ACE FACULDADE GUILHERME GUIMBALA 2011/1 FARM. BIOQ. PROFA. MS.C: TÂNIA REGINA DE OLIVEIRA ROSA [email protected] FARMACOLOGIA AULA 03 REFERÊNCIAS RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. (Ed.). Farmacologia. Tradução Penildon Silva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. GOODMAN & GILMAN. As bases da Farmacologia Terapêutica. Editora: McGrawHill,10 ed. 2010. BEAR, M.F.; CONNORS, B.W.; PARADISO, M.A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. GRAEFF, F. & BRANDÃO, M.L. Neurobiologia das doenças Mentais. 4.ed. São Paulo: Lemos, 2006. Transtornos Mentais Doenças Mentais Como Tratar ? ... PORQUE ... QUANDO... COMO ... ... UTILIZAR PSICOFARMACOLOGIA INTERVENÇÃO MEDICAMENTOSA MEDICALIZAÇÃO DE PROBLEMAS O QUE SÃO PSICOFÁRMACOS Os fármacos psicotrópicos, também chamados de psicofármacos, psicoativos ou psicoterápicos, são os modificadores seletivos do sistema nervoso central usados no tratamento de distúrbios psíquicos que podem: - deprimir ou estimular seletivamente a atividade mental, exercendo a ação no hipotálamo, no tronco cerebral e, provavelmente, em outras partes subcorticais do cérebro compreendidas na coordenação do comportamento emocional. PSICOFÁRMACOS Os - - - psicofármacos mais usados pertencem às seguintes classes: Ansiolíticos e hipnóticos antipsicóticos (também chamados neurolépticos) antidepressivos – fármacos para a sintomatologia neurovegetativa. moduladores do humor entre outros HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA A história da Psicofarmacologia começou há muito tempo, Não como conhecemos hoje, embora algumas das medicações usadas naquela época ainda tenham lugar no arsenal terapêutico. Há relatos do uso do haxixe como anestésico entre os chineses no século II a.C., do laudanum (ópio) como sedativo e da mandrágora como afrodisíaca HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA Mais recentemente, Freud estudou e indicou o uso de cocaína para tratamento de dependentes de morfina, após um período voltou atrás, ao descobrir o potencial aditivo da cocaína. HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA O início da psicofarmacologia moderna para alguns autores pode ser marcado pela descoberta das propriedades do Ácido Lisérgico (LSD) por Albert Hoffmann. No final da década de 1930, os Laboratórios Sandoz, da Suíça, iniciaram um grande programa de pesquisas com ergotamina (alcalóide vasoconstritor utilizado nas crises de enxaqueca) para encontrar derivados dessa substância com propriedades medicinais. Em 1938, dentro desse programa, os químicos suíços Albert Hofmann e Arthur Stoll sintetizaram uma nova substância, que viria mais tarde a ser chamada de dielitamida do ácido lisérgico. Acreditando não haver valor medicinal, os químicos abandonaram os trabalhos no composto, que só seria lembrado cinco anos mais tarde. Em 1943, seguindo um palpite, Hofmann realizou por conta própria uma nova síntese da substância, que então já era chamada de LSD (abreviação do nome alemão Lysersäure-diäthylamid). HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA O uso de LSD associado à mescalina foi sugerido por Jean Delay, ao propor a oniroanálise - personificações dos sonhos. O alucinógino presente no cacto denominado peiote (Lophophora williamsii), ou mescal, usado em rituais mágicos e religiosos pelos povos mexicanos. Era considerado tão importante que os astecas o denominavam teo-nancacyl, que significa "Carne de Deus". HISTÓRICO DA PSICOFARMACOLOGIA A maior parte dos autores considera o inicio da psicofarmacologia moderna a