RESPONSABILIDADE SOCIAL E DIVERSIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Anair Pereira Barbosa (FACEQ)* Sidnei Albino Gregório (UNAR/FACEQ)** Evandro Luiz Soares Bonfim (UNIFESP/FACEQ) *** Cláudio Cordeiro Vasconcelos (FMU/FACEQ)**** Quando a responsabilidade e o respeito forem matéria dos currículos escolares, nossa sociedade terá um crescimento exponencial. (LOREGIAN apud PENSADOR, 2015, s/p) Resumo Tratar da inclusão de pessoas com deficiências (chamadas anteriormente de “necessidades especiais”) na sociedade brasileira é algo bastante complexo. A sociedade tem buscado entendimento, e realizado movimentos de sensibilização nacional e internacional, em busca de políticas públicas voltadas para inclusão. Porém, essa é uma realidade ainda muito distante do esperado, pois muitas empresas ainda não se conscientizaram do quanto é importante a inclusão, para o deficiente. Palavras-chave: Inclusão. Pessoa com deficiência. Responsabilidade social. Diversidade. Introdução Este artigo tem como objetivo analisar o grau de importância que tem para a sociedade a responsabilidade social na inclusão de pessoas com deficiência. Tem também a finalidade de sensibilizar empresários, esclarecendo sobre os limites e possibilidades de * Discente do curso de Administração da Faculdade Eça de Queirós (FACEQ/UNIESP). Docente da Faculdade Eça de Queirós. Especialista em Educação pelo Centro Universitário de Araras Doutor Edmundo Ulson (UNAR). *** Coordenador de curso de Pedagogia da Faculdade Eça de Queirós. Mestre em Educação pela Universidad San Carlos de Asunción e mestrando pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). **** Coordenador do curso de Administração da Faculdade Eça de Queirós e Mestrando nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). 1 ** E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq trabalho das pessoas com deficiência. O tema inclusão é por natureza complexo e polêmico quando deveria ser um tema tratado com normalidade. São muitos os tipos de preconceitos verificados na sociedade brasileira, em que os mais acentuados estão na questão de gênero, etnia, classe social, religião e deficiências de todos os tipos. Para este artigo, o objeto de estudo está centrado na inclusão da pessoa sem visão. Procurou-se evitar o termo cego, tendo em vista que a pessoa sem visão não gosta de ser considerada pessoa cega. Assim, utilizamos, na medida do possível, os termos: baixa visão, ou pessoa totalmente sem visão. Também motiva a construção deste artigo, a experiência profissional da autora do artigo que relata, além da experiência profissional com pessoas sem visão, o aprendizado de manuseio de ferramentas tecnológicas para essa categoria. Não é comum encontrarmos experiências dessa natureza, que valorizam os saberes da pessoa com deficiência e os benefícios que possa haver nessa relação. Dessa forma, consideramos que o artigo irá contribuir de modo significativo para profissionais interessados no tema inclusão e que, certamente, terão a oportunidade de aprender sobre os recursos de Tecnologia em Informática, a partir de tais relatos. 1 Revisão da bibliografia Em 1991 foi criada a Lei de Cotas para Deficientes (Lei 8.213/91, art. 93) e somente em 1999 esta lei se estabeleceu para todas as empresas privadas. Essa lei regulamenta a contratação de pessoas com qualquer deficiência e a contratação dessas pessoas é aplicada pela quantidade de funcionários que cada empresa possui: empresas que possuem 200 funcionários deverão incluir 2% de pessoas portadoras de deficiência; de 201 a 500 funcionários deverão incluir 3%; de 501 a 1.000 funcionários deverão incluir 4%; de 1.001 em diante 5%. O objetivo da inclusão social é algo de muita valia, pois se idealiza na conscientização das empresas para que a lei de cotas não seja apenas um número, ou algo em que as empresas burlem o sistema; é necessário que essa realidade seja presenciada pelo deficiente afim de que o mesmo se sinta incluído pelo mercado de trabalho e seja valorizado pelo seu desempenho e trabalho. Para as empresas no Brasil existem soluções online, que ajudam as companhias a 2 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq se regularizarem para a lei de cotas, possuindo banco de currículos de deficientes do Brasil; incluir é educar as pessoas, para que elas saibam que todos têm os mesmos direitos. É também direito de todos os deficientes ser incluídos nas escolas de todos os níveis de ensino, e se capacitarem para o mercado de trabalho; porém, muitas das vezes as escolas não estão prontas, em termos de estrutura, para fazer a inclusão de alunos com deficiência. A acessibilidade, no Brasil e mundo, teria que ser um assunto mais relevante, pois todo aquele que nasce ou fica com qualquer deficiência é capaz e poderá realizar uma atividade. 