Discurso e interação no texto Adriana Bolívar Aluno especial EDCC49 : Jezreel melo Introdução • Objetivo: descrever o texto no contexto social e não a linguagem no abstrato; • Considera que os seres humanos usam a linguagem com certo propósito e em interações diárias; • Investigação da análise do discurso: versão Anglosaxônica; • A necessidade de uma linguística bidimensional para alcançar o objetivo de descrever o texto numa concepção também interacionista; • Análise da linguagem como produção de dois interlocutores e não unidimensional (fora do contexto, num mundo ideal); Da Abstração à Interação Objetivo: Salientar as diferenças entre duas grandes linhas de pensamento quanto ao estudo da linguística. • Primeiro grupo: Concepção de linguagem fundamentalmente psicológica - Das formas para o significado; • Segundo grupo: Concepção de linguagem fundamentalmente social, ou melhor, baseada na concepção social da linguagem - Do significado para as formas; Primeiro grupo: A Linguagem no abstrato • 1916 - Saussure - Curso de linguística geral; • 1957 - Chomsky - Estruturas sintáticas. Ferdinand de Saussure • Nova era da linguística; • Responsável pelos conceitos centrais da linguística como: relações sintagmáticas e paradigmáticas, sincronia e diacronia, questões da língua e da fala, significado e significante; • Linguagem: Abstração que envolve o social e o indivíduo; • Objetivo final: Como funciona a linguagem? • Não problematizam a linguagem; Noam Chomsky • Primeiras noções de competência e de atuação, estrutura profunda (representação abstrata das relações lógico-semânticas das frases), e superficial (estrutura patente das frases); • Enfoque mentalista; Tijolos que a partir deles se constroem todas as possibilidades de moradia. Tijolos que cada ser humano já tem , como se fosse estruturas préexistentes ou herança genética. Crianças aprendem muito rapidamente, passam pelas mesmas etapas, cometem os mesmos erros e usam mecanismos gerais e não específicos da língua. • Regras explicativas, básicas e limitadas para todas as orações gramaticais de uma língua (para toda criação basta palavras e parâmetros); • linguagem: abstração que envolve apenas o indivíduo; • Competência e performance - conhecimento que já está no indivíduo e atuação; • Problemas com o termo oração (ênfase na • O uso da gramática para descrever o significado da orações no abstrato e independentemente do contexto real; Noam Chomsky • Gramática: gerativa e universal; toda ambiguidade e falta de explicitação da regra deve ser eliminada, levando em consideração que o leitor é um robô, incapaz de usar sua inteligência para preencher vazios e encontrar erros por exemplo. • Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenômenos da linguagem com uma crítica radical do behaviorismo, em que a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para o arranque da revolução cognitiva, no domínio das ciências humanas. • Objetivo final: Como funciona a linguagem?ou descrever o que significa as orações e não o que Segundo grupo: • 1957 - J. R. Firth - Estudos em análise linguística; • 1961 - M. A. K. Halliday - Categorias da teoria de Gramática; • 1966 - J. Sinclair; • 1975 - J. Sinclair e Y. M. Coulthard; falar e escutar, escrever e ler, só são aceitos como significado na vida humana em sociedade. se identifica com a fenomenologia: viver sentir, experimentar em relação percepção doleitor. • Grande influência do estruturalismo - postura diferenciada mesmo revelando grande preocupação pelos postulados de Saussure; J. R. Firth • Considerações relacionadas a existência humanaparticipação ativa do homem em um mundo ao qual se pretende estudar e teorizar pela linguística; • Linguagem: Contextualizada e relacionada à existência, ao significado da vida, a atividade humana, em situações reais, a partir de um ponto de vista interacionista; • Crítica ao sistema saussureano com seus signos e categorias, que torna a “linguagem” distante daquela falada pelas pessoas reais. explicar eventos linguísticos, através de um conjunto de disciplinas para análises empíricosistemático e autônomas (não necessariamente tem seu ponto de partida na metafísica, psicologia ou sociologia); São simultâneos... J. R. Firth • O uso do contexto da situação para expressar os fatos sistematicamente e fazer afirmações sobre significado; • Relação entre três categorias básicas para descrever a linguagem no processo social: Os traços relevantes dos participantes, as pessoas e personalidades - Os objetivos relevantes - O efeito da ação verbal; • Evita propor categorias universais; • Insiste em afirma que as categorias abstratas M. A. K. Halliday • Discípulo de Firth e propagador de sua teoria; • Denota um grande esforço para definir metalinguagem para estudar a linguagem; • Linguagem: semiótica social - rede de categorias que se relacionam e se estabelecem para explicar os dados - através de escalas de abstrações que relacionam os dados e as categorias; • Dados: eventos lingüísticos observados na fala e na escrita (uma amostra quando usados para descrição linguística) chamados “textos”; M. A. K. Halliday • Eventos linguísticos em níveis diferentes; • Níveis primários: A substância, a forma e o contexto; • A substância: O material da linguagem (fônico ou gráfico); • A forma: organização da substancia em eventos significativos; • O contexto: relação da forma com as características linguísticas das situações nas quais a linguagem funciona, e a relação com as características lingüísticas extra-textuais; • Interníveis - relação que pode existir entre os níveis, complementando a ideia de Firth ( a análise ele se basea num conjunto finito de opções para cada sistema. M. A. K. Halliday • Dedica-se a uma categoria em especial: sistema (por isso linguística sistêmica); • Sistema como princípio organizador de classes de unidades; • Unidade central: cláusula (unidade principal da produção de significado); • Cláusula - ponto de interação para três tipos de opções: o significado experimental, a função da linguagem e a organização do discurso; Mesmo com o papel fundamental que tem a cláusula, a unidade de maior hierarquia da gramática é a oração. se tomamos a cláusula como domínio; transitividade ‘a gramática da experiência, o modo é a gramática da função da fala e o tema é a gramática do discurso. M. A. K. Halliday • Cláusula - domínio de 3 áreas: a transitividade, o modo, o tema; • Oração: entidade cardinal na criação do texto; • Coesão textual: relações de significado estabelecida entre as orações que compõe um texto; • Propõe a descrição dos textos baseado no conceito de coesão ao invés de propor categorias para uma teoria do discurso; M. A. K. Halliday • Ênfase na coesão textual (componencial, orgânica, estrutural e correntes coesivas) referindo-se a forma em que se interpreta o real significado dos elementos do texto; • Linguística: textual - com enfoque fundamentalmente semântico desconsiderando o que refere-se ao criador dos textos; • Gramática: sistêmica-funcional; Os significados de interação • Interação escrita x reação ao texto escrito (relacionada a interpretação ao tentar entender o real significado expresso pelo escritor); • Só o escritor pode introduzir mudanças no texto, pois é o único que pode definir os propósitos e medir os efeitos; • Ao leitor cabe a interpretação, que pode ser um tipo de interação; • O que o orador quer dizer é mais importante do que o que realmente está escrito; • O discurso pode mudar ao longo do caminho da comunicação face a face, dependendo da reação do leitor, pois o mesmo tem um propósito;