ADAPTAÇÃO DE UM MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO BASEADO EM COMPETÊNCIAS PARA PEQUENAS EMPRESAS Rodrigo França Gomes (MACKENZIE/FACEQ)* Resumo Este estudo contemplou a gestão por competências e avaliação de desempenho como estratégias para melhoria do desempenho organizacional. Objetivou o desenvolvimento de um modelo simplificado de avaliação de desempenho por competências para empresas que não possuem mão de obra com conhecimento técnico adequado para seu desenvolvimento, notadamente micro e pequenas empresas. Para tanto, foi utilizado o método exploratório que se desenvolveu através de pesquisa bibliográfica sobre as principais definições de competência, seu mapeamento e metodologia para o desenvolvimento de um modelo de avaliação de desempenho. Por fim, foi possível o desenvolvimento do modelo proposto, mais simplista, com relativas limitações que, todavia, se apresentou como ferramenta eficiente à identificação dos gaps de competência que influenciam diretamente o alcance dos objetivos organizacionais. Palavras-chave: Competência. Avaliação de desempenho. Microempresa. Gestão. Abstract This study brought a bibliographic survey about Management Skills and Performance Evaluation as strategies for improving organizational performance. Had the goal to develop a skills evaluation performance simplified model to be used by companies that lack manpower with adequate training for their development, especially micro and small enterprises. For this, was used the exploratory method developed through bibliographic research that contemplated main competency definitions, its mapping and methodology for the development of a performance assessment model. At last was possible the development of the proposed model, more simplistic, with limitations on, however, presented itself as an efficient tool to identify gaps and prevent the achievement of organizational goals. Keywords: Competency. Performance evaluation. Microenterprise. Management. * É mestre em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui graduação em Administração com habilitação em Comércio Exterior pela mesma instituição. É pós-graduado em Administração de Negócios e possui especialização em Didática do Ensino Superior. É docente da Faculdade Eça de Queirós (FACEQ – UNIESP Jandira). 1 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Introdução A sociedade moderna passa por grandes transformações sociais, políticas, econômicas e culturais que resultam num processo de reestruturação positiva. Isso torna mandatário às empresas a realização de novos protocolos que garantam elevado nível de competitividade. Assim, as empresas devem contar, cada vez mais, com profissionais altamente capacitados e aptos a enfrentar as novas demandas dos consumidores e garantir o alcance dos objetivos organizacionais. Nesse contexto, é possível compreender o processo de Avaliação de Desempenho como um fator de apoio à gestão empresarial e de mobilização em torno da missão, portanto, um estímulo ao desenvolvimento da qualidade. A Avaliação de Desempenho é conceituada por Chiavenato (2006, p. 223) como a “apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa”. Para Dutra (2004) a filosofia do desenvolvimento dos talentos da empresa, referindo-se sempre às características individuais de uma pessoa, pode ser considerada como “competência”. Afirma ainda que a chave principal de um modelo que garanta a possibilidade de competição atual e futura é a Gestão por Competências. Assim, este artigo buscou compreender as aplicações práticas da Avaliação de Desempenho realizada segundo o critério de competências, de maneira a permitir o desenvolvimento de um modelo simplificado e de fácil utilização, mantendo, todavia, a rigidez teórica que garanta a confiabilidade de sua aplicação. Existe então a pretensão de que o modelo a ser desenvolvido neste estudo permita a aplicação prática da ferramenta em empresas que não contam com profissionais dotados dos conhecimentos teóricos necessários para o desenvolvimento e aplicação de uma Avaliação de Desempenho por Competências. O objetivo deste estudo foi dividido em objetivos gerais e específicos: o objetivo geral focará o desenvolvimento de um método simplificado de Avaliação de Desempenho baseado em Competências a partir do levantamento dos fatores que garantam a eficiência do modelo e permitam sua utilização por empresas que não possuam estrutura funcional capacitada para uso eficaz das ferramentas de gestão de pessoas; já os objetivos específicos são dois: 1) Identificar na literatura existente os conceitos de competência e modelos mais relevantes para realização de mapeamento de 2 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs competências; 2) Definir de que forma a avaliação de desempenho pode ser realizada com base em competências. Feitas as devidas considerações chegou-se ao seguinte elemento de investigação e questionamento: “O processo de avaliação de desempenho por competências pode ser simplificado tornando-se de fácil utilização, dada a ausência de mão de obra especializada para seu desenvolvimento e condução em pequenas empresas?” Na busca por respostas trabalhou-se com as seguintes hipóteses (H): H1) O processo de avaliação de desempenho por competências não pode ser simplificado sem que se perca a eficiência das ferramentas e, portanto, o correto mapeamento de competências no processo de avaliação de desempenho é essencial; H2) O processo de avaliação de desempenho orientado por competências possui uma estrutura básica fundamental que deve ser mantida, mas permite a simplificação do processo mantendo ainda assim o rigor do processo. Quanto aos procedimentos metodológicos o estudo se utilizou de pesquisa exploratória e foi desenvolvido por meio de levantamento bibliográfico. Por fim, este artigo verificou diferentes definições de “competências”, analisou a metodologia de mapeamento de competências, modelos de avaliação de desempenho e sua aplicação segundo a gestão por competências. Com base na análise sistemática das diversas definições foi possível identificar congruências que lastrearam a construção de um modelo simplificado de avaliação de desempenho por competências. 1 Reestruturação do processo produtivo e redefinição dos parâmetros de competitividade 1.1 Competências De acordo com Rodrigues (2004), a década de 1970 trouxe os primeiros sinais de um processo amplo de reestruturação do processo produtivo e redefinição dos parâmetros de competitividade, fato especialmente fortalecido pelo aparecimento de novos concorrentes – empresas japonesas, mais significativamente – que tornaram mais atrativa a relação preço x qualidade e sinalizaram um novo momento de centralização não mais apenas técnica, mas focada no cliente, culminando na oferta de modelos inovadores de gerenciamento. Nada mais inovador que o resgate da valorização dos 3 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs recursos humanos e seu desenvolvimento, em razão de novas exigências dos sistemas de produção. Esse enfoque do valor produtivo do trabalho centrado no reconhecimento de que este procede em maior grau do potencial intelectual da criatividade e menos da capacidade de cumprir tarefas prescritas, permite a formulação de uma nova lógica de formação e capacitação sintetizada no conceito de competência que emerge como contraponto à noção corrente de qualificação. De acordo com Brandão e Guimarães (2001) o conceito de competência designa o reconhecimento sobre a capacidade de pronunciar-se sobre determinado assunto, passando a ser utilizado genericamente para qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho. Naturalmente, é fácil constatar a variedade de definições quanto ao conceito de competência e suas multivariadas facetas de interpretação. Segundo Hirata (1994, p. 25) a competência, de acordo com a ótica da sociologia do trabalho, não possui lógica absolutamente clara, “marcada política e ideologicamente por sua origem, e da qual está totalmente ausente a ideia de relação social”. Para Schwartz (1995) a definição de competência é uma questão insolúvel; já Bitencourt (2001) busca, por meio da análise dos diferentes significados, trazer uma associação do verbete ao mundo do trabalho, da educação e da gestão de pessoas, permitindo em sua definição temas como capacitação, aprendizado, ação, articulação/mobilização de recursos, busca de resultados, autodesenvolvimento entre outros. Fora do campo organizacional, na esfera individual, não é possível pensar em eficácia organizacional sem o enfoque nas