publicação de um artigo sobre o efeito da Clorpromazina por Delay, Deniker e Harl. A história da descoberta e utilização dos medicamentos no tratamento das doenças mentais (ramo da ciência médica que atualmente é denominada de neuropsicofarmacologia, ou simplesmente psicofarmacologia), pode ser dividida em quatro fases: Fase mágico-religiosa; Fase empírica não-científica; Fase empírica científica, e Fase científica "Cadeira Tranquilizante", desenvolvida pelo Dr. Benjamin Rush em 1810, e usada para conter dementes agitados Bedlam, um asilo de lunáticos da Inglaterra, William Hogarth, 1735. A Revolução Científica na Psicofarmacologia Friedrich Wöhler Friedrich Kekulé Justus von Liebig Adolf von Baeyer Os químicos, trabalhando em conjunto com os médicos e farmacêuticos, logo descobriram que muitas delas tinham ação farmacológica, e isso abriu o campo para uma nova e poderosa ciência, a química farmacêutica, e para uma nova classe de empreendimentos industriais, inaugurados pela empresa Bayer, na Alemanha, com a síntese, fabricação e e venda do primeiro analgésico sintético do mundo, o ácido acetil-salicílico, descoberto em 1897 pelo químico Felix Hoffmann, e comercializado com o nome comercial de Aspirin FÁRMACOS E NEUROTRANSMISSORES A partir da descoberta, por Sir Henry Dale e Otto Loewi, que a maioria das substâncias de ação no SN funcionava afetando os mecanismos de transmissão humoral nas sinapses, seja de forma agonística (potencializando) ou antagonística (bloqueando), começo a desenvolver-se a chamada fase científica da psicofarmacologia. A partir dos anos 1920s, esta ciência podia aliar os conhecimentos poderosos da química orgânica analítica e sintética, da farmacologia e da fisiologia, para buscar FÁRMACOS cada vez mais específicos. FÁRMACOS E NEUROTRANSMISSORES As anfetaminas são um outro bom exemplo da similaridade entre neurotransmissores e substâncias psicoativas. Elas são quimicamente similares à adrenalina e à noradrenalina, neurotransmissores. Sintetizada pela primeira vez em 1887, na Alemanha, a anfetamina revelou-se ser uma potente estimuladora do SNC em 1927, Passou a ser proposta para o tratamento de coisas tão diversas como esquizofrenia, epilepsia, alcoolismo, enxaqueca e trauma cranioencefálico. •Com o nome comercial de benzedrina, entretanto, foi usada com sucesso no tratamento da narcolepsia - distúrbio do sono- (1935) e da desordem de hiperatividade e déficit de atenção (1937), bem como no controle da obesidade (inibidores de apetite). •Formas mais potentes ampliaram seu uso, tais como a meta-anfetamina (nome comercial: Metredine), descoberta em 1919, no Japão, e a famosa Dexedrina (dextro-anfetamina). Adrenalina Noradrenalina Anfetamina (Benzedrina) Efedrina A "ESVAZIADORA DE HOSPÍCIOS" A primeira metade do século XX ficou praticamente sem nenhum novo Medicamento acrescento ao arsenal da luta contra as doenças mentais. As doenças mentais graves, como a esquizofrenia, as demências, as manias e a depressão clínica, continuavam a fazer estragos, sem que os médicos pudessem fazer muita coisa a não ser sedar e confinar os pacientes. A "ESVAZIADORA DE HOSPÍCIOS" Foi somente a partir da década 50, que ocorreu uma súbita e revolucionária explosão de descobertas de novos fármacos para o tratamento de doenças mentais como a depressão, a ansiedade, as manias, as obsessões, a esquizofrenia e outras psicoses. A metodologia de síntese química de similares, em um interminável jogo de combinações e testes, e que tinha sido desenvolvida com os barbitúricos, no começo do século, revelou-se