J.L. Domingues
Consultoria Agronômica
UM BOM EQUILÍBRIO GERAL DOS ANIMAIS É OBTIDO EM BOAS PASTAGENS
José Luiz Domingues
Iniciei a redação de um artigo técnico sobre animais em pastagens. Usei muitas referências
bibliográficas e citações da literatura técnica, mas durante o caminho da redação fui
esbarrando em frases de domínio público e antigos “ditos populares”.
Com a permissão do leitor, alguns deles serão sados e servirão aqui para nosso objetivo. A
sabedoria popular diz que “uma imagem vale mais do que mil palavras”, então seguem
algumas para observação.
Caso a frase destacada fosse sempre válida, nós poderíamos parar por aqui e a minha
mensagem estampada no título estaria dada. Mas se “para um bom entendedor, meia palavra
basta”, quantas palavras seriam necessárias para entender o que os animais nos dizem,
mostram e efetivamente precisam?
Quem já observou animais pastando e coletando naturalmente a forragem disponível, pode
notar o seu comportamento seletivo diferenciado. Equinos com acesso a pastagens de
qualidade, bem formadas e manejadas adequadamente, apresentam vantagens nutricionais e
comportamentais em relação aos que não tem essa oportunidade e cuidado (Fotos superiores).
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J.L. Domingues
Consultoria Agronômica
Animais que dispõem de pasto de qualidade consomem menos alimentos suplementares e
apresentam menor custo da dieta. Eles fazem exercícios naturalmente, mostram-se alegres,
com brilho nos olhos, comem e divertem-se em grupo. Esse manejo a pasto faz com que a
musculatura seja mais bem desenvolvida, a respiração seja mais eficiente, a digestão
apresente-se adequada e haja menor ocorrência de cólicas e outros distúrbios digestivos.
O que devemos ter em conta é que os animais que estão sobre as diferentes pastagens
exercem uma grande seletividade e consomem inicialmente as partes mais palatáveis e de
melhor qualidade das plantas forrageiras ali disponíveis. Assim, a cada dia de pastejo ou de
ocupação dos piquetes a quantidade e a qualidade geral daquela forragem vão diminuindo
(Foto inferior esquerda).
Ao observar os animais no pasto, além da coleta da forragem deve ser observada a quantidade
e a qualidade da forragem remanescente. A diminuição da disponibilidade de forragem, o
aumento na competição entre animais e a menor qualidade dessa forragem, fazem com que os
animais comecem a apresentar comportamentos de estresse, sejam eles físicos ou
emocionais. Isso se deve pela alteração fisiológica causada pela menor ingestão de fibra longa
e pelo aumento no tempo de retenção dos alimentos. Começam então a aparecer alguns
hábitos inadequados e perigosos, como mastigação de tábuas, árvores e consumo de folhas
diversas (Foto inferior direita).
Sendo parte muito significativa da dieta diária dos animais, quando uma pastagem começa a
apresentar menos forragem disponível e com menor qualidade, a atenção dos responsáveis
deverá voltar-se para o consumo e os níveis da fração concentrada e os minerais na dieta, a
fim de complementar essa dieta e prevenir eventuais deficiências.
Além dos problemas digestivos conhecidos, como cólicas, epifisites, cara inchada, entre outros,
uma ingestão inadequada de proteína, energia e minerais poderá comprometer tanto o
crescimento e a altura final dos animais, quanto o seu desempenho reprodutivo e esportivo.
Nem apenas genética manejo e sanidade são exclusivos ao sucesso, mas fundamentalmente
um bom equilíbrio geral dos animais é obtido em boas condições de pastagens.
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