competências individuais. Zarifian (1996, p. 5) considera que competência significa “assumir responsabilidades frente a situações de trabalho complexas [aliado] (...) ao exercício sistemático de uma reflexividade no trabalho”. Sparrow e Bognanno (apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 89), avaliam competências como “atitudes identificadas como relevantes para a obtenção de alto desempenho em um trabalho específico ao longo de uma carreira profissional ou no contexto de uma estratégia corporativa”. Já Dutra, Hipólito e Silva (1998) afirmam que competência depende da capacidade de uma pessoa em colocar em prática o conjunto de qualificações que se possui, gerando com isso, resultados organizacionais. É possível prosseguir para uma nova divisão no entendimento de competências: competências individuais e competências organizacionais. As competências individuais, de acordo com a conceituação de Carbone, Brandão e Leite 4 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs (2005) e Zarifian (2001), são definidas como o conjunto de ações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, manifestas no desempenho profissional em um determinado contexto organizacional, ante as situações com as quais se deparam os indivíduos e que devem agregar valor a pessoas e organizações, servindo como ligação entre as condutas individuais e a estratégia da organização. Já as competências organizacionais estão relacionadas aos valores individuais da empresa, são características primordiais das pessoas, as quais foram recebidas por meio de herança genética e desenvolvidas por intermédio do conhecimento e da convivência social de cada uma. Nisembaum (2000) classifica as competências organizacionais em competências básicas e competências essenciais. As competências básicas são os pré-requisitos necessários, mas não suficientes para que a empresa atinja liderança e vantagem competitiva. Já as competências essenciais são aquelas que possuem valor percebido pelo cliente e são difíceis de serem copiadas pela concorrência e contribuem para a expansão da organização. Prahalad e Hamel (1990) classificam competências segundo a taxionomia composta por competência essencial e organizacional. Também é possível realizar o estudo das competências segundo a dicotomia do objetivo central ao qual está vinculada: se ao indivíduo ou ao cargo, ideia esta descartada pela administração contemporânea que, de acordo com Le Boterf (2003) e Zarifian (2001), deve ser compreendida de maneira mais ampla, como um conjunto de realizações associadas àquilo que elas realizam, desenvolvem ou entregam em termos de valor agregado à organização, a elas mesmas ou ao meio em que estão inseridas. Complementando, Barbosa e Rodrigues estabelecem três eixos básicos para a definição e compreensão de competências: O primeiro eixo concebe a competência como característica de um indivíduo em relação a um desempenho eficaz e/ou superior em um posto ou situação [...] Um segundo eixo está associado ao Reino Unido, mais precisamente ao projeto Management Charter Iniative (M.C.I.), um empreendimento de [...] entidades que implementaram uma iniciativa governamental com o propósito de estabelecer padrões mínimos de desempenho em nível nacional. [...] A abordagem britânica está voltada à definição de tarefas e a descritores de resultados, esse último considerado o elemento que materializa, de fato, as competências. Finalmente, uma terceira concepção de competências remete à tradição francesa, cujas características diferenciais, relativamente às anteriores, podem ser vislumbradas em duas instâncias: a visão do tema e as práticas preconizadas. No que se refere à visão, Geffroy e Tijou (2002) identificam quatro pontos básicos na forma como as empresas francesas concebem a gestão de competências. Resumidamente para as empresas a competência: (i) é uma abordagem de natureza estratégica; (ii) é o motor do desempenho empresarial, juntamente com a organização e a gestão; (iii) é o 5 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs resultado de uma dupla evolução, tanto da organização quanto da gestão; (iv) é própria a cada empresa, departamento ou unidade de negócios. (BARBOSA; RODRIGUES, 2005, p. 3) Segundo Fleury e Fleury (2004) a definição de competência está ligada à localização geográfica de seu surgimento. O entendimento de competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes é uma perspectiva pioneira que teria nascido nos Estados Unidos. Segundo este entendimento as competências seriam apenas uma nova rotulação para a concepção taylorista-fordista de qualificação profissional. A corrente inglesa, segundo Rodrigues (2004), embora também análoga por se aproximar do conceito de “qualificação ao cargo” não acentua o “bom” desempenho e o considerado “exemplar” ou ainda foca o nível gerencial, mas se baseia em padrões de desempenho, ressaltando as capacidades distintivas, definindo competência como a descrição do que deve ser feito para se alcançar um resultado. Já a literatura francesa, na busca pela superação dessa definição antagônica afirma que “o trabalho reflete as competências que o indivíduo mobiliza em face de uma situação profissional cada vez mais complexa” (FLEURY e FLEURY, 2004, p. 124). Assim as competências seriam “resultado de uma construção social, sendo o indivíduo considerado o construtor de suas competências” (RODRIGUES, 2004, p. 89). Todas essas abordagens são consideradas por Sandberg (1996) como racionalistas, superficiais e demasiadamente objetivas. Para ele, as competências dependem da situação em que o trabalho acontece, pois as ferramentas despendidas para sua execução dependem da forma como o trabalhador vive o trabalho; todavia, estudos nessa direção não explicam porque algumas pessoas realizam trabalho de forma mais competente que outras. Por fim, De Luiz (2001) defende uma visão mais ampla de competência, diretamente relacionada a fatores socioculturais e históricos ancorada em dimensões como gêneros, etnias, entre outros, e não apenas centrada no nível individual da construção de conhecimentos, mediante as demandas de trabalho. Souza, Carrieri e Pinheiro (2009, p. 111) concluem que “competência remete ao capitalismo flexível, à particularização das relações de trabalho, à instabilidade, à expansão do escopo dos cargos e das profissões e à negociação individual entre empregado e empregador” e ainda observa que há dicotomia estabelecida entre os termos “competência” e “qualificação”. Cabe aqui considerar que este último remete ao modelo fordista de trabalho e que, portanto, os dois termos remetem a estágios diferentes na evolução do sistema capitalista, mas que são coexistentes na realidade 6 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs brasileira dependendo do setor econômico e do grau de modernidade da organização. Assim, em setores tradicionais, a qualificação profissional se impõe, predominando o desenvolvimento de competências em setores mais complexos. Talvez, a sintetização desses conceitos seja encontrada na construção de Durand (1998), que trata competência em três dimensões distintas: conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA –, considerando em sua narrativa não apenas as questões técnicas, mas cognitivas e comportamentais relacionadas ao trabalho. Dessa forma, é possível sintetizar competência como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários à consecução de determinado propósito. Corrobora com essa abordagem Hirata (1994) que afirma não ser suficiente a posse dos saber técnico, mas sim da capacidade de utilizá-los para solução de imprevistos na situação de trabalho. Ao se considerar que o dia-a-dia da organização moderna exige que o trabalhador manuseie o inesperado, tendo a exceção como parte do seu trabalho, não sendo possível a exatidão em determinar o conjunto de tarefas que o trabalhador deve executar, Dutra (2004) afirma não existir razão na vinculação de competência ao cargo, mas sim à pessoa que mobilizará seu repertório, adequadamente, segundo a compreensão do contexto. Assim é possível relacionar a definição de Durand (1998) e Le Boterf (2003) como complementar aos elementos constituintes de competência considerados por Ruas (2005), que são: a) o “saber” que são os conhecimentos formais do indivíduo; b) o “saber-fazer” que são as habilidades do indivíduo; e c) o “saber-agir” que exprime suas atitudes e comportamentos criando então um quarto elemento que exprime a importância do aprendizado e inovação nas organizações: d) o “saber-aprender” que consiste na capacidade do indivíduo tirar lições das experiências vividas. A grande quantidade de definições aqui apresentadas, dentre tantas outras, reforça uma perspectiva multifacetada e muitas vezes contraditória. O que se pode sintetizar é que persiste uma percepção de definição integradora entre educação e trabalho mais importante que a dimensão histórica sobre a matéria e de grande relevância reflexiva quanto à sua aplicabilidade no contexto organizacional. 