Recomendações de como actuar ou prevenir casos de ciberbullying, retiradas do “Guia Legal sobre Ciberbullying”, do Observatório da Segurança da Informação Como actuar em situações de ciberbullying Os pais devem ter noção que, ao estabelecendo normas para o uso da Internet, podem actuar com rapidez, em duas linhas prioritárias: Em primeiro lugar, devem procurar a segurança do menor, evitando que mantenha qualquer tipo de relação com o agressor. Se a informação se encontrar em sítios de acesso livre, recomenda-se que os pais e os professores solicitem ao prestador de serviço que retire os conteúdos ou que recorram às autoridades para o fazerem. Desta forma, evita-se prolongar agressão ao menor. Recomendações para as crianças e adolescentes: 1 - Recomenda-se o uso de pseudónimos ou de nicks, que permitem aos jovens dispor de um identidade verdadeiramente digital que não ponha em risco a sua vida pessoal ou profissional. Desta forma, será unicamente conhecido no seu grupo de contactos que sabem que identificação utiliza na Internet. 2 – Ser cuidadoso com os dados pessoais que se publicam. É recomendável que não se publique demasiados dados pessoais na Internet: redes sociais, plataformas, blogues ou fóruns. Estes dados podem ser utilizados contra o menor. Desaconselha-se a publicação de mais dados do que os necessários e, no caso de dados como o correio electrónico ou telemóvel, fazer uso dos dados da forma mais privada possível. 3 – Os utilizadores de Internet devem ter especial cuidado em relação à hora que publicam conteúdos audiovisuais, uma vez que podem estar a por em risco a privacidade e intimidades de pessoas das suas relações. Sempre que se for publicar conteúdos relativos a terceiros, deve notificar-se previamente a pessoa em causa para que autorize ou decida que conteúdos quer publicar. 4 – Não aceitar ou agregar como contacto desconhecidos. As crianças e adolescentes devem assegurar-se de que a pessoa que irão agregar é realmente alguém que conhecem. Para assegurar-se disso, se o nome de utilizador não permitir reconhecer de quem se trata deve perguntar aos seus contactos se conhecem a pessoa. Caso detectem discrepância entre o perfil declarado e o real ou se identificar uma conduta mal-intencionada, a melhor opção é bloquear o contacto imediatamente. Em função da gravidade da situação, deve dar-se conhecimento à plataforma ou às entidades competentes. Nestes casos, deve avisar-se sempre os amigos e os contactos para que estejam prevenidos. 5 – Evitar o envio de imagens ou de vídeos a utilizadores em quem não se confie. Caso um contacto tente envolver-se de forma muito rápida na nossa vida social e em pouco tempo pede o envio de uma foto ou a ligação da webcam, o melhor é duvidar e, mais tarde, desculpar-se do que ser afectado de alguma forma. 6 – Comunicar aos pais e aos professores. Quando se detectar uma situação de risco ou sempre que alguém comece a solicitar coisas relacionadas com aspectos sexuais, deve comunicar-se imediatamente a pais e aos professores. Recomendações para pais: 1 – Envolverem-se no uso que as crianças fazem da Internet. O fosso digital existente entre adultos e crianças pode fazer com que os pais se mantenham afastados da realidade virtual em que vivem os menores e adolescentes, para os quais o uso de ferramentas da web faz parte da sua vida quotidiana. Tal implica que os pais não consigam perceber os riscos que a má utilização da tecnologia pode representar para os seus filhos. 2 – Instalar os computadores em zonas comuns da casa. É importante que o computador se encontre em algum sítio comum da casa, permitindo desta forma que os pais possam conhecer o uso que os menores fazem da Internet: utilização de serviços, acesso a determinados conteúdos, frequência da ligação, duração das sessões, sem que tal implique uma intromissão na intimidade do menor. 3 – Estabelecer um horário do uso da Internet e do computador. Os menores e adolescentes passam horas frente ao computador: uma média de 14,5 horas por semana, segundo dados espanhóis. As novas tecnologias mudaram a foram de comunicação dos jovens: as redes sociais e as plataformas colaborativas são pontos de encontro públicos e massivos. As crianças aproximam-se da Internet de um modo natural. Não o fazem necessariamente com uma finalidade, simplesmente “estão” na Internet, vivem ali e utilizam-na para estudar, falar ou ouvir música. A Internet constitui uma ferramenta básica de relação social e de identidade e, como tal, a presença das crianças na Internet é uma realidade básica e inexorável. Assumindo esse aspecto como uma realidade, é necessário determinar normas claras de utilização sobre o momento da ligação, serviços utilizados, etc. 4 – Incentivar o uso responsável da webcam. O serviço é uma ferramenta de comunicação muito utilizada pelos utilizadores de Internet. Um uso inadequado pode possibilitar uma porta de entrada para utilizadores mal-intencionados. Convém estabelecer um controlo de pais, encarregados de educação e professores que garanta informação acerca das pessoas com quem as crianças falam e em que âmbito. 5 – Uso de imagens. Para as crianças e adolescentes, as fotografias constituem a principal forma de apresentação. Nesse sentido, é fundamental explicar-lhes que não devem enviar fotos ou vídeos pessoais a desconhecidos, uma vez que pode dar origem a mau uso na Net. 6 – Supervisão. Basta manter um controlo sobre o computador ou sobre as contas dos menores e ver o historial de buscas. Não se trata de invasão de privacidade, já que esse controlo deve ser feito da forma menos intrusiva possível na intimidade. 7 – Comunicação. Estabelecer um diálogo permanente com o menores e adolescentes é uma tarefa fundamental. A comunicação deve abordar tanto os aspectos positivos do uso da tecnologia como os possíveis riscos que a Internet pode implicar. Só com um conhecimento rigoroso das situações que podem ter lugar na Internet é possível estar preparado para responder. 8- Auto-protecção. É necessário explicar aos menores a necessidade de serem cuidadosos com os dados que disponibilizam na Internet ou que publicam nas redes sociais ou através dos serviços instantâneos de mensagem. As crianças devem comportar-se com responsabilidade, respeito e senso comum na rede, tal qual fazem no mundo físico. No caso de detectar alguma situação de ciberbullying: – Não destruir as provas de agressão, seja qual for a forma (mensagens de texto, correio electrónico, conteúdos multimédia). – Identificar o agressor (averiguar a direcção IP, recorrer a especialista informáticos e às autoridades). – Contactar a proprietária do meio através do qual se deu a agressão; – Denunciar o caso às autoridades, que dispõe de unidades de combate ao crime informático. – Caso a agressão ocorra em meio escolar, deve-se informar a escola para desencadear o apoio necessário; contactar os pais do agressor; recorrer a especialistas em agressão no meio escolar.