O propósito dos sistemas de atenção à saúde
é proporcionar o mais alto nível de qualidade
ao menor custo, de maneira mais equitativa,
ao maior número de pessoas. (Adaptado de
Donabedian, 1986)
Dado
Informação
Indicador
 São
medidas usadas para ajudar a descrever
a situação de um determinado fenômeno ou
problema, fazer comparações, verificar
mudanças ou tendências e avaliar as ações
planejadas durante um período de tempo,
em termo de qualidade e quantidade das
ações executadas (Mariza Kluck, 2002).
 Devem
permitir comparações em diferentes
tempos, no mesmo local e em diferentes
locais, no mesmo período de tempo.
 Não é uma medida de qualidade, apenas
identifica ou dirige a atenção para assuntos
específicos de resultados, dentro de uma
organização de saúde.
 Números
absolutos: proveniente de contagens,
como os casos de um evento de saúde-doença em
um período. Ex: incidência absoluta de dengue
em Juiz de Fora em 2010.
 Números relativos: são valores absolutos
expressos em relação a outros valores absolutos.
Podem ser índices, proporções, coeficientes e
razões.
 Medidas
que integram múltiplas dimensões
ou elementos de diversas naturezas.
 Numerador e denominador expressam
dimensões distintas.
 Ex: Número de leitos hospitalares por
população
 Todas
as unidades do numerador estão contidas
em um denominador mais amplo.
 Os resultados podem ser expressos em forma de
fração ou multiplicados por 100.
 Medem, por exemplo, o número de óbitos por
uma causa determinada dividido pelo total de
óbitos ocorridos no mesmo período (mortalidade
proporcional).
 Coeficientes: Eventos do numerador representa
um risco de ocorrência em relação ao
denominador.
 Proporção,
em um determinado momento,
dos portadores do evento de interesse em
relação ao total.
 O numerador é a contagem de portadores do
evento e o denominador é o número total de
investigados.
 Ex: Coeficiente de prevalência de
hipertensão arterial: N° de pessoas com
hipertensão
n° total de pessoas examinadas
 Representa
a proporção de indivíduos que,
no começo do acompanhamento, não tinham
desenvolvido o evento de interesse e que, ao
longo dele, mudaram de status ao
desenvolvê-lo.
 O numerador são os casos novos e o
denominador o total de pessoas expostas
(população de risco).
 Relação
entre duas magnitudes de mesma
dimensão e natureza.
 O numerador exclui o denominador
 Ex: ocorrência em indivíduos de um sexo
dividido pela ocorrência no sexo oposto.
 Validade:
o indicador deve identificar as
situações nas quais a qualidade dos cuidados
devem ser melhoradas
 Sensibilidade: ser capaz de identificar TODOS
os casos de cuidados nos quais existem
problemas
 Especificidade: identificar SOMENTE AQUELES
casos nos quais existem problemas
 Simplicidade:
ser simples de buscar, calcular
e analisar
 Objetividade:
ter um objetivo claro,
aumentando a fidedignidade do que se busca
 Baixo custo: indicadores cujo custo é alto
inviabilizam sua utilização rotineira
 Eficiência:
relação entre resultados e
recursos empregados de forma racional
 Eficácia: alcance das metas programadas
para um determinado período de tempo
 Efetividade: Eficiência + Eficácia
- relação entre os resultados alcançados e os
objetivos esperados
 Nome
do indicador ( O QUE?)
 Fórmula – maneira de cálculo (COMO?)
 Tipo – taxa, coeficiente, índice, n° absoluto, etc
 Responsável – quem fará (QUEM?)
 Fonte – local de onde será colhida a informação
(ONDE?)
 Amostra - ?
 Frequência – n° de vezes que será medido
(QUANTAS VEZES?)
 Objetivo – motivo, melhoria (POR QUE?)
 Indicadores
 Indicadores
 Indicadores
 Indicadores
 Indicadores
Sentinela
de Resultado
de Processos
de Gestão
de Estrutura
 Mede
a ocorrência de eventos indesejados.
 Ex:
-
-
Queda do leito
Fuga do paciente
Cirurgia em paciente errado
Erros de dosagem
Acidentes com material cortante
Incêndio
 Eventos
adversos ocorrem em cerca de 3% a
13% das admissões hospitalares/ano.
(LANDRIGAN, 2005)
 São capazes de aumentar em 6 vezes a
permanência hospitalar e a mortalidade em
duas a dezoito vezes. (MILLER et al, 2003)
 Mede
o que acontece (ou não) ao paciente
depois que algo é feito.
 Refere-se à efetividade da assistência
hospitalar.