1.2 Relevância do modelo de gestão por competências De acordo com Brandão e Guimarães (2001) a busca das organizações por indivíduos capacitados e cada vez mais eficientes no desempenho de suas funções, não 7 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs é uma atividade recente, datando do início do século XX, com o Taylorismo e sua procura pelos chamados “competentes”. Através da pesquisa realizada por Barbosa e Rodrigues (2005), envolvendo 119 empresas divididas em quatro estados brasileiros, representando um montante de 220 mil empregados e faturamento de 90 bilhões de dólares, é possível observar que a área de Recursos Humanos é majoritariamente responsável pela iniciativa da adoção do modelo de Gestão por Competências. Todavia, em muitos casos o modelo utilizado é a transposição daqueles desenvolvidos no exterior sem as necessárias adequações aos comportamentos regionais brasileiros. Dessa forma, a área de Recursos Humanos perde espaço, tanto na elaboração do modelo, quanto no know-how, reduzindo sua devida importância estratégica. A maioria dos autores trata o tema “competência” por meio da mera definição dos seus atributos (conceitos). Entretanto, autores como Boterf (1997) e Sandberg (1996) baseiam seus estudos na aplicação prática de competência. Este último autor critica o conceito tradicional de competências como sendo um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, pois considera que “os aspectos da competência humana não podem ser reduzidos a uma lista externa de atributos relacionados ao trabalho” (SANDBERG, 1996, p. 20). Acredita ainda que o desenvolvimento de competências “envolve a mudança na estrutura e no significado das práticas de trabalho” (SANDBERG, 1996, p. 411). Isso quer dizer que o desenvolvimento dos conhecimentos e habilidades depende da mudança na forma como o trabalho é compreendido e da maneira como os gestores entendem as competências. Dessa forma, Bitencourt (2001, p. 3) trata o assunto segundo uma “visão compartilhada de competências” ao afirmar que: As competências se desenvolvem por meio da interação entre as pessoas no ambiente de trabalho, privilegiando a questão da complementaridade, ou seja, não se limitam ao desenvolvimento de um perfil idealizado de gestor “superhomem” nem a listas infindáveis de atributos, mas se traduzem em práticas gerenciais complementares ou em ações gerenciais articuladas (consolidação de competências coletivas). (BITENCOURT, 2001, p. 3) Sobre a “visão compartilhada de competências” as abordagem de Sandberg (1996) e Boterf (1997) se complementam quanto à ideia do desenvolvimento através da interação dos indivíduos: o primeiro trata dos aspectos ligados à interação entre as pessoas, ao significado da competência e à experiência, enquanto o segundo traz a ênfase na articulação, na legitimação e na formação, conforme pode ser observado, a seguir, na Figura 1. Assim: 8 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs (i) a interação entre as pessoas propicia uma melhor articulação das diretrizes e dos níveis organizacionais; (ii) a identificação do significado da competência permite a sua legitimação; e (iii) a experiência relaciona-se diretamente à formação, no sentido de capacitação, que implica visão pessoal, educacional e profissional. Portanto, a competência pode ser explicada com base em sua concepção, suas redes de trabalho e seus recursos. (SANDBERG e BOTERF apud BITENCOURT, 2001, p. 3) Figura 1: Análise de Competências – comparações entre as visões de Sandberg e Boterf Fonte: Bitencourt (2001, p. 61) A Gestão de Competências, segundo Bitencourt (2001), surge como uma resposta à capacitação necessária à participação dos profissionais, como forma de garantir maior agilidade e vantagem frente ao mercado altamente competitivo. Todavia, a autora entende que o tema limita-se em traçar um perfil ideal, com explicações behavioristas que não atendem as necessidades de organizações ou indivíduos. Segundo Brandão e Guimarães (2001) a Gestão de Competências é um processo contínuo que começa com a formulação da estratégia organizacional que permite, após os objetivos definidos, o estabelecimento dos indicadores de desempenho e a identificação das competências necessárias ao alcance do desempenho esperado. Com isso, é possível determinado os gaps existentes, ou seja, a discrepância entre as competências existentes e aquelas necessárias ao alcance dos objetivos organizacionais, o que então permitirá o planejamento de ações para captar e desenvolver tais competências. Cabe considerar que o processo somente será efetivo com a realização de uma avaliação que compare os resultados esperados e os alcançados, permitindo as 9 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs correções necessárias. Ainda, é importante salientar que a identificação das competências, já existentes na organização, geralmente é realizada por meio de instrumentos de avaliação de desempenho. Carbone, Brandão e Leite (2005) comentam que a identificação das competências necessárias para o alcance dos objetivos organizacionais é o aspecto mais importante do processo, e que normalmente tem início com a pesquisa documental que inclui a análise do conteúdo da missão, da visão de futuro, dos objetivos e de outros documentos relativos à estratégia da organização. Após, segundo Bruno-Faria e Brandão (2003), tem-se a fase de cotejo, quando os dados são confirmados com pessoas-chave da organização, buscando a validação semântica das competências descritas que, segundo Pasquali (1997) garante que todos os funcionários a compreendam da mesma maneira. Além disso, Brandão (2003) observa a possibilidade de se complementar a fase de pesquisa com observação, entrevistas, grupos focais e questionários. Carbone, Brandão e Leite (2005, p. 25) sugerem que para compor o roteiro da entrevista podem ser utilizadas questões como “Que competências profissionais você julga relevantes para a consecução dos objetivos organizacionais? Para que a organização consiga concretizar sua estratégia, os funcionários devem ser capazes de quê? Como você reconhece um desempenho competente?” Ainda, é aconselhável gravar a entrevista e registrar notas que facilitem sua compreensão, procurando identificar aspectos subjacentes às respostas. Outra consideração importante é a observação da frequência com que cada competência é mencionada, pois é indicativo de sua relevância de acordo com Brandão (2002). Já segundo Carbone, Brandão e Leite (2005) é o questionário a forma mais utilizada para mapeamento de competências nas organizações. A identificação dos elementos que o compõem exige a utilização de mais de uma técnica (análise documental, observação, entrevista). Assim, são identificadas por meio de análise documental e/ou entrevistas, competências consideradas relevantes para a organização; estas são ordenadas e irão compor os itens do questionário. Para escrever as competências alguns cuidados metodológicos devem ser tomados: para Carbone, Brandão e Leite (2005), as competências devem ser escritas como comportamentos observáveis no trabalho, algo que o profissional seja capaz de realizar, como analisar, organizar, comunicar, avaliar, estabelecer e elaborar. 