NEITEC - Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia Universidade Federal de Santa Catarina Aprendizagem por interação: Pequenas empresas em sistemas produtivos e inovativos locais Renato Ramos Campos Silvio Antônio Ferraz Cário José Antônio Nicolau Geraldo Teixeira Vargas Objetivo Análise dos processos de aprendizagem interativa em pequenas empresas inseridas em sistemas locais de inovação com formas de governance difusas Condicionantes Dinâmica da produção e da inovação Padrões básicos de aprendizagem Formas de governance no SPIL Formas de aprendizagem nas pequenas empresas Uso dos recursos e competências locais Ilustração com casos empíricos em Santa Catarina Têxtil-vestuário do Vale do Itajaí Móveis de São Bento do Sul Software de Joinville Principais elementos considerados nas diversas tipologias de aglomerações industriais (a) Formas de governance (b) Tamanho das firmas e suas diferenças de competências (c) Especialização e complementaridade, (d) Natureza e amplitude das interações entre os agentes, (e) Origem e trajetória do sistema, (f) Capacidade para a inovação no interior do sistema, (g) As fronteiras dos sistemas combinam as dimensões espacial e setorial A configuração de sistemas produtivos e inovativos locais e efeitos sobre os processos de aprendizagem (a) maior variedade no tamanho das empresas, mais difícil o estabelecimento de relações estáveis; (b) maior diferença nas competências, mais difícil a possibilidade de interação; (c) maior quantidade de especializações e de complementaridades, maiores as possibilidades de interações em processos de aprendizagem; (d) maiores estímulos para os processos inovativos, maiores os estímulos para os processos de aprendizagem; A configuração de sistemas produtivos e inovativos locais e efeitos sobre os processos de aprendizagem (e) mais complexo o conteúdo dos fluxos de informação, mais difíceis as interações para os processos de aprendizagem; (f) mais homogêneos os valores culturais, maior a possibilidade de compartilhamento de experiências nos processos de aprendizagem; (g) mais estruturada e mais completa a infra-estrutura de serviços tecnológicos e de ensino e treinamento, maiores as possibilidades de aprendizagem dentro do sistema. Modelo de análise Dinâmica Produtiva e Inovativa (A) Tamanho das empresas Diversidade de capacidade tecnológica Especialização e Complementaridade Infra-estrutura de serviços tecnológicos e ensino Externalidades locais (B) Proximidade Valores/códigos comuns Cooperação (B) Estímulos para inovação Complexidade dos processos de aprendizagem (D) FORMAS DE APRENDIZAGEM Intensidade nas interações para aprendizagem Estratégias de aprendizagem das empresas Dinâmica produtiva e inovativa Setores Estímulos para inovação Complexidade dos processos de aprendizagem TÊXTIL-VESTUÁRIO MÓVEIS SOFTWARE Fracos Fracos Médio Pouca complexidade Pouca complexidade Média complexidade Recursos e competências dos sistemas locais Setores TÊXTIL-VESTUÁRIO MÓVEIS SOFTWARE Oferta de serviços tecnológicos e sistema de ensino formal específico Desenvolvimento do sistema de ensino formal específico Média Média Baixa Muitas pequenas Heterogêneas Muitas pequenas Heterogêneas Principalmente pequenas e pouco heterogênea Importantes Importantes Importantes Oferta de serviços Infra-estrutura de serviços tecnológicos tecnológicos Ampliação do e de ensino sistema de ensino formal específico Complementariedade/especialização Tamanho das empresas/diversidade nas competências Externalidades da aglomeração local Experiência associativa Coordenação local e Impacto mais reduzido sobre Impacto importante sobre as as pequenas empresas pequenas empresas Forte Os processos de aprendizagem nas pequenas empresas Setores TÊXTIL-VESTUÁRIO MÓVEIS SOFTWARE Intensidade das interações com fornecedores e clientes Media Média Alta Intensidade das interações com Centros tecnológicos locais Fraca Fraca Fraca Intensidade das interações com outras empresas locais (interações horizontais) Fraca Fraca Fraca Estruturação do esforço interno às empresas Não-estruturado Não estruturado Parcialmente estruturado Reduzido Médio Reduzido Learning by doing Interações com fornecedores Competências para cumprir especificações de produtos Learning by doing Interações com clientes Desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos Esforço de investimento efeitos sobre a capacitação Formas predominantes aprendizagem com Learning by doing de Interações com fornecedores Imitação de produtos Considerações finais Nas pequenas empresas em sistemas locais com preponderância de setores tradicionais, com modos de governance difuso, com heterogeneidade no tamanho das empresas, com grande variedade nas capacidades das empresas, com pouca especialização e complementaridades produtivas locais e reduzidos estímulos da dinâmica econômica para as atividades inovativas, o padrão básico de aprendizagem nas pequenas empresas tende a ser o learning by doing. Considerações finais Os processos de aprendizagem por interação nas pequenas empresas são decorrência, principalmente, de relações de compra e venda através de mecanismos de mercado. Nesse processo a absorção de informações relevantes para a capacitação tecnológica são complementares e respondem a pressões típicas dos processos competitivos predomina no arranjo do setor produtivo que Considerações finais O grau de verticalização existente nos arranjos e as estratégias de subcontratação das grandes empresas, voltadas para redução de custos, não estimula o adensamento das estruturas produtivas locais Padrões relativamente simples de aprendizagem em pequenas empresas, mesmo em sistemas locais com recursos e competências relativamente completas, não estimulam necessariamente um círculo virtuoso de desenvolvimento de capacitações tecnológicas das pequenas empresas no interior dos sistemas.