1.1 Responsabilidade social e diversidade nas organizações Segundo o dicionário Aurélio (2015), o significado de responsabilidade se refere à obrigação de responder pelas ações próprias, pelas dos outros ou pelas coisas confiadas. Já o verbete social diz respeito à sociedade, àquilo que tem tendência para viver em sociedade ou que diz respeito a uma sociedade comercial. Diversidade é a qualidade de diverso. Variedade (em oposição à identidade) se refere à multiplicidade. O significado de organização remete ao ato ou efeito de organizar, organismo, estrutura, fundação, estabelecimento, composição. Quando se pensou em trazer para esse artigo o tema sobre diversidade, acreditouse ser necessário esclarecer que nos referimos a uma diversidade de deficiências, para que não se confunda com a diversidade social e cultural. Obviamente, tratar de diversidade do ponto de vista social e cultural é de extrema importância, até para que se compreendam melhor as deficiências. É muito comum verificarmos as discussões sobre cotas para afrodescendentes e indígenas no Brasil, temas bastantes polêmicos, dada a falta de aprofundamento teórico sobre a questão, sendo que o que mais se verifica é uma grande rivalidade – construída socialmente – entre os próprios afrodescendentes e indígenas no que refere a aplicabilidade da legislação (BONFIM, 2015a). Concomitantemente, a diversidade social e cultural abrange aspectos de gênero, etnia, religião e classe social. Tanto nas escolas, quanto em ambientes empresariais, existem muitas distinções entre pessoas de diferentes culturas sendo esse, portanto, um problema ainda em fase de regularizações. Em relação ao deficiente e de acordo com a Lei de Cotas para Deficientes, é preciso esclarecer que, apesar da cota e da legislação, nem 3 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq sempre os ambientes são realmente adaptados para receber pessoas com deficiência. A iniciar por essa discussão, faremos uma abordagem de como de dá a inclusão de pessoas surdas, admitida por cotas, no ambiente de trabalho. A maioria das pessoas surdas que são inseridas nas empresas para exercício profissional, nem sempre encontram pessoas habilitadas ou conhecedoras do idioma Libras para se comunicar com elas. Assim, essas pessoas ficam praticamente isoladas dos outros profissionais, o que normalmente as leva para o abandono do emprego (BONFIM, 2015b). 1.2 Relatos das experiências da autora Experiências pessoais na Adeva (Associação dos Deficientes Visuais e Amigos) contribuem para este artigo, onde a autora pode ministrar um curso tecnológico em que teve que capacitar deficientes visuais para montagem e manutenção de microcomputadores. A autora aprendeu muito sobre a vida, as limitações, as superações e os ensinamentos que cada um tem para contribuir. Como foi essa experiência? A primeira foi ter que sentir o que eles sentem na escuridão: “eu fui vendada e sem ver nada tive que tentar entender o que realmente eles entendiam, como eles sabiam como eram as coisas; o modo deles verem me ensinou muito, me fez entender que o azul para cada um deles era diferente, que o céu era diferente; cada um sabia me falar de um modo diferente o que eram as coisas”1. Ensinar informática é algo fundamental hoje, para qualquer pessoa ter acesso à informação e à inclusão. A autora eu teve que experimentar ferramentas que são totalmente diferentes para pessoas com visão normal: 1. Virtual Vision: foi desenvolvido em 1997 pela empresa MicroPower, de Ribeirão Preto. Segundo os desenvolvedores é o único software de leitura de telas desenvolvido nacionalmente capaz de funcionar sobre os aplicativos mais comuns utilizados na maior parte dos computadores (utiliza sistema operacional Windows e reconhece Word, Excel, Internet Explorer, Outlook, MSN, Skype, entre outros) (VIRTUAL 2009). 