10 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Adicionalmente, de acordo com Bruno-Faria e Brandão (2003) deve se submeter às descrições, às críticas de pessoas-chave da organização para identificar possíveis inconsistências ou inadequações e ainda realizar a validação semântica como forma de garantir o entendimento adequado por todos os funcionários. Para tanto, uma competência deve ser escrita utilizando-se um verbo e um objeto de ação e, opcionalmente, uma condição e um critério que determine um padrão de qualidade. Figura 2: Exemplos de competências Fonte: Carbone, Brandão e Leite (2005, p. 128) Ainda, segundo Carbone, Brandão e Leite (2005), na descrição de competências é importante evitar: A utilização de frases muito longas e de termos que dificultem a compreensão; Abstrações (ex.: pensar o inédito, sugerindo ideias que resolvam divergências), ambiguidades (ex.: implementar modelos de gestão bemsucedidos em outras organizações) irrelevâncias, obviedades e redundâncias (ex.: solucionar problemas de forma criativa e original); O uso de verbos que não expressem comportamentos passíveis de observação, como saber, conhecer, apreciar, acreditar, pensar e internalizar, entre outros. A próxima etapa consiste em definir a escala mais adequada aos respondentes que irão avaliar o grau de importância das competências. Pode ser utilizada a escala de Osgood ou Likert. A primeira rotula apenas os opostos em seus extremos (Figura 3) e a segunda todos os pontos são rotulados (Figura 4): 11 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Figura 3: Escala de Osgood Fonte: Brandão (1999, p. 75) Figura 4: Escala de Likert Escala: 1– Nada importante 2– Pouco importante 3– Medianamente importante 4– Muito importante 5– Totalmente importante Fonte: Adaptado de Brandão (1999, p. 77) É possível também utilizar uma escala comparativa, que permite ordenar as competências de acordo com seu grau de importância, conforme se observa na figura 5: Figura 5: Escala comparativa Fonte: Santos (2001, p. 68) Para o conteúdo da Figura 5, pede-se para ordenar as competências relacionadas de UM a QUATRO, colocando em primeiro lugar a competência mais importante e, em último, a menos importante para a consecução dos objetivos 12 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs organizacionais. Mas, seja qual for a escala adotada, Pasquali (1997) considera importante realizar a validação semântica do questionário por meio de sua aplicação a um pequeno número de pessoas para testar se está sendo adequadamente compreendido, se há clareza e objetividade, se não existem dificuldades de respostas, ambiguidades e itens sugestivos. 1.3 Competências individuais fundamentais Bitencourt (2001, p. 77) “enumera alguns aspectos fundamentais das competências que são relacionados pelos indivíduos durante as atividades de trabalho: a formação, a capacitação, a ação, a articulação de recursos, os resultados, o questionamento, o autodesenvolvimento e a interação”. Boterf (1997, p. 103) sistematiza o conjunto de competências necessárias ao funcionário da seguinte maneira: 1. Saber agir: saber o que e porque faz. Saber julgar e saber escolher; 2. Saber mobilizar recursos: criar sinergia e mobilizar recursos e competências; 3. Saber comunicar: Compreender, trabalhar, transmitir informações e conhecimentos; 4. Saber aprender: trabalhar o conhecimento e a experiência, rever modelos mentais, saber desenvolver-se; 5. Saber engajar-se e comprometer-se: saber empreender, assumir riscos. Comprometer-se; 6. Saber assumir responsabilidades: ser responsável, assumindo os riscos e consequências de suas ações e sendo, por isso, reconhecido; 7. Ter visão estratégica: conhecer e entender o negócio da organização, o seu ambiente, identificando oportunidades e alternativas; 8. Conhecimento teórico: entendimento, interdição, educação formal e continuada; 9. Conhecimentos sobre os procedimentos: saber como proceder. Educação formal e experiência profissional; 10. Conhecimento empírico: saber como fazer. Experiência profissional; 11. Conhecimento social: saber como se comportar. Experiência social e profissional; 13 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs 12. Conhecimento cognitivo: saber como lidar com a informação, saber como aprender. Educação formal e continuada, e experiência social e profissional. Já segundo McClelland (1973), as vinte principais competências para o funcionário, no ambiente de trabalho são: 1. Orientação para resultados: age para melhoria da performance; realizar mais rápido e melhor; pensa em como melhor produtos; 2. Qualidade e ordem: minimiza erros e mantém alto padrão de qualidade; monitora dados e trabalho; 3. Iniciativa: assume pessoalmente fazer mais do que o esperado sem que seja solicitado; 4. Busca de informações: busca de diferentes opiniões e investigação de fatos antes de tomar decisões; 5. Compreensão interpessoal: interpreta e responde aos interesses dos outros reconhecendo suas limitações; 6. Orientação cliente-fornecedor: esforço para descobrir as necessidades dos clientes; 7. Impacto e influência: poder de influência e persuasão; 8. Conhecimento organizacional: habilidade de identificar os verdadeiros tomadores de decisão que podem influenciá-lo; 9. Construção de relacionamentos: articula relacionamentos voltados ao alcance dos objetivos organizacionais; 10. Direção: capacidade de convencer e persuadir os outros para que se comprometam com seus desejos; 11. Cooperação e trabalho em equipe: intenção genuína em ser parte de uma equipe; disposto a participar e construir equipes; 12. Desenvolvimento de outros: foco no desenvolvimento e aprendizado de outros sem limitar-se a treinamentos formais oferecidos; dá feedback negativo e apoio comportamental; 13. Liderança de equipe: intenção de assumir o papel principal do grupo; gerencia reuniões; estabelece agenda de objetivos e controle do tempo; protege o grupo e sua reputação; 14. Competência técnica – expertise: motivação para usar e dividir conhecimento técnico; gosta de tarefas práticas e específicas; 14 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs 15. Pensamento analítico: capacidade de dividir um problema complexo em partes simplificadas; entende prós e contras de uma decisão; realiza análises complexas em planos intangíveis de longo prazo; 16. Pensamento sintético: percebe conexões entre situações não óbvias; tolerante à ambiguidade; 17. Autocontrole: sabe lidar com tensões e controle de stress; 18. Autoconfiança: confiante em situações desafiadoras; lida construtivamente com erros; 19. Comprometimento organizacional: alinha seus comportamentos ao alcance dos objetivos organizacionais; 20. Flexibilidade: facilidade de considerar diferentes pontos de vista e lidar com mudanças. Resende (2000) enumera em nove as competências mais importantes para o ambiente de trabalho: 1. Domínio de determinados conhecimentos – competências técnicas; 2. Aptidão mental – competências intelectuais; 3. Mistura de conhecimento e capacidades intelectuais – competências cognitivas; 4. Capacidade de se relacionar – competências relacionais; 5. Capacidade de participar de acontecimentos sociais – competências sociais e políticas; 6. Capacidade de aprender e ensinar – competências didático-pedagógicas; 7. Capacidade de utilizar técnicas metodológicas – competências metodológicas; 8. Capacidade de influenciar pessoas – competências de liderança; 9. Capacidade de gerir uma organização – competências empresariais. Já Albuquerque e Oliveira (2001) classificam tais competências em: 1. Competências técnicas: competências específicas para a operação de uma atividade; 2. Competências sociais: atitudes e comportamentos necessários para o relacionamento entre as pessoas demandadas na comunicação, negociação e trabalho em equipe; 15 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs 3. Competências no negócio: permite a compreensão do negócio, seus objetivos, mercado, relacionamento com clientes. 1.4 Avaliação de desempenho organizacional Historicamente o processo de avaliação de desempenho é realizado com base em relatórios financeiros, considerando a medida do desempenho organizacional na lucratividade, rentabilidade e retorno sobre o patrimônio, sem contemplar a geração de valor futuro. É no início do século XX, com o Taylorismo e as pesquisas sobre a racionalização do trabalho, que se passou a utilizar processos e escalas para avaliar o desempenho dos empregados, interferindo diretamente no modo de realizar o trabalho. A partir do desenvolvimento de métodos para estimular e reforçar determinadas atitudes do trabalhador, é que as técnicas de avaliação de desempenho foram sendo aperfeiçoadas, conforme segue: Tais técnicas evoluíram de um modelo de avaliação de mão única, por meio do qual o chefe realizava unilateralmente um diagnóstico dos pontos fortes e fracos do subordinado, para outros modelos, como a avaliação bilateral, em que chefe e subordinado discutem em conjunto o desempenho deste último, e, mais recentemente, a avaliação 360°, que propõe a utilização de múltiplas fontes, ou seja, a avaliação do empregado por clientes, pares, chefe e subordinados. (EDWARD; EWEN apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 5) Todavia, tais técnicas podem ser entendidas sob duas perspectivas: da melhoria do desempenho funcional ou do controle psicossocial. De acordo com Leme (2006), até os anos 1980 a avaliação de desempenho limitava-se à análise das