Universidade Federal do Ceará
Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Zootecnia
Manejo de pastagens
Consumo de forragem
Magno José Duarte Cândido
[email protected]
Núcleo de Ensino e Estudos em ForragiculturaNEEF/DZ/CCA/UFC (www.neef.ufc.br)
Fortaleza – Ceará
14 de janeiro de 2013
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Aspectos Importantes do Manejo de
pastagens
 Quantidade x qualidade da forragem
 Métodos de pastejo
 Consumo de forragem
 Suplementação
 Pressão de pastejo e ajuste na taxa de lotação
 Ganho por animal x ganho por área
 Equilíbrio entre demanda e suprimento de alimentos
Fatores que afetam o consumo em
estabulação (Minson, 1990)
Consumo = f (facilidade de fragmentação das partículas, até  1,0 mm)
Redução do tamanho das partículas = f (mastigação e ruminação)
Principais fatores que afetam o consumo em animais estabulados:
Diferenças entre espécies de plantas forrageiras:
Leguminosas vs. Gramíneas
Legum.   resistência à fragmentação ( % CHOs estrut)
Trifolium repens = 6,4 h/kg MS
Lolium perenne = 9,1 h/kg MS (Aitchison et al., 1986)
Espécies de clima temperado vs. espécies de clima tropical
Clima temper.   % de CHO estrut. e  DMS   consumo
Mistura de Leguminosas e Gramíneas  Cons. = f ( % legumin. na mistura)
Proporções das partes (frações) da planta:
Folha   resistência à mastigação   consumo
(Laredo & Minson, 1973,1975)
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Fatores que afetam o consumo em
estabulação (Minson, 1990)
Idade da planta forrageira:
Forragem mais madura   % CHO estrut.   consumo
 % colmo
 cons. tanto da folha como do colmo
 % lignina
 energia requerida para a fragmentação do material
 tempo de retenção de ambas as frações no rúmen
Deficiências nutricionais na forragem madura
Principalmente proteína  nível crítico = 70 g/kg MS
Formas de reverter esse baixo consumo:
suplementação protéica
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Fatores que afetam o consumo em
pastejo
Altura do pasto (cm)
Densidade de plantas (nº de indivíduos/m2)
Densidade da forragem (g MS/cm3)
Massa seca de forragem total, MSFT (kg/ha)
Massa seca de lâminas foliares verdes (kg/ha)
Oferta de forragem (kg MS/100 kg PV x dia)
MSFT residual (kg/ha)
Figura - Relações entre o consumo de forragem e as características quantiqualitativas do pasto (Poppi et al., 1987).
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DENSIDADE DA FORRAGEM x CONSUMO
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Altura
BAIXA
ALTA
ALTA
Densidade
ALTA
BAIXA
ALTA
Massa
MÉDIA
MÉDIA
ALTA
Consumo
MÉDIO
BAIXO
MÉDIO
DENSIDADE E MASSA DE FORRAGEM
Figura - Massa de forragem em capim Tifton-85 após 19 dias de
descanso (cortesia de Cavalcante Júnior, 2005).
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DENSIDADE E MASSA DE FORRAGEM
Figura - Massa de forragem em capim-mombaça após 26 dias de
descanso (foto do autor).
CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Figura - Relação entre consumo de forragem e produção
animal (Alvim & Gardner, 1985)
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Consumo total (kg MS/animal x dia)
6,0
20%
consumo
para
produção
5,4
33%
consumo
para
produção
1,5 kg
MS
0,9 kg
MS
Resumindo:
4,5 kg MS
4,5 kg MS
De A para B
(6,0-5,4)/5,4 x 100 = 11% a mais
de gasto com alimentação do
animal, para obter o dobro de
ganho médio diário (GMD)
GMD = 325 g/animal x dia
GMD = 650 g/animal x dia
Figura - Relação entre consumo de forragem e produção
animal (Spedding, 1963)
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tabela - Requerimentos de matéria seca e proteína por um novilho para
engorda/terminação, dos 150 aos 450 kg de peso vivo
Tempo p/
Necessidades
GMD
Conversão
engorda
Diári as
Totais
Alimentar
kg/anim
MS
DIVMS
PB
MS
PB
kg
%
%
ton
kg
dias
x dia
kg/kg
0,25
1200
6,10
57
8,9
7,3
648
24,4
0,50
600
7,44
59
8,7
4,9
431
14,8
0,75
400
7,63
67
10,2
3,4
323
10,2
1,10
273
7,95
74
11,8
2,4
254
7,2
GMD = ganho médio diário;
MS = matéria seca;
DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca;
PB = proteína bruta;
Conversão alimentar = kg de matéria seca consumida/kg de ganho em peso vivo;
Fonte: adaptado de Blaser et al. (1986)
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
CONSUMO: MANTENÇA E PRODUÇÃO
Ex.: Novilho de corte de 300 kg PV
Consumo de matéria seca (CMS) = 2,5% PV/dia = 7,5 kg MS/anim x dia
Consumo para mantença = 1,5% PV/dia = 4,5 kg MS/anim x dia
Consumo para produção = 1,0% PV/dia = 3,0 kg MS/anim x dia
MSFC
Rebanho
CMS
Desempenho
Produtividade
kg MS/d
Animais
kg MS/anim x d
kg PV/anim x d
kg PV/reb x d
1440
320
4,5
0,0
0,0
Alta pressão de pastejo
1440
240
6,0
0,65
156,0
1440
192
7,5
0,8
153,6
MSFC = massa seca de forragem colhível;
CMS = consumo de matéria seca;
Fonte: simulação do autor.