 De
produção:
- N° atendimentos
- Capacidade ociosa
- Taxa de ocupação hospitalar
 De produtividade:
- Média de permanência
- Funcionários / leito
- Índice de rotatividade
 De
material:
- Giro de Estoque
- Taxa de retorno de materiais
- Índice de atendimento de pedido
 De qualidade:
- Taxa de infecção
- Taxa de mortalidade geral
- Taxa de mortalidade operatória
 Mede
a atividade de cuidados relativa ao
paciente, frequentemente ligada a um
resultado.
 Ex: - Taxa de ocupação
- Dispensação de medicamentos
- Existência de comissões atuantes
- Protocolos clínicos implantados
 Relacionado
à administração e alocação dos
recursos disponíveis.
 Ex: - Pessoal segundo áreas do hospital
- Porcentagem de procedimentos pagos pelo
SUS em relação aos apresentados
- Implementação do Plano Diretor
- Taxa de absenteísmo
- Anos de escolaridade dos funcionários
 Alvará
sanitário expedido Vigilância Sanitária
 Leitos de hospital-dia
 Certificação como hospital de ensino
 Ambulância com UTI.
Taxa de Ocupação HU/UFJF
100.00
90.00
80.00
70.00
60.00
50.00
40.00
30.00
20.00
10.00
0.00
01/11
02/11
03/11
U.T.I. (Transf.)
C.Médica
04/11
C.Cirurgica
05/11
C.Ginecol.
06/11
C.Pediátrica
07/11
Total (s/UTI)
08/11
 Relação
percentual entre o número de
pacientes-dia em determinado mês e o número
de leitos-dia no mesmo período.
To =
N° de pacientes/dia no mês
N° de leitos/dia no mesmo período
x 100
Fonte: SUS Avanços e Desafios
 Em
2001 houveram 12,4 milhões de internações
no SUS, dessas:
-
3,4 milhões foram internações sensíveis à
atenção ambulatorial (27,4% do total)
Essas internações desnecessárias ou evitáveis
custaram ao SUS 1,03 bilhão de reais
 Mesmo
assim, a taxa média de ocupação dos
hospitais do SUS foi de 28,8%, muito abaixo do
padrão desejável em torno de 80%.
Taxa de mortalidade HU/UFJF
60.00
50.00
40.00
30.00
20.00
10.00
0.00
01/11
02/11
U.T.I (Transf.)
03/11
C.Médica
04/11
C.Cirurgica
05/11
C.Ginecológica
06/11
C.Pediátrica
07/11
Total (s/UTI)
08/11
 Relação
percentual entre o n° de óbitos
ocorridos no hospital em determinado mês e o
n° de saídas no mesmo período.
Txmo = n° óbitos no hospital no mês
n° de saídas no mesmo período
x100
Média de permanência HU/UFJF
40.00
35.00
30.00
25.00
20.00
15.00
10.00
5.00
0.00
01/11
02/11
03/11
U.T.I(Transf.)
C.Médica
04/11
C.Cirurgica
05/11
C.Ginecol.
06/11
C.Pediátrica
07/11
Total (s/UTI)
08/11
É
a relação entre o total de pacientes-dia em
um determinado período, e o total de saídas
neste mesmo período.
Tmp =
n° de pacientes-dia
n° de saídas no mesmo período
egdg
O procedimento cobre:
• 4 dias de permanência
(podendo se estender até o
dobro do período)
• Admite permanência à
maior
•Valor total: R$ 360,80
Impactos da alta permanência
 PM
 PM
= DI – (Pm x 2) – DIUTI
= Permanência a maior
 DI = Dias de Internação
 Pm = Permanência média prevista na tabela de
procedimento do SUS
 DIUTI = Diárias de UTI (este caso não tem UTI,
que segue outros critérios)
O
SUS paga pela permanência à maior: R$ 20,06
 O custo do paciente é variável em cada
instituição, girando em torno de R$ 150,00 a R$
250,00.
 Se este paciente ficar no hospital por 11 dias
(média do HU), excluindo qualquer possibilidade
de UTI, ele custará:
8
dias cobertos pelo pacote: R$ 360,80
 PM = 3 dias
- O hospital receberá: 3 x R$ 20,06 = R$ 60,18
- Terá um custo: 3 x R$ 150,00 = R$ 450,00
- Prejuízo: R$ 383,82
 Espera
para realização ou resultados de
exames;
 Espera para realização de cirurgias;
 Infecção Hospitalar;
 Complicações gerais na internação;
 Exames vencidos, etc.
“ Enquanto a participação das receitas correntes
da União no PIB cresceu de 19,7%, em 1995,
para 26,7% em 2004, neste mesmo período, a
participação de gastos do Ministério da Saúde
nessas receitas decresceu de 9,6% para 7,5%”
(SANTOS, 2007).
“ É verdade que se gasta pouco em Saúde no
país, especialmente no que concerne ao
gasto público. Todavia, também, gasta-se
mal. (...) o desafio do financiamento na
Saúde tem de ser enfrentado em duas
vertentes, a da quantidade e a da qualidade
do gasto.”
