Estratégias para implementação do projeto
pedagógico: vencendo ( ? ) os nós críticos
Prof.Dr. Rui V. Oppermann
Faculdade de Odontologia
Processo de implementação das DCNs:
Primeiro passo:
A constituição de um Projeto Político-Pedagógico para o
Curso de Graduação em Odontologia
Processo de implementação das DCNs:

1 via = Processo de construção coletiva com envolvimento de
todos os setores do curso/faculdade.
– Processo mais lento.
– Construção coletiva trabalhosa
– Comprometimento coletivo com a proposta
– Maior fidelidade da proposta com a realidade local
Processo de implementação das DCNs:

2 via = Processo de construção à cargo de uma comissão
interna especial:
– Processo inicial mais rápido
– Delineamento da proposta mais uniforme
– Comprometimento coletivo na dependência de ações
posteriores
 Consenso final pode alterar substancialmente o projeto
inicial
 A falta de comprometimento dos demais segmentos é um
risco
– Fidelidade com a realidade dos segmentos envolvidos
Processo de implementação das DCNs:

3 via = Projeto de reforma/adaptação oriundo de fonte externa.
– Processo de implantação rápido
– Capacidade variável de adaptação local
– Comprometimento compulsório com a proposta
Processo de implementação das DCNs:

Independente da via pela qual se dará o processo de
implementação as DCNs determinam uma qualificação para o
mesmo:
– Art. 9º O Curso de Graduação em Odontologia deve ter um
projeto pedagógico, construído coletivamente, centrado no
aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor
como facilitador e mediador do processo ensinoaprendizagem. Este projeto pedagógico deverá buscar a
formação integral e adequada do estudante através de uma
articulação entre o ensino, a pesquisa e a
extensão/assistência.
Processo de implementação das DCNs:

No processo de implementação das DCNs o ideal é partir da definição:
– Primeiramente do Projeto Político Pedagógico e
– Na seqüência a definição da Nova Matriz Curricular.

Estratégias diferentes:
– Grade atual Nova Matriz Curricular
Projeto Político-Pedagógico
– Os riscos desta dinâmica seriam
 Manter a lógica do currículo mínimo
 Ignorar o novo modelo de formação profissional proposto pelas
DCNs.
 Deixar de atender os requisitos mínimos necessários na
avaliação institucional.
ESTRATÉGIAS PARA A DEFINIÇÃO DE UM NOVO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO NA FO-UFRGS




A comunidade da Faculdade de Odontologia foi toda envolvida
no processo (professores, funcionários e alunos);
A perspectiva de envolvimento global da comunidade foi
consolidada pela inexistência de uma comissão de mudança
curricular, que simplesmente apresentou sugestões para
discussão/aprovação;
A Comissão de Graduação liderou o processo, procurando
envolver a todos. As decisões foram tomadas a partir de
sugestões de discussões de Reuniões Gerais com toda a
comunidade;
As Reuniões Gerais com toda a comunidade tiveram um tema
central, do qual não se desviou, para que a sistematização
fosse alcançada;
ESTRATÉGIAS PARA A DEFINIÇÃO DE UM NOVO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO NA FO-UFRGS


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
Dois anos de discussão, com reuniões semanais de toda a
comunidade.
Apresentados e discutidos vários modelos por conferencistas
locais e convidados externos
Seminários específicos sobre temas pertinentes orientados por
docentes da UFRGS, docentes externos
Colaboração permanente da ABENO
ESTRATÉGIAS PARA A DEFINIÇÃO DE UM NOVO
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO NA FO-UFRGS

Ao final o Curso de Odontologia,
– tinha um novo projeto político-pedagógico,
– Novos objetivos para o ensino de graduação
– Um novo perfil para o profissional a ser formado
– e, como conseqüência de tudo isto:
 Uma Nova Matriz Curricular
Processo de implementação das DCNs:
Segundo passo:
A implementação propriamente dita do Projeto PolíticoPedagógico e da Nova Matriz Curricular
Onde se quer chegar

Art. 3º O Curso de Graduação em Odontologia tem como perfil
do formando egresso/profissional o Cirurgião Dentista, com
formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar
em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor
técnico e científico. Capacitado ao exercício de atividades
referentes à saúde bucal da população, pautado em princípios
éticos, legais e na compreensão da realidade social, cultural e
econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a
transformação da realidade em benefício da sociedade.
Processo de implementação das DCNs:

As DCNs estabelecem competências GERAIS e ESPECÍFICAS
norteadoras para a formação do Cirurgião-Dentista.
– Ambas propõem mudanças significativas na nossa
compreensão da profissão e dos processos formativos
profissionais.

