I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
MANEJO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS SOB PASTEJO INTENSIVO
Anderson de Moura Zanine1; Alexandre Lima de Souza1; Braulio Maia de Lana
Sousa2, Daniele de Jesus Ferreira2; Fagton de Mattos Negrão3, Emerson
Alencar Bonelli3
1
Prof. Adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso. Pesquisador do Cnpq.
E-mail: [email protected]; [email protected]
2
Doutorando da Universidade Federal de Viçosa.
3
Mestrando da Universidade Federal de Mato Grosso.
1. Introdução
A atividade pecuária brasileira tem sua sustentabilidade baseada no uso
do pasto como principal fonte de alimento. Notoriamente, as condições
ambientais e a vasta extensão territorial do País, aliado ao fato de que a
colheita de forragem é realizada pelo próprio animal em pastejo, fazem com
que os custos de produção em pastos sejam relativamente baixos e, por
consequência, torna a produção de carne bovina competitiva.
Esses fatores contribuem para colocar o Brasil em posição de destaque
no cenário internacional, como um dos maiores exportadores de carne bovina
do mundo. Contudo, apesar desse aparente sucesso, observa-se que a maior
parte das propriedades rurais os índices zootécnicos dos rebanhos ainda
deixam muito a desejar. Assim, interesse crescente tem ocorrido no sentido de
aumentar a produtividade e a lucratividade da atividade e, consequentemente,
sua competitividade, por meio da intensificação do processo produtivo.
Comumente, a intensificação tem sido confundida como sendo resultado
apenas do uso generoso de insumos e investimentos em máquinas e
equipamentos, o que nem sempre resulta nos benefícios idealizados, gerando
frustrações e descrença no uso de tecnologia. Na realidade, intensificar
significa obter o maior rendimento possível por unidade de recurso produtivo
disponível, independente dos quantitativos adicionados e dos métodos de
pastejos adotados. Portanto, o processo de intensificação está muito mais
relacionado com o nível de adoção e abrangência dos conhecimentos
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aplicados no gerenciamento do sistema de produção do que com o nível de
investimento financeiro ou de utilização de recursos externos (CARVALHO,
2005; DA SILVA, 2006), fato que exige atenção de técnicos e produtores para a
exploração racional e sustentável do ecossistema pastagem. Nesse contexto, a
adoção de técnicas que proporcione melhoria na eficiência do pastejo se insere
perfeitamente no conceito de intensificação do sistema de produção e ao
mesmo tempo não acarreta em dispêndio de insumos agrícolas ou mesmo no
aumento da mão-de-obra contratada, mas apresentam reflexos positivos na
produtividade e na lucratividade da propriedade rural.
2. Ecossistema pastagem
A produção animal a pasto pode ser entendida, do ponto de vista de
funcionamento, como resultado de três etapas interdependentes: crescimento,
utilização e conversão (Figura 1) (HODGSON, 1990). A fixação de energia
proveniente da radiação solar e sua transformação em tecido vegetal são
processos responsáveis pela produção de forragem e correspondem à etapa
de crescimento. Essa forragem produzida necessita ser colhida por meio do
pastejo, caracterizando a etapa de utilização. Por fim, a forragem produzida
precisa ser transformada em produto de origem animal em uma etapa
denominada conversão.
Figura 1. Representação das etapas da produção animal em pastagens
(Adaptado de HODGSON, 1990).
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A partir desse esquema, vislumbra-se a possibilidade de intensificação
da produção em cada uma das etapas. Esse objetivo pode ser alcançado a
partir do aumento da produtividade das forrageiras (correção e adubação do
solo, uso de irrigação e genótipos adaptados às condições edafoclimáticas), da
eficiência da colheita (ajustes na taxa de lotação), da melhoria da conversão de
forragem em produto animal (uso de suplementação mineral, protéica e
energética para os animais mantidos a pasto). Algumas dessas ações são
bem conhecidas e utilizadas pelo produtor, todavia sem gerar aumentos
significativos na produção animal. A produção animal a pasto é caracterizada
por interações multidisciplinares que impedem que interferências pontuais
(ações de manejo) em componentes isolados, ou parte deles, resulte em
alteração imediata e eficaz em produtividade (DA SILVA & PEDREIRA, 1997;
SBRISSIA & DA SILVA, 2001). Isso significa que não adianta produzir grande
quantidade de forragem sem que a colheita seja eficiente, da mesma forma,
não adianta produzir e colher forragem de qualidade sem possuir genética
animal ou estratégias de suplementação adequadas. Assim, o ecossistema
pastagem apresenta a habilidade de manter um equilíbrio dinâmico estável
caracterizado pela dificuldade de se promover alterações instantâneas e
pontuais em produtividade. Desse modo, as ações de manejo devem ser
realizadas em conjunto e de maneira integrada.
É válido destacar também, que o manejo do pastejo nessa dinâmica é,
portanto, ferramenta primordial para a obtenção dos nutrientes requeridos
pelos animais pastejadores. Nesse processo a estrutura do pasto tem
importância principal, pois é determinante da facilidade de apreensão e colheita
da forragem pelos animais. Quanto maior for o percentual de folhas ou lâminas
foliares compondo essa estrutura maior será o consumo e a conversão em
produto de origem animal.
3. Colheita eficiente de forragem
A produção animal a pasto está pontualmente dependente do acúmulo
de forragem em quantidades satisfatórias, por isso, a eficiência de colheita
deve ser maximizada independente do método de pastejo. A otimização desse
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processo dinâmico exige conhecimento integrada das respostas morfogênicas
e estruturais, composição morfológica e produtividade do dossel, sendo os
parâmetros principais para a recomendação do manejo intensivo do pastejo.
