1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DORALI MEDEIROS DE OLIVEIRA PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UMA PERSPECTIVA ESTRATÉGICA, PARTICIPATIVA E DEMOCRÁTICA LUCAS DO RIO VERDE/MT 2009 2 DORALI MEDEIROS DE OLIVEIRA PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UMA PERSPECTIVA ESTRATÉGICA, PARTICIPATIVA E DEMOCRÁTICA Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Administração Escolar. Orientador: Antonio Fernando Vieira Ney LUCAS DO RIO VERDE/MT 2009 3 AGRADECIMENTO À minha família, por todo apoio, carinho e amor; ao meu orientador por ser um interlocutor paciente e generoso e a todos que de uma forma ou de outra contribuíram para o meu crescimento profissional. 4 DEDICATÓRIA Dedico essa pesquisa a minha família, meu orientador e aos meus amigos. 5 RESUMO O projeto político pedagógico da escola pode ser entendido como um processo de mudança e de definição de um rumo, que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão políticopedagógica pressupõe uma construção participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares e a própria comunidade onde a escola se insere, um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um importante caminho para a construção da identidade da instituição. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. Assim, o Projeto Político Pedagógico orienta o processo de mudança, direcionando o futuro pela explicitação de princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e dar significado às atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Além do mais, a sua dimensão político-pedagógica pressupõe uma construção coletiva e participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares. 6 METODOLOGIA A presente pesquisa delimita-se a um estudo de caso da função do Projeto Político Pedagógico na Escola Estadual Ângelo Nadin, município de Lucas do Rio Verde/MT. Será realizada, analisada e sintetizada através da distribuição de 50 questionários compostos de questões descritivas e objetivas, para a comunidade escolar em exercício neste ano letivo de 2009. Para a realização dessa pesquisa, embasar-nos-emos em Márcia Silva di Palma, a qual faz uma analise histórica do Projeto Político Pedagógico até os dias atuais, Vasconcelos e Veiga, ambos ressaltando conceitos, finalidades e elaboração de uma forma estratégica e participativa, bem como, a importância do mesmo para uma Instituição Escolar; e Saviani, Libâneo, Oliveira e Toschi, que dentre outros assuntos abordam a importância da gestão democrática dentro das instituições escolares, sendo elas fundamentais para a melhoria da qualidade na/da escola. Dentre outros autores que por não serem citados, salientamos que não são considerados menos importantes. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................... 8 CAPÍTULO I PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA ATÉ OS DIAS ATUAIS .................................................................................................. 10 1.1 - Análise do Conceito e da Finalidade do Projeto Político Pedagógico para as Instituições Escolares..............................................................................12 CAPÍTULO II PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO EM UMA PERSPECTIVA ESTRATÉGICA, PARTICIPATIVA E DEMOCRÁTICA................................................................................................20 CAPÍTULO III GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: INSTRUMENTO EM PROL DA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL...........................................................................25 CAPÍTULO IV CONTEXTO E REALIDADE EM QUE A ESCOLA ESTÁ INSERIDA......................................................................................................... 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................34 REFERÊNCIAS.................................................................................................36 8 INTRODUÇÃO Ao realizar essa pesquisa buscamos aprofundar nossos conhecimentos sobre o Projeto Político Pedagógico, acerca da sua relevância na Instituição Educacional, visto que, estas são identificadas como importantes na concretização das políticas educativas que contribuem na formação de um novo sujeito para atuar no mundo globalizado, deixando de ser apenas prolongamento da administração central, aparelhos ideológicos do estado e reprodutora de desigualdades sociais. No entanto, há necessidade de consolidar esta importante concretização, desenvolvendo e executando novos mecanismos que alterem as concepções existentes. Indagamo-nos assim sobre o papel social das Instituições Educacionais (escolas e universidades), que até duas décadas atrás era de formar o sujeito para a vida e hoje é para o mundo globalizado, nesse pensamento, questionamo-nos se o Projeto Político Pedagógico é um instrumento de práticas eficientes e eficazes nas ações educativas de uma instituição escolar? Consideramos que o Projeto Político Pedagógico seja um valioso instrumento para efetivar as transformações necessárias nas Instituições Educacionais, para tanto a necessidade de aprofundamento no conhecimento e de estudos sobre a (re) elaboração e concretização deste de forma estratégica e participativa para a efetivação de ações educacionais transformadoras. Portanto, é necessário resgatar sua origem histórica, seu conceito, sua finalidade e sua importância para uma Instituição educacional. No que diz respeito à elaboração do documento, é imprescindível a participação de toda comunidade escolar, bem como a efetivação do trabalho integrado no ambiente escolar, unindo dessa forma a teoria e a prática, que gradativamente vão possibilitando a ampliação e enriquecimento do conhecimento e maiores oportunidades de aprendizagem. Previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9394/96 como proposta pedagógica, nos artigos 12 e 13 ou como Projeto Pedagógico no Artigo 14, com a finalidade de garantir ao estabelecimento de 9 ensino a efetiva ação dos objetivos propostos e não somente como uma obrigação burocrática. Assim sendo, o processo de trabalho realizado deve ser interativo, implicando uma ação coletiva de profissionais da educação que visam alcançar resultados de natureza qualitativa, para tanto é necessário à colaboração da comunidade escolar como um todo. Sabe-se que para a realização dos objetivos propostos pela escola é necessário que a mesma tenha um PPP, que possa ser usado como “carro chefe” da instituição e que seja sempre atualizado, estando em constante processo de elaboração; para assim unir a teoria e a prática a fim de planejar ações que possam melhorar os encaminhamentos propostos no dia a dia. Buscamos também compreender o PPP na sua dimensão política e pedagógica, construindo conceitos e ampliando o conhecimento profissional, no sentido que todo projeto possui uma intencionalidade que está articulada com um projeto histórico social. Sua dimensão pedagógica reside na possibilidade concreta da escola, através das ações educativas, cumprir seus propósitos e sua intencionalidade com a participação de todos os sujeitos que estão envolvidos na instituição escolar. 