PERFIL HEMATOLÓGICO E PARASITOLÓGICO DE IGUANAS VERDES (Iguana iguana, Linnaeus, 1758) SOB CUIDADOS HUMANOS NO ZOOLÓGICO DE POMERODE-SC Amanda Rezende Peruchi, Dionata Augusto, Fernanda Schmidt Branco, Gustavo Henrique Pereira Gonçalves, Julio César de Souza Junior, Manoela Cristina Carl Pereira, Rafael Pagani, Renata Ardanaz, Zelinda Maria Braga Hirano Universidade Regional de Blumenau Rua Antônio da Veiga, 140 – Victor Konder – 89012-900 – Blumenau-SC [email protected] Palavras chave: Iguana iguana; Hematologia; Parasitologia; Os iguanas tem se tornado cada vez mais atrativos para a espécie humana, o que tem gerado um aumento significativo na sua criação. Os exames laboratoriais são essenciais na avaliação do estado de saúde desses animais, portanto este trabalho teve como objetivo estabelecer valores do perfil hematológico e parasitológico para animais da espécie Iguana iguana. Foram coletados sangue e fezes de cinco iguanas verdes, aparentemente saudáveis, pertencentes ao Zoológico de Pomerode em Santa Catarina. O sangue coletado foi acondicionado em tubos com heparina de lítio para a realização do hematócrito e para a contagem manual de eritrócitos, leucócitos e trombócitos. Para a contagem diferencial de leucócitos foi utilizada a técnica de esfregaço sanguíneo. As fezes foram coletadas durante três dias consecutivos, sendo analisadas através das técnicas de Faust e Hoffmann, a fim de verificar a presença de parasitas gastrointestinais. A média, desvio padrão e valores máximos e mínimos dos exames hematológicos foram: hemácias(x106/mm3): 3,3±1,1 / min:2,3 / max:4,7; hematócrito(%): 41,6±9,2 / min:33 / max:52; leucócitos totais(x103/mm3): 23,6±13,1/ min:4,3 / max:41,1; heterófilo(x103/mm3): 9,4±6,7 / min:1,2 / max:19,7; eosinófilo(x103/mm3): 1,1±0,9 / min:0,08 / max:2,5; basófilo(x103/mm3): 5,7±2,7 / min:1,3 / max:7,8; monócito(x103/mm3): 3,1±2,9 / min:0,3 / max:6,2; linfócito(x103/mm3): 4,6±2 / min:1,2 / max:6,2; trombócito(x103/mm3): 39,3±19,8 / min:4,6 / max:52,3. A média dos valores dos leucócitos totais, heterofilos, eosinófilos, basófilos e monócitos foram maiores que os índices apresentados por (1) para a mesma espécie, entretanto os valores reportados dos linfócitos foram menores. Ainda de acordo com os índices apresentados por (1), as hemácias e trombócitos apresentaram-se dentro desses valores e no hematócrito dois iguanas apresentaram valores elevados. Nos exames de Faust e Hoffmannt, foram encontrados cistos de Entamoeba sp. e ovos de helmintos não identificados. O protozoário Entamoeba sp. geralmente não causa patologias, porém quando há estresse ou imunossupressão, o hospedeiro pode manifestar a doença (2). Sendo assim, os helmintos presentes nos exames seriam possivelmente os precursores do aumento nos valores de leucócitos totais, assemelhando-se a um processo de infecção por endoparasitas em curto prazo (3). Levando em consideração que os valores hematológicos dos répteis tendem a variar de acordo com a estação, idade e sexo dos indivíduos (4), os dados apresentados pelo presente trabalho vêm acrescentar aos já existentes na literatura, quando as mesmas apresentam-se parasitadas por Entamoeba sp. e helmintos, podendo servir de referência para análise do estado de saúde da espécie Iguana iguana, seja em criadouros científicos, zoológicos ou clínicas veterinárias. Referências (1) BAUER, A.; BAUER, G. (2014) Squamata-Sauria (Iguanas e Lagartos). En: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens. (Vol. 1). Editora Roca, 2° edição, São Paulo, p. 177. (2) FORTES, E. (2004) Parasitologia Veterinária. Editora Ícone, 4° edição, São Paulo, p. 63-65. (3) CAMPBELL, T. W. (2007) Hematologia de Répteis. En: THRALL, M. A.; BAKER, D. C.; CAMPBELL, T. W.; DeNICOLA, D.; FETTMAN, M. J.; LASSEN, E. D.; REBAR, A.; WEISER, G. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. Editora Roca, 1° edição, São Paulo, p. 253-255. (4) DIVERS, S. J.; REDMAYNE, G.; AVES, E. K. (1996) Haematological and biochemical of 10 green iguanas (Iguana iguana). The Veterinary Record, v. 138, (n. 9), p. 203-205.