competências técnicas do empregado. A avaliação era unilateral e determinava se o funcionário possuía ou não os requisitos técnicos, ou seja, as competências. Seu resultado era a LNT (Levantamento das Necessidades de Treinamento). Já na década de 1990 surgiu a APO (Avaliação por Objetivos) que glorificava as metas alcançadas e crucificava aquelas não alcançadas (ou ao funcionário que não as alcançou). Surgiu então a APPO (Avaliação Participativa por Objetivo), com objetivos definidos mais participativamente. Mais modernamente a avaliação de desempenho tem surgido como mecanismo de balizamento do desempenho tanto corporativo quanto individual. [...] no nível corporativo, o planejamento, o acompanhamento e a avaliação restringem-se à missão, à visão e aos objetivos macro, tendo a sustentabilidade da organização como resultado esperado. No nível divisional 16 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs ou funcional, o interesse recai sobre os objetivos e as metas de cada unidade produtiva da empresa, visando à eficácia organizacional. No nível grupal, a avaliação concentra-se sobre os projetos e processos de trabalho, isto é, sobre as equipes. Finalmente, no nível individual, o objeto a ser avaliado é o resultado do trabalho do indivíduo, do seu comportamento no ambiente de trabalho ou de ambos. (GUIMARÃES; NADER; RAMAGEM apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 5) No início dos anos 2000 surge o conceito de competências e o conceito do “CHA” nas organizações. Nesse momento, segundo Leme (2006), o mercado deu ênfase às competências comportamentais e se esqueceu das técnicas e dos objetivos na composição da avaliação de desempenho, gerando um erro que seria ainda maior: a Remuneração por Competências. “Erro, porque um colaborador não é apenas comportamento e, reforçando, a Avaliação de Competências não é Avaliação de Desempenho” (LEME, 2006, p. 22). De acordo com Barbosa e Gomes (2002), apesar da pouca importância dada pelas empresas aos aspectos intangíveis, como o desempenho da empresa com relação ao mercado que atua, seu relacionamento com clientes, fornecedores e demais stakeholders, a literatura prevê a necessidade de gerenciar tanto as variáveis tangíveis quanto as intangíveis; assim, surge a necessidade de um modelo de Avaliação de Desempenho que consiga atender a esses requisitos tanto em grandes, quanto em pequenas e médias empresas – PMEs (BIAZZO e BERNARDI, 2003, p. 74). Jarvis (et al, 2000) considera que as PMEs devem utilizar modelos de gestão particulares e não se basearem nos modelos originados em grandes corporações, pois possuem necessidades de gestão diferentes que as diferenciam das grandes empresas. Suas capacidades técnicas têm melhorado no decorrer dos anos; todavia, suas práticas gerenciais, em muitos casos, não são formalizadas, pois os gestores têm pouco entendimento sobre sua importância. Nesse contexto, a Avaliação de Desempenho ganha importância para apoiar o desenvolvimento gerencial. A Avaliação de Desempenho nas PMEs não é prática sistematizada em razão de fatores como: a dificuldade de envolver tais empresas em projetos desse tipo; a implantação de partes de modelos de avaliação sem a consideração dos impactos possíveis da implantação parcial; avaliação normalmente informal, sem lastro em modelos definidos; ausência de entendimento holístico; ausência de recursos financeiros e humanos para implantação e acompanhamento de um modelo de avaliação de 17 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs desempenho; entendimento equivocado dos objetivos da avaliação de desempenho por parte dos gestores. Bortoluzzi, Ensslin e Ensslin (2010) consideram que a Avaliação de Desempenho Organizacional (ADO) pode ser definida como o processo de gestão utilizado para construir, fixar e disseminar conhecimentos por meio da mensuração, organização e integração dos aspectos necessários para o alcance dos objetivos estratégicos organizacionais. Chiavenato (2006) define Avaliação de Desempenho como sendo uma apreciação da evolução e/ou do desempenho de cada pessoa no cargo bem como seu potencial de desenvolvimento futuro, estimulando ou julgando as qualidades de um indivíduo na execução de uma função. Complementando, Bergamini e Beraldo (1998, p. 32) afirmam que “avaliar o desempenho das pessoas no trabalho implica, consequentemente, conhecer a dinâmica comportamental própria de cada um, o trabalho a ser realizado e o ambiente organizacional em que essas ações se passam”. Em muitas organizações a Avaliação de Desempenho é entendida como um mero ritual, em outras é utilizada apenas para definir remuneração, provocando inclusive efeitos negativos, também motivados por sua precária objetividade e erro de julgamento. A subjetividade da avaliação se apresenta mais fortemente quando o avaliador tende a avaliar exageradamente alto ou exageradamente baixo, ou ainda a classificar todos os colaboradores de igual forma. Isso se dá, de acordo com Chiavenato (1981), em razão de alguns fatores como: pressa, aversão à discriminação, além da supervalorização de características que fogem ao peso dos parâmetros estabelecidos e à periodicidade da avaliação. A ambiguidade também está presente especialmente em razão da falta de informação ou acesso à informação errada, método para medir desempenho não adequado às expectativas que se têm do funcionário, e a ausência de feedback adequado. Tais ocorrências ganham ainda maiores proporções quando a Avaliação de Desempenho está atrelada ao processo de progressão de carreira. Isso pode criar situações em que o grupo de funcionários com as mesmas competências ascendem, enquanto outros nunca são promovidos, gerando desmotivação. Pontes (1996) considera que por ser um processo dinâmico a Avaliação de Desempenho deve antes de tudo servir como retroação do desempenho e criação de um clima de diálogo entre líderes-liderados, de maneira a permitir melhoria do 18 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs desempenho. Dessa forma, Bergamini e Beraldo (1998, p. 13) consideram que “a função desse instrumento seria então de objeto intermediário no sentido de preparar a organização para ir conquistando gradativamente a remoção dos obstáculos à interação entre pessoas”. Ruas (2005) observa que os modelos tradicionais de avaliação de desempenho nem sempre atendem aos objetivos devidos, reduzindo o desempenho ao invés de estimular, minando a cooperação e o trabalho em equipe, concentrando esforços no curto prazo, gerando insatisfações. O questionamento aqui não é quanto à Avaliação de Desempenho, mas sim quanto aos modelos aplicados em um mundo cujo fator de diferenciação deixou de repousar sobre infraestruturas e tecnologias, concentrando-se no capital humano que a empresa dispõe. A Avaliação de Desempenho, quando adequadamente aplicada, tem muitos benefícios e beneficiários. Ruas (2005) descreve que seus objetivos primeiros estão ligados a melhoria do desempenho que afetaria toda organização, e os secundários estão ligados à melhoria das relações interpessoais e da comunicação entre gestor e equipe, autodesenvolvimento profissional, aumento da produtividade, retroação do desempenho e formação de banco de dados, quanto ao potencial de funcionários e fonte de informação para aproveitamento futuro desses funcionários, identificação da necessidade de treinamentos, adequação e realocação de funcionários ao cargo e até mesmo a demissão. Ruas (2005, p. 35) afirma que as empresas que mais se destacam são aquelas que possuem funcionários mais “qualificados, mais flexíveis, mais empenhados e com maior capacidade de adaptação a novas formas de trabalho”, o que justifica a importância da realização do processo de avaliação do desempenho. 