10 CAPÍTULO I - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA ATÉ OS DIAS ATUAIS Em meados do século XX surgiu a necessidade de elaborar um documento que demonstrasse a evolução histórica e teórica dos direcionamentos do trabalho pedagógico nas instituições escolares. Resquícios sobre a elaboração de um documento que norteasse o trabalho pedagógico vinha sendo elaborado desde o início do século XX, que teve como patriarca Anísio Teixeira1 e os Pioneiros da Educação Nova. No entanto, a efetivação dos propósitos citados só se efetivou com a implementação da LDB 9394/96, a qual estabelece que: (...) Art. 12 Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I. Elaborar e executar sua proposta pedagógica; II. Administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III. Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidos; IV. Velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V. Prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI. Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII. Informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. (...) Esse Artigo define claramente a incumbência da escola de elaborar o seu projeto pedagógico. Além disso, explicita uma compreensão de escola para além da sala de aula, no sentido desta estar inserida em um contexto social e que procure atender às exigências não só dos alunos, mas de toda a sociedade. Ainda coloca, nos artigos 13 e 14, como tarefa de professores, supervisores e orientadores, a responsabilidade de participar da elaboração desse projeto. 1 * Anísio Teixeira (1900-1971), educador, escritor e advogado brasileiro, responsável pelo Movimento dos Pioneiros da Educação Nova no Brasil, que defendia a tese de que o trabalho educacional escolar deveria ter o foco no desenvolvimento das capacidades cognitivo superiores em vez de centrar-se em processos de memorização. Lutou pela instituição da escola publica, obrigatória, laica, universal e gratuita em todo o território nacional, contrariando os interesses das elites nacionais que almejavam manter o sistema escolar particular, confessional, pago e disponibilizado apenas para uma pequena parcela da população (GADOTTI, 1995). 11 A aprovação da lei previu que as instituições escolares projetassem processos educativos, baseando-se na persuasão e necessidades das famílias e da sociedade; além disso, o desenvolvimento desse documento deveria ser processual, ou seja, precisaria ser reformulado e atualizado anualmente, para que dessa forma, o documento demonstrasse efetivamente a evolução das ideias, conquistas, desafios e estratégias que cada unidade escolar havia assumido. Com a obrigatoriedade de que cada unidade escolar deveria elaborar e informar aos pais e responsáveis sobre a concepção e a execução da sua proposta pedagógica e que deveria articular-se com as famílias e a comunidade com o objetivo de criar processos de integração, criaramse as bases para a instituição de um novo modelo de gestão educacional fundamentados na transparência, na participação e na democracia (DI PALMA, 2008, p. 102). No entanto, o objetivo real do documento era de registrar as idéias e ações organizacionais, estas, serviriam para compreender os avanços que a instituição escolar obteve, bem como, para auxiliar na tomada de decisões, que deveriam ser pensadas com a participação da comunidade escolar e social. Ao abordar esse assunto, Marques salienta que: A participação ampla assegura a transparência das decisões, fortalece as pressões pra que sejam elas legitimas, garante o controle sobre os acordos estabelecidos e, sobretudo, contribui para que sejam contempladas questões que de outra forma não entrariam em cogitação (1990, p.21). Nesse aspecto, entendemos que a construção do Projeto Político Pedagógico na instituição escolar é de suma importância, no entanto, difícil de ser consolidado, pois, necessita da participação critica de todos os envolvidos no processo para sua construção. Dessa forma, essa é uma exigência legal que precisa ser transformada em realidade por todas as escolas do país. Entretanto, não se trata apenas de assegurar o cumprimento da legislação vigente, mas, sobretudo, de garantir um momento privilegiado de construção, organização, decisão e autonomia da escola. Por isso, é importante evitar que essa exigência se reduza a mais uma atividade burocrática e formal a ser cumprida. 12 Um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão democrática se caracteriza por sua elaboração coletiva e não se constitui em um agrupamento de projetos individuais, ou em um plano apenas construído dentro de normas técnicas para ser apresentado às autoridades superiores. 1.1 - ANÁLISE DO CONCEITO E DA FINALIDADE DO PROJETO POLíTICO PEDAGÓGICO PARA AS INSTITUIÇÕES ESCOLARES Iniciamos a reflexão sobre o Projeto Político Pedagógico afirmando que todo projeto pedagógico é necessariamente político. Ele possui uma intencionalidade, é ele que indica a direção e retrata a cara da escola, o projeto pedagógico da escola é por isso mesmo, sempre um processo que está em constante mudança, uma etapa em direção a uma finalidade que é alcançada gradativamente. Para entendermos melhor o significado do PPP em um ambiente escolar, apresentaremos o conceito da palavra Projeto, que tem sua origem do latim, que significa “lançar para diante”, dessa forma, planejamos o que temos a intenção de fazer, é uma ação intencional definida coletivamente, que busca um direcionamento. Mais do que isso afirma Gadotti: Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores (GADOTTI, 1994, p. 579). Nesse contexto, faço minhas as palavras de Veiga (1995, p. 13) o PPP “é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola”, ou pelo menos, deveria ser. A palavra político atenta para a questão do compromisso com a formação do cidadão para um determinado tipo de sociedade; ao falar sobre isso, Saviani (1983, p. 93) salienta que: “a dimensão político se cumpre na 13 medida em que ela se realiza enquanto pratica especificamente pedagógica”. Em uma perspectiva pedagógica, articula-se a real intencionalidade da instituição educacional, que tem como objetivo formar o cidadão critico, participativo, criativo e comprometido com a sociedade. Nessa perspectiva o projeto político pedagógico da escola pode ser entendido como um processo de mudança e de definição de um rumo, que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão político-pedagógica pressupõe uma construção participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares e a própria comunidade onde a escola se insere. Assim sendo, afirmamos que não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também político. O projeto pedagógico da escola é por isso mesmo, sempre um processo que está em constante processo de construção, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola. Segundo Severino (1998), para que se possa falar de um projeto impregnado por uma intencionalidade significadora, impõe-se que todas as partes envolvidas na prática educativa de uma escola estejam profundamente integradas na constituição e que haja uma vivência dessa intencionalidade, para tanto, impõe-se que toda a comunidade escolar seja efetivamente envolvida na construção e explicitação dessa mesma intencionalidade. O Projeto é justamente um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica, científica. E, o que é essencial, participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita re-significar a ação de todos os agentes da escola. (VASCONCELOS, 1995, 143). Portanto, ele possui uma intencionalidade, é ele que indica a direção e retrata a cara da escola, o projeto pedagógico da escola é por isso mesmo, sempre um processo que está em constante mudança, uma etapa em direção a uma finalidade que é alcançada gradativamente. 