Efeitos da lipoaspiração associada ou não à atividade física no metabolismo e na redistribuição de gordura corporal Autora: Fabiana Braga Benatti Objetivos: Avaliar os efeitos da lipoaspiração na distribuição de gordura corporal, consumo alimentar, gasto energético e fatores de risco cardiovascular em mulheres adultas (IMC: 23,8 ± 2.2 Kg/m2), submetidas ou não ao treinamento físico após a cirurgia. Metodologia: Trinta e seis mulheres foram submetidas à lipoaspiração abdominal (gordura média aspirada: 930,2 ± 272,7 mL). Dois meses após a cirurgia, as voluntárias foram divididas em dois grupos: treinado (TR; n=18; programa de exercícios de 16 semanas) e sedentário (NT; n=18). Composição corporal (pesagem hidrostática), distribuição de gordura corporal (tomografia computadorizada), parâmetros metabólicos e consumo alimentar (diário alimentar) foram medidos antes (PRE), dois (POS2) e seis meses (POS-6) após a cirurgia. Capacidade física, gasto energético total (GET) (método da água duplamente marcada), tamanho dos adipócitos e a expressão gênica de fatores de transcrição da adipogênese e de adipocinas do tecido adiposo subcutâneo abdominal (TAS) e femoral foram avaliados nos tempos PRE e POS-6. Resultados: O consumo alimentar permaneceu inalterado (p>0,05). A lipoaspiração abdominal levou à redução do peso corporal (1,5%), da massa gorda (5%) e do TAS (35%) (PRE vs POS-2, p=0,0001). Embora a diminuição do TAS tenha se mantido no POS-6 em ambos os grupos (p=0,0001), o grupo NT apresentou aumento (10%) da gordura visceral (TAV) (p=0,04; ES=-0,72) e diminuição do GET (p=0,01; ES=0,95) quando comparado ao grupo TR. O grupo TR, por sua vez, apresentou aumento da massa magra (p=0,03) e melhora da capacidade física (p<0,05) quando comparado ao grupo NT. O tamanho dos adipócitos e a expressão gênica dos fatores de transcrição para adipogênese permaneceram inalterados. A sensibilidade à insulina permaneceu inalterada no grupo NT enquanto o grupo TR apresentou melhora neste parâmetro (p=0,01). Curiosamente, ambos os grupos apresentaram aumento da expressão gênica de TNF-α (p=0,003) e IL-10 (p=0,01) e diminuição da expressão gênica (p=0,001) e das concentrações plasmáticas de adiponectina (p=0,001). Conclusões: A lipoaspiração abdominal não induz a reposição do tecido adiposo removido, mas desencadeia o crescimento compensatório de gordura visceral que parece ser favorecido pela queda do GET e não pelo aumento do consumo alimentar. O treinamento físico se mostra eficiente em prevenir contra este crescimento compensatório de gordura, além de preservar o GET e melhorar a sensibilidade à insulina. Estes dados sugerem a atividade física como intervenção obrigatória após este tipo de cirurgia estética, para evitar os possíveis efeitos deletérios em longo prazo da redistribuição de gordura para a cavidade visceral e da queda da adiponectinemia. Suplementação de ácido folínico melhora a função endotelial de indivíduos infectados pelo HIV em uso contínuo de terapia antirretroviral: um ensaio clínico randomizado Autora: Shana Souza Grigoletti Objetivos: A infecção pelo HIV está associada com disfunção endotelial e aumento no risco de doenças cardiovasculares. A administração de folatos possui efeitos benéficos sobra a função endotelial de diferentes populações com risco cardiovascular. Dessa forma, o objetivo do trabalho é determinar o efeito da suplementação de ácido folínico por 4 semanas sobre a função endotelial em indivíduos HIV positivo em uso contínuo de terapia antirretroviral (TARV). Metodologia: Este foi um ensaio clínico randomizado, duplo-cego controlado por placebo, para comparar os