1.5 Avaliação de desempenho por competências Gilbert (1978) afirma que o desempenho humano se manifesta em função dos comportamentos – ou competências – apresentados e das realizações alcançadas em razão desses comportamentos. As organizações buscam avaliar o desempenho por meio de um modelo que permita a identificação desses dois aspectos, pois somente a observação do comportamento não garante o alcance do resultado esperado e a 19 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs valorização apenas dos resultados pode induzir a comportamentos inadequados para alcançar as metas desejadas. A Avaliação de Desempenho por Competências é mais subjetiva que métodos de avaliação de resultados, pois se baseia na observação do avaliador quanto ao avaliado. Isso justifica a possibilidade de distorções no processo, especialmente quando envolve apenas um único avaliador, segundo afirmam Pagès e colaboradores (1993). Silva (2001) afirma que uma forma de diminuir a subjetividade da avaliação é envolver um número maior de informações quanto ao desempenho de um funcionário, ampliando a quantidade de pessoas que o avaliam, tornando a avaliação mais rica e fidedigna. Aqui se deve considerar que tanto a Gestão por Competências de Prahalad e Hamel (1990), quanto a Avaliação de Desempenho de Guimarães (1998) devem ser realizadas pelas organizações nos níveis corporativos e individuais e nos campos de análise das competências organizacionais e individuais. Apesar de, tanto no campo organizacional, quanto no meio acadêmico existir fragmentação teórica quanto à Avaliação de Desempenho e a Gestão por Competências, Brandão e Guimarães (2001, p. 112) afirmam ser possível perceber a relação de interdependência entre os dois temas, além da complementação entre eles, em um contexto mais amplo de gestão organizacional, direcionando esforços, sobretudo, aqueles relacionados à gestão de recursos humanos, o que, então, justificaria o uso do termo “Gestão (avaliação) de Desempenho, baseado em Competência” que não significaria apenas uma junção de vernáculos, mas principalmente a integração de um único modelo de gestão que busca a avaliação do desempenho, dentro dos princípios de competências que contemplem o nível corporativo e o individual, conforme se pode observar no modelo sugerido abaixo por Guimarães (et al, 2000): Figura 6: Processo de avaliação de desempenho baseado em competência Fonte: Guimarães (et al, 2000 apud BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001, p. 14) 20 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Para Vroom (1997), a característica primeira na Avaliação de Desempenho por Competências está na reformulação do papel dos funcionários no sistema de avaliação, que devem participar mais ativamente na assimilação de seu próprio desempenho, identificando pontos fracos, pontos fortes e seus potenciais que se configuram por meio da realização de uma autoavaliação. De acordo com Silva (2001), uma das discussões teóricas sobre o instrumento de avaliação de desempenho trata de quais e quantas devem ser as fontes de avaliação envolvidas no processo. Como resposta a esse dilema surgiu a Avaliação de Desempenho 360 graus que busca a maior quantidade de informações sobre o avaliado por meio da ampliação da quantidade de pessoas que o avaliam, envolvendo seu superior hierárquico, equipe, subordinados, clientes e até fornecedores, além da autoavaliação. Reis (2000) afirma que o enriquecimento proporcionado na mensuração do desempenho profissional desse tipo de avaliação torna mais preciso o diagnóstico de competências, sendo, por isso, considerado uma das principais etapas da gestão de competências. Bortoluzzi, Ensslin e Ensslin (2010) apontam que a Avaliação de Desempenho deve considerar, entre outros aspectos, que os gestores: a) tenham claros os seus objetivos e que a avaliação sirva para auxiliá-los à identificação e compreensão daqueles que poderiam gerar respostas desalinhadas ao contexto e ser questionadas futuramente por eles mesmos; b) saibam que os objetivos contidos na Avaliação de Desempenho são fruto conjunto dos valores e preferências individuais dos gestores e do contexto onde opera. Guimarães (et al, 2000) propõe um modelo integrado para Gestão por Competências e Avaliação de Desempenho, apresentado abaixo: Figura 7: Processo de Avaliação de desempenho baseado em Competências Fonte: Guimarães (et al) apud Brandão (2001, p. 17) 21 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs 2 Resultados Partindo do princípio que o desenvolvimento e manutenção de um modelo de Avaliação de Desempenho são tarefas demasiadamente complexas para pequenas empresas que, em muitos casos possuem funcionários com capacitação técnica insuficiente para implantação e condução de um projeto de Avaliação de Desempenho por Competências, pretendeu-se, neste estudo, desenvolver um modelo simplificado que permita a aplicação e funcionalidade em uma pequena empresa observando-se, todavia, as possíveis limitações. Conforme estudos do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (2015) e Pelissari (2002) os principais problemas das pequenas empresas são, dentre outros, a baixa especialização/política de motivação e treinamento. Romero (1998, p. 2) considera como a principal causa de falência de MPEs (micro e pequenas empresas) a “falta de conhecimento sobre como administrar o negócio”. Portanto, com base na literatura pesquisada, e como forma de atender aos objetivos propostos, a seguir serão identificadas as principais competências individuais necessárias ao bom desempenho de uma pequena empresa, com base nas congruências sobre o tema entre diferentes autores; em seguida, determina-se uma metodologia para avaliação do desempenho e identificação dos gaps de competência que deverão ser tratados. Considerando-se ainda que haja entendimento de Ruas (2005) sobre a existência de duas noções de competência – individuais e organizacionais – sendo que a primeira se relaciona à Gestão de Pessoas, e a segunda à Estratégia da Organização, este estudo tratou das competências individuais. Com base nas considerações propostas neste estudo quanto às principais competências individuais necessárias à organização segundo McClelland (1973), Resende (2000), Maximiano (2001), Albuquerque e Oliveira (2001) e de acordo com a visão behaviorista dos “comportamentos observáveis”, foi possível identificar trinta e sete competências comuns que norteiam o perfil ideal de um funcionário de uma pequena empresa. Para tanto, foram elencadas competências funcionais mais abrangentes e buscaram-se congruências entre os autores supracitados. Considere-se que foram mantidas as seis categorias de competências de McClelland (1973), identificadas pelos algarismos romanos de 1 a 6 no Quadro 1. Por fim, apenas as competências individuais 22 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs consideradas “fundamentais” por três dos quatro autores analisados foram mantidas como importantes ao bom funcionário e deram origem ao item “indicadores de competências” (Quadro 1); as que não encontraram tratamento comum entre os autores foram descartadas e podem ser obervadas no Quadro 1 por meio dos retângulos em negrito. Para formulação dos “indicadores de competências” foram mapeados os pontos comuns entre as definições de cada competência “individual fundamental” realizada pelos autores, complementadas pelas explicações de Le Boterf (2003) e Gattai (2008), culminando na lista de competências individuais conforme se pode observar no Quadro 1, que substitui a realização da fase de mapeamento de competências, considerada complexa e de exigência de conhecimento técnico específico: Quadro 1 – Congruências de competências individuais “fundamentais” a pequenas empresas McClelland Resende Albuquerque e Oliveira Maximiano Congruência entre os autores Indicadores competências de Competência I) REALIZAÇÃO Controla prazos. atrasa entregas Orientação resultados Qualidade ordem para e Iniciativa Busca informações Competências empresariais ou organizacionais Competências metodológicas XXXX de Competências metodológicas Competências no negócio Competências no negócio Competências no negócio XXXX Competências técnicas XXXX Competência intrapessoal XXXX Melhoria de performance; fazer melhor e mais rápido. Minimizar erros e elevar padrões de qualidade. Desenvolvimento de métodos para manutenção e controle do trabalho e informação Faz mais esperado, situações. do que é Antecipa XXXX Não Ritmo na execução de tarefas, Tempo de reação, Vivacidade. Capacidade de estabelecer prioridades na busca de objetivos Habilidade de antecipar as implicações e consequências das situações Novas ideias para solução de imprevistos Trabalhar com metas, Desenvolvimento de projetos de sucesso. Administra padrão de qualidade, Foco na satisfação do cliente. Estabelece objetivos claros para reuniões e projetos, Esforço fora do comum para atingir um objetivo. Assumir responsabilidades de outras pessoas ou áreas propondo mudanças que tragam bons resultados Administração tempo; Agilidade Planejamento Antecipação Criatividade Empreendedorismo Orientação resultados Foco no trabalho Iniciativa XXXX XXXX II) SERVIÇOS Compreensão interpessoal Competências Sociais e relacionais Competências sociais Orientação cliente-fornecedor Competências relacionais Competências no negócio Competências Interpessoais XXXX Compreende