14 Para construirmos conceitos, adquirirmos conhecimentos e fazermos uma análise sobre o Projeto Político Pedagógico na sua dimensão política e pedagógica, ressaltamos que todo projeto possui uma intencionalidade que está articulada com um projeto histórico social. Sua dimensão pedagógica reside na possibilidade concreta da escola, através das ações educativas, cumprir seus propósitos e sua intencionalidade com a participação de todos os sujeitos que estão envolvidos na instituição escolar. Para tanto, buscamos respaldo nas palavras de Vasconcellos, o qual afirma que: O Projeto Político Pedagógico é o plano global da instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definida, de um processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar a partir de um posicionamento quanto a sua intencionalidade e de uma leitura da realidade. Trata-se de um importante caminho para a construção da identidade da instituição. É um instrumento teórico-metodológico para a transformação da realidade (VASCONCELLOS, 2008, p. 17-18). Nessa perspectiva, o projeto político pedagógico é considerado o eixo norteador para as ações educativas, levando em consideração que é nele que as finalidades da instituição educacional são traçadas. Para tanto, seu objetivo primordial é descentralizar e democratizar a tomada de decisões pedagógicas, jurídicas e organizacionais na escola, buscando maior participação dos agentes educacionais. Um Projeto Político-Pedagógico tem a função de ajudar na conquista e consolidação da autonomia da escola; nesse enfoque, necessita ser organizado e subsidiado por teorias e concepções de conhecimentos, promovendo o desenvolvimento integral dos indivíduos, atualizando-se e transformando-se de acordo com os avanços e as mudanças da comunidade escolar. O interessante, neste contexto, é que a escola tem autonomia para decidir que caminho seguir, que identidade deseja ter, que concepções teóricopráticas deseja desenvolver. Mas para que todo esse processo resulte em uma prática pedagógica construtiva, reflexiva, democrática, participativa, crítica que questione e 15 transformadora da realidade atual, é necessário que antes o professor tenha conhecimento sobre o que é um projeto político-pedagógico. O Projeto Político Pedagógico deve estar em constante estado de avaliação, em todas as suas etapas e durante todo seu processo, com a finalidade de garantir o dinamismo na escolarização em todas as suas dimensões. Tomando como base o projeto político-pedagógico, podemos compreender todo o funcionamento, a estrutura organizacional, a metodologia e os aspectos teórico-práticos presentes na práxis pedagógica, enfim, tudo o que pode e deve ser esclarecedor e transparente para o bom entendimento quanto à estrutura e o funcionamento da escola, tanto por parte da comunidade e especialmente pelos professores. Veiga (1995, p. 33) coloca que: “É preciso entender o projeto políticopedagógico da escola como uma reflexão de seu cotidiano. Para tanto, ela precisa de um tempo razoável de reflexão e ação, para se ter um mínimo necessário à consolidação de sua proposta”. Para que isso ocorra, é necessário que o planejamento de todas as suas ações sejam de forma coletiva e democrática, dando a todos que estão direta ou indiretamente ligados a escola, oportunidade de participarem da elaboração de um projeto que irá afetar de forma positiva ou não os destinos de todos que por ele serão influenciados. Citamos ainda Vasconcellos, que dá grande ênfase ao planejamento das ações educacionais, afirmando que “cabe ao planejamento a oportunidade de repensar todo o fazer escolar, como um caminho de formação dos educadores e dos educandos, bem como de humanização, de desalienação e de libertação.” (1995, p. 92). Nesse sentido: O projeto político pedagógico, ao nosso ver, passa a ser o único instrumento democrático para que a comunidade escolar possa se organizar e construir dentro de seu espaço, a sua autonomia, que será o impulsionador da descentralização de suas ações e o fortalecimento de atitudes democráticas e comunicativas (CARVALHO e DIOGO, apud, VEIGA e RESENDE, 1998, p. 113). 16 Dessa forma, o projeto político-pedagógico é a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um importante caminho para a construção da identidade da instituição. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. Deve ficar explícito e evidente, ao se determinar a proposta políticopedagógica da escola, quais as concepções de ser humano, sociedade e educação que a mesma assume, que teoria educacional irá guiar o processo ensino-aprendizagem e como se manifestará a prática pedagógica cotidiana. A construção do projeto político pedagógico exige bastante dos seus participantes, e é necessária a articulação dos diferentes segmentos que compõem a comunidade escolar. Na conciliação entre os diversos interesses existentes no âmbito escolar encontramos o gestor que age enquanto mediador no processo de interlocução entre os diferentes segmentos que compõem a escola. Dessa forma, as decisões são tomadas coletivamente assim a Proposta pedagógica da escola será definida a partir do debate e do confronto das posições e interesses dos alunos dos pais da comunidade e da equipe escolar. Na elaboração coletiva desse documento deve-se considerar: a experiência acumulada pelos profissionais que atuam na escola, a cultura da comunidade as Diretrizes Curriculares Nacionais bem como as Normas e Diretrizes Educacionais do Sistema de Ensino, esses aspectos devem manter uma estreita relação com o projeto de homem e de sociedade que se quer construir. Na verdade, o projeto político-pedagógico é a expressão da cultura da escola com sua (re) criação e desenvolvimento, pois expressa a cultura da escola, impregnada de crenças, valores, significados, modos de pensar e agir das pessoas que participaram da sua elaboração. Assim, o projeto orienta a prática de produzir uma realidade. Para isso, é preciso primeiro conhecer essa realidade. Em seguida reflete-se sobre ela, para só depois planejar as ações para a construção da realidade desejada. É imprescindível que, nessas ações, estejam contempladas as metodologias mais adequadas para atender às 17 necessidades sociais e individuais dos educandos. Em síntese, suas finalidades são: • Estabelecer diretrizes básicas de organização e funcionamento da escola, integradas às normas comuns do sistema nacional e do sistema ou rede ao qual ela pertence. • Reconhecer e expressar a identidade da escola de acordo com sua realidade, características próprias e necessidades locais. • Definir coletivamente objetivos e metas comuns à escola como um todo. • Possibilitar ao coletivo escolar a tomada de consciência dos principais problemas da escola e das possibilidades de solução, definindo as responsabilidades coletivas e pessoais. • Estimular o sentido de responsabilidade e de comprometimento da escola na direção do seu próprio crescimento. • Definir o conteúdo do trabalho escolar, tendo em vista as Diretrizes Curriculares Nacionais para ensino, os Parâmetros Curriculares Nacionais, os princípios orientadores da Secretaria de Educação, a realidade da escola e as características do cidadão que se quer formar. • Dar unidade ao processo de ensino, integrando as ações desenvolvidas seja na sala de aula ou na escola como um todo, seja em suas relações com a comunidade. • Estabelecer princípios orientadores do trabalho do coletivo da escola. • Criar parâmetros de acompanhamento e de avaliação do trabalho escolar. 