Um método para a determinação de variedades invariantes e aplicações Artur César Fassoni Depto de Matemática, UFV [email protected] Lucy Tiemi Takahashi Depto de Matemática, UFV [email protected] RESUMO A determinação das variedades estáveis e instáveis dos equilíbrios de um sistema autônomo de EDO´s é de suma importância para o estudo qualitativo do retrato de fase do mesmo. Uma tal variedade constitui, em certas ocasiões, a fronteira da bacia de atração de um equilíbrio assintoticamente estável [1] ou uma possível órbita heteroclínica ou homoclínica que o sistema possua [2]. De posse da descrição destas bacias e órbitas, pode-se tirar várias conclusões sobre a dinâmica do sistema e suas aplicações ao fenômeno que descreve [3]. Neste trabalho, propomos um método para a determinação das variedades estável e instável de pontos de equilíbrio hiperbólicos. O método consiste da junção de dois já existentes. O primeiro deles [4] trata da resolução, utilizando aproximações sucessivas, de uma equação integral cuja solução é uma parametrização local da variedade estável. Tendo esta expressão local, utiliza-se o método da trajetória reversa [5] para determinar globalmente a variedade estável daquele equilíbrio. Aplicamos o método a um modelo clássico de dinâmica populacional [6] que descreve duas espécies competindo por uma mesma fonte limitada de recursos. Sob competição forte, o sistema possui dois atratores, que correspondem cada um à extinção de uma das espécies, e também um ponto de sela e um repulsor. Obtivemos, utilizando o método, uma expressão local para a variedade estável do ponto de sela, que sabíamos ser a separatriz das bacias de atração de cada um dos atratores. Mostramos que esta expressão local vale globalmente, fornecendo assim uma expressão da separatriz das bacias em função dos parâmetros do sistema. Mostrou-se ainda que esta variedade estável é também uma órbita heteroclínica que liga o ponto repulsor ao ponto de sela. Finalmente, verificada a eficácia do método, foi feito um estudo das implicações biológicas da relação entre os parâmetros e a separatriz, examinando-se os limiares de condições iniciais que levam à extinção de uma ou de outra espécie. Referências [1] H.-D. Chiang, M. W. Hirsch, and F. F. Wu. Stability region of nonlinear autonomous dynamical systems. IEEE Trans. on Automatic Control, 33(1):16–27, January 1988. [2] J. Guckenheimer and P. Holmes. Nonlinear Oscillations, Dynamical Systems, and Bifurcations of Vector Fields. Springer, New York, 2002. [3] R. M. May. Stability and Complexity in Model Ecosystems. Princeton University Press, 1973. [4] L. Perko. Differential Equations and Dynamical Systems 3rd ed.Springer-Verlag, New York, 2001. [5] R. Genesio, M. Tartaglia, and A. Vicino. On the estimation of asymptotic stability regions: State of the art and new proposals. IEEE Trans. Automatic Control, 30:747-755, August 1985. [6] J. D. Murray. Mathematical Biology I: An Introduction. Springer, New York, 2002.