Tema: EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARTICIPATIVA NA PROMOÇÃO DA CIDADANIA: Experiência das comunidades urbanas do Eixo-Forte na cidade de Santarém/PA A pesquisa procurou analisar a relação entre educação ambiental participativa (EAP) e a cidadania nas comunidades com espaço urbano. Para tal, o trabalho analisou o processo não-formal de educação ambiental (constituído por campanhas, palestras, caminhadas ecológicas e seminários) nas comunidades urbanas do Eixo-forte da cidade de Santarém do Estado do Pará, organizado por grupo não governamental chamado Guardião e as transformações comportamentais dos atores sociais na relação do meio ambientes em áreas específicas tais como praças, escolas, centros comunitários, igrejas, feiras e domicílios. O objetivo desse trabalho é, portanto, compreender a relação entre educação ambiental participativa e a mudança de comportamento das pessoas no meio urbano, particularmente entender como a prática de educação ambiental participativa nas comunidades é capaz de mudar os comportamentos dos moradores e influenciar na qualidade de vida das comunidades. A cidade de Santarém foi escolhida para investigação por ser uma cidade com mais de 200 mil habitantes e representar um exemplo de cidades com grande crescimento demográfico no Brasil. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados questionários, grupo focal e método observacional nas três comunidades do Eixo-Forte. Os conceitos centrais da análise são: educação ambiental participativa, mudança de comportamento e cidadania. Entretanto, outros conceitos também serão objeto do estudo; são eles: democratização, comunidade urbana e políticas públicas sociais. O objeto de análise da pesquisa é a educação ambiental e a sua relação com direitos sociais nas comunidades urbanas. A pesquisa analisa se a educação ambiental participativa não-formal conseguiu provocar alguma transformação na qualidade de vida no espaço urbano, uma vez que o trabalho com assunto do Meio Ambiente deve envolver a participação da comunidade visando à transformação da realidade ambiental por meio da solução de problemas. O estudo pressupõe que a influencia de Educação Ambiental Participativa (EAP) provoca mudança do comportamento do homem com meio ambiente e promove cidadania, mas tem resultado limitado. À medida que o tempo passa, os padrões de comportamento anteriores retornam, o que indica que o processo de educação ambiental não-formal tem que ser contínuo. O estudo conseguiu apontar que a participação na educação ambiental deve ser de forma contínua porque os comportamentos adquiridos pela comunidade de maneira não- formal retornam se não houver a continuidade. Nesse sentido é importante criar mecanismo que possibilitem envolvimento permanente dos atores sociais nas práticas educacionais ambientais. A pesquisa apontou que 92 por cento dos pesquisados participaram alguma atividade ligada com movimento ambiental da sua comunidade. Em relação ao lixo, também a mesma porcentagem dos moradores disseram que não mais jogam lixo na rua. A maioria dos entrevistados concordou que a consciência ambiental foi adquirida por sua participação nesses encontros. Podemos encontrar uma relação muito próxima entre a participação na educação ambiental e a mudança dos comportamentos nas ações ambientais. Por isso é necessária a comunidades. continuação de educação ambiental participativa nas Apesar da consciência ambiental das comunidades, a pesquisa também mostrou que o desmatamento e a poluição ainda continuam como maiores problemas ambientais da Região pesquisada. Muitas ações que foram tomadas pelas comunidades têm uma curta duração. Após dos períodos campanhas, as práticas anteriores retornam em muitos casos. As ações do grupo Guardião estavam presentes durante o período de 2003-2007 e foram constatadas que as ações ligadas com questões socioambientais foram mais intensivas durante nesse período. Com a análise dos resultados da pesquisa realizada nas comunidades, podemos concluir que há uma relação muito próxima entre a EAP e a mudança do comportamento das pessoas no meio urbano. Quando mais a participação popular nas ações educativas, maior seria a mudança na qualidade da vida dos moradores. Essa participação popular não pode se limitar nos âmbitos não formais, mas deve ser estendido ao nível formal nas instituições educacionais de todo estado. Por falta da presença de políticas públicas nas comunidades não impede que as elas se organizem para garantir seus direitos. A consciência formada pela participação não-formal nas atividades educacionais é o caminho para se organizar e exigir do poder político a efetivação das políticas públicas nas comunidades. BITTAR, C.B.,Eduardo. Ética, educação, cidadania e direitos humanos. São Paulo: Manole, 2004. CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação ambiental critica: nomes e endereçamento da educação. In. LAYRARGUES, Philippe Pomier (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: MMA, 2002. GOHN, Maria da Glória Marcondes. A educação não-formal e a relação escolacomunidade. In: EcoS. São Paulo: Uninove, 2004.,v.6, n.2, p.36-65. JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. In: Cadernos de Pesquisa, n.118. p. 189-205, mar. 2003. LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2002. LOUREIRO, Carlos Frederico B. Educação ambiental transformadora. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. 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