3.1.
Sistema de lotação rotativa
A etapa de utilização é a que permite maior possibilidade de
manipulação por parte do manejador, razão pela qual a colheita eficiente da
forragem deve ser o primeiro passo para intensificar a produção animal. Nesse
sentido, avaliações de forrageiras de clima temperado submetidas a variações
de freqüências e a severidades de pastejos vêm sendo realizadas a mais de 50
anos. Recentemente, esses estudos foram introduzidos com sucesso no Brasil,
mostrando que gramíneas de clima tropical apresentam padrões de
crescimento e desenvolvimento semelhantes, porém com magnitudes distintas,
ao de gramíneas de clima temperado (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2010).
As folhas, responsáveis pela interceptação da luz e produção de
fotoassimilados, são as primeiras e mais importantes estruturas a serem
formadas durante o processo de rebrotação. Este padrão de crescimento
permite rápida recuperação da área foliar e um rápido acúmulo de biomassa.
Na medida em que a competição intra-específica por luz aumenta, reduz-se a
quantidade e a qualidade da luz que chega ao interior do dossel. Nesse
momento, as forrageiras tropicais investem em alongamento de entrenós na
tentativa de alocar suas folhas no topo do dossel (HODGSON & Da SILVA,
2002), ao mesmo tempo em que os processos de senescência e morte de
folhas e perfilhos acentuam-se em razão do sombreamento (ZANINE &
SANTOS, 2004). Essa condição em que ocorre modificação nos padrões de
desenvolvimento coincide com a interceptação de 95% da luz incidente pelo
dossel (KORTE et al., 1982; CARNEVALLI et al., 2006; BARBOSA et al., 2007;
ZANINE, 2007), razão pela qual tem sido considerado o momento ideal para a
interrupção da rebrotação em gramíneas de clima tropical e temperado.
Pastos manejados com o critério de 95% de interceptação luminosa
apresentam maior número de pastejos, acúmulo de forragem de maior valor
nutricional e menores perdas de forragem, devido principalmente a maior
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proporção de folhas e menor proporção de colmos e material senescente
(Tabela 1) (BUENO, 2003).
Tabela 1. Composição morfológica (%) da forragem em pastos de capimmombaça submetidos a regimes de lotação rotativa.
Interceptação luminosa (%)
Componente
95
100
Folha
82,9 a
74,4 b
Colmo
8,0 b
14,7 a
Material morto
6,5 b
9,7 a
Médias na mesma linha seguidas de letras distintas diferem entre si (P>0,10).
Fonte: Adaptado de BUENO (2003)
Essa relação causa-efeito ocorre devido a essa estratégia de manejo,
proporcionar forragem de alta qualidade, uma vez que ao comparar lâmina e
colmos em um mesmo estágio de desenvolvimento a lâmina foliar é o
componente morfológico da planta que possui melhor valor nutritivo
(PACIULLO et al., 2002). Ao avaliarem os componentes morfológicos do
capim-tanzânia ZANINE et al. (2007), observaram maiores valores de proteína
bruta menores valores de fibra em detergente neutro e ácido para folhas em
expansão e expandida quando comparados as folhas em senescência e no
colmo.
Os autores concluíram que no âmbito nutricional, existe uma hierarquia
decrescente do valor bromatológico: folha em expansão, folha expandida,
colmo e material senescente (Tabela 2).
Por isso, o manejo intensivo de
desfolhação é uma situação pontual que favorece o desempenho animal a
pasto (EUCLIDES et al., 1999), já que o consumo máximo ocorre quando os
animais estão em pastos com alta densidade de folhas expandidas ou em
expansão.
Tabela 2. Teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e
fibra em detergente ácido (FDA) na folha em expansão, folha
expandida, folha senescente, colmo e planta inteira.
Separação
PB
FDN
FDA
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botânica
(%)
(%)
(%)
Folha expansão
17,45a
57,06c
27,69d
Folha expandida
16,85b
60,59c
29,12c
Folha senescente
6,24d
66,92a
36,23b
Colmo
7,61c
63,29b
37,90a
CV (%)
1,60
3,98
0,42
Médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem,
estatisticamente, pelo teste de Tukey, 5% de probabilidade.
Fonte: Adaptado de ZANINE et al. (2007)
Ao avaliarem o capim-marandu submetido a estratégias de manejo
resultantes das combinações de três alturas de dossel (25, 35 e 45 cm) e duas
intensidades de pastejo (10 e 15 cm), SILVA NETO (2010) verificou maior
acúmulo de forragem, por ciclo de pastejo, 5603 e 2671 kg/ha, para as
estratégias de 45/15 e 25/15 cm, que resultaram em maior e menor freqüência
de desfolhação, respectivamente. Todavia, ao considerar o número de ciclos
de pastejos, 4 e 8 ciclos, percebe-se que os tratamentos 45/15 e 25/15
apresentaram valores de acúmulos de forragem total próximos, com 22.412 e
21.368 k/ha, respectivamente. Os autores relataram ainda menor acúmulo de
material morto e de colmo nos piquetes manejados a 25 cm de altura prépastejo e 10 cm de intensidade de pastejo, quando comparados aqueles
tratamentos com menor freqüência de desfolhas.