a ferramenta principal desse desenvolvimento espantosamente rápido. Em apenas uma década foram descobertos o lítio (em 1949), a reserpina (1954), as fenotiazinas (1954), os benzodiazepínicos (1956), os inibidores de MAO (1954), os tricíclicos (1957) e as buterofenonas (1959). Assim, foram estabelecidas as bases da moderna pesquisa clínica da psicofarmacologia, que perduram até a atualidade. Reserpina Henri Laborit Pierre Deniker Clorpromazi na Assim, uma das metas principais para o desenvolvimento de novos neurolépticos foi a minimização desses efeitos colaterais, e a diminuição da dose antipsicótica efetiva. Surgiram então os chamados antipsicóticos ditos atípicos, como clozapina (Clozaril, 1965) a risperidona (Risperdal, 1992), a olanzapina (Zyprexa, 1997) e outros. Atualmente, nos neurolépticos de quarta geração, essa dose, é de 0,2 a 0,3 mg/dia. Os efeitos extrapiramidais severos praticamente desapareceram. COMBATENDO A ANSIEDADE Para o tratamento da ansiedade, a humanidade usa, desde tempos imemoriais, o etanol, na forma das bebidas alcoólicas. Como medicamento, é ineficiente e tem, como se sabe, muitos efeitos colaterais agudos e crônicos sobre o sistema nervoso. O hidrato de cloral, um hipnótico-sedativo, também foi muito usado desde 1865 para tratar a ansiedade. Finalmente, a partir de 1903 começaram a ser usado os barbitúricos, apesar de não serem ansiolíticos específicos. Estes eram, praticamente os únicos medicamentos disponíveis metade do século XX, até a descoberta, em 1954, da primeira "bala mágica" contra a ansiedade, o clordiazepóxido. COMBATENDO A ANSIEDADE Juntamente com a clorpromazina e a imipramina, formam o "trio" revolucionário da psicofarmacologia da década dos 50s, e que mudaram radicalmente a terapia das doenças mentais Leo Sternbach e o Clordiazepóxido Valium (1963) (Librium) Diazepam (Valium) VENCENDO A DEPRESSÃO O primeiro medicamento especificamente ativo contra as chamadas "doenças afetivas" (como a depressão, a síndrome do pânico, a psicose maníaco-depressiva, etc), foi descoberta por acaso. O carbonato de lítio, um medicamento inorgânico específico para o tratamento dessas doenças tinha sido descrito pelo Dr. John E. Cade, um médico australiano, em 1949. Ele tratou com sucesso vários casos de depressão, mas o lítio começou a ser usado mais amplamente na clínica psiquiátrica apenas em 1957, pelo médico dinamarquês Morgen Schou. Em 1954, o psiquiatra suiço descobriu então a imipramina (Tofranil), que não tinha os efeitos colaterais da iproniazida (estimulação excessiva, euforia e hepatotoxicidade), e era efetiva em 60% dos casos. Rapidamente a empresa Geigy colocou a imipramina no mercado, obtendo grande adesão ao seu uso. Este grupo de compostos, pela sua estrutura química, ficou conhecido como antidepressantes tricíclicos e gerou outros compostos amplamente comercializados, como a amitriptlina (Elavil), a clomipramina (Anafranil) e outros. Foram desenvolvidos também uma classe derivada, chamada de tetracíclicos, como a mianserina (Bolvidon). Os tricíclicos e os tetracíclicos inibem sua recaptação présináptica. Tanto os inibidores da MAO quanto os tricíclicos tinham duas desvantagens grandes, no entanto: - eles provocavam muitos efeitos colaterais indesejáveis, - e atuavam em vários sistemas de neurotransmissores. No entanto, por quase 20 anos, estes foram os únicos antidepressantes disponíveis. Esse estado de coisas foi mudado dramaticamente em 1970, com a descoberta, pelo neurofarmacologista americano David Wong, que existiam algumas drogas, da classe das