Você acha importante que uma criança coma alimentos saudáveis e beba água de
qualidade? Acha importante que uma criança tenha acesso a boas escolas, a serviços de
saúde capazes de dar atenção e diagnósticos rápidos e precisos? Acha que uma criança
deve ser amada, protegida e ter direitos aos seus próprios sonhos e fantasias sem que
tenha que trabalhar no sol e na chuva para suprir carências familiares diversas?
Provavelmente você respondeu positivamente a todas essas questões; não é mesmo?
Mas, e brincar? Você acha que isso é mesmo importante para as crianças? Brincar é tão
importante para as crianças como comer ou ter direito a saúde e educação de qualidade. É
brincando que a criança se prepara para tornar-se um adulto apto a encarar “de frente” os
desafios que virão com a idade adulta e os obstáculos que a vida e as outras pessoas
erguerão para evitar a sua passagem.
É brincando que as crianças aprendem a respeitar o próximo, a não verem as
diferenças como impeditivos e a entenderem que somos uma só espécie e conceitos como
raça e cor da pele são inúteis e mentirosos. É através das brincadeiras que ocorre o
desenvolvimento infantil. Além disso, as brincadeiras são responsáveis por promoverem um
enorme incremento nas ligações neurais e proporcionarem ao cérebro queimar etapas em
seu desenvolvimento.
Melhoram a coordenação motora; aumentam a velocidade de raciocínio e facilitam a
formulação de ideias e conceitos abstratos; garantem uma melhor qualidade na interação
entre a criança e o mundo que a cerca; formam ligações sensoriais e sociais importantes
para um correto desenvolvimento da criança como um ser humano pleno e totalmente ciente
de seu papel na família, em seu grupo social e no mundo. Piaget utilizou-se de jogos para
investigar diferentes questões. Piaget mostra claramente em suas obras que os jogos não
são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças,
mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.
Este processo de desenvolvimento se dá a partir do qual a criança vai conhecendo o
mundo e agindo sobre ele. Nessa interação sujeito objeto, a criança vai assimilando
determinadas informações, segundo o seu estágio de desenvolvimento. Ainda na perspectiva
de Piaget, o educador coloca que o jogo pode ser estruturado de três formas: de exercício,
simbólico, construção e regra e, neste sentido as brincadeiras evoluem conforme a faixa
etária.
Em nosso sistema de ensino a brincadeira é privilegiada. Diferente do método
tradicional, em que o aluno recebe o conceito pronto e faz exercícios, em nosso Sistema,
desde a Educação Infantil o educando interage o tempo todo com o seu próprio
aprendizado. Ele é convidado a brincar, participar, trabalhando suas experiências, vivências
e conhecimentos já adquiridos. Ele pensa, responde e, aos poucos, um “novo” conceito é
adquirido.
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Circular A brincadeira e a construção do conhecimento