Adicionalmente ao manejo intensivo do pastejo, o comportamento
ingestivo dos animais é sensível a variações na estrutura do dossel forrageiro
(CARVALHO et al., 2005; PALHANO et al., 2007; ZANINE et al., 2008). A maior
presença de colmos pode restringir o consumo de forragem, por constituir-se
em uma barreira física à desfolhação, reduzindo a facilidade de colheita da
forragem pelo animal.
Os resultados de Bueno (2003) corroboram a afirmativa de que a
qualidade da forragem é superior quando a frequência de pastejo é
determinada pela interceptação de 95% da luz incidente quando comparado ao
manejo para 100% de interceptação luminosa. A maior porcentagem de folhas
e menor de colmos e material morto (Tabela 1) em pastos manejados a 95% de
interceptação luminosa, resultaram em maior teor de proteína bruta e maior
digestibilidade in vitro da matéria orgânica (Tabela 3), determinando assim a
produção de uma forragem de melhor valor nutritivo.
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Tabela 3. Porcentagem de proteína bruta (PB) e digestibilidade in vitro da
matéria orgânica (DIVMO) na massa de forragem, em pré-pastejo, de
capim-mombaça submetidos a regimes de lotação intermitente.
Interceptação luminosa (%)
95
100
Época do ano
PB (%)
Média
Verão
11,3Aa
9,7 Ab
10,5 A
Outono/Inverno
10,9 Aa
9,0 ABb
9,9 AB
Primavera
11,4 Aa
8,2 Bb
9,8 B
Média
11,2 a
9,0 b
DIVMO (%)
Verão
59,9 Ba
56,6 Ab
58,3 A
Outono/Inverno
52,4 Ca
53,0 Ba
52,7 B
Primavera
61,9 Aa
5,3 ABb
58,6 A
Média
58,1 a
55,0 b
Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha,
não diferem entre si (P>0,10).
Fonte: Adaptado de BUENO (2003)
Essa maior produção e melhor valor nutricional dos pastos com metas
distintas de manejo baseados na frequência e intensidade de desfolhação com
base na interceptação luminosa podem ser refletidas em produção animal.
VOLTOLINI et al. (2010b) relataram que a utilização do capim-elefante com
95% de interceptação de luz aumentou a taxa de acúmulo de forragem, reduziu
a quantidade de colmos e material morto, bem como diminuiu os valores de
fibras em detergente neutro e ácido (Tabela 4), o que pode favorecer o
consumo e o desempenho animal. Na prática, a utilização desse manejo (95%
de IL) não resultou em maior produção de leite por animal, mas houve aumento
dos teores de nitrogênio ureico no leite e no plasma (VOLTOLINI et al., 2010a).
Esse fato sugere uma melhora na qualidade da forragem, de forma que o teor
de proteína da ração (18% de PB na MS) tornou-se excessivo. Apesar de, não
se ter observado melhora na produção de leite por animal, a taxa de lotação
aumentou em 30% e a produção de leite por área em 34% (Tabela 5), o que
evidencia os benefícios da utilização dessa estratégia de manejo. Benefícios
adicionais foram observados por Hack (2004), em que estudou estruturas
distintas de pastos de capim-mombaça, e relatou que a altura de 90 cm (95%
de interceptação de luz), favoreceu a produção diária de leite com 14 kg por
vaca, 30% superior a altura de 140 cm (mais de 95% de interceptação
luminosa), cuja produção foi de 10,8 kg por vaca.
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Tabela 4. Composição bromatológica de amostras de pastos de capim-elefante
submetidas a duas frequências de pastejo.
Frequência de pastejo
Componente
95% de IL
A cada 26
dias
EPM
Matéria seca (%)
16,58
16,40
0,28
Proteína bruta (%)
14,24
14,58
0,33
65,07 b
66,99 a
0,37
35,88 b
37,05 a
0,30
6,50
6,13
0,23
Extrato etéreo (%)
2,70 b
3,17 a
0,07
Matéria mineral (%)
12,02 a
10,18 b
0,20
Fibra em detergente neutro
(%)
Fibra em detergente ácido
(%)
Lignina (%)
EPM = erro-padrão da média
Fonte: Adaptado de VOLTOLINI et al. (2010b)
Tabela 5. Taxa de lotação, produção de leite por área em pastos de capimelefante submetida a duas frequências de pastejo.
Frequência de pastejo
Componente
95% de IL
A cada 26 dias
EPM
Taxa de lotação
7,18
5,05
0,42
(vacas/ha)
Taxa de lotação (UA/ha)
8,27
5,85
0,46
Produção de leite
114
75
6,40
(kg/ha.dia)
EPM = erro-padrão da média
Fonte: Adaptado de VOLTOLINI et al. (2010a)
Apesar de sua importância, a utilização de 95% de interceptação de luz
pelo produtor rural é pouco viável, em razão dos custos elevados com aparelho
analisador de dossel. Nesse sentido, CARNEVALLI et al. (2006) e BARBOSA
et al. (2007) realizaram estudos pioneiros com os capins Mombaça (90 cm) e
Tanzânia (70 cm), respectivamente, e revelaram existir uma alta relação entre
o momento em que 95% da luz incidente é interceptada e a altura do dossel no
pré-pastejo. Essa relação foi corroborada por ZANINE (2007), MONTAGNER
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(2007) e ZANINE et al. (2011) em avaliações com capim-tanzânia e capimmombaça, respectivamente, indicando que a altura é um parâmetro prático e
eficiente, como ferramenta de manejo de desfolhação dessas plantas
forrageiras. Esse critério possibilita a definição de metas adequadas de
manejo, variáveis em função da espécie e, ou, cultivar, baseadas em alturas de
entrada (Índice de Área Foliar Crítico = interceptação de 95% da luz incidente)
e saída dos animais, sob lotação rotativa (NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2010)
e, em consequência, obtendo-se forragem de melhor qualidade de distintas
espécies forrageiras (Tabela 6).