2. NVDA: além de funcionar com os aplicativos básicos do Windows 2000, XP (WordPad, bloco de Notas, Microsoft Word e Excel, Outlook Express e Internet Explorer) 1 Experiência profissional da autora deste artigo 4 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq o NVDA tem extensões para o Mozilla Firefox 2.0 e superiores, sendo este o browser recomendado para se obter maior acessibilidade, também suporta aplicações desenvolvidas em Java e reconhece arquivos PDF do Adobe Reader. Existem outras ferramentas, mas a principal para o ramo de informática são os leitores de telas, que hoje são programas gratuitos para os deficientes. Interessante na experiência da autora foi o uso do mouse; uma ferramenta fundamental para quem enxerga. A falta do mouse para a autora foi encarada como se faltasse o computador inteiro; ela aprendeu muito atalhos que seus alunos lhe ensinavam, a cada programa, novos atalhos, novos truques. A autora chegou a perguntar o porquê os alunos não usavam o mouse, todos deram risada, e questionaram: “Professora como eu vou ver a seta do mouse se eu não enxergo”? Foi interessante apreender pela deficiência deles2. Após isso, a autora teve que entender como ensinar deficientes a manusear ferramentas simples, o que muitos nunca tinham conhecido, como uma simples chave de fenda Philips: quais as diferenças de chaves, diferenças de parafusos. A autora passou a observar detalhes que antes nunca tinha prestado atenção. Os primeiros equipamentos são máquinas mortas, aqueles equipamentos que não funcionam. A maioria das vezes, os alunos pedem os olhos do professor para ajudar e, para acharem o buraco do parafuso, é preciso fazer uma guia do furo com o clipe de papel. Após utilizar bastante as máquinas mortas, passa-se a utilizar equipamentos vivos; a sala muda e a aula fica bem mais agitada: os alunos montam e desmontam os equipamentos, depois ligam o teclado e o monitor e testam; na verdade, o monitor é só para a professora, pois até então, as máquinas não possuem sistema de leitura; na hora do teste a professora diz a eles que todos computadores falam, pois eles emitem sons que denunciam o erro que acabam vendo na tela, é uma sequência de bips. Depois que os alunos dominam esses procedimentos, começa-se a fazer teste de peças soltas, por exemplo, da fonte de alimentação de energia. Essa aula é interessante, pois eles pegam uma fonte ATX atual e a ligam com um clipe de papel, fazendo uma ligação direta e sentem a ventoinha da fonte se liga ou não; a única e importante informação é que existem cores e eles precisam de alguém que enxergue para ajudá-los, pois se ligar errado, irá pegar fogo no fio ou queimar a peça. 2 Relato de experiência, aprendendo com a pessoa de baixa visão. 5 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq A terceira troca de máquina é para sistemas, formatar e instalar, onde se usa o CD que fala tela por tela sobre as informações mostradas no monitor: instalamos o Windows, Office, Antivírus, Winrar, Pacote Adobe, Drivers e outros recursos para o funcionamento de erros, formatando e instalando diversas vezes tudo. Nas últimas aulas, a autora faz testes com os alunos, retirando peças das máquinas, formatando-as e os alunos têm que arrumálas. Em entrevista com Sandra Maria de Sá Brito Maciel, diretora vice-presidente e uma das fundadoras da ADEVA, a autora colheu os seguintes depoimentos: “Temos que transformar, tudo na vida é uma transformação, é só pensar no limão, algo azedo e podemos transformá-lo em uma limonada: algo bom e gostoso”. E ainda: “Fico feliz em saber que hoje tenho alunos transformados, alunos que não saiam de casa para nada e estão trabalhando no ramo de Técnico de Informática em empresas de grande porte e que estão felizes com a transformação feita na vida deles”. Foi importante também buscar o depoimento do senhor Márcio Spoladore, diretor da ADEVA. Registramos aqui, pergunta e resposta utilizando o método de entrevista, com questões semiestruturadas: 1) Como o senhor percebe o mercado de trabalho nos dias atuais? Márcio: O mercado de trabalho, nos moldes atuais, requer dos profissionais habilidades e competências das mais diversificadas e formação continuada, independentemente de sua área de atuação. 