Baixa pressão de pastejo
CONSUMO DE FORRAGEM x PRECOCIDADE
Figura - Relação entre consumo de forragem e rotatividade de um sistema
de produção de bovinos de corte (adaptado de Spedding, 1963)
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CONSUMO DE FORRAGEM x PRECOCIDADE
0
2
4
Tempo (anos)
Figura - Relação entre consumo de forragem e rotatividade de um sistema
de produção de bovinos de corte (adaptado de Spedding, 1963)
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CONSUMO DE FORRAGEM x PRECOCIDADE
0
2
Tempo (anos)
4
Figura - Relação entre consumo de forragem e rotatividade de um sistema
de produção de bovinos de corte (adaptado de Spedding, 1963)
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
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Tabela – Participação (%) de gramíneas tropicais na dieta de vacas em lactação,
em função da produtividade
Produção
Leite
Energia
metabolizável
gramíneas tropicais na
dieta
kg/vaca x d
Mcal/kg MS
%
15
2,43
80
25
2,64
20
35
2,86
0
Cowan (1996)
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tabela – Gastos com mantença de vacas leiteiras de 450 e 650 kg de peso vivo,
com produção diárias de 10 e 25 kg de leite, com 4% de gordura, respectivamente
Peso vivo
Produção
NDT Mantença
Custo
Custo Mantença
kg
kg/dia
kg/dia
% NDT Tot
R$/kg MS
R$/dia
450
10
3,42
51,5
0,025
0,13
650
25
4,51
35,9
0,230
1,52
NDT = nutrientes digestíveis totais, valor energético da dieta
Fonte: NRC (1999)
CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tipo de animal x Categoria de produção
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tipo de animal x Categoria de produção
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tipo de animal x Categoria de produção
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tipo de animal x Categoria de produção
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CONSUMO DE FORRAGEM E PRODUÇÃO
Tipo de animal x Categoria de produção
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CONSUMO DE MATÉRIA SECA PARA DIFERENTES
CATEGORIAS
AFRC caprinos (1997):
CMS = 0,062 x Peso0,75 + 0,305 Produção diária de leite
Ex.: cabras 45 kg e 2,0 kg L/d  CMS = 0,062 x (45 kg)0,75 + 0,305 x 2,0 kg L/d =
= 1,08 kg + 0,61 kg = 1,69 kg MS/cabra x d ou 3,8% PC (sendo 2,4% do PC o
consumo para mantença)
AFRC caprinos (1997):
Cabra em mantença = 2,4% PC
Cabra em lactação (3,0 kg L/d) = 4,5% PC
NRC (2001), gado de leite:
Vaca em mantença = 2,0% PC
Vaca em lactação = 3,4% PC
NRC (1985), ovinos:
Ovelha 50 kg PC, em mantença: 2,7% PC
Ovelha 50 kg PC, em lactação:
4,2% PC
Média = 3,5% PC
Ovinos em engorda (em pastejo): 3,6% PC (Barbosa et al., 2003)
Novilhos de corte, em crescimento: 2,5% PC (Euclides et al., 1999)
CMS: consumo de matéria seca; PC: peso corporal.
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CONSUMO DE MATÉRIA SECA PARA DIFERENTES
CATEGORIAS
CMS
kg MS
100 kg PC x dia
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NOVILHO DE CORTE
2,5
Sobra#
no cocho
x 300 kg PC = 7,5 kg MS = 25,0 kg silagem + 10%
Ovin/caprin DE CORTE
3,5
x 20 kg PC = 0,7 kg MS =
VACA DE LEITE
3,5
x 450 kg PC = 15,75 kg MS = 52 kg silagem + 10%
CABRA DE LEITE
5,0
x 40 kg PC = 2,0 kg MS =
2,3 kg silagem + 10%
6,6 kg silagem + 10%
CMS: consumo de matéria seca; MS: matéria seca ou massa seca
PC: peso corporal
Admitindo-se os seguintes teores de matéria seca:
Capim verde (picado ou no pasto):
20%
Silagem:
30%
Feno:
85%
Concentrado:
100% (não precisa adicionar sobra)
#Obs. 1: a sobra no pasto deverá ser de 50% para o máximo consumo individual.
#Obs. 2: o percentual de sobra sempre é em relação ao alimento fornecido.
Muito Obrigado!
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