Tabela 6. Alturas do pasto para a entrada e saída dos animais associada a
95% de interceptação luminosa pelo dossel.
Entrada
Gramínea
Saída (cm)
Referência
(cm)
Carnevalli et al. (2006),
Capim-mombaça
90
30 a 50
Montagner (2007)
Barbosa et al. (2007),
Capim-tanzânia
75
25 a 50
Zanine (2007)
Capim-marandu
25
10 a 15
Trindade et al. (2007)
Pedreira et al. (2007); Sousa
Capim-xaraés
30
15 a 20
et al. (2011)
Capim-cameroon
100
40 a 50
Voltolini et al. (2010a,b)
Capim50
27 a 34
Sousa et al. (2010)
andropógon
Capim20
5 a 10
Braga et al. (2008)
decumbens
Capim-mulato
30
15 a 20
Silveira (2010)
Fonte: Adaptado de NASCIMENTO JÚNIOR et al. (2010)
Para uma mesma frequência de pastejo, é possível ainda intensificar a
produção animal individual ou por área em função da altura pós pastejo
utilizada. Nesse sentido, DIFANTE et al. (2009a) avaliaram o capim-tanzânia
manejado com uma frequência de 95% de interceptação luminosa pelo dossel
e duas intensidades de pastejo (25 ou 50 cm de altura pós-pastejo). Os autores
revelaram porcentagem de folhas, colmos e tecido morto na altura pós-pastejo
de 25 cm de 61,7, 13,4 e 25%, respectivamente, e na altura pós pastejo de 50
cm, 59,6, 15,9 e 24,5%, respectivamente. Contudo, sem alterar os teores de
proteína bruta, digestibilidade in vitro de matéria orgânica, fibra em detergente
neutro e lignina em detergente ácido.
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Apesar do consumo de forragem não ter sido modificado, os pastos
manejados com 25 cm de altura pós pastejo apresentaram maior remoção de
forragem (68,0 vs 45,6%) e eficiência de pastejo (90,4 vs 49,8%) quando
comparado àqueles manejados com 50 cm de altura pós pastejo (DIFANTE et
al., 2009b). Esse padrão resultou em maior ganho de peso médio diário em
pastos manejados com 50 cm de resíduo (801 versus 664 g/dia), porém com
menor taxa de lotação (4,9 versus 6,1 UA/ha), fazendo com que os ganhos de
peso por unidade de área fossem 601 e 559 kg/ha para as alturas pós pastejos
de 25 e 50 cm, respectivamente (DIFANTE et al., 2010). Portanto, a escolha da
intensidade de desfolhação utilizada será função do sistema produtivo,
podendo-se utilizar uma maior severidade de pastejo como forma de aumentar
os ganhos de peso por unidade de área ou utilizar uma menor intensidade de
pastejo para promover maior ganho individual.
3.2. Sistema de lotação contínua
Historicamente, manejo intensivo era descrito como sinônimo de método
de pastejo em lotação rotativa. O método de pastejo em lotação contínua era
visto como rudimentar, especialmente pela utilização de taxa de lotação fixa, a
qual não permite o controle da estrutura do dossel, ficando os animais em
pastejo à mercê das variações na produção de forragem anual. Assim, era
comum observarmos no pasto o “efeito sanfona” dos animais, isto é, ganho de
peso no verão e perda de peso no inverno. Por muito tempo, esse manejo foi
descrito como um método de produção extensiva.
Esse conceito começou a ser revisto, quando as pesquisas baseadas na
ecofisiologia de plantas forrageiras demonstraram que é possível produzir
forragem intensivamente no método de lotação contínua com taxa de lotação
variável. As pesquisas, calcadas em metas de condições de pasto (sward
target) (HODGSON, 1985), mostraram haver em lotação contínua, assim como
em lotação rotativa, muitas similaridades entre gramíneas de clima tropical e
temperado (HODGSON & Da SILVA, 2002).
No Brasil, as metas de condição do pasto a serem mantidas quando o
mesmo é manejado sob lotação contínua foram estabelecidas, primeiramente,
para as forrageiras do gênero Cynodon (PINTO, 2000) e para a Brachiaria
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brizantha cv. Marandu (ANDRADE, 2003; SBRISSIA, 2004). Os resultados
desses estudos revelaram padrões dinâmicos de produção líquida de forragem
muito semelhante àqueles descritos, originalmente, para azevém perene
(BIRCHAM & HODGSON, 1983).
Estudos com Cynodon spp. revelaram haver mudanças compensatórias
na densidade de perfilhos e no fluxo de tecidos em perfilhos individuais
(PINTO, 2000; SBRISSIA et al., 2001; SBRISSIA et al., 2003) para manter
valores altos e relativamente constantes de taxas de acúmulo forragem (Figura
2a), em uma amplitude de condições de pasto variando de 10 a 20 cm de altura
do dossel forrageiro. Nesse trabalho, maiores desempenhos de ovinos foram
verificados em pastos manejados a 15 cm de altura (Figura 2a), com valor
nutritivo da forragem consumida variando de 14 a 18% de proteína bruta e 65 a
75% de digestibilidade (CARNEVALLI et al., 2000, 2001a,b). Da mesma forma
que a produção de forragem é máxima e praticamente constante em uma
determinada faixa de condição do pasto, existe uma amplitude de condições de
pasto específica para que as metas de desempenho animal possam ser obtidas
(Da SILVA, 2004).