18 • Definir, de forma racional, os recursos necessários ao desenvolvimento da proposta. A partir dessas finalidades, é preciso destacar que o projeto políticopedagógico extrapola a dimensão pedagógica, englobando também a gestão financeira e administrativa, ou seja, os recursos necessários à sua implementação e as formas de gerenciamento. Em suma: construir o projeto político-pedagógico significa enfrentar o desafio da transformação global da escola, tanto na dimensão pedagógica, administrativa, como na sua dimensão política. O projeto político-pedagógico é um compromisso político que envolve uma comunidade de escolar num projeto explicito e de longo prazo. Encarnam um compromisso com a liberdade, na escola, nas relações entre pais, alunos, professores; encarna o compromisso com o debate e o pluralismo, estabelecendo formas de autogoverno da escola como prática da liberdade. O projeto que parte de uma investigação, pressupõe que as pessoas envolvidas com o processo escolar tenham um senso de diálogo e de investigação comum. Só na medida em que pais, alunos e professores têm a experiência de dialogar como iguais, de participar da construção do projeto político pedagógico, é que a escola será capaz de, eventualmente, desempenhar um papel ativo na formação da comunidade. O projeto apenas dá forma a um conjunto de entendimentos e experiências compartilhadas, práticas diárias que envolvem também senso de afinidade aos fins da educação e as experiências compartilhadas nas diversas situações de ensino. O projeto nada mais é do que um projeto par a ação em comum na esfera pública. Portanto, além de pensar nos objetivos, os sujeitos envolvidos na construção de um projeto político-pedagógico devem pensar também na forma como estabelecem suas relações políticas no momento da sua elaboração. Em uma escola, os participantes estão em uma relação contingente, estreitamente ligadas aos interesses do grupo e diversas atividades profissionais desenvolvidas na escola, sempre em revisão. Além disso, os profissionais de ensino devem estar atentos ao fato de nem sempre alunos e 19 pais estão abertos à complexidade e ambigüidade das necessidades que o documento evoca, já que as vezes suas crenças guiam a sua ação. 20 CAPÍTULO II - PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO EM UMA PERSPECTIVA ESTRATÉGICA, PARTICIPATIVA E DEMOCRÁTICA A gestão democrática da escola necessita desenvolver mecanismos para propiciar a participação de todos os segmentos escolares nas decisões que precisam ser tomadas. Pois bem, o fim último da escola é a construção da cidadania que, nesse espaço social específico, tem na construção de conhecimentos um instrumento importante para atingir sua finalidade maior. Assim, a construção de conhecimentos, valores e posturas perante a vida e a sociedade são as contribuições mais importantes que o sistema educacional, de forma mais ampla, e a escola, de maneira específica, podem oferecer ao indivíduo e à sociedade. Para tanto, os sistemas educacionais e a escola precisam se organizar e elaborar um planejamento que auxilie seu trabalho. Uma forma de organização e de planejamento da educação escolar dos sistemas educacionais se concretiza nos Planos Educacionais do Estado e do Município. No âmbito da escola, é o Projeto Político-pedagógico (PPP) que viabiliza e concretiza ações educacionais, isto é, ele é a forma de planejamento pedagógico, político e administrativo, que estabelece os objetivos da escola e os mecanismos e estratégias mais adequados para alcançar esses objetivos. O PPP, portanto, é o eixo da gestão democrática da escola, torna-se privilegiado de participação, espaço de conquista da autonomia da escola e dos sujeitos sociais e instrumento de transparência, sendo o espaço preferencial para a participação de todos na construção da escola transparente, plural, democrática, autônoma e de qualidade social que se deseja construir na educação básica. É imprescindível a elaboração do Projeto Político Pedagógico em âmbito coletivo, ou seja, com a participação de todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem, juntamente com a comunidade escolar. Porém, algumas instituições escolares, somente elaboram o documento para cumprir exigências burocráticas, ou seja, simplesmente acrescentam projetos e mais projetos, com a finalidade de ter quantidade e não qualidade, infelizes destes, pois, na 21 realidade, isso não contribui em nada para o melhoramento da qualidade de ensino, aliás, acaba deixando ainda mais precária. Assim sendo: O Projeto Político Pedagógico é proposto com o objetivo de descentralizar e democratizar a tomada de decisões pedagógicas, jurídicas e organizacionais da escola, buscando maior participação dos agentes escolares (LIBÂNEO, OLIVEIRA E TOSCHI, 2007, p. 178). O projeto político pedagógico da escola pode ser entendido como um processo de mudança e de definição de um rumo, que estabelece princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e significar as atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Sua dimensão políticopedagógica pressupõe uma construção participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares e a própria comunidade onde a escola se insere. Ao desenvolvê-lo, através de um planejamento participativo, as pessoas ressignificam suas experiências, refletem suas práticas, resgatam, reafirmam e atualizam valores, explicitam seus sonhos e utopias, demonstram seus saberes, suas visões de mundo, de educação e conhecimento, dão sentido aos seus projetos individuais e coletivos, reafirmam suas identidades, estabelecem novas relações de convivência e indicam um horizonte de novos caminhos, possibilidades e propostas de ação. Este movimento visa promover a transformação necessária e desejada pelo coletivo escolar e comunitário e a assunção de uma intencionalidade política na organização do trabalho pedagógico escolar. Na medida em que tratamos o planejamento participativo como um instrumento teórico-prático capaz de facilitar a convergência entre o refletir e o agir de indivíduos e grupos sobre um objeto, somos levados a identificar seus integrantes como sujeitos em construção. Sujeitos que se reúnem