Clube de revista Hérnia diagramática congênita: avanços em conceitos fisiológicos e de cuidados Congenital Diaphragmatic Hernia: Advanced Physiology and Care Concepts Kathleen S. Hartnett Advances in Neonatal Care 2008;8: 107-115 Apresentação: Marília Varella Malta Coordenação: Evelyn Mirela Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul(HRAS)/SES/DF www.paulomargotto.com.br 14/8/2008 INTRODUÇÃO Hérnia diafragmática congênita: Herniação do conteúdo abdominal para a cavidade torácica através de abertura anormal no diafragma. Diafragma se forma no final da terceira semana de gestação. Morbi-mortalidade relacionada ao desenvolvimento pulmonar inadequado 1 para 2000 a 4000 nascidos vivos 8% das malformações dos neonatos Associado freqüentemente a outras anomaliasaumenta em 2 vezes a mortalidade Malformações cardíacas, defeitos do tubo neural, anomalias cromossômicas, renais e genitais. Objetivos: abordar profundamente a fisiologia e fisiopatologia da hérnia diafragmática para melhorar o embasamento da conduta terapêutica. DESENVOLVIMENTO FETAL Anomalia no desenvolvimento do diafragma entre 3ª e 8ª semana da gestação: Diafragma: 4 componentes Septo transverso Membranas pleuro-peritoniais Mesentério dorsal do esôfago Camada muscular Septo transverso: parede ventrolateral, separa o coração do fígado, aberturas laterais Mesentério dorsal do esôfago Membranas pleuroperitoniais: medial e ventral, se funde na 7ª semana Camada muscular: 5ª semana Nona a 12ª semana: aumento latero-inferior da cavidade pleural Defeitos: fusão e/ou camada muscular. 10ª semana: reentrada do intestino cavidade abdominal. Classificação: Bochdalek: postero-lateral Morgagni: raro; diafragma anterior. na FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA NO RN Pulmões imaturos mesmo ao término da gestação: septos afilados, interstício pobre, poucos capilares; produção deficiente de surfactante Reduzida resposta anti-oxidante: mais susceptível a lesões pela ventilação Fisiopatologia respiratória: imaturidade pulmonar; hipoplasia pulmonar; hipertensão pulmonar Divisões brônquicas: 12 a 14 (normal de 23 a 35). Diminuição do número e tamanho das unidades restiratórias + dimuniução do leito vascular = hipertensão pulmonar. Hipertensão pulmonar: espessamento da camada médias das arteríolas maior sensibilidade a estímulos que levam a vasoconstricção. Hipertensão pulmonar aumento do shunt direita-esquerda do ducto arterial e forame oval hipertrofia de VD; hipercapnia e hipoxemia. Cardiopatias congênitas: malformações associadas Hipoplasia 2/3 do coração esquerdo, defeito do septo atrial e/ou ventricular, coarctação da aorta, anomalia de Ebstein das MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Diagnóstico gestacional: ECO gestacional: polidramnio; ausência de bolha gástrica abdominal, desvio mediastinal Diminuição da alfa fetoproteína sérica materna Triar outras malformações: trissomia do 13, 18 e microdeleções dos cromossomos 3 e 12. Pós-natal: Rx de tórax Triar com: ecocardiograma; ecografria cerebral Hérnia diafragmática congênita a esquerda Atenção na sala de parto: Equipe multidisciplinar: neonatologia e cirurgia pediátrica Centro terciário Quadro clínico dependente de malformações associadas e do grau de hipoplasia pulmonar. Desconforto respiratório; tórax em barril; abdome escavado; ruídos hidroaéreos no tórax Manejo: Não ventilar com máscara Intubação imediata Sonda orogástrica Sedação – diminui pneumotórax “ventilação gentil”- hipercapnia permissiva Ventilação de alta freqüência Surfactante: controverso Betametasona Oxido nítrico Suporte inotrópico ECMO: experiência de centros isolados; indicações: Saturação menor que 75% PI maior que 30 Pressão de vias respiratórias maior que 15 Acidose metabólica persistente Falha na terapêutica inotrópica Manuseio mínimo Acesso venoso e arterial umbilical Restrição hídrica MANEJO CIRÚRGICO Mudança de urgência cirúrgica (anos 80) para emergência clínica. Mortalidade de 66,7% com cirurgia precoce e 18,2% com cirurgia pós estabilização. 2003 - estudo sobre oclusão traqueal: 63% contra 77% de sobrevida por 90 dias em animais. Oclusão por balão: minimamente invasiva; dificuldade de manejo no periparto SEGUIMENTO PÓS-OPERATÓRIO UTI Controle da dor e sedação Ventilação: hipercapnia permissiva Estabilização hemodinâmica Recorrência em 5 a 8% dos casos Infecções locais: retirada da tela Obstrução intestinal: vólvulo e aderência Refluxo gastresofágico; dismotilidades. Baixo peso Sobrevida: 40 a 80% CONCLUSÕES Alta morbidade Terapêutica adequada ainda indeterminada Ainda são necessários vários estudos para avaliar terapêuticas vigentes. Referências do artigo: Moore KL, Persaud TVN. The Developing Human: Clinically Oriented Embryology. 7th ed. Philadelphia, PA: Elsevier; 2003:188–200. 2. Sadler TW. Langman's Medical Embryology. 9th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2003:173–182. 3. Steinhorn RH, Hollands CM. Congenital diaphragmatic hernia. eMedicine. www.eMedicine.com/ped/topic2603.htm . Accessed January 20, 2008. 4. Hansen TN, Corbet A, Ballard RA. 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