X CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO EM PNEUMOLOGIA SÃO PAULO – ABRIL 2009 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS - do diagnóstico ao tratamento Rodney Frare e Silva Prof Adjunto de Pneumologia UFPR [email protected] Pneumonia Adquirida na Comunidade Incidência – Brasil Dois milhões e cem mil casos ano 2ª causa de internação – 650.000 casos Mortalidade: > 65 anos: 59% < 5 anos: 12% MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Diagnóstico Etiológico Fonte: Diretriz para PAC – SBPT - 2004 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonias Virais GRUPO HERPESVÍRUS GRUPO NÃO HERPESVÍRUS CMV Influenza A - B Herpes Simplex VSR MPVh Varicela Zoster Parainfluenza Adenovírus MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonias Virais Sazonalidade: Vírus Sincicial Respiratório e Influenza A 12 10 8 6 4 2 0 J A N F E V M A R A B R M A I VRS J U N J U L A G O S E T O U T INFLUENZA A MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS N O V D E C Vírus Respiratórios em TMO 1993-1999 PFLU 11% FLU B 14% VRS 48% FLU A 22% ADENO 5% MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS N = 63 Estudos de PAC Incluindo Diagnóstico Viral ANO LOCAL MÉTODO % VIRUS 1993/95 1998/99 1998/00 1996/00 2000/02 2000/02 2002/04 2003 2003/04 Espanha Inglaterra Japão Espanha EUA Holanda Holanda Bélgica Espanha Sorologia Sorologia Sorologia Sorologia Sorologia Cult/Sorol/PCR Cult / RT-PCR Cult/Sorologia Antig/Cult/RT-PCR 14 23 13 18 10 46 29 30 23 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS VIRUS MAIS COMUM Influenza Influenza NA Influenza Influenza Coronavirus/Rinovir Influenza Influenza Influenza PAC Epidemiologia Em todos os estudos de etiologia de PAC independente do método diagnóstico INFLUENZA A é o mais frequente - 4 a 19% dos casos Falsey AR Cl Ger Med 2007 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS PNEUMONIAS VIRAIS Vírus influenza MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Influenza 1918 – H1N1 1957 - H2N2 1968 – H3N2 1997 – H5N1 Pássaros – Humanos Sudeste asiático Atual – H1N1 – H3N2 e B Hospitalização nos EUA : 200.000 casos 36.000 mortes 190/100.000 (65-69 anos) 1195/100.000 > 85 anos Falsey AR MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Cl Geriatr Med 2007 DIFERENÇAS ENTRE RESFRIADO E GRIPE Diferenças Resfriado Gripe Sazonalidade Ano todo Inverno Clínica Nasais (obst/coriza) Sistêmico(febre,mialgia. Tolerável Incapaz atividade diária Tosse 4º dia Precoce intensa Virus Vários Influenza A – B Vacina Difícil (Rinovirus SIM ( 3 cepas H1N1 + de 100 sorotipos) Tratamento Só sintomáticos MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS H3N2 e B ) Oseltamivir Virus Influenza Clínica – Inverno Surto confirmado – Sintomas de gripe – Atenção para febre – tosse de início agudo VPP 30% no idoso 78% no ad. jovem – MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Influenza Diagnóstico Laboratorial • • • • – Swab nasal – escarro – secr endotraqueal – LBA Cultura – 2 a 3 dias (inviabiliza o tratº) Cultura em Shell vial – 24 hs Teste antigênico rápido minutos S: 50-60% E: 90% Teste molecular RT-PCR uso Imunodeprimido caro MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Influenza Padrão Clínico Radiológico 1. Pneumonia não radiológica 2. Infecção viral seguida por PNM bacteriana 3. Pneumonia viral rapidamente progressiva 4. PNM concomitante viral-bacteriana MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonias Virais Lavado Broncoalveolar Citologia Imunofluorescência Cultura viral de rotina Cultura em shell vial PCR MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Influenza Tratamento Medicamento Zanamivir Via Inalatória Dose 10 mg 2 x /d – 5 dias Oseltamivir Oral 75 mg 2 x /d – 5 dias MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Influenza Study of impact of oseltamivir on pneumonia and other outcomes of influenza,2000-2005 Peters PH, Medscape J Med jun 2008 Estudo de coorte