numa pratica intencionada, na qual tem a oportunidade de combinar a experiência com a reflexão. Essa pratica, em todo seu curso, vai sendo conscientemente organizada de modo a ser democrática; de modo a convidar à participação. Por sua vez, há a pretensão de que seja formadora de sujeitos imbuídos do propósito de democratização (VEIGA, 1995, p. 136-137). Nesse contexto, a construção do projeto político-pedagógico deve ser pensado numa perspectiva coletiva e participativa, que se constitui num processo de vivência democrática à medida que todos os segmentos que compõem a comunidade escolar e acadêmica dele devam participar, 22 comprometidos com a integralidade do seu planejamento, de modo que todos assumam o compromisso com a totalidade do trabalho educativo. Desse modo, as decisões centralizadas no diretor cedem lugar a um processo de resgate da efetiva função social da escola, através de um trabalho de construção coletiva entre todos os envolvidos na escola e na comunidade escolar; desta forma também torna-se possível, mudar a prática do professor que muitas vezes chega em sala de aula sem saber qual é o objetivo daquilo que esta ensinando. Cabe aqui uma frase dita por Libâneo, Oliveira e Toschi (2007, p.83), “o trabalho participativo não apenas descentraliza as decisões, mas também sacode o mofo da rotina e recria o sonho das pessoas a cada dia”. De acordo com Gadotti, a autonomia e a gestão democrática da escola faz parte do ato pedagógico; A gestão democrática da escola é, portanto, uma exigência de seu projeto político-pedagógico, ela exige, em primeiro instancia, uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar, mudanças essas, que implicam, em deixar de lado o velho preconceito de que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do Estado e não uma conquista da comunidade. A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da escola, sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou meros receptores dos serviços educacionais. Acreditamos que a democracia na escola só será real e efetiva se puder contar com a participação da comunidade, no sentido de fazer parte, inserir-se, participar discutindo, refletindo e interferindo como sujeito, nesse espaço. É preciso fazer com que a gestão democrática se realize concretamente na prática do cotidiano escolar, pois, “só participa efetivamente quem efetivamente exerce a democracia”. (Antunes, 2002, p. 98). Nesse contexto, a democracia não se constrói apenas com discurso, mas necessita de ações e de práticas que possam corporificá-la, e isso costuma levar tempo para aprender, mas, sem dúvida, só se aprende a fazer, fazendo, experimentando, errando e acertando. Então, é preciso criar espaços 23 para a participação de todos na escola, para se aprender a exercitar a democracia. Muitas vezes a teoria não passa do papel e a prática, usando uma linguagem informal “é empurrada com a barriga”. Enfim, para que realmente haja mudanças significativas e positivas a teoria e a prática, devem estar sempre juntas, entrelaçadas e unidas, obviamente contando com o interesse e o trabalho de todos os sujeitos que fazem parte dessa história. Percebemos também que na atual conjuntura social, a escola que norteia suas ações sob a ótica de uma Gestão Democrática, e que, por consequência, está respaldada num Projeto Pedagógico, surge como um processo de ensino-aprendizagem e que, por sua vez, romperá gradativamente com as distorções que a sociedade impõe quando restringe à classe elitista o acesso aos suportes didáticos-tecnológicos a uma pequena parcela da população, visto que são concebidos como instrumentos facilitadores na aquisição do saber. Um ponto crucial atribuído ao projeto político pedagógico pelos órgãos centrais das redes de ensino é a concepção de gestão da escola que acompanha os processos de implantação e implementação dos mesmos, ou seja, para que o projeto político pedagógico se constitua num instrumento de democratização da escola é necessário que se supere o modelo burocrático dominante e se implante uma gestão democrática que realize a autonomia da escola, que estimule e facilite a participação da comunidade nos processos de tomada de decisão, única alternativa para a construção coletiva do projeto político pedagógico na escola. No entanto, como se constata, as políticas governamentais na prática não alteraram as disposições legais e as condições concretas nas quais se desenvolvem a administração dos sistemas e unidades públicas de ensino, assim, o que se produz é uma situação contraditória, isto é, propõe-se uma tarefa para cuja realização a escola não está preparada e, na maioria dos casos, se utiliza um processo onde apenas a minoria da escola sentem que são responsáveis pela elaboração, implantação e implementação do projeto político pedagógico, enquanto os demais segmentos existentes da 24 escola(funcionários,alunos,pais,comunidade)não sentem que tal é pertence de sua atuação,esta visão comungada até certo ponto por todos é restritivo, senão impeditivo da participação de toda comunidade na elaboração do projeto político pedagógico e da sua apropriação como instrumento de democratização na escola. Em suma, constata-se que a escola precisa redimensionar sua prática, portanto, é imperativo pautar sua atuação numa Gestão descentralizadora, na qual as ações coletivas estejam contempladas num Projeto Pedagógico, contudo, não se deve perder de vista que o mesmo é um objeto de estudo permanente e flexível. Como diz Gadotti (1998, p. 16) "(...) não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo (...). O projeto pedagógico da escola é, assim, sempre um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola". Nesse processo, a escola atua como um espaço de construção coletiva no qual o poder de decisão é compartilhado, objetivando difundir no contexto escolar a nova postura pertinente a um ensino de qualidade que dará, por conseguinte, as ferramentas necessárias ao educando para atuar em pé de igualdade no mercado competitivo que temos na atualidade, pois, Gestão Democrática só se faz com interação e ação coletiva. 