NEFROPEDIATRIA FUNÇÃO RENAL NO PERÍODO NEONATAL 1. NEFROGÊNESE • • • • INÍCIO 5ª semana FIM 34ª semana ou após o nascimento FUNÇÃO GLOMERULAR início entre a 9—12 semanas de gestação FUNÇÃO TUBULAR início na 24 semana de gestação • Acidificação urinária: completa-se no segundo mês Concentração urinária: ao nascer 800mOsm/ml, após 24 mês de vida atinge valores de adulto CRESCIMENTO RENAL: 50→200g nos 3 primeiros anos de vida CARACTERÍSTICAS HEMODINÂMICAS DO RIM FETAL REDE VASCULAR DE ALTA RESISTÊNCIA AUMENTADA ATÉ O FINAL DA NEFROGÊNESE RFG AUMENTA DE ACORDO COM A POPULAÇÃO DE NÉFRON ( 2 a 4% NO PRIMEIRO TRIMESTRE, 18% DO DC NO RN) DESVIO DO FLUXO SANGUÍNEO PARA A PORÇÃO MEDULAR SUBSTÂNCIAS VASOATIVAS :catecolaminas, SRAA, vasopressina. Endotelinas, óxido nítrico, bradicininas. AFN,prostaglandinas etc ANOMALIAS CONGÊNITAS RIM EM FERRADURA ESTENOSE DE JUP DUPLICIDADE DE VIAS EXCRETORAS EXTROFIA DE BEXIGA VÁLVULA DE URETRA POSTERIOR HIPOSPÁDIA CRIPTORQUIDIA HARMATOMAS RENAIS AGENESIA RENAL MEGAURETERECTOPIA URETRAL LESÃO GLOMERULAR MÍNIMA QUADRO CLÍNICO Síndrome nefrótica na infãncia, mais comum no sexo masculino, episódios prévios de infecção inespecífica de vias aéreas ou de acidente com animais peçonhentos. Hematúria microscópica em 30% ,ausência de hipertensão e com função renal normal. ETIOPATOGENIA Disfunção do sistema imune com produção de interleucinas. ANATOMIA PATOLÓGICA Lesões dos podócitos. DIAGNÓSTICO Indicações de biópsia renal TRATAMENTO COMPLICAÇÕES Infecções, peritonite espontânea Tromboembolismo Insuficiência renal aguda LESÃO GLOMERULAR MÍNIMA GLOMERULONEFRITE AGUDA POSESTREPTOCÓCCICA QUADRO CLÍNICO Manifestações clínicas variadas; sindrome nefrítica. Insuficiência renal aguda, A.U.M. síndrome nefrótica ou glomerulonefrite rapidamente progressiva.Maior frequência até 10 anos,sexo masculino, surtos ou isolada, 7-21 dias após infecção estreptoccocica. Remissão 2-3 semanas do início do quadro clínico,proteinúria e hematúria discretas permanecem por vários meses. ETIOPATOGENIA Antígeno heterólogo Antígeno autólogo. DIAGNÓSTICO Quadro clínico Laboratório: ASTO,anti-hialuronidase,C3 e CH 50 complementos, proteinúria nefrítica, EAS Ultra-sonografia TRATAMENTO INDICAÇÕES DE BIÓPSIA RENAL HIPERTENSÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NORMOTENSO ABAIXO DO PERCENTIL 90 (desde que PA menor que 120/80mmHg) LIMÍTROFE ENTRE OS PERCENTIS 90 e 95 HIPERTENSÃO ACIMA DO PERCENTIL 95 CAUSAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PEDIATRIA SEGUNDO A FAIXA ETÁRIA RECÉM-NASCIDOS: trombose/estenose de artéria renal, malformações,coarctação de aorta PRÉ-ESCOLARES: nefropatias, coarctação de aorta, estenose de artéria renal ESCOLARES: nefropatias, estenose de de artéria renal, hipertensão arterial essencial ADOLESCENTES: nefropatia, hipertensão arterial essencial MEDICAMENTOS ANTI-HIPERTENSIVOS EM PEDIATRIA DIURÉTICOS: hidroclortiazida (1-2mg/kg), furosemida (0,2 2mg/kg) espironolactona (1-3 mg/kg INIBIDORES ADRENÉRGICOS: atenolol (1-2 mg/kg),propanolol (1-4mg/kg), metildopa (10-50mg/kg), clonidina (0,5-4mg/kg VASODILATADORES: nifedipina (0,3-1 mg/kg, hidralazina (1-5 mg/kg ), minoxidil (0,1-1mg/kg) INIBIDORES DA ECA: captopril (0,5-2 mg/kg CRISE HIPERTENSIVA: nifedipina sl, hidralazina iv, nitroprussiato de sódio1-8 microgramas/kg/min TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO EM PEDIATRIA TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO PARA PERCENTIL APARTIR DE 90 ESTÁGIOS III, II e I ( que não respondeu a MHV ); TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ESCOLHA DO ANTIHIPERTENSIVO ; SEMELHANTE A ADULTOS OBSERVAR: OBESIDADE, ÁLCOOL, COCAÍNA, ANTICONCEPCIONAIS INFECÇÃO URINÁRIA EM PEDIATRIA INFECÇÃO BACTERIANA MAIS COMUM NOS PRIMEIROS MESES DE VIDA SINTOMATOLOGIA _ RECÉM-NATOS: febre, icterícia fisiológica prolongada, diarréia e vômitos LACTENTES: déficit pondero estatural, diarréia, vômitos, anorexia,febre ESCOLARES: febre, enurese, disúria, polaciúria