efeitos da ingestão diária por 4 semanas de 5mg de ácido folínico (n=15) ou placebo (n=15) sobre a função endotelial dos indivíduos HIV positivo. Os participantes (n=30) deveriam estar em uso contínuo de TARV por pelo menos 6 meses, com carga viral indetectável (<50 cópias/mL) e contagem de CD4>200 células/mm3. Os critérios de exclusão foram diabetes mellitus, infecção ativa, doença hepática, doença renal, história de doença cardiovascular ou hipertensão não controlada, gravidez e uso de drogas ilícitas. Concentrações séricas de ácido fólico e de homocisteína plasmática foram medidas em ambos os momentos, basal e após 4 semanas de suplementação. Para avaliar a função endotelial, foi realizado pletismografia de oclusão venosa na artéria braquial pelo protocolo de hiperemia reativa e após a administração de dose única de dinitrato de isossorbida sublingual (vasodilatador endotélio-independente). Resultados: Os dados basais foram comparáveis entres os grupos. A média de idade foi de 45 anos e havia 8 mulheres em cada grupo, não havendo diferença quanto ao regime de TARV. Como esperado, a suplementação de ácido folínico resultou em aumento do ácido fólico sérico, redução nos níveis de homocisteína e melhora significativa da hiperemia reativa (de 14,9 para 21,2 mL/min/100mL). O mesmo não foi observado no grupo placebo (de 15,3 para 14,6 ml/min/100ml; grupo p= 0,017; tempo p< 0,001; interação p< 0,001). A resposta a vasodilatação endotélio independente permaneceu inalterada em ambos os grupos. Nenhum efeito adverso foi observado. Conclusões: Esse estudo demonstra que a suplementação de ácido folínico durante 4 semanas melhora a função endotelial com aumento da hiperemia reativa em indivíduos HIV positivo em TARV. Como a suplementação de folatos é segura e relativamente barata este achado deve merecer maior atenção em grandes ensaios clínicos randomizados na tentativa de reduzir o risco cardiovascular na população HIV positivo. Efeitos Positivos do Carotenóide Astaxantina Associado à Vitamina C em Neutrófilos Humanos Tratados com Alta Concentração de Glicose, Metilglioxal e Glicolaldeído Autora: Beatriz Alves Guerra Objetivos: Avaliar o efeito do tratamento com MGO, glicose e GCD em neutrófilos humanos e o possível papel protetor da associação com astaxantina (ASTA) e vitamina C (Vit.C). Metodologia: Os neutrófilos humanos foram obtidos através de punção venosa e tratados com MGO, glicose e GCD paralelamente ao tratamento com ASTA e Vit.C. Avaliamos alguns parâmetros de morte celular, parâmetros funcionais como fagocitose, liberação de cálcio, produção de espécies reativas de oxigênio (O2-/H2O2/HOCl) e nitrogênio (NO.), atividade da mieloperoxidase, produção de citocinas pró-inflamatórias, atividade das enzimas antioxidantes (superóxido dismutase/catalase/glutationa peroxidase e redutase) e G6PDH e o conteúdo de glutationa intracelular. Resultados: Ocorreu um aumento na produção das espécies reativas de oxigênio quando as células foram tratadas com Gli+MGO e GCD, mas quando adicionamos ASTA+Vit.C houve uma redução significativa. A capacidade fagocítica foi reduzida na presença de Gli+MGO e GCD e restaurada na presença dos antioxidantes. A atividade das enzimas antioxidantes foram moduladas na presença dos tratamentos. O conteúdo de glutationa foi menor nos grupos tratados com Gli+MGO e GCD, assim como a atividade da G6PDH. Além disso, a ASTA+Vit.C aumentaram a produção de óxido nítrico e reduziram a produção de citocinas pró-inflamatórias. Conclusões: O tratamento com Gli+MGO e GCD alterou a função dos neutrófilos humanos e a adição de ASTA+Vit.C restaurou parcialmente este efeito.