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(a)
(b)
Figura 2. Representação gráfica das taxas de crescimento, senescência e
acúmulo líquido (a) e o ganho de peso de animais mantidos em
pastagens de Cynodon spp. sob alturas de dossel forrageiro
Fonte: Adaptado de: (a) PINTO (2000); (b) CARNEVALLI et al. (2000, 2001a,
b).
Padrão semelhante foi obtido para o capim-marandu, em que mesmas
taxas de acúmulo de forragem foram observadas em pastos mantidos entre 20
e 40 cm de altura do dossel (Figura 3a). Houve elevação no ganho de peso de
novilhos em crescimento e redução na taxa de lotação à medida que se
aumentou a altura do dossel (Figura 3b), de modo que maiores taxas de
consumo pelos animais e ganho de peso por área ocorreram na altura de 30
cm (ANDRADE, 2003).
As amplitudes de condições obtidas indicam uma grande flexibilidade de
manejo do pastejo dessas plantas forrageiras, correspondendo a um universo
grande de possibilidades em termos de regimes de desfolhação passíveis de
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serem utilizados em condições de campo, de acordo com o objetivo de cada
produtor.
(a)
(b)
Figura 3. Representação gráfica das taxas de crescimento, senescência e
acúmulo líquido (a) e ganho de peso e taxa de lotação em pastagens
de capim-marandu (b) submetido a alturas de dossel forrageiro.
Fonte: Adaptado de (a) SBRISSIA (2004); (b) ANDRADE (2003).
Nessa realidade, tendo por base a altura média de 30 cm, utilizando o
método de pastejo sob lotação contínua com taxa de lotação variável, ZANINE
et al. (2006) observaram o comportamento ingestivo em pastejo de bovinos de
forma comparativa em pastos de Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha
(Tabela 7). O tempo total gasto em pastejo foi maior para o pasto de Brachiaria
decumbens situação explicada pela menor relação lâmina:colmo (0,35),
levando os animais a um comportamento mais seletivo nesse pasto. Segundo
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SARMENTO (2003), os animais tendem a ser mais seletivos, em pastos com
uma reduzida relação lâmina:colmo, o que resulta em uma aumento no tempo
de pastejo, como mecanismo compensatório. Outro ponto destacado pelos
autores é a diferença na composição bromatológica, principalmente o maior
conteúdo de proteína bruta e menor de FDN no pasto de capim Brachiaria
brizantha. Com relação aos tempos de ruminação (Tabela 7) houve diferença
entre os dois pastos nos períodos diurnos e noturnos, porém não foi observada
diferença estatística alteração significativa para o tempo total de ruminação.
Isto sugere que os animais modificaram o tempo de pastejo como forma de
regular a ingestão de forragem, não sendo alterados os tempos gastos em
ruminação.
Tabela 7. Valores médios dos tempos de pastejo e de bovinos durante o dia,
durante a noite e total (horas) gasto pelos animais nos dois pastos
estudados.
Tempo de pastejo (horas)
Capim
TPD1
TPN2
TTP3
Brachiaria brizantha
7,48 a
2,26 b
9,75 b
Brachiaria
7,44 a
3,86 a
11,31 a
decumbens
CV(%)
3,20
11,85
8,96
Tempo de ruminação (horas)
Capim
TRD4
TRN5
TTR6
Brachiaria brizantha
2,07 b
4,69 a
6,76 a
Brachiaria
2,95 a
3,65 b
6,35 a
decumbens
CV(%)
12,48
6,29
6,11
Tempo de ócio (horas)
Capim
TOD7
TON8
TTO9
Brachiaria brizantha
1,95 a
4,98 a
6,94 a
Brachiaria
1,19 b
4,36 b
5,55 b
decumbens
CV(%)
15,17
10,32
9,72
Médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem,
estasticamente, pelo teste F, ao nível de 5% de probabilidade.
1
Tempo de pastejo diurno; 2Tempo de pastejo noturno; 3Tempo total de pastejo.
4
Tempo de ruminação diurno; 5Tempo de ruminação noturno; 6Tempo total de
ruminação.
7
Tempo de ócio diurno; 8Tempo de ócio noturno; 9Tempo total de ócio.
Fonte: Adaptado de ZANINE et al., (2006).
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
Faria (2009) ao avaliar o capim Brachiaria decumbens em lotação
contínua com bovinos e taxa de lotação variável para manter as alturas do
pasto em 10, 20, 30 e 40 cm, verificaram que, com exceção do inverno,
maiores taxas de acúmulo de forragem ocorreram entre as alturas de 20 e 30
cm, o que pode indicar uma recomendação prática de manejo em lotação
contínua para esse capim. Ademais, o pasto mantido a 25 cm resultou em
maior produtividade por área. Quantificou-se também a produção de bovinos
(Tabela 8) por um período de dois anos em pastos adubados com 150
kg/ha.ano.