A implementação de uma matriz curricular atendendo as
competências gerais e específicas não é apenas UM nó mas um
EMARANHADO DE NÓS CRÍTICOS dada a profundidade e
extensão das mudanças requeridas nos nosso modelos
tradicionais de ensino.
Processo de implementação das DCNs:

Vamos começar pelo MAIS FÁCIL!!!

Habilidades e competências ESPECÍFICAS:
No seu artigo 5º as DCNs estabelecem 29 competências e/ou
habilidades específicas.

Entretanto o desafio não é fazer constar os 29 itens na Matriz
Curricular como “tarefas” a serem ensinadas mas dar
consistência para o Perfil Profissional estabelecido.
Processo de implementação das DCNs:

Habilidades e competências específicas:
– Além disso há um outro GRANDE desafio que é atender o que
está disposto no Parágrafo Único do artigo 5º:
 Parágrafo único. A formação do Cirurgião Dentista deverá
contemplar o sistema de saúde vigente no país, a atenção
integral da saúde num sistema regionalizado e
hierarquizado de referência e contra-referência e o
trabalho em equipe.
Processo de implementação das DCNs:

Nesse processo nos deparamos com algumas barreiras bem
conhecidas:
Modelo flexneriano, cartesiano
X
Modelo proposto a partir das DCNs

SERÁ QUE SABEMOS ENSINAR ASSIM?
Processo de implementação das DCNs:

SERÁ QUE SABEMOS ENSINAR ASSIM?
A posição de uma Faculdade ou Curso no Sistema Único de Saúde
deve ser a de
UM CENTRO FORMADOR DE RECURSOS HUMANOS E GERADOR
DE SABERES
e não de mais um centro de atendimento.

Isto por sua vez gera barreiras:
– Questões administrativas
– Questões políticas
Processo de implementação das DCNs:

SERÁ QUE SABEMOS ENSINAR ASSIM?
– O discurso da qualidade do profissional a ser formado
( aproximação com o SUS vai baixar a qualidade do aluno):
 Primeiro: Não interessa a ninguém baixar a qualidade do
ensino e a qualidade do aluno (a) formado.
 Segundo: A formação, entretanto, esta agora
fundamentada em habilidades e competências e não mais
em um currículo mínimo.
– O dilema da formação docente especializada:
 Professor generalista ou ensino generalista, ou nenhum
dos dois?
ESTRUTURA CURRICULAR DA FO/UFRGS


Áreas abrangidas na formação:
ENSINO
 PESQUISA
 EXTENSÃO
CURRÍCULO INTEGRADO

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
Seminários de integração
Disciplinas inter-departamentais
Integração básico clínico
Integração das disciplinas desde a formação pré-clínica
Ensino de clínica centrado no paciente e não no procedimento
Estágios extra-murais
CURRÍCULO INTEGRADO
Atividades complementares
 30 horas/aula por semana
 Pré-requisitos por conteúdos e por maturidade curricular
 Ênfase em seminários ao longo de todo o curso
 Contínuo processo de avaliação

Características principais da nova matriz curricular.

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


Exposição à Clínica desde o primeiro semestre
Integração horizontal de conteúdos coerentes
Integração vertical de experiências
Diversificação das práticas de ensino com seminários,
seminários clínicos, rounds
Avaliação pela capacidade de argumentação
Estímulo à pesquisa e à extensão
Integração com o ensino de pós-graduação lato senso e estrito
senso
O processo de implantação da nova matriz curricular
Nós críticos - 1

A integração das área básicas com as áreas clínicas:
– Integração vertical e horizontal das disciplinas básicas e
profissionalizantes
 De nada adianta cobrar integralidade nos estágios finais se a
formação foi fragmentada desde seu início
 Clínica Odontológica I (5 Sem) engloba Perio, Endo, Dentística,
Oclusão, Cariologia, Saúde Coletiva além das consultorias em Pato,
Farmaco, Psico, Radio, Cirurgia e Prótese
– O exemplo da Psicologia
 Desenvolve seus conteúdos a partir de vivências experimentadas na
Clínica Odontológica
 Participa como consultora na Clínica Odontológica
O processo de implantação da nova matriz curricular

