado para a vida e
aprendizado de uma criança de três a quatro anos‖?
A brincadeira dessa forma é válida desde
que o educador saiba controlar e dar foco,
pois a aprendizagem torna-se significativa
por meio do brincar bem coordenado.
O
brincar
direcionado
proporciona
o
desenvolvimento de conceitos, atitudes, valores
e regras adequados para a vida em sociedade.
4
6
PERGUNTA Nº 5 ―Quais benefícios as brincadeiras proporcionam a crianças
de três a quatro anos‖?
Desenvolvem a empatia
no egocentrismo,
conhecimento de mundo,
coordenação, autonomia e
autoconhecimento.
2
Conhecimento de
regras, limites,
raciocínio e
coordenação
motora.
2
Proporciona
melhorias na
percepção,
coordenação motora,
concentração e
estímulo cognitivo.
3
Traz diversão, alegria,
sociabilização e
desenvolvimento
cognitivo e motor.
3
74
PERGUNTA Nº 6 ―O brincar auxilia na formação cognitiva da criança. Você
considera que há uma área em que sua atuação ocorre de forma mais
enfatizada nessa formação‖?
O brincar complementa todas as Na área da autonomia e
ações, atuando melhor em
sociabilização.
áreas que variam de acordo
com os objetivos propostos.
6
Envolve todos os eixos
abrangendo aspectos motores,
sociais e de raciocínio.
2
2
PERGUNTA Nº 7 ―Caso tenha em sala uma criança que não se envolve nas
brincadeiras aplicadas na aula como agiria‖?
Iria me aproximar para que
tenha segurança e
buscaria envolve-la com o
grupo.
Usaria jogos e
brincadeiras
para tentar
aproximá-la dos
demais.
4
Deixaria a vontade
para posteriormente
interagir com quem
simpatizasse mais.
1
Por meio de conversas,
propondo inicialmente
brincar com ela e
posteriormente inserir
mais crianças nas
brincadeiras.
1
4
PERGUNTA Nº 8 ―Você considera que existem diferenças entre uma criança
de três a quatro anos que é estimulada a brincar e de uma que não brinca?
Qual diferença mais relevante‖?
A criança que brinca torna-se
independente e criativa e a que
não brinca é retraída, não sabe
se comunicar e exige muito
auxílio dos adultos.
4
A criança que brinca é
mais participativa, criativa
e comunicativa e a que
não brinca é triste e
introvertida.
5
A fala, coordenação e a
sociabilização é melhor em
quem brinca.
1
PERGUNTA Nº 9 ―Considerando que para crianças de três a quatro anos brinca
é fundamental, como agiria se começasse a trabalhar com uma sala de crianças
nessa faixa etária no contexto de uma escola na qual atividades em folhas são
totalmente priorizadas‖?
Tentaria
inserir
atividades
mais lúdicas
como
momentos
desafiadores.
2
Trabalharia
conforme a
metodologia da
escola, mas iria
inserir em minhas
aulas atividades
lúdicas.
4
Teria
dificuldades
com a
metodologia
da escola.
2
Recusaria o trabalho na
instituição.
1
Tentaria
tornar as
atividades
em folhas
mais
concretas
possíveis.
1
PERGUNTA Nº 10 ―O que você acha primordial no ato de brincar para
proporcionar prazer e ao mesmo tempo estimular a formação da criança‖?
75
Ter muita
brincadeira
na rotina,
dirigindo e
intervindo
sempre.
2
É primordial
respeitar
suas
limitações e
estimular seu
crescimento
e
desenvolvime
nto.
2
O
envolvimento
do docente no
desenvolver
das
brincadeiras.
1
É primordial seu
planejamento e a
criança não deve
ser obrigada a
realizar a
brincadeira, assim
a aprendizagem é
ocasionada
através do prazer
de brincar,
proporcionando
autonomia e
construção da
identidade,
conhecimento de
regras e uma
melhor interação
social.
3
Dar
liberdade à
criança para
escolher
suas
brincadeiras
.
1
Conhecer a
brincadeira e
saber o que
ela propicia.
1
Download

a importância do brincar na educação infantil para crianças de 3 a 4