2) Qual sua percepção quando da candidatura de uma pessoa com deficiência? Márcio: A pessoa com deficiência que se candidata a uma vaga de emprego vê suas chances reduzidas em razão, sobretudo, de uma educação deficitária e do preconceito que ainda existe em relação a esses cidadãos, que muitos consideram incapazes. Até pouco tempo, as pessoas com deficiência estavam limitadas ao desempenho de funções restritas às linhas de montagem, ao comércio ambulante ou à mendicância. Essa condição de marginalidade faz com que o deficiente torne-se um ônus para a sociedade, refletindo diretamente na economia do país, agravando a situação de dependência econômica, mendicância, e subemprego. 3) Em termos legais, quais são suas observações? Márcio: A Constituição Brasileira assume que vivemos numa sociedade em que o bem de todos está ainda por ser alcançado, mas determina que, para alcançá-lo, não se 6 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq poderá discriminar ninguém. Porém a discriminação é ainda um fato histórico que precisa ser superado. A capacitação profissional da pessoa com deficiência é imprescindível para sua integração social, autoestima e independência. Essa abordagem é não paternalista, e além de colaborar para a integração desse segmento, promove o desenvolvimento socioeconômico do país. 4) Qual o sentido de trabalho para a pessoa com deficiência em sua visão? Márcio: O trabalho deve ser visto como meio de dignificação da pessoa, como fonte de realização pessoal e social. O trabalho é importante, não apenas pelo rendimento material que proporciona para satisfazer as necessidades de uma qualidade de vida digna, mas porque dá ao indivíduo um sentido de identidade e reconhecimento da pessoa enquanto tal, resultado da interação social, pois é o trabalho como capacidade de transformar que dá dignidade e liberta. A pessoa com deficiência é uma pessoa como as demais, com preferências, habilidades, aptidões, dificuldades, interesses e capacidade produtiva. Necessita apenas de oportunidade para desenvolver suas potencialidades. No campo da atividade profissional no Brasil, seja na área comercial, industrial ou rural, existem profissões compatíveis com o desempenho do deficiente, nos diversos níveis de formação. Tais profissões podem ser exercidas pelo deficiente na qualidade de empregado, profissional autônomo ou como empresário. Convém ressaltar a importância do desenvolvimento de ações voltadas para a preparação para o trabalho. Se a pessoa que está ingressando no mercado de trabalho não adquiriu a experiência profissional normalmente exigida, a habilitação torna-se imprescindível. Estas ações podem ser desenvolvidas tanto em nível de organização de cursos quanto de encaminhamento para os já existentes no mercado. 5) Em relação a sociedade civil organizada, como o senhor as percebe sendo diretor de uma empresa com essa missão de incluir pessoas com deficiência? Márcio: A sociedade civil organizada, nas figuras de ONG ou OSCIP, por exemplo, tem diversas iniciativas de preparação das pessoas com deficiência para o trabalho. Tais iniciativas não são recentes e existem em diversas partes do país. A participação do setor privado no incentivo a essas iniciativas vêm aumentando, principalmente pela intensificação da fiscalização da chamada Lei de Cotas dos Deficientes (Lei nº 8.213/91) e as parcerias entre segundo e terceiro setores são cada vez mais frequentes. Contudo, além da fiscalização do cumprimento das leis, cabe ao Estado 7 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq uma participação mais ativa na busca pela solução do problema da dificuldade de empregabilidade da pessoa com deficiência. Algumas ações já existem, mas o Estado brasileiro ainda está longe de assumir o seu papel de protagonista na busca pela igualdade. Márcio: Anair, você conhece a legislação que trata da inclusão de pessoas com deficiência e o sistema de cotas para deficientes? Mesmo que conheça, gostaria de fazer algumas considerações, posso? Anair: Claro, o senhor, por favor, sinta-se a vontade. Márcio: A Lei nº 8213/91, ao fixar para as empresas uma percentagem