Os
resultados
mostram
a
produtividade
elevada
e
as
potencialidades de uso desse recurso forrageiro. Segundo Santos (2009), o
capim Brachiaria decumbens manejado a 10 ou 40 cm de altura possui
estrutura desfavorável ao consumo. As plantas mais baixas apresentam menor
massa de forragem e reduzida massa de lâminas foliares, o que limita a
fotossíntese e o crescimento do dossel (PEDREIRA et al., 2007), além de
restringir o consumo dos animais em pastejo (EUCLIDES, 1999). Em
contrapartida, plantas mais alta (40 cm) apresentam maiores taxas de
senescência e alongamento de colmos, o que diminuiu a relação folha/colmo,
bem como incrementou a massa de tecidos mortos, caracterizando uma
estrutura desfavorável ao consumo e desempenho animal (CARVALHO et al.,
2001).
Tabela 8. Produtividade animal em pastos de capim Brachiaria decumbens cv.
Basilisk manejada sob regimes de lotação contínua durante o período
das águas.
Altura média do pasto (cm)
Característica
10
20
30
40
Ano 1
Ganho médio diário (kg/dia)
0,701
0,818
0,877
0,743
Taxa de lotação (UA/ha)
5,43
5,63
4,13
3,92
Produtividade
por
área
753,57
880,11
684,76
548,03
(kg/ha)
Ano 2
Ganho médio diário (kg/dia)
0,509
0,586
0,657
0,670
Taxa de lotação (UA/ha)
4,58
5,19
3,73
3,54
Produtividade
por
área
796,19
1.045,23
834,88
785,06
(kg/ha)
Fonte: Adaptado de FARIA (2009).
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
Vale destacar, de acordo com as metas de manejo acima discutidas, que
cada espécie e, ou, categoria animal, atinge seu melhor desempenho em
alturas de pasto que lhes proporcione maior consumo de forragem.
Geralmente, maior desempenho animal é obtido em pastos mantidos próximos
do limite superior da amplitude de condições de utilização da espécie forrageira
utilizada; enquanto menor desempenho ocorre em pastos mantidos próximo do
limite inferior.
4. Adubação do pasto como forma integrante do manejo do pastejo
O efeito mais difundido da adubação consiste no aumento da produção
de forragem por unidade de área, fato que associa a adubação do pasto com a
intensificação do processo produtivo (FONSECA et al., 2008). De fato, em
sistemas intensivos de produção a pasto, a adubação é ação de manejo
geralmente presente e fundamental.
O nitrogênio funciona como modulador, regulador e acelerador do
crescimento, condições que podem resultar em aumentos de produção e
melhoria do valor nutricional da forragem produzida. A aceleração nas taxas de
crescimento
das
plantas é
resultante
da
aceleração
dos
processos
morfogênicos, que ocorrem no perfilho, e está associada a aumentos nas taxas
de aparecimento e alongamento de folhas e de aparecimento de perfilhos
(MARTUSCELLO et al., 2005; MARTUSCELLO et al., 2006), em contrapartida,
estão normalmente associados a aumentos nas taxas de senescência e de
mortalidade de perfilhos e redução na longevidade de folhas (LEMAIRE &
CHAPMAN, 1996). Ao avaliarem o capim-piatã submetido a doses de 0, 125,
250, 375 e 500 kg de N/ha e cortes a cada 35 dias durante o período das
chuvas, Dourado (2009) verificou valores máximos para a produção de
perfilhos (955 perfilhos/m2), de matéria seca de lâmina foliar verde (11.548 kg
de MS/ha) e índice de área foliar (4,77) para doses de nitrogênio variando de
350 a 385 kg de N/ha. Para condições climáticas favoráveis e de altas doses
de adubação nitrogenada este capim deve ser manejado com maior freqüência
de corte ou pastejo para evitar o acúmulo excessivo de colmo e de material
morto (DOURADO, 2009).
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
Assim, para que os benefícios da aceleração do crescimento possam ser
realizados é necessário colher a forragem produzida antes que essa entre em
processo de senescência acelerado e, para isso, é preciso promover ajustes
nas taxas de lotação empregadas (lotação contínua) ou no intervalo de
desfolhação (lotação rotativa), para que este não exceda o período de vida das
folhas.
Nesse contexto, FREITAS (2008) avaliaram o capim-tanzânia, durante o
verão, submetido a doses de nitrogênio de 0, 80, 160 e 320 kg/ha e densidades
de plantas de 9, 25 e 49 plantas/m2 sendo a interrupção da rebrotação baseada
no critério de 95% de interceptação luminosa. Foram observados aumentos de
96% na produção de forragem quando utilizados 320 kg/ha.ano de nitrogênio
em relação à ausência de adubação. Esse aumento em produção foi
acompanhado de um aumento no número de cortes do capim, elevação nos
teores de proteína bruta de lâminas foliares (16 versus 8%) e de colmos (6
versus 4%), redução nos teores de lignina (3,03 versus 2,65%). Além de uma
redução de 8% na fibra em detergente neutro (8%) e elevação em 24% na
digestibilidade in vitro da matéria orgânica de lâminas foliares. Com o
apropriado ajuste no manejo da desfolhação, as estruturas dos pastos de
capim-tanzânia foram controladas, apresentando elevada participação de
folhas na forragem colhida.
Cabe ressaltar que a melhoria do valor nutritivo da forragem em função
da adubação nitrogenada é dependente de ações de manejo (FONSECA et al.,
2008; ZANINE & FERREIRA, 2010). Dessa forma, o efeito mais esperado com
a elevação na adubação nitrogenada é o aumento na produção da área.
