FUNCIONAMENTO FAMILIAR E RISCOS DE AGRESSÃO E
VITIMIZAÇÃO EM ADOLESCENTES ESCOLARES
NOGUEIRA, Ana Larissa Araujo1; SOUSA, Francisca Georgina Macedo2; SANTOS,
Marinese Hermínia3; SILVA, Ítalo Rodolfo4; AMARAL, Marcia Raquel Lima5;
SILVA, Andréa Cristina Oliveira6
Introdução: O funcionamento familiar compreende a qualidade do relacionamento entre
os membros da família. Famílias caracterizadas como funcionais ou de bom
funcionamento caracterizam-se por ser afetuosas, com boa comunicação e com regras
flexíveis, caso não apresentem tais características, são consideradas disfuncionais.
Dentro do contexto familiar encontra-se o adolescente, que adquire valores e padrões de
conduta no ambiente familiar e a partir do relacionamento com os pares, sejam eles
amigos, colegas de classe ou parceiros românticos, adquire também um estilo de vida
que poderá ou não predispor a eventos de violência e ocasionar prejuízos no seu
desenvolvimento. A partir de tais assertivas questiona-se: Qual a relação entre
funcionalidade familiar dos adolescentes escolares e os riscos de violência que estes
foram ou são submetidos no ambiente escolar? Objetivos: Relacionar funcionalidade
familiar de adolescentes escolares e os riscos de violência a que foram ou são
submetidos em ambiente escolar. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório
descritivo de natureza quantitativa. Para a coleta dos dados foi utilizado o APGAR
Familiar e a Escala de Vitimização e Agressão entre Pares (EVAP). Foram sujeitos
1.035 adolescentes escolares de duas instituições públicas de ensino do município de
São Luís – MA. Resultados: 73% dos adolescentes apresentaram famílias funcionais
com 54,6% de baixo risco para a agressão direta, 56,9% de baixo risco para agressão
relacional e 41,7% de alto risco para a vitimização. Dos 25% dos adolescentes com
famílias disfuncionais leves, 52,3% apresentaram baixo risco para a agressão direta,
55,9% baixo risco para a agressão relacional e 44,9% alto risco para a vitimização. Dos
2% dos adolescentes de famílias disfuncionais graves, 57,1% apresentaram alto risco
para a agressão direta, 71,4% de alto risco para a agressão relacional e 61,9% de alto
risco para a vitimização. Conclusão: Os dados obtidos evidenciam a funcionalidade
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familiar como um fator que poderá influenciar nas condutas agressivas adotadas pelo
adolescente no contexto escolar, visto que os adolescentes de famílias funcionais,
embora apresentem maior frequência de baixo risco para a agressão direta e agressão
relacional, possuem alto risco de serem vitimizados. Nas famílias disfuncionais leves, a
frequência de alto risco para a vitimização aumenta quando comparado às funcionais e
prevalece o baixo risco para a agressão direta e para a agressão relacional. Valores
bastante diferenciados foram observados nas famílias disfuncionais graves, pois os
adolescentes pertencentes a esse tipo de família apresentaram alto risco para a agressão
direta, agressão relacional e vitimização. Tais resultados evidenciam a necessidade de
estreitamento das relações entre família, escola e saúde, bem como a necessidade da
Enfermagem como rede de apoio ao cuidado com adolescentes escolares.
Palavras-chave: Família. Adolescência. Enfermagem.
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1 Enfermeira Assistencial do Programa Saúde da Família de São Luís – MA, Especialista em Saúde da
Família, Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde da Família, da Criança e do Adolescente –
GEPSFCA E-mail: [email protected]
2 Enfermeira Assistencial do Programa Saúde da Família de São Luís – MA, Especialista em Saúde da
Família
3 Enfermeira Assistencial do Programa Saúde da Família de São Luís – MA, Especialista em Saúde da
Família, Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde da Família, da Criança e do Adolescente –
GEPSFCA
4 Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Docente UFMA, Coordenadora do GEPSFCA
5Enfermeira Assistencial do Programa Saúde da Família de São Luís – MA, Especialista em Saúde da
Família, Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde da Família, da Criança e do Adolescente –
GEPSFCA
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