 Os
gastos públicos representam 45,3% dos gastos
totais em Saúde, esse valor é muito inferior aos
demais países que têm sistemas públicos
universais.
 Os
gastos brasileiros, além de pequenos,
apresentam nos últimos anos uma tendência
declinante.
 Além
de melhorar a qualidade dos gastos, faz-se
necessário incremento do gasto público em
saúde, mesmo o Ministério da Saúde sendo o 2°
melhor orçamento dentre todos os ministérios,
pois os gastos públicos em saúde no Brasil são
inferiores à países desenvolvidos ou em
desenvolvimento.
O
Pacto pela Saúde – Pacto em Defesa do SUS
tem como objetivo convencer a sociedade
brasileira de que o SUS vale a pena e que
necessita de mais dinheiro do que tem hoje.
 Por
-
-
-
quê?
Economias de escala ocorrem quando os custos
médios de longo prazo diminuem na medida em
que aumenta o volume das atividades e os custos
fixos se distribuem por maior n° dessas atividades.
A literatura afirma que economias de escala em
hospitais podem acontecer em hospitais entre 100
a 450 leitos.
Porém, o desenvolvimento do hospitais no Brasil
segue uma tendência contrária.
18,3%
• Segundo estudo do Banco Mundial (2005), a
eficiência total dos hospitais com mais de 250
leitos é 3x superior a dos hospitais com menos de
25 leitos.
 Consequências:
-
-
Remuneração por produção a valores abaixo do
custo na maioria dos procedimentos;
Baixo nível salarial dos profissionais;
Baixo cumprimento das jornadas de trabalho;
Desconsideração de protocolos de conduta;
Realização desnecessária de procedimentos de
maior valor, etc.
A
OMS define: “um conjunto de componentes
que atuam de forma integrada, por meio de
mecanismos de coleta, processamento,
análise e transmissão da informação
necessária e oportuna para implementar
processos de decisões no Sistema de Saúde.”
 Os
diversos sistemas de informação
existentes foram desenvolvidos sem qualquer
preocupação com padronização, o que
resulta em uma utilização de forma
“compartimentalizada”.
 A possibilidade de integrá-los é um sonho
antigo dos profissionais do setor, pois
permitiria análises mais integradas e
fidedignas da situação de saúde da
população.
 SIH
– Sistema de Informações Hospitalares
- Representa importante fonte de informação, pois
registra em torno de 70% das internações e gera
diversos indicadores, como: mortalidade geral,
índice de gastos com internação, tempo médio de
permanência, valor médio da internação
- É alimentado pela AIH.
http://www.datasus.gov.br/catalogo/sihsus.htm
 SIA
-
-
– Sistema de Informação Ambulatorial
É uma ferramenta de gerenciamento de
atendimentos ambulatoriais para realizar a
captação, controle e pagamento do
atendimento ambulatorial.
É alimentado através do Boletim de
Produção Ambulatorial
http://w3.datasus.gov.br/siasih/siasih.php
 SIM
-
-
– Sistema de Informação de Mortalidade
Proporciona estatísticas de mortalidade e a
construção dos principais indicadores de
saúde.
Informações baseadas nas declarações de
óbitos coletadas pela SES.
http://www.datasus.gov.br/catalogo/sim.htm
 SINASC
-
-
– Sistema de Nascidos Vivos
Oferece informações sobre nascidos vivos e suas
características, como sexo, local do nascimento,
tipo de parto, peso ao nascer, raça, entre
outras.
Baseado na Declaração de Nascidos Vivos.
http://www.datasus.gov.br/catalogo/sinasc.htm
 Criação
de pólos macro e microrregionais;
 Objetiva reduzir o deslocamento do paciente
até o município que prestará assistência;
 40% do recurso para qualidade da assistência
(instalações físicas e equipamentos)
 50% livre
 10% para melhoria da gestão
 Preencher vazios assistenciais
 Pactuação contratual de compromissos e
metas
 Redução
de Mortalidade Infantil e Materna
 Objetivo: reduzir 15% na mortalidade infantil
e materna
 Recurso para construção, reforma e aquisição
de equipamentos
 Ações:
- Elaboração e implantação de protocolos
clínicos
- Capacitações em saúde da criança, da
mulher, controle do câncer de mama e colo
do útero, etc
 Resultados
-
(2003-2008)
Óbitos infantis (por mil): caiu de 17,55 para
13,69 – redução de 21,99%
Morte Materna (por cem mil): caiu de 39,31
para 28,20 – redução de 28,26%

Falta recurso ou falta administração
eficiente no SUS? Justifique sua resposta e
proponha soluções.
Download

aula: indicadores hospitalares - Universidade Federal de Juiz de Fora