e responde ao interesse do outro respeitando seus limites Interesse em ajudar. Descobre e satisfaz a necessidade do cliente Cortesia, Fluência verbal, Disponibilidade para o outro, Foco no ser humano. Sensível à necessidade, Espírito de equipe, Cooperar, Contribuir. do Relacionamento interpessoal Colaboração 23 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs para III) INFLUÊNCIA Impacto influência e Consciência conhecimento organizacional e Construção de relacionamentos Competências de liderança Competências de liderança Competências relacionais Competências sociais XXXX Competências sociais Competências interpessoais XXXX Competências interpessoais Influenciar Bom humor Capacidade de influenciar e persuadir Empatia, Disseminar informações, Clareza e objetividade na comunicação. Comunicação verbal XXXX XXXX Articula relacionamentos voltados para o interesse da organização Cooperação, União, Adequado relacionamento com a liderança. XXXX Espírito de equipe IV) GERENCIAMENTO Direção Cooperação trabalho equipe e em Desenvolvimento de outros Liderança equipe de Competências de liderança Competências no negócio Competências interpessoais Uso adequado do poder através da persuasão Competências sociais e políticas Competências sociais Competências interpessoais Desejo de ser parte de uma equipe Competências didáticopedagógicas Competências sociais Competências de liderança Competências sociais Competências interpessoais Competências interpessoais Foco no desenvolvimento do outro Desejo de assumir o papel principal do grupo. Desejo de autoridade Valores, Administrar normas e regulamentos, Honestidade, Disciplina. Capacidade de organizar e planejar ante da negociação. Capacidade de influenciar Sucesso em fazer os grupos aprenderem a trabalhar juntos, Busca oportunidades para trabalhar em equipe. Compartilhar responsabilidade e autoridade Reuniões com funcionários regularmente, Confiança na habilidade dos outros. Gerencia equipe, Promove desenvolvimento de equipe. Comportamento ético Negociação persuasão e Incentiva o trabalho em equipe Dá autonomia Desenvolve os outros Liderança V) HABILIDADES COGNITIVAS Competência técnica – expertise Competências técnicas Competências técnicas Competências técnicas Desejo de expandir conhecimento técnico o Habilidade em realizar cálculos Expressar ideias por escrito de forma clara Habilidade de lidar com Excel Conhecimento do pacote Office, Internet. Pensamento analítico Competências intelectuais Pensamento Competências sintético cognitivas VI) EFETIVIDADE PESSOAL Autocontrole XXXX XXXX Competências intelectuais Capacidade de definição de prioridades e dividir problemas complexos em partes sistemáticas Resumir, Ser suscinto e objetivo, Relacionar dados. Definir e administrar metas Habilidade de lidar com problemas de forma analítica e sistemática Competências Cognitivas Comunicação escrita Conhecimento de planilhas eletrônicas Informática Capacidade de síntese Estabelece metas Pensamento XXXX Competências intelectuais XXXX XXXX XXXX XXXX Competências intrapessoais XXXX XXXX XXXX Ousar, Correr risco. Autoconfiança Cálculo numérico XXXX Competências intrapessoais Confiança em realizar a tarefa e lida construtivamente com erros Assume responsabilidade pelos próprios erros, Confiável. Capacidade de se manter fazendo apesar dos obstáculos, Autoconfiança Comprometimento Persistência 24 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Determinação. Comprometiment o organizacional Competências relacionais Competências no negócio Competências Sociais XXXX Competências intrapessoais Age para alinhar seus comportamentos às necessidades da empresa Capacidade de considerar diferentes pontos de vista Tomada de decisão Controle das próprias emoções Resistência frustração à Visão sistêmica Empatia Flexibilidade Solução de conflito Fonte: elaborado pelo autor deste artigo Assim, foi possível mapear as competências individuais mais comuns a pequenas empresas segundo a congruência dos estudos de quatro autores. A seguir, com base nas competências identificadas e em seus indicadores segue a construção de Questionário de Avaliação de Competência: Quadro 2 – Avaliação de desempenho com base nas principais competências I) Realização Administração do tempo Agilidade Planejamento Antecipação Criatividade Empreendedorismo Orientação para resultados Foco no trabalho Iniciativa II) Serviços Relacionamento interpessoal Controla prazos. Não atrasa entregas Possui ritmo constante na execução das tarefas Estabelece prioridades em busca de um objetivo. Estabelece prioridades Habilidade de antecipar situações tomando medidas para se preparar para contingências Desenvolve novas ideias para solucionar problemas. Desenvolve ideias criativas para lidar com a falta de recursos Desenvolvimento de projetos que geram bons resultados Administra adversidades com criatividade para atingimento dos resultados Habilidade de concentrar-se no resultado desejado do seu trabalho ou de sua unidade. Estabelece objetivos claros para reuniões e projetos. Assumi responsabilidade de outras pessoas ou áreas propondo mudanças que tragam bons resultados Disponibilidade para o outro, dotado de fluência verbal, bom humor, otimismo 25 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Não observado verbo+objeto de ação+critério+condição Insuficiente Competências Regular Fatores de avaliação Gradação do desempenho Bom AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO Ótimo Flexibilidade Competências metodológicas Ousar, Decidir sem suporte, Assumir riscos, Não se omitir. Equilíbrio emocional, Soluções criativas. Otimista quanto a tarefas desafiadoras, Racional, Imparcial. Alinhamento com missão, visão, valores, política de qualidade, Foco no cliente, Foco no resultado. Capacidade de se colocar no lugar do outro Abertura a mudança, Aceitar ideias, Lidar bem com a diversidade. Foco em solução de problemas. Facilitador de soluções Ser sensível à necessidade do outro. (Disponibilidade, espírito de equipe). Colaboração III) Influência Bom humor Comunicação verbal Espírito de equipe Capacidade de manter-se uma influência positiva apesar dos problemas Ter clareza e objetividade na comunicação Capacidade de gerar cooperação, união, clima positivo e bom relacionamento com a liderança. IV) Gerenciamento Comportamento ético Negociação e persuasão Incentiva o trabalho em equipe Dá autonomia Desenvolve os outros Liderança V) Habilidade cognitiva Cálculo numérico Comunicação escrita Conhecimento de planilhas eletrônicas Informática Capacidade de síntese Estabelece metas Tomada de decisão Controle das próprias emoções Flexibilidade Solução de conflito Habilidade em realizar cálculos (exatidão e precisão) Expressa ideias por escrito de forma clara e concisa. Adapta a comunicação para atingir a diferentes públicos Habilidade de lidar com Excel ou com outras planilhas eletrônicas Demonstra conhecer o pacote Office. Navega com facilidade pela internet. Sabe reconhecer sites seguros Capacidade de resumir fatos tratando-os com objetividade oral ou escrita Possui autoestima elevada, confia em si, corre riscos. Persistência Empatia Dá liberdade aos membros da equipe para decidir como atingir objetivos e resolver problemas Dá tarefas às pessoas para ajudá-las a desenvolver habilidades. Expressa confiança na habilidade dos outros em serem bemsucedidos Promove o desenvolvimento da equipe praticando a gestão de pessoas Habilidade em lidar com problemas através da comparação sistemática de duas ou mais alternativas pesando custos, benefícios, riscos e chances de sucesso. VI) Efetividade pessoal Autoconfiança Comprometimento Visão sistêmica Habilidade em fazer os grupos aprenderem a trabalhar juntos. Reage construtivamente a ideias divergentes de outros membros da equipe. Habilidade em definir e administrar objetivos a serem alcançados Pensamento analítico Resistência à frustração Capacidade de agir com integridade e honestidade em atendimento às normas e regulamentos Habilidade de planejar e de se organizar antes da negociação. Capacidade de influenciar Preocupação em cumprir o que promete. Assume responsabilidade por seus próprios erros. Capacidade de se manter fazendo apesar das dificuldades (continuidade de esforços) Capacidade de decidir sem suporte, fugindo da omissão e escolhendo entre as alternativas disponíveis. Mantém o equilíbrio emocional diante dos conflitos e adversidades buscando soluções criativas com foco na satisfação do cliente Mantém atitude otimista mesmo em tarefas desfiadoras. Não se permite envolver emocionalmente pelo comportamento agressivo do cliente Foco no resultado da organização através do alinhamento com as normas, regulamentos, missão, visão e valores. Capacidade de se colocar no lugar do outro, em sentir-se como o outro. Aceitar ideias e opiniões de outras pessoas. Lidar bem com a diversidade Foco em solução de problemas, atuando como facilitador para a solução de problemas. Fonte: elaborado pelo autor deste artigo 26 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Deve-se considerar que, para o alcance do objetivo geral firmado neste artigo, a Avaliação de Desempenho por Competência, aqui proposta, deverá atender três etapas de uma mesma ação: 1. Aplicação: considerando a subjetividade que avaliações deste tipo permitem, optou-se por envolver maior número de avaliadores; portanto, participarão deste processo o próprio funcionário através da autoavaliação, seu superior hierárquico e seu par na horizontalidade hierárquica; 1.1. Redução da subjetividade: Os pares deverão receber envelopes lacrados contendo formulário de avaliação padrão (Quadro 2) contento o nome do avaliado. O processo deve ocorrer em sigilo, de maneira a permitir a lisura do processo; 1.1.1. Não existindo pares devem ser envolvidos clientes ou fornecedores no processo de avaliação. 