INVESTIGAÇÃO DIAGNOSTICA ETIOLOGIA UCM UROGRAFIA EXCRETORA CINTILOGRAFIA ULTRA-SONOGRAFIA E coli, Proteus sp, Klebsiella, Pseudomonas sp, Staphylococcus aureus, Staphylococcus saprophyticus TRATAMENTO INFECÇÃO URINÁRIA IU ocupa 80% das consultas de nefrologia; 2ª infecção mais frequente na criança; 5% meninas e 2 % meninos diagnóstico difícil dado o espectro de manifestações clinicas; normalmente está associada a uropatias malformativas 1/4 das crianças que morrem de insuficiência renal podiam ser salvas, se a IU fosse diagnosticada a tempo IU pode ser prevenida INFECÇÃO URINÁRIA Sintomatologia SINTOMÁTICA E ASSINTOMÁTICA; RN RN febre, vómitos, perda de peso, desidratação, icterícia ...septicemia Lactente febre, letargia, irritabilidade, vómitos, diarreia, perda de peso, icterícia, septicemia, convulsão febril (>6 meses) Criança febre, disúria, polaciúria, dor abdominal, lombar, letargia, anorexia, convulsão febril, enurese Luís Batalha INFECÇÃO URINÁRIA Diagnóstico Urocultura + sumária de urina 2 uroculturas 105 por gérmen único (jato médio ou sacolinha ) + sedimento alterado; ou 1 urocultura 105 por gérmen único (jato médio) + sedimento alterado alterada com nitritos positivos; ou 1 urocultura 103 por gérmen único (punção vesical); (Salgado et al, 1996) INFECÇÃO URINÁRIA PV INFECÇÃO URINÁRIA fatores favorecedores Esvaziamento incompleto da bexiga: - micção infrequente - micção apressada - constipação intestinal) - bexiga neurogênica Má formações urológicas: - obstrutivas -RVU -ureterocele, divertículos, etc... INFECÇÃO URINÁRIA tratamento Antibioterapia (ev) até apirexia IU não febris (exceto RN) tratadas em ambulatório perante EAS com nitritos iniciar tratamento sem aguardar pela urocultura iniciar profilaxia no ultimo dia de tratamento (10º) - criança que necessite de realizar UCM, existência de uropatia significativa, infecção prévia há menos de 6 meses. A dose do fármaco utilizado na profilaxia deve ser duplicada ( no dia da UCM e nos 4 dias imediatos). INFECÇÃO URINÁRIA tratamento Antibioterapia durante 10 dias: - amoxicilina (50mg/kg/dia de 8/8 h); - sulfametoxazol (8mg/kg/dia de 12/12 h); - trimetropim (40mg/kg/dia de 12/12 h); - amoxicilina + ac. clavulânico; - gentamicina - cefalosporinas INFECÇÃO URINÁRIA profilaxia ANTIBIOTERAPIA - nitrofurantoina (1 - 2mg/kg/dia ); - trimetropim- sulfametoxazol (2 - 10mg/kg/dia); - trimetropim (2mg/kg/dia, se criança< 6 meses); INFECÇÃO URINÁRIA evolução Após um tratamento 75% das crianças fazem uma recidiva; a maioria das recidivas aparecem nos primeiros 6 meses; as crianças com IU devem ser seguidas pelo menos 12 meses; o risco de futuras cicatrizes renais é de 5 a 10 % quando diagnosticada e tratada a IU no 1º ano de vida; diagnóstico depois do 1º ano 25% já apresenta cicatrizes renais; aparecimento de novas cicatrizes depois do 1º ano é pequeno excepto nas meninas até aos 3 a 4 anos. INFECÇÃO URINÁRIA prognóstico Geralmente bom; complicações: pielonefrite, nefropatia do refluxo abcesso renal, sépsis, necrose papilar,insuficiência renal, hipertensão arterial,complicações da gravidez (Barreira, 1997) NEFROPATIA DO REFLUXO DEFINIÇÃO IMPORTÂNCIA TRATAMENTO NEFFROPATIA DO REFLUXO INFECÇÃO URINÁRIA classificação internacional do RVU Grau I - refluxo para ureter não dilatado Grau II- refluxo até sistema colector proximal sem dilatação Grau I II- refluxo para ureter dilatado Grau IV- refluxo para ureter muito dilatado Grau V- refluxo maciço com dilatação e tortuosidade ureterais e e desaparecimento dos detalhes cili REFLUXO VÉSICO- URETRAL Insuficiência do mecanismo valvular na junção uretero-vesical: - malformação (túnel intra-mural curto, divertículos, ureterocele...) - aumento da pressão intravesical (bexiga neurogênica, obstrução na saída na bexiga...) - processos inflamatórios (cistite, cálculos...) - pós-cirurgia na junção uretéro-vesical ... mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas _ mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior.