ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência). É o processo ou atividade dinâmica, inerente a qualquer situação em que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. Administração vai significar PLANEJAR, ORGANIZAR, DIRIGIR E CONTROLAR organizações e/ou tarefas tendo como objetivo ampliar os resultados, devendo avaliar e desenvolver as estratégias necessárias para alcançar resultados. O profissional, no entanto, não tem apenas função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que foi planejado e, portanto, vai ser aquele que deve estar na condução da definição, implementação e monitoramento dos programas e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que estiverem com problemas. Visando o alcance dos objetivos o profissional à frente do processo administrativo terá a função de coordenar, controlar e acompanhar a implementação dos processos de trabalho dos produtos e serviços e, para isto, é necessário que monitore cada etapa do processo, dos recursos ( humanos, materiais e financeiros) envolvidos, visando otimizar e maximizar o trabalho desenvolvido na organização. O PROCESSO ADMINISTRATIVO PLANEJAMENTO • Definir a Missão; ORGANIZAÇÃO • Dividir o trabalho; •Formular Objetivos; • Designar as atividades; • Definir os Planos para alcance dos objetivos; • Agruparas atividades em órgãos e cargos; • Programar as •Atividades. • Definir autoridade e responsabilidade. DIREÇÃO CONTROLE • Designar as pessoas; • Coordenar os esforços; • Definir padrões ; • Monitorar o desempenho; • Comunicar; • Motivar • Avaliar o Desempenho; • Liderar; • Ação corretiva. • Orientar . AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS PLANEJAMENTO ( Formular objetivos E os meios Para alcançá-los) RESULTADOS RECURSOS • Humanos • Financeiros • Materiais • Tecnológicos • Informação CONTROLE ORGANIZAÇÃO ( Monitorar as atividades e Corrigir os desvios) ( Modelar o trabalho, alocar recursos e coordenar atividades) DIREÇÃO ( Designar pessoas, dirigir seus esforços, motivá-las, liderá-las e comunicar) • Desempenho • • • • • Objetivos Produtos Serviços Eficiência Eficácia TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO - (TGA) A TGA corresponde a um compêndio das várias visões da gestão a partir da Revolução Industrial. Foi nessa época que a empresa foi institucionalizada, como uma organização. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA F. TAYLOR (1856-1915). Para Taylor, tudo era uma questão de tornar perfeita a execução de cada tarefa. As condições para isso incluiriam desde a absoluta separação das fases de planejamento, concepção e direção das tarefas de execução até o emprego de um determinado tipo de operário, segundo suas palavras, "tão forte e tão imbecil, um homem-boi". Preocupou-se exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho do operário através do estudo dos tempos e movimentos (Motion-time Study). Taylor verificou que um operário médio produzia menos do que era potencialmente capaz com o equipamento disponível. Conclui-se que o operário não produzia mais, pois seu colega também não produzia. Daí surgiu a necessidade de criar condições de pagar mais ao operário que produz mais e do cultivo de uma atmosfera de cooperação entre os trabalhadores para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que garanta a produção e produtividade. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA F. TAYLOR (1856-1915). Numa Segunda fase do trabalho de Taylor ele concluiu que a racionalização do trabalho do operário deveria ser acompanhado de uma estruturação geral da empresa. Esta empresa padecia de três tipos de problemas: 1. Vadiagem sistemática por parte dos operários, em função dos métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas. 2. Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização. 3. Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho. Para sanar esses três problemas, idealizou o seu famoso sistema de Administração que denominou Scientific Management (Gerência Científica, Organização Cientifica no Trabalho e Organização Racional do Trabalho). Métodos científicos para garantir a consecução de máxima produção a mínimo custo, se constituindo na Organização Racional do Trabalho. (ORT). Os principais aspectos da ORT são: • Seleção Cientifica do Trabalhador – tarefa compatível com suas aptidões ( o funcionário que é valorizado aumenta sua produtividade); • Tempo-padrão; • Plano de incentivo Salarial (conceito do Homoeconomicus, que considera as recompensas e sanções financeiras as mais significativas para o trabalhador; • Trabalho em Conjunto; • • • • • • • • • Gerentes planejam, Operários executam; Desenhos de cargos e tarefas – simplificar os cargos no sentido de obter o máximo de especialização de cada trabalhador. Divisão do Trabalho especialização do operário – Uma tarefa deve ser dividida ao maior número possível de subtarefas; Supervisão – especializada por áreas; Ênfase na Eficiência – existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the best way). Para descobri-la, a administração deve empreender um estudo de tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores. Homo economicus – toda pessoa é profundamente influenciada por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura trabalho não porque goste dele, mas como um meio de ganhar a vida através do salário que o trabalho proporciona. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e pela necessidade de dinheiro para viver; Condições de Trabalho – as condições do trabalho interferem nos resultados do trabalho. Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho para minimizar esforço e perda de tempo na execução do trabalho. Arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da produção. Melhoria do ambiente físico de trabalho, diminuição do ruído, melhor ventilação e iluminação; Padronização –uniformidade e reduzir custos e eliminar o desperdício e aumentar a eficiência. Princípio da exceção – sistema de informação que apresenta dados quando os resultados efetivamente verificados na prática divergem ou se distanciam dos resultados previstos em algum programa. H. FAYOL (1853-1931) Fayol concebia a gestão da empresa a partir de determinadas funções básicas: técnicas; comerciais; financeiras; de segurança; contábeis e administrativas. Representou um avanço pela sua tentativa de pensar a empresa como um todo, ao contrário da ênfase na tarefa, típica do taylorismo. Acrescenta um novo elemento a TGA: a estrutura organizacional da empresa, No entanto, a empresa ainda era vista sob extremo racionalismo. Ninguém até aí havia pensado que a empresa é constituída também por gente. Fayol relacionou 14 princípios básicos : • • • • • • • • • • • • Divisão do trabalho ; Autoridade e responsabilidade; Unidade de comando e de direção ; Disciplina - regras de conduta; Prevalência dos interesses gerais; Remuneração; Centralização ; Hierarquia - defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa. Ordem - Eqüidade - A justiça justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa; Estabilidade dos funcionários; Iniciativa; Espírito de corpo - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. ELTON MAYO (1880 -1949) ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS Percebeu que existia para além da máquina um universo a ser descoberto relacionado ao comportamento humano e sua influência nos processos organizacionais. Estudo da Administração para as pessoas. Características: • Crítica a Administração Científica; • Influência na Administração do desenvolvimento das Ciências Humanas e Sociais; • Ênfase a motivação para alcance de metas (investimento das relações no trabalho); • Integração grupal e comportamento social (Experiência de Hawthorne ); • Homem Social - o comportamento dos funcionários está condicionado aos aspectos biológicos e aos padrões sociais; • Participação nas decisões; • O trabalho entediante prejudica o rendimento e a produção (Resgate da criatividade e do conteúdo do trabalho); • Reconhecimento, aprovação social, participação interferem na produtividade tanto quanto recompensas econômicas. HENRY FORD (1863-1947) Revolucionou a estratégia comercial com a fabricação do primeiro carro popular e de planos de vendas. Criou a assistência técnica de grande alcance. Repartiu, em 1914, parte do controle acionário da empresa com os funcionários. Estabeleceu salário mínimo de US5,00 por dia de trabalho com jornada diária de 8 horas. Em 1926 empregava 150.000 pessoas e fabricava 2.000.000 de carros por ano. Produzia desde a matéria prima inicial ao produto final acabado. Criou a distribuição através de agências próprias. Idealizou a linha de montagem, com produção em série, padronizada e de custo mais baixo. Ford adotou três princípios básicos: • Princípio da intensificação: Consiste em diminuir o tempo de produção com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado; • Principio da economicidade: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação. Assim Ford conseguiu fabricar um trator ou um automóvel, vende-lo e recebê-lo antes do vencimento da matéria prima empregada na fabricação e do pagamento dos salários. Segundo Ford a fabricação deve ser rápida. “O minério sai da mina Sábado e entregue sob forma de carro na Terça feira a tarde”. • Principio de produtividade: Consiste em aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período através da especialização da linha de montagem. FORDISMO Características : • inovações técnicas e organizacionais; • produção e consumo em massa; • fluxo contínuo e progressivo das peças e partes ( esteira rolante evitando o deslocamento do trabalhador ); • extensa mecanização, uso de máquinas e ferramentas especializadas; • crescimento da produtividade; • prática de gestão com radical separação entre concepção e execução; • o trabalhador perde suas qualificações, incorporadas às máquinas; • Consumo em massa de produtos padronizados; • Intensificação da mais valia através da imposição do ritmo da máquina ao processo de trabalho; • Criação de um sistema de proteção social (welfare State); • Reprodução da força de trabalho se dá através de garantias do estado e de remuneração indireta das empresas. CRISE DO REGIME DE ACUMULAÇÃO INTENSIVA DO CAPITAL • Crise do Taylorismo-Fordismo; • Resistência e luta dos trabalhadores • Choque do petróleo e ascensão das taxas de juros (déc. 70) diminuindo a taxa de lucro das empresas em todo o mundo; • Crise financeira; • Aumento da concorrência na economia mundial com a entrada de novos países ( Japão / Alemanha etc) no cenário econômico . TOYOTISMO Características: • • • • mecanização flexível (oposta à rígida automação fordista); multifuncionalização mão-de-obra (polivalência ); sistema de controle de qualidade total; sistema "just in time" minimizar a elevação de estoques e produzir um bem no exato momento em que é demandado. O processo de toyotização das empresas fordistas implicou na desverticalização das estruturas hierárquicas, "reengenharia" das estruturas administrativas, com intenso e eficiente uso da automação flexível INTRODUÇÃO DA AUTOMAÇÃO MICROELETRÔNICA • • • Introdução de processos de trabalho baseados na tecnologia microeletrônica; Automação flexível - máquinas capazes de realizar várias operações e se adaptar para produzir diferentes produtos a partir da programação computadorizada; Modificações expressivas na gestão das empresas e na economia mundial. REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITALISMO • Globalização; • Multifuncionalidade / Tercerização; • Mudança de perfil da força de trabalho integrada ao processo produtivo; • Neoliberalismo / Estado Mínimo ; • Modelo da automação flexível apoiado na tecnologia microeletrônica; • Aumento da produção sem aumento proporcional de demanda de força de trabalho; • Demanda de força de trabalho qualificada e multifuncional; • Descentralização do processo produtivo nas empresas e no mundo. CRISE NO MUNDO DO TRABALHO GLOBALIZAÇÃO • descentralização do processo produtivo e e globalização das relações econômicas - interconexão dos mercados ; • aprofundamento e internacionalização da economia; • redes globais informatizadas de gestão com formas globais de interação; • novo sistema mundial de produção - produção flexível ; • substituição da eletromecânica pela eletrônica e microeletrônica - automação; • tecnologia da informação ( inteligência artificial ) • transforma ciência e a tecnologia em forças produtivas, agentes da própria acumulação do capital, fazendo crescer a produtividade do trabalho humano; “ NOVO QUADRO” DE ESTRUTURAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO • • • • • • Trabalhador de Tempo Integral : “ artesão eletrônico” polivalente, altamente qualificado, alto grau de responsabilidade e de autonomia, recompensado em seu trabalho a desenvolver a imaginação e criatividade; goza de maior segurança; deve atender as exigências de reciclagem permanente; elevada flexibilidade intelectual no enfrentamento de situações de mudança; capacidade de análise de dados ; competência comunicativa diferenciada. Trabalhadores de Tempo Integral - portadores de habilidades facilmente disponíveis no mercado, menos especializado com poucas possibilidades de carreira. Trabalhadores de Tempo Parcial - ocorre em flexibilidade numérica, trabalhadores casuais, por contrato e de fácil substituição. CRISE NO MUNDO DO TRABALHO IMPACTOS PARA OS TRABALHADORES : • A classe trabalhadora se heterogeneizou, complexificou criando, de um lado em escala minoritária o trabalhador multifuncional, polivalente e de outro uma massa precarizada, sem qualificação. • • Tais mutações criaram , uma classe trabalhadora mais heterogênea, mais fragmentada e mais complexificada : entre qualificados/ desqualificados ; mercado formal / informal; jovens / velhos ; homens / mulheres ; estáveis / precários; imigrantes , etc CRISE NO MUNDO DO TRABALHO Déc. 70 - NEOLIBERALISMO • crise do Welfare State; • reestruturação produtiva; • privatização acelerada; • enxugamento do Estado; • políticas fiscais e monetárias sintonizadas com organismos internacionais - FMI , BIRD ) ; • desregulamentação dos direitos sociais; • combate ao sindicalismo classista; • propagação de um subjetivismo e individualismo exarcerbado; REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO CAPITALISMO QUESTÃO SOCIAL EXCLUSÃO SOCIAL “ A marca de todo o novo sistema é a EXCLUSÃO. A força de trabalho é ‘fatiada’ como um salame. No topo ficamos empregados das grandes empresas, depois a ‘fatia’ do trabalho precário e parcial, o setor informal; e na ponta do salame ficam os desempregados, dos quais muitos nunca arrumarão trabalho pois caíram no ‘ desemprego estrutural’ “ ( R. Antunes )