1.2. Autoavaliação: Cada funcionário deverá receber um segundo envelope lacrado contendo sua autoavaliação; 1.3. Avaliação de cima para baixo: Aqueles que possuírem subordinados deverão receber envelopes contendo formulário padrão de Avaliação de Desempenho, com indicação do nome de cada avaliado. Ao final do preenchimento e devolução dos formulários dá-se início à fase de análise dos dados. Para tanto, para cada fator de avaliação escolhido, deve ser considerada a valoração a seguir: Quadro 3 – valoração por indicador Indicador Valoração em pontos Ótimo 5 Bom 4 Regular 3 Insuficiente 2 Não observado 1 Fonte: elaborado pelo autor deste artigo 27 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs Todas as notas (valoração) das diferentes avaliações devem ser somadas por indicador e obtidas as médias simples das somas. Deve-se observar qual a finalização indicada para cada item avaliado, em razão da média obtida: Indicador com média ponderada final entre 4 e 5: Qualidades do Avaliado; Indicadores com média ponderada final entre 2 e 3: Plano de Desenvolvimento. Ao final dos resultados deve-se preencher a tabela abaixo indicando a quantidade total de indicadores finais por intervalo: Tabela 1 – totalização de indicadores de desempenho INTERVALO Resultados Qualidades do avaliado Indicadores entre 4 e 5 Requisitos a desenvolver Indicadores entre 2 e 3 Fonte: elaborado pelo autor deste artigo A utilização da Tabela 1 permitirá ao pequeno empresário o entendimento das competências que seu funcionário e equipe possuem, que irão garantir o alcance dos objetivos organizacionais. Os requisitos a desenvolver devem ser alvo de ações de treinamento e desenvolvimento, pois se tratam de competências individuais apresentadas em nível não satisfatório. Ainda, as competências com média entre 4 e 5 podem ser indicadores para promoção, quando representam o resultado da maior parte da avaliação de desempenho; resultado majoritariamente em indicador 3, alteração de função; e, majoritariamente em indicador 2, justificativa para demissão. Vale considerar ainda a ocorrência do indicador “não observado” – Quadro 2 – que se refere a competências não identificadas na função avaliada, fato possível pois esta se trata de uma avaliação de desempenho realizada com base em um mapeamento das competências individuais mais importantes para o bom desempenho do funcionário. Cabe ainda considerar que o feedback é processo importante da avaliação de desempenho, sem o qual não se justifica sua realização. Faz-se necessário que não 28 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs apenas o avaliado conheça seu resultado, mas conheça previamente os critérios da avaliação de desempenho. Findado o processo, a realização do treinamento irá proporcionar ao administrador o desenvolvimento das competências deficitárias (gaps). Vale lembrar que a Avaliação de Desempenho é um processo contínuo e que deve ser exercitado para promover a renovação constante. Ela pode ser uma ferramenta à disposição do administrador para a introdução de mudanças e busca de novas ideias para melhorar o desenvolvimento da organização. Considerações finais Este artigo que estabeleceu como objetivo a adaptação de um modelo simplificado de Avaliação de Desempenho com base em Competências para pequenas empresas, permitiu verificar que a discussão sobre competências está longe de se encerrar. Existem diferentes conceituações sobre o tema; todavia, consensos que permitem a identificação de bases comuns sobre a matéria são possíveis, contemplando estudos de diferentes autores. Percebeu-se que, ao se falar em competências, a definição primeira está relacionada ao bom desempenho na realização de uma tarefa, o que não está absolutamente correto, pois este desempenho apenas terá valor conceitual e capacidade de geração de vantagem competitiva, se puder ser controlado e realizado sempre que desejado, e não apenas como o resultado do acaso, sem garantia de repetição em situação semelhante. Com base, então, nos entendimentos comuns identificados, foi possível determinar uma metodologia para o mapeamento de competências, processo necessário para garantir a existências das capacidades técnicas e comportamentais necessárias ao alcance dos objetivos organizacionais. O processo se mostrou complexo ao se considerar a necessidade da identificação de competências essenciais, a partir da análise documental dos itens de nivelamento da cultura organizacional, como missão, visão, valores, código de ética, regimento interno, o que não é um processo simples e muito menos intuitivo, demandando capacitação técnica. Esbarrou-se então em um problema primeiro, pois este estudo demonstrou que as organizações alvo, a saber, pequenas empresas, carecem de gestão profissionalizada, indicador de que o procedimento poderia não ser adequadamente realizado. Assim, por 29 Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2179-9636, Ano 5, número 17, fevereiro de 2015. www.faceq.edu.br/regs meio do consenso entre conhecimentos de diferentes autores, foi possível mapear as principais competências individuais necessárias às organizações, aqui chamadas de “competências individuais fundamentais”, suprimindo-se, assim, a fase de mapeamento pelo gestor organizacional. Com base nisso, foi possível o desenvolvimento de um modelo de Avaliação de Desempenho baseado em Competências que permita perceber as potencialidades e fragilidades (que precisam ser tratadas) para garantia do alcance dos objetivos organizacionais. Dessa forma, o problema de pesquisa proposto pode ser respondido, pois segundo o método adotado foi possível o desenvolvimento de um modelo simplificado de Avaliação de Desempenho por Competências para uso em pequenas empresas, sem a necessidade de mão de obra especializada em ferramentas de gestão de pessoas para sua implementação. Com base nisso, a primeira hipótese considerada neste estudo (H1) não foi validada, especialmente ao se considerar a possível simplificação do processo de mapeamento de competências e funcionalidade do modelo proposto; já segunda hipótese (H2) foi validada através da identificação de conhecimento comum entre diferentes autores para a identificação das “competências individuais fundamentais”. Este estudo não teve a intenção de encerrar a discussão sobre o tema ou criar uma ferramenta operacional derradeira. Assim, além do aprimoramento do modelo proposto, o desenvolvimento de métodos de análise baseados em competências deve ser incentivado, para garantir às empresas informações úteis para a tomada de decisão, desenvolvimento de vantagem competitiva e continuidade no mercado. Referências bibliográficas ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de; OLIVEIRA, Patrícia Morilha de. Competências ou cargos: uma análise das tendências das bases para o instrumental de recursos humanos. São Paulo, v. 8, n. 4, p. 13-25, outubro-dezembro, 2001. BARBOSA, Allan Claudius; RODRIGUES, Marco Aurélio. “Um olhar sobre os modelos de gestão de competências adotados por grandes empresas brasileiras”. In: ENANPAD, 29, Anais. Brasília: Anpad, 2005. BARBOSA, J. G. P.; GOMES, J. S. “Um estudo exploratório do controle gerencial de ativos e recursos intangíveis em empresas brasileiras”. 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