para infecção influenza 200-2005 Análise: Incidência de Pneumonia,outras Inf resp,otite média, hospitalizações Usaram OSELTAMIVIR no primeiro dia 31.674 ptes Risco de PNM: Menos 15% Risco Outras Inf Resp: Menos 20% Risco Otite Média: Menos 31% Hospitalização: Menos 38% MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Influenza RESISTÊNCIA INFLUENZA AOS ANTIVIRAIS 28-set-2008 31-jan-2009 Virus Resist Oseltamivir Influenza A (H1N1) 190 185 (97,4%) Influenza A (H3N2) Influenza B Resist Adamantanes 2 (1,1%) 41 41 (100%) 77 não efetivos Adamantanes ( Amantadine,rimantadine) MMWR feb 2009 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Sincicial Respiratório Pneumonia 10.000 mortes/ano em > 65 anos – Estudo de 1.200 casos PNM adultos: 4,4% – Dowel, J Inf Dis 1996 – Estudo 198 casos PNM adultos : 3% Angeles, Antivir Ther 2006 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Sincicial Respiratório DADOS CLÍNICOS INFLUENZA X VSR Sintomas Febre Mialgias Congestão nasal Sibilância Produção de escarro Sintomas gastrointestinais Influenza RSV ++++ +++ + ++ ++ +++ + + +++ ++++ +++ - MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Sincicial Respiratório DIAGNÓSTICO Teste rápido por antígenos – Baixa sensibilidade para – adultos – Cultura de swab nasal – o mais usado – RT- PCR S: 73% E: 99% – MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Virus Sincicial Respiratório PADRÃO RADIOLÓGICO Como toda Pneumonia é inespecífico 118 pac idosos afastada a associação bacteriana Opacidades : 20% Infiltrados : 13% Em geral basais , unilaterais e súbitos Falsey AR MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Cl Geriatr Med 2007 Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Pós TMO Radiologia 10 8 6 4 10 Pequenos nódulos 9 Consolidações 8 Vidro-fosco 6 Espessamento de paredes brônquicas Árvore em brotamento 4 Grandes nódulos 2 2 1 1 Dilatação brônquica Derrame pleural 0 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório TAC MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS A TUALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES INFLUENZA 28-SET-2008 31-JAN-2009 TRATAMENTO Sintomático – Tratar brncoespasmo – Ribavirin Aprovado só para crianças de alto risco Tranplantados – MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Vírus Total Trato Superior Trato Inferior VSR 47 24(51%) 23(49%) Parainfluenza 72 56(78%) 16(27%) Influenza 21 19(90%) 2(10%) Rinovírus 29 28(97%) 1(3%) Bowden, RA. Am J Med (102) 1996 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório em TMO A mais freqüente das infecções virais respiratórias adquiridas na comunidade Cerca da metade dos paciente infectados desenvolvem pneumonia Mortalidade pode atingir 80% nos casos com pneumonia Ribavirina administrada precocemente parece ser efetiva MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Pós TMO Prevalência em TMO – 6,3% Mc Carthy BMT 1999 179 TMO 38% (+) swab nasofaringe e LBA Destes39,7% (27) - isolamento do virus 55% (15) - Pneumonia 6,6% - Óbito Machado BMT 2003 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Pós TMO Sazonalidade: fim outono – inverno – início primavera Bowden A J Med 1997 Rabonni Transp 2003 Infecção Respiratória alta – Contágio (famil equipe médica) Pneumonia alta mortalidade : 50% endemia : 78% Harrington JID 1992 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Pós TMO DIAGNÓSTICO SWAB e ANF X LBA Confiáveis e semelhantes Swab e ANF : são específicos pouco sensíveis (15%) – LBA (89%) Englund; J Cl Micr 1996 Se (-) com clínica sugestiva indicam LBA Rabonni Transpl 2003 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Pós TMO Critérios de Diagnóstico de Pneumonia por VSR Pesquisa de antígeno para VSR por imunofluorescencia indireta positiva No lavado broncoalveolar ou Na secreção de nasofaringe com infiltrado pulmonar ao Rx ou TAC de tórax MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Vírus Sincicial Respiratório Pós TMO Resultados 6 pacientes não receberam Ribavirina aerossol 4 (66,6%) faleceram 8 pacientes receberam Ribavirina aerossol 2 (25%) faleceram MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS OUTRAS VIROSES Virus Parainfluenza Clínica e Rx indistinguiveis Idosos com PAC – 11% têm sorologia positiva Dx Cultura e Rt PCR – não ha teste antigenico rápido Ribavirin mostra atividade em vitro mas não é aprovado Metapneumovirus Mais comum em crianças Semelhante ao VSR – bronquiolite Estudo de seguimento em idosos por 2 anos – Infecção de 4,1% Ribavirin mostra atividade em vitro mas não é aprovado MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS OUTRAS VIROSES Coronavirus Segunda causa de resfriado ( ap[=ós rinovirus) PNM em crianças pequenas, imunocomprometidos e idosos Idosos com inf. aguda respiratória têm 17% ( + ) pelo RT-PCR Ribavirin – Corticosteróides – gama globulina ?? Rinovirus Continua sem evidência suficiente para definir PNM Virus Herpes simplex Imunocomprometidos – Queimados – AIDS Dx requer ex histológico – inclusões virais (bx) Aciclovir é efetivo MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por Citomegalovírus MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV • Sorologia Positiva pré-transplante (virus latente) CMV Infecção (excreção do virus) - 75% Pneumonia CMV - 25% Maior incidência (média): dia +60 Maior risco: DECH ICT idade pcte soropositivo doador soropositivo Meyers JID 1986 Hiemez Hem Onc Clin NA 1993 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV Incidência de Infecção CMV em TMO TRANSPLANTADO DOADOR Soro positivo Soro negativo Soro negativo Soro negativo (-) sangue (+) medula (+) medula ( - ) MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS INCIDÊNCIA 70% 40% 25% 3-6% Pneumonia por CMV Antigenemia • • • Embora a > incidência CMV ocorra na 8ª semana Positivação tardia pode ocorrer Grupo TMO S. Paulo: Média dia + 113 (35- 343) Dia + 100 : 56% Importante DECH cr. Machado;Dulley BMT 2001 MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV PCR QUANTITATIVO “REAL TIME” Morris 1996; Kenedy 1998; Kimura 1999 Quantifica a carga genômica CMV Detecta de 6 a mais de 106 cópias Realizado no sangue periférico e plasma MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonias Virais Antigenemia A partir de 3 céls/50.000 leucócitos Positiva 10 dias antes das culturas Valor: tratamento precoce em pacientes de alto risco MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV PCR X ANTIGENEMIA Grande utilidade diagnóstico e monitoramento 558 amostras : p <0,0001 Lernez-Ville J Clin Micr 2003 1ª positivação PCR precedeu AG em média 8 dias PCR vantagem pela detecção em plasma MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV Clínica – 36 casos Hipoxemia • Dispnéia • Febre • Crepitantes • Tosse • Início do quadro(média): • 100% 68% 63% 58% 37% dia + 110 Média (exceto 5 casos tardios >150): dia +55 STMO-HC/UFPR MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV • CMV pneumonia after BMT: high resolution CT findings Gasparetto Br J Rad set 2004 • • • • Opacidades em vidro fosco: 69% Pequenos nódulos centrolobulares: 69% Opacidades no espaço aéreo: 54% Lesões bilaterais; assimétricas; > periféricas MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV Imagem MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS Pneumonia por CMV Tratamento Ganciclovir (DHPG) Gamaglobulina Hiperimune MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS MANEJO DAS PNEUMONIAS VIRAIS CONCLUSÕES Pneumonia por virus Influenza é comum A mortalidade é maior em idosos e não vacinados 190/100.000 (65-69 anos) 1195/100.000 > 85 anos Teste antigênico rápido S:50-60% E:90% Tratamento precoce costuma ser efetivo VSR Use teste antigênico se possível VSR Use clínica (IVAS) + cultura ANF + TAC compatível VSR em imunocomprometido Ribavirim faz a diferença CMV mais frequente em TMO CMV Antigenemia permite tratº pré-emptivo CMV Importante não chegar à Pneumonia OBRIGADO !