25 CAPÍTULO III - GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA: INSTRUMENTO EM PROL DA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL A escola é vista como uma instituição social educativa, esta vem sendo questionada a cerca de seu papel ante as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais do mundo contemporâneo. Diante dessas transformações, observamos que o setor educacional perpassou por inúmeras evoluções, que de certa forma contribuíram para os avanços no processo de gestão democrática na construção de uma sociedade mais justa, que se reflete impreterivelmente nas instituições escolares, pois, é um espaço do exercício permanente e coletivo da cidadania, desta forma, concordamos que: A centralidade da educação em uma sociedade democrática é indiscutível. Uma sociedade democrática é uma imensa instituição de educação e de auto-educação permanente de seus cidadãos, e que ela não poderia viver sem isso. Porque uma sociedade democrática, tal como a sociedade reflexiva, deve apelar constantemente para a atividade lúcida e a opinião esclarecida de todos os cidadãos (CASTORIADIS, 2002, p. 84). Nesse contexto, reiteramos que o problema primordial que se refere à democracia, é compreender a educação, a escola, a sociedade como processos que constroem uma ação critica, levando os cidadãos a tomarem consciência da sua importância perante a sociedade em que estão inseridos. Pensando em democracia, uma das palavras primordiais que fazem parte desse contexto é a emancipação, que na perspectiva de Adorno (1995), não se refere apenas ao indivíduo como entidade isolada, mas fundamentalmente como um ser social. Ela é pressuposto da democracia e se funda na formação da vontade particular de cada um. A emancipação é a formação para a autonomia, mas ela só pode ter bons resultados se for um processo coletivo, já que na sociedade em que vivemos a mudança individual não provoca necessariamente a mudança social, no entanto, esta é precondição daquela. A educação deve contribuir, portanto, para o processo de 26 formação e emancipação, possibilitando condições para que os indivíduos, socialmente, conquistem a autonomia. Diante dessa questão, levantamos questionamentos que o próprio Adorno (1995) questiona, como seria possível, então, esta “educação para a emancipação”? Como os educadores, indivíduos com consciência coisificada, como quaisquer outros, poderiam reverter à lógica das relações sociais na escola, o peso da burocracia escolar, da competição, das relações mercantis? Os educandos estão submetidos ao mundo globalizado, que cada vez mais utiliza a mídia para manipular o consumo, dessa forma a escassez dos valores, reproduz a consciência de ter sempre o melhor, isso acaba tornando-se mais um obstáculo externo para uma educação emancipadora. A emancipação está associada a uma filosofia política construída a partir dos conceitos de Civilização, Autonomia e Autovalorização. O primeiro deriva de “civilis” expressando o processo social de criação cumulativa no domínio material e intelectual. É um conjunto de valores historicamente ampliado dentre os quais se destacam: a universalização de procedimentos construídos sem imposições ou nivelamentos tirânicos; o alargamento substancial da política através da participação consciente e responsável; a realização individual sem conotações auto-suficientes; e o respeito fraterno ao outro, à sua liberdade e diferença (Cattani, 1991, pp.17 a 21). Autonomia remete à idéia de liberdade e autodeterminação, a capacidade de tomar decisões conscientes e responsáveis sem dependências, imposições e avassalamento de espécie alguma. Por fim, auto-valorização, como sinônimo de qualificação e aperfeiçoamento contínuo com vistas à competência moral. Diante dessa discussão, não podemos deixar de abordar sobre o Projeto Político Pedagógico, acerca da sua relevância na Instituição Educacional, visto que, estas são identificadas como importantes na concretização das políticas educativas que contribuem na formação de um novo sujeito para atuar no mundo globalizado, deixando de ser apenas prolongamento da administração central, aparelhos ideológicos do estado e reprodutora de desigualdades sociais. Nesse contexto Severino (1998, p.107), afirma que: “A educação só pode-se realizar através de mediações práticas que se desenvolvem a partir de 27 um projeto educacional, vinculado, por sua vez, a um projeto histórico e social e que a instituição escolar é o lugar por excelência desse projeto” No entanto, há necessidade de consolidar esta importante concretização, desenvolvendo e executando novos mecanismos que alterem as concepções existentes. Indagamo-nos assim sobre o papel social das Instituições Educacionais (escolas e universidades), que até duas décadas atrás era de formar o sujeito para a vida e hoje é para o mundo globalizado, nesse pensamento, questionamo-nos se o Projeto Político Pedagógico é um instrumento de práticas eficientes e eficazes nas ações educativas de uma instituição escolar? Consideramos que o Projeto Político Pedagógico seja um valioso instrumento para efetivar as transformações necessárias nas Instituições Educacionais, para tanto a necessidade de aprofundamento no conhecimento e de estudos sobre a (re) elaboração e concretização deste de forma estratégica e participativa para a efetivação de ações educacionais transformadoras. Portanto, é necessário resgatar sua origem histórica, seu conceito, sua finalidade e sua importância para uma Instituição educacional, dessa forma possibilita a ampliação e enriquecimento do conhecimento e maiores oportunidades de aprendizagem. Assim sendo, o processo de trabalho realizado deve ser interativo, implicando uma ação coletiva de profissionais da educação que visam alcançar resultados de natureza qualitativa, para tanto é necessário à colaboração da comunidade escolar como um todo. O projeto pedagógico, tal como explicita Ilma Veiga (1995), é ao mesmo tempo político, no sentido do compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade, e também pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas para cumprirem seu propósito, sua intencionalidade (unicidade teoria e prática, construção do currículo, qualidade do ensino), dessa forma, pressupõe uma construção emancipadora de um modelo de gestão democrática envolvendo diferentes instâncias que atuam no campo da educação (escola-comunidade e demais 28 forças sociais), visando à emancipação voltada para a construção do sucesso escolar e a inclusão como princípio e compromisso social. Após a divulgação das idéias da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtiem, 1990, explicita-se a necessidade de um projeto político pedagógico para nortear a educaçãode qualidade, da qual o País muito carecia / carece. Toda mudança que visa transformar para melhor, exige planejamento e ousadia, a escola, como um organismo vivo, é um projeto, com este, é uma escola instituinte, em transformação e em construção permanente, vislumbrando sempre aprimoramento e desenvolvimento. Assim, o Projeto Político Pedagógico orienta o processo de mudança, direcionando o futuro pela explicitação de princípios, diretrizes e propostas de ação para melhor organizar, sistematizar e dar significado às atividades desenvolvidas pela escola como um todo. Além do mais, a sua dimensão político-pedagógica pressupõe uma construção coletiva e participativa que envolve ativamente os diversos segmentos escolares. Com isso, a gestão escolar dará maior consistência e qualidade ao Projeto Político- Pedagógico se for, de fato, uma gestão democrática e autônoma; e a escola atual precisa conquistar e ampliar cada vez mais o seu nível de autonomia. A autonomia administrativa garante à escola a liberdade para elaborar e gerir os seus próprios planos, programas e projetos, considerando a sua realidade, o momento histórico e, principalmente, as suas necessidades. Devemos lembrar que a gestão democrática não se resume em eleições ou escolha democrática do diretor escolar. É preciso muito mais do que isso. Nesse sentido, dentro da escola podemos criar conselhos ou grupos que ajudem na efetivação da democracia na escola. Tais instâncias colegiadas devem fazer parte do Projeto Político-Pedagógico da escola, conhecer e construir a concepção educacional que orienta a prática pedagógica. Mas como se constrói uma escola verdadeiramente democrática e autônoma? Sabemos que numa escola democrática, torna-se pertinente “criar órgãos de gestão que garantam, por um lado, a representatividade e, por outro, a continuidade e conseqüentemente a legitimidade” (Veiga, 1998, p. 115). 