de contratação obrigatória de pessoas com deficiência habilitadas ou reabilitadas, está a exercer uma iniciativa de combinação de esforços entre o Estado e a sociedade civil, decorrente de lei. A contratação de pessoas com deficiência deve ser vista como qualquer outra, na medida em que se esperam do trabalhador nessas condições profissionalismo, dedicação e assiduidade; enfim, atributos ínsitos a qualquer empregado (...). Trata-se de materializar a igualdade real entre as pessoas a partir do pensamento de que a verdadeira igualdade consiste em se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na justa medida da desigualdade (...). A precariedade do sistema educacional público brasileiro e a compreensão prevalente de que a formação profissional não é uma tarefa essencial do Estado, mas sim de natureza “privada”, tornam-se os maiores obstáculos na busca do emprego (...)3. Apesar de alguns avanços nas políticas assistenciais nas últimas décadas, como, por exemplo, os fomentos a ações municipais para a capacitação de pessoas com deficiência para o ingresso no mercado de trabalho, bem como as ações que visam à inclusão escolar, o Estado brasileiro ainda é incipiente, o que faz com que a maioria das entidades para pessoas com deficiência se envolvam na organização de ações para preencher a lacuna deixada pelo poder público, inclusive nas políticas de habilitação e inclusão no trabalho. 6) Como podemos pensar sobre capacitação profissional para a pessoa com deficiência, em sua opinião? Márcio: Não é possível pensar na capacitação para a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho sem a compreensão de que para que isso ocorra, antes devem existir medidas que promovam a reabilitação desta pessoa, para que haja a 3 (...) símbolo referente aos momentos em que o senhor Márcio ficava em silêncio e pensativo. 8 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq independência desde a execução de atividades básicas da vida diária à total acessibilidade em todos os níveis. Considerações finais Hoje em dia, as empresas estão se preocupando mais com a Lei de Cotas para Deficientes, devendo também se preocupar com a acessibilidade. Esse é um assunto muito importante para a inclusão desses profissionais, pois a acessibilidade tem como principal objetivo garantir o acesso apropriado às pessoas com deficiência (conforto, independência e segurança no ambiente de trabalho). A empresa, desta forma, deverá obedecer alguns critérios para que o funcionário com alguma deficiência, seja ela qual for, tenha um ambiente corporativo inclusivo, com banheiros com barras de apoio, pisos planos com antiderrapantes, boa iluminação das áreas de circulação e muitos outros itens necessários, pois o objetivo é ter menos barreiras para que o ambiente de trabalho tenha mais conforto para os funcionários com deficiência. No ensino profissionalizante, quando os jovens estão entrando no mercado de trabalho, associações e ONGs se preocupam com a inclusão. Essas associações e ONGs são, muitas vezes, parceiras de instituições de ensino técnico profissionalizante. Para as pessoas sem visão podemos citar a ADEVA (Associação de Deficientes Visuais e Amigos) que atua no desenvolvimento social para a pessoa com deficiência e as capacita para o mercado de trabalho. Além dessa associação existem várias outras entidades e associações governamentais e não governamentais que se preocupam com a inclusão, não somente do deficiente visual, mas também de qualquer outro tipo de deficiência. Referências bibliográficas ADEVA. Associação dos Deficientes Visuais <http://www.adeva.org.br/> Acessado em: 04/05/2015. e Amigos. Disponível AURÉLIO. Dicionário do Aurélio. Disponível <http://www.dicionariodoaurelio.com/responsabilidade>. Acessado em 06/05/2015. em em BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia Aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2008. 9 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 4, número 5, maio de 2015. http://www.faceq.edu.br/e-faceq BONFIM, E. L. S. Diferenças e Desigualdades na Educação. Palestra proferida na Faculdade Eça de Queirós em 24 de maio de 2015, 2015a. __________. Mercado de trabalho e Pessoas Surdas. 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