Fagundes et al. (2007), avaliando o capim-elefante em lotação rotativa, não
relataram aumentos no desempenho animal individual, porém observaram
aumentos na taxa de lotação e no ganho de peso por área quando a dose de
nitrogênio foi aumentada de 100 para 400 kg/ha.ano. De maneira semelhante,
porém em lotação contínua, Mesquita et al. (2010) avaliaram o capim-marandu
mantido a 30 cm de altura (ANDRADE, 2003: SBRISSIA, 2004) e adubado com
0, 150, 300 e 450 kg/ha de nitrogênio. Os autores relataram que o aumento na
dose de nitrogênio acelerou as taxas de crescimento do capim-marandu sob
lotação contínua, elevando a massa de forragem, a porcentagem de folhas e
de colmos no dossel. Assim, para compensar esse aumento em produção de
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
forragem e manter o dossel em uma altura relativamente constante de 30 cm,
taxas de lotação crescentes de 2,43; 3,63; 4,11 e 4,24 UA/ha foram utilizadas
nos pastos adubados com 0, 150, 300 e 450 kg/ha de N, respectivamente. Por
sua vez, PEREIRA et al. (2010) relataram que a estrutura do dossel do capimmarandu mantido a 30 cm não variou entre as doses de nitrogênio (0, 150, 300
e 450 kg/ha) avaliadas em épocas de maior disponibilidade de fatores de
crescimento (final de primavera e verão). Esse fato indica que quando o
controle do processo de pastejo é feito de maneira eficiente, mudanças em
estrutura são função basicamente de variações estacionais em condições
climáticas e estádio fenológico das plantas.
5. Suplementação animal a pasto como forma integrante do manejo
do pastejo
Mesmo com um manejo eficiente do pastejo, obtido a partir de
conhecimento técnico das características e dos fatores que favorecem o
crescimento e rebrotação das plantas forrageiras, a produção de forragem
durante o inverno será baixa. As condições climáticas desfavoráveis no Brasil
Central, no período de maio a setembro, caracterizadas pela ocorrência de
temperaturas mais baixas, precipitação reduzida e menor fotoperíodo (dias
mais curtos) limitam a produção e o valor nutritivo do pasto. Em sistemas
intensivos, em que há busca por competitividade, ajustes drásticos nas taxas
de lotação utilizadas devem ser realizados e, ou, uso de alimentos
suplementares, como: volumosos (conservação de forragem, diferimento de
pasto) ou concentrados devem ser utilizados de forma estratégica.
Em épocas de limitadas taxas de crescimento do pasto, a utilização de
suplementação concentrados permitem elevação no desempenho animal,
acréscimos ou manutenção na taxa de lotação, redução na idade de abate e
aumentos na taxa de desfrute, o que melhora a produtividade do sistema de
produção (REIS et al., 2009). De fato, SILVA et al. (2009) revisando trabalhos
com suplementação em pastos de capim Brachiaria decumbens e Brachiaria
brizantha no período da seca, observaram uma tendência linear de aumento
nos ganhos médios diários de bovinos com a utilização de suplementação até
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
níveis de 0,8% do peso corporal. Segundo os Autores, acima desse valor,
embora possa melhorar o ganho, esses são, aparentemente, menores.
As modificações em desempenho animal em resposta ao uso de
suplementação são variáveis em função da quantidade e da qualidade da
forragem, do tipo e da quantidade de suplemento utilizado. A suplementação
em pasto deve atender às exigências dos animais, complementando o valor
nutritivo da forragem disponível, de forma a atingir o desempenho desejado
(DA SILVA et al., 2008). Espera-se, assim, um aumento no consumo do pasto.
Para tanto, o conhecimento da estrutura da vegetação, composição química,
notadamente das frações dos compostos nitrogenados e de carboidratos, e as
variações observadas ao longo do ano são imprescindíveis para a formulação
de suplementos que otimizem o consumo, a digestibilidade da forragem e,
consequentemente, o desempenho animal (REIS et al., 2009).
Mesmo em um pasto com alto valor nutritivo, uma estrutura inadequada
pode reduzir o consumo de forragem (POPPI et al., 1987) e limitar as respostas
ao suplemento utilizado. A presença de alta proporção de colmos, associada à
baixa densidade de folhas dificulta a apreensão, causando decréscimo no peso
dos bocados, acarretando baixo consumo de forragem (STOBBS, 1973). Ao
analisar os teores de proteína, a fração fibrosa e a digestibilidade in vitro da
matéria orgânica (Tabela 9) do capim-marandu manejado em quatro alturas
(10, 20, 30 e 40 cm) sob lotação contínua, observa-se que há tendência de
redução do valor nutritivo da dieta dos animais com o acréscimo na altura do
dossel. No entanto, o desempenho animal responde de forma inversa, ou seja,
há aumento do ganho de peso em reposta a elevação da altura de pastejo. Isto
indica que o valor nutritivo não é o limitante quando em condição de baixa
oferta de forragem e sim o consumo de forragem pelos animais (SARMENTO,
2003). No entanto, isso não implica que ao adicionar nutrientes oriundos da
suplementação das dietas dos animais não se possa ter efeito sobre o
desempenho (REIS et al., 2009).
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
Tabela 9. Valor nutritivo de amostra de pastejo simulado e ganho de peso de
novilhas mantidas em pastos de capim-marandu manejado com
quatro alturas de pastejo durante o verão.