29 Realizado o processo de conscientização, a comunidade-escola, autônoma, com projeto de sua autoria, representando seus desejos e aspirações, estará preparada para superar toda forma de indiferença, individualismo e superficialidade, e alcançar um patamar mais elevado: a sociabilidade, nesta, as pessoas se tocam, se olham, interagem, trocam, crescem em comunhão e, juntas, se comprometem com uma causa que representa o bem comum. A escola existe para servir a comunidade onde se situa, ela precisa ser um fórum aberto de participação, onde a democracia se efetiva, e, esta, somente se concretizará, de fato, quando a comunidade tomar as rédeas e decidir ousada e corajosamente os rumos da sua história. Portanto, é indispensável que a escola chegue à família e a conduza para dentro da escola, forme uma comunidade ou um grupo para discutirem problemas de interesse comum. O modelo de educação dentro de uma perspectiva democrática, antidiscriminatória, pela qual se vivencia uma gestão participativa, comprometida com a construção de uma escola pública popular de qualidade, busca formar alunos livres e conscientes que consigam fazer uma aproximação crítica entre a escola e a vida. Assim, a cidadania será construída a partir do exercício efetivo de práticas democráticas e participativas na escola, comprometidas com a emancipação e a autonomia dos sujeitos ativos, atores de sua própria história. 30 CAPÍTULO IV - CONTEXTO E REALIDADE EM QUE A ESCOLA ESTÁ INSERIDA Para construir conceitos, adquirir conhecimentos e fazer uma análise sobre o Projeto Político Pedagógico na sua dimensão teórica e prática, foi necessário fazer um trabalho de campo, que foi realizado na Escola Estadual “Angelo Nadin”, com sede no Município de Lucas do Rio Verde, situada à Rua Amor Perfeito, nº 1590, telefone (65) 3549-2269, Bairro Bandeirantes II, e-mail [email protected], mantida pelo Governo do Estado de Mato Grosso, SEDUC Secretaria de Estado de Educação, sob acompanhamento da Assessoria Pedagógica de Lucas do Rio Verde - Mato Grosso. A instituição citada anteriormente foi criada no dia 17 de setembro de 1990, pelo Decreto Nº 2876/90, com a denominação de Escola Estadual de 1º Grau “Angelo Nadin”, sediada no município de Lucas do Rio Verde, foi Autorizada pela Resolução 273/92, D.O.10/12/92, para ministrar o ensino Fundamental - I a VIII. O Reconhecimento deste Estabelecimento de Ensino foi publicado em D.O. de 10 de abril de 2003, página 09, Portaria 029/03- CEE/MT. No ano letivo de 2006 teve inicio a modalidade Ensino Médio e a Autorização de funcionamento foi publicada no D.O de 23 de abril de 2007, pela Resolução nº 171/2007 - CEE/MT. A preocupação do grupo da comunidade escolar dá-se em relação ao aumento do aproveitamento da aprendizagem em todas as fases/séries. Tendo como foco o aluno, a escola preocupa-se em criar estratégias educativas de forma a atender a realidade de sua clientela e para isso necessita organizar seu trabalho pedagógico, Integrado a uma gestão democrática, permitindo a tomada de decisões colegiadas entre equipe pedagógica, equipe administrativa e comunidade escolar, isso é o que diz o Projeto Político Pedagógico da instituição escolar analisada. Uma escola que visa à educação de qualidade necessita de um planejamento, este consiste em ações e procedimentos para tomada de decisões a respeito de objetivos e de atividades a ser realizadas em razão desses objetivos. Libâneo, Oliveira e Toschi ao falar sobre planejamento afirmam que: 31 É um processo de conhecimento e análise da realidade escolar em suas condições concretas, tendo em vista a elaboração de um plano ou projeto para a instituição. O planejamento do trabalho possibilita uma previsão de tudo o que se fará com relação aos vários aspectos da organização escolar e prioriza as atividades que necessitam de maior atenção no ano a que ele se refere. Assim, podem ser distribuídas as responsabilidades a cada setor da escola e aos membros da equipe (LIBÂNEO, OLIVEIRA E TOSCHI, 2007, p. 345). Nessa perspectiva, entender o significado da escola e suas relações no sistema educacional, bem como com a sociedade, tornou-se uma exigência imprescindível para garantir um planejamento realmente participativo, assim, a realidade de cada escola deve ser pensada e planejada conforme suas características especificas; dessa forma, o ato de planejar, torna-se o momento de decidir sobre a construção de um futuro, ultrapassando a dimensão técnica, integrando-a numa dimensão político social. No entanto, ao analisar o questionário respondido pelos professores e funcionários, observamos que a instituição escolar aqui mencionada, deixa a desejar no sentido de (re) elaborar o documento coletivamente, ficando na responsabilidade de poucos que somente atualizam dados para cumprir exigências burocráticas, além disso, “essa atualização” é feita somente quando necessário. Ao deparar com essa situação, cabe nos questionarmos se todos os profissionais da educação estão realmente cumprindo com o seu papel perante a sociedade; A instituição escolar não tem data definida de quanto em quanto tempo o PPP é reorganizado e isso é muito importante, pois, os profissionais dessa forma interagem com o objeto de estudo, tendo a possibilidade de ampliar e enriquecer o conhecimento. Notamos também que muitos projetos estão inseridos no documento, no entanto, conversando com alguns educadores da própria escola, percebe-se certo descontentamento com isso, pois, segundo eles, são muitos os projetos para realizar em pouco tempo, tornando-se assim, um trabalho quantitativo, o qual deveria ser qualitativo, aliás, como diz no documento da própria escola “a escola tem a função de assegurar um ensino de qualidade, garantindo o acesso e a permanência dos alunos, formando cidadãos capazes de agir na transformação da sociedade”, será que nessa instituição escolar, isto está realmente acontecendo? É passível de questionamento sim. Segundo Antonio Joaquim Severino: 32 ...a educação só pode-se realizar através de mediações práticas que se desenvolvem a partir de um projeto educacional, vinculado, por sua vez, a um projeto histórico e social e que a instituição escolar é o lugar por excelência desse projeto... (1998, p. 107). Nesse contexto ousamos afirmar que a gestão da escola requer planejamento, o qual abrange todo o conjunto das atividades escolares; o mesmo deve ser pensado, discutido e formulado coletivamente, também como forma de construção da autonomia da escola, refletindo as intenções, os objetivos, as metas, tendo em vista um processo de escolarização que atenda a todos os sujeitos envolvidos no processo, além disso, deve estar em constante estado de (re)elaboração. No que diz respeito ao questionário aplicado aos pais e aos alunos, a informação que os mesmos tem a respeito do Projeto são insuficientes, nem ao menos sabem o que é um projeto, para que serve, qual sua função, seus objetivos, cabe-nos questionar, se esta falta de informação é responsabilidade dos próprios entrevistados ou da instituição escolar que deixa a desejar nesse setor. As respostas dos entrevistados ainda aponta, certa insatisfação dos pais em participar da (re) elaboração do Projeto Político Pedagógico. Sabemos que as instituições escolares enfrentam inúmeros problemas que se manifestam normalmente nas suas práticas, bem como nas criticas que se relacionam com o planejamento na/da realidade que a cerca, e para tentar mudar tais problemas, é imprescindível rever questões que interferem nesse processo, tais como, contexto, recursos, processos e resultados, relacionandoos com sua eficiência, eficácia, rendimento e pertinência, oportunizando dessa forma o envolvimento docente, realçando os desafios para a escola futuramente, assim desenvolvendo a aprendizagem de acordo com a realidade, podendo esta ser aprendida e recordada. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante o assunto apresentado, analisamos que houve a necessidade de implementar o Projeto Político Pedagógico em meados do século XX, para demonstrar a evolução histórica e teórica dos direcionamentos do trabalho pedagógico nas instituições escolares. Estas são identificadas como importantes na concretização das políticas educativas que contribuem na formação de um novo sujeito para atuar no mundo globalizado, deixando de ser apenas prolongamento da administração central, aparelhos ideológicos do estado e reprodutora de desigualdades sociais. O primeiro passo para que isso possa se tornar possível é a elaboração do Projeto Político Pedagógico, contando com a participação de todos os envolvidos na unidade escolar, bem como interesses dos mesmos por essa questão. Em seguida é necessário que o documento elaborado coletivamente seja de fato relacionado com o ambiente em que está inserido, ou seja, de acordo com a realidade da escola e que seja usado para melhorar a qualidade de ensino e não apenas para cumprir exigências burocráticas. Este movimento visa promover a transformação necessária e desejada pelo coletivo escolar e comunitário e a assunção de uma intencionalidade política na organização do trabalho pedagógico escolar. Salientamos ainda que a construção do projeto político pedagógico necessita de redirecionamentos, continuidade dos objetivos traçados e imprescindível a democratização das ações pautadas em um modelo participativo, propondo a importância e a necessidade de se ter um projeto político pedagógico em uma instituição escolar, de forma estratégica, democrática e participativa. Dessa forma, as instituições escolares, estarão de fato contribuindo e efetivando as ações educacionais transformadoras, que são primordiais para o enriquecimento pessoal e profissional de todos os que fazem parte desse processo. 34 Acreditamos também que a escola precisa redimensionar sua prática, portanto, é imperativo pautar sua atuação numa Gestão descentralizadora, na qual as ações coletivas estejam contempladas num Projeto Pedagógico, contudo, não se deve perder de vista que o mesmo é um objeto de estudo permanente e flexível. Nesse processo, a escola atua como um espaço de construção coletiva no qual o poder de decisão é compartilhado, objetivando difundir no contexto escolar a nova postura pertinente a um ensino de qualidade que dará, por conseguinte, as ferramentas necessárias ao educando para atuar em pé de igualdade no mercado competitivo que temos na atualidade, pois, Gestão Democrática só se faz com interação e ação coletiva. Para a escola ser autônoma, ela não pode depender apenas dos órgão centrais que definem a política da qual ela não passa de simples executora. Portanto, a escola concebe seu Projeto Político Pedagógico e tem autonomia para executá-lo e avaliá-lo ao inserir-se na sua própria liderança, refletindo sobre as finalidades educacionais da instituição. O projeto político-pedagógico aparece, assim, como o instrumento capaz de catalisar um movimento que, ao mesmo tempo em que se opõe ao centralismo e a visão tecnocrática na educação, é capaz de criar condições de motivação para a participação dos professores e demais sujeitos da escola na construção coletiva de uma proposta singular para sua escola concreta, que lhes é próxima e conhecida. A força dessa idéia esta naquilo que ela representa enquanto exercício legítimo da autonomia pela escola e pelos educadores, responsáveis últimos pela condução do processo educacional. 35 BIBLIOGRAFIA ADORNO , T. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1995. ANTUNES, A. “Aceita um conselho? – como organizar o Colegiado Escolar”, in: Guia da Escola Cidadã, vol. 8. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire, 2002. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Brasilia, 1996. CASTORIADIS, Cornelius. As encruzilhadas do Labirinto IV: a ascenção da insignificancia. Tradução deRegina Vasconcelos. São Paulo: Paz e terra, 2002. CATTANI, Antonio David. A ação coletiva dos trabalhadores. Porto Alegre: SMCultura - Palmarinca, 1991. DI PALMA, Marcia silva. Organizações do Trabalho Pedagógico. Curitiba: Ibpex, 2008. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Práxis. São Paulo: Cortez, 1995. ______________Pressupostos do Projeto Pedagógico. In: MEC, Anais da Conferencia Nacional de Educação para todos. Brasilia, 1994. LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João Ferreira de e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: Políticas, estrutura e organização. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007. MARQUES, M. O. Pedagogia, a ciência do educador. Ijuí, Unijuí, 1990. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia: teoroa da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política. Sao Paulo: Cortez autores Associados, 1983. SEVERINO, Antonio Joaquim. O projeto político-pedagógico: a saída para a escola. In: Para onde vai à escola? 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Campinas: Papirus, 1998. 37 ANEXOS 38 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DIRIGIDO PARA PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS: 1- O que você entende por Projeto Político Pedagógico? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2- Você conhece o Projeto Político Pedagógico da escola? ( ) Sim ( ) Não 3- Você participa da (re)elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola? Por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4- Você já foi convidado(a) para participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola? ( ) Sim ( ) Não 5- Você já ouviu falar em planejamento estratégico e planejamento participativo? ( ) Sim ( ) Não 39 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO DIRIGIDO PARA PAIS E ALUNOS: 1- Você sabe o que é um projeto? ( ) Sim ( ) Não 2- Você já ouviu dizer que a sua escola tem um Projeto Político Pedagógico? ( ) Sim ( ) Não 3- Você gostaria de conhecer esse Projeto? ( ) Sim ( ) Não 4- Você gostaria de participar da (re) elaboração deste Projeto Político Pedagógico da escola? ( ) Sim ( ) Não