butirofenonas, que agiam quase que especificamente sobre o metabolismo da serotonina Por volta de 1988 surgiu no mercado a fluoxetina, com o nome comercial Prozac, que marcou uma nova era no tratamento das depressões. Por seus efeitos sobre a emocionalidade, chegou-se a alegar que o Prozac tornava as pessoas mais felizes, e que até mudaria a personalidade. Seu grau de segurança e poucos efeitos colaterais levou-o a ser ministrado amplamente, representando hoje cerca de 70% das receitas de antidepressivos. Entre 1996 e 2001, o mercado mundial de antidepressivos da classe do Prozac cresceu cerca em média 80% ao ano! Diversos compostos do mesmo grupo foram desenvolvidos, todos na década dos 90s, como o citalopram (Celexa), a paroxetina (Paxil) e a sertrolina (Zoloft). CONCLUINDO.... Assim, a esperança para a evolução da psicofarmacologia resta, mais possivelmente, na medicina molecular do futuro, a terapia gênica. Uma pessoa com tendência a ser depressiva, por exemplo, pode ter um ou mais genes que comandam essa disposição. A biologia molecular seguramente descobrirá quais são esses genes, e através da alteração gênica induzida em células-tronco, poderá prevenir que eles se manifestem, ou corrigí-los através da inserção de genes corretos. A T. M. PROMOVE UM CONTROLE E NÃO A CURA DO TRANSTORNO PRIMEIRAS MEDICAÇÕES CLORPROMAZINA IPRONIAZINA Década de 50 - “Anti-histamínico” Década de 50 - medic. antidepressivo medic. antipsicótico LÍTIO Década de 50 Estabilizador do humor BENZODIAZEPÍNICO Década de 60 medic. ansiolítico As vias dopaminérgicas c b a d • Mesolímbica – comportamentos (sensação prazerosa) - a • Mesocortical - mediação dos sintomas negativos e cognitivos - b • Nigroestriatal – controlas os movimentos - c • Tuberoinfundibular – controla secreção propactina - d Fármacos mais comuns ANTIPSICOTICOS NOME GENÉRICO NOME COMERCIAL Haloperidol Haldol® Clorpromazina Amplictil® Levomepromazina Neozine® Tioridazina Melleril® Flufenazina Anatensol® Pimozida Orap® Clozapina Leponex® Olanzapina Zyprexa® Risperidona Risperdal® Antipsicóticos Atípicos Efeitos Adversos: Não é possível bloquear apenas os receptores D2, com os antipsicóticos convencionais, por que essas drogas se espalham por todo o cérebro após a ingestão. DERMATOLÓGICAS GASTROINTESTINAIS Hipersensibilidade urticária, manchas avermelhadas e edema Xerostomia - boca seca Disfagia - dificuldade deglutir Sialorréia - Hipersalivação Náuseas e vômito Esofagite de refluxo Constipação intestinal Icterícia OCULARES HEMATOLÓGICOS Retinite pigmentosa processo inflamatório pode levar a cegueira RARO Glaucoma aumento da pressão intravascular - (sinais: fotofobia e dor) Agranulocitose leucócitos bastante diminuídos (Neutrófilos menor 500 /mm3) GENITO URINÁRIO SNC retenção urinária priapismo (ereção peniana prolongada) Principalmente Clozapina (Leuponex) Sedação e sonolência; Convulsões - raras; CARDIOVASCULARES ENDÓCRINO hipotensão ortostática; Hiperprolactinemia (galctorréia) Distúrbio de ritmo cardíaco ginecomestia, impotência, amnorréia Acatisia - inquietação motora; Distonia aguda - Contração ou espasmo muscular lento, sustentada e doloroso Discinesia tardia - Movimentos involuntários, repetitivos e geralmente faciais Síndrome ParKinsoniana / Impregnação rigidez facial e de postura, lentificação motora tremores de extremidades *Disfagia *Acumulo de saliva cavidade oral *Teste roda denteada (P) SÍNDROME NEUROLÉPTICA MALÍGNA Rigidez muscular Acinesia (falta mov.) distonia mutismo confusão agitação hiperpirexia sudorese aumento FC aumento PA - PODE LEVAR AO ÓBITO -