Altura do pasto (cm)
Variável
10
20
30
40
PB (%)
13,7 a
12,7 b
12,4 b
11,3 c
FDN (%)
60,8 b
61,8 a
62,2 a
61,9 a
FDA (%)
28,1 b
28,8 a
29,2 a
29,0 a
DIVMO (%)
67,0 a
66,0 a
65,5 a
64,8 a
GMD (g/dia)
190 c
510 b
750 ab
930 a
Fonte: Adaptado de ANDRADE (2003).
O efeito da estrutura do pasto e de seu valor nutritivo também foi
descrito por Santos et al. (2009b). Os Autores avaliaram o desempenho de
bovinos mantidos em pastagens diferidas de capim Brachiaria decumbens e
suplementados com: 74,7% de fubá de milho; 10% de uréia; 0,3% de enxofre;
5% de fosfato bicálcico; e 10% de mistura mineral. Os Autores relataram
desempenhos de 0,692; 0,518; 0,390 e 0,445 kg/animal.dia para períodos de
diferimento de 73, 103, 131 e 163, respectivamente. Certamente, esse padrão
foi reflexo da diminuição nos teores de proteína bruta, fibra em detergente
neutro, matéria seca potencialmente digestível (SANTOS et al., 2009b), na
elevação no número de perfilhos reprodutivos e mortos, na massa de colmo
morto e no declínio na massa de lâmina foliar verde (SANTOS et al., 2009a),
características desfavoráveis a produção animal. Assim, além da quantidade e
das características nutricionais do suplemento fornecido aos animais em
pastejo, a quantidade, a qualidade e a estrutura da forragem disponível são
fatores que interfere diretamente no desempenho animal.
Embora
o
intuito
seja
aumentar
o
consumo
de
forragem
e,
consequentemente, o desempenho animal com a suplementação, esse objetivo
nem sempre é alcançado. Comumente, o maior desempenho animal é
alcançado pelo maior consumo de concentrado e redução no consumo do
pasto, em um mecanismo denominado efeito substitutivo. Esse efeito tem sido
descrito na literatura como pouco benéfico, já que resulta em um aumento no
consumo de concentrado e, por conseguinte, elevação no custo de produção.
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
Todavia, em um sistema intensivo e bem planejado esse efeito pode ser
desejado. A redução no consumo de forragem resulta em uma maior
disponibilidade da mesma, aumentando a taxa de lotação da área,
apresentando-se como ferramenta auxiliar de manejo (DA SILVA et al., 2008).
FRIZZO et al. (2003), avaliando pastos de aveia-preta e azevém, verificaram
aumentos de 26 e 76% na taxa de lotação quando novilhas receberam 0,7 e
1,4% do peso corporal de suplemento energético. A diminuição no consumo de
forragem, pelo efeito substitutivo do suplemento, pode ser benéfica ainda em
uma situação de baixa disponibilidade de forragem nas pastagens, com uma
estrutura inadequada para os animais. Nesse caso, a redução na pressão de
pastejo permitiria a recuperação desses pastos, o que evitaria sua degradação
e contribuiria para a manutenção de sua sustentabilidade.
Destaca-se também que apesar das pesquisas focarem o período de
seca, o uso da suplementação concentrada para bovinos durante o período
favorável de produção dos pastos, tem despertado o interesse de
pesquisadores e de produtores adeptos a uma pecuária de ciclo curto, na qual
se busca a redução da fase de recria, eficiência alimentar, menor idade a
puberdade e ao abate, com maior giro do capital investido. Ao avaliar o
desempenho de novilhas nelores mantidas em pastos de capim-marandu com
sistema de lotação rotativa, baseada na interceptação luminosa de 95% de luz
como parâmetro para a freqüência de pastejo, Arnoldo (2011*) verificou ganhos
de pesos individuais de 457, 574 e 642 g/animal.dia para os animais que
receberam 0, 0,25 e 0,50% de concentrado em relação ao peso corpóreo,
respectivamente. Em função das maiores taxas de lotações para os
tratamentos com suplementação, em especial para o maior nível, as diferenças
em ganho de peso por área deverão atingir maiores magnitudes de resposta
dos animais.
*ARNOLDO, T.L.Q. Características estruturais, acúmulo de forragem,
desempenho e viabilidade econômica de novilhas sob pastejo com lotação
rotativa e níveis de suplementação concentrada. Dissertação de Mestrado em
Ciência Animal, Universidade Federal de Mato Grosso, Fase de Preparação.
I SIMBOV – I Simpósio Matogrossense de bovinocultura de corte
Considerações finais
O regime, ou padrão de desfolhação é a variável de maior influencia na
resposta da planta ao pastejo. O padrão de desfolhação é definido pela
intensidade (quantidade de material removido) e frequência (número de vezes
que a planta é desfolhada) em um dado período de tempo de desfolhação no
caso do sistema de lotação rotativa ou metas de condições de pasto (sward
target) para o sistema de pastejo contínuo com taxa de lotação variável. Nesse
aspecto, o manejo intensivo de pastejo vai além do método de pastejo e de
forma aditiva com interceptação luminosa, massa de forragem, adubação,
suplementações, irrigação, taxa de lotação, subdivisões dos piquetes, etc...
proporcionar às plantas forrageiras um ambiente adequado para seu
desenvolvimento em uma estrutura que favorece a apreensão de forragem pelo
animal e, por fim, o conhecimentos dessas relações de causa-efeito inferir ao
produtor a altura como forma prática de manejar o pasto. Sendo essa altura
modernamente definida através da percepção dos limites ecofisiológico da
planta forrageira, tendo como resultado a sustentabilidade do sistema animal a
pasto.
6. Referências bibliográficas
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