A organização da Disciplina de Pré-Clínica:
– Interdepartamental
– Multidisciplinar
 Anatomia, Oclusão, Perio, Endo, Dentística,Cariologia
Prótese.
– Integração de conteúdos:
 Não se trata da reunião de áreas diferentes mas de criar
uma disciplina de conteúdo próprio integrando conteúdos
das diferentes áreas.
– Área física:
 Criação do Laboratório de Pré-Clínica
O processo de implantação da nova matriz curricular

A organização da Disciplina de Clínica Odontológica I
– Participação de professores, alunos e funcionários na
formulação da disciplina.
– Reuniões semanais ao longo de 8 meses
– Aspectos considerados:
 Perfil do paciente
 Formas de Atendimento
 Composição do corpo docente
 Conteúdos teóricos e práticos
 Formas de avaliação
O processo de implantação da nova matriz curricular


A organização da Disciplina de Clínica Odontológica I
Características da proposta aprovada:
 Carga horária semanal = 24 h
– 5 turnos = 20 horas de prática + seminário clínico (rounds)
– 4 horas teóricas
 Atendimento INDIVIDUAL (1 aluno – 1 paciente)
– Os alunos são auxiliados por discentes das Disciplinas de
Acompanhamento Clínico que executam tarefas da ACD e THD.
 Faixa etária como discriminador inicial de complexidade
– Seleção e acolhimento dos pacientes executada pelo docentes,
alunos e técnicos
O processo de implantação da nova matriz curricular
Nós críticos - 3


A organização da Disciplina de
Clínica Odontológica I
Constituição do Corpo Docente em
cada turno:
– Permanente:
 Periodontia = 2
 Cariologia/Dentística = 3
 Endodontia = 1
 Prótese = 1
 Cirurgia =1


A organização da Disciplina de
Clínica Odontológica I
Constituição do Corpo Docente em
cada turno:
– Consultores:
 Dor orofacial =1,
 Patologia/estomatologia = 1
 Saúde coletiva = 1
 Psicologia = 1
Total de alunos atual = 37, total máximo de alunos = 44
Processo de implementação das DCNs:

Breve menção à barreiras administrativas:
– Número de docentes qualificados
– Integração inter-departamental
 Um dos grandes problemas advindos da proposta
curricular foi a impossibilidade de se ofertarem disciplinas
inter-departamentais:
– Carga horária docente
– Computação de horas na avaliação
– Falta de integração docente
Processo de implementação das DCNs:

A UFRGS como um todo reconhece que a atual estrutura departamental
engessa a integração de atividades de diferentes áreas.
– Em função disto possibilitou a criação de disciplinas pertencentes às
COMGRADs.
 A carga horária docente para computo de avaliação permanece com
cada um dos departamentos.
 A representação docente na COMGRAD é reforçada.
 A médio prazo uma reforma da estrutura da universidade parece
evidente.
Processo de implementação das DCNs:

A barreira do serviço odontológico prestado pelos cursos de
odontologia integrados ao sistema de saúde.
– Atenção básica, atenção de média e alta complexidade
– O desafio da relação curso de odontologia serviço de saúde:
 Quanto a identidade de interesses em saúde
 Quanto ao caráter de ação permanente para além da ação
de uma administração
 Quanto às carências dos serviços no plano material e
humano
 Quanto as características próprias do serviço em relação
aos pressupostos do SUS e de suas ações, programas, etc
Processo de implementação das DCNs:

Integração para além do método clínico.
– Profissional capacitado para o exercício da Odontologia de Saúde Publica.
 Gestão
 Planejamento
 Políticas públicas
– Profissional capacitado para o exercício da Odontologia de Saúde Pública
no Setor da Saúde Suplementar.
 Gestão
 Planejamento
 Auditoria
Ações Realizadas Buscando a Aproximação da Formação
na Graduação do SUS na FO/UFRGS.
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Melhorias das clínicas viabilizando o atendimento integrado.( PRÓ-SAÚDE)
Implantação de um Núcleo de Educação à Distância direcionado para os
profissionais da rede. ( PRÓ-SAÚDE)
Desenvolvimento de um conceito de humanização nos serviços prestados. (
PRÓ-SAÚDE)
Ampliação do Módulo de Atendimento Comunitário da Lomba do Pinheiro
Participação nas Unidades Docente Assistenciais em conjunto com a Medicina
e Enfermagem
Instalação de um CEO no prédio central. (SMS-POA, Min.Saúde), um no
Módulo de Atendimento Comunitário e um na Unidade Docente Assistencial
Convênio com o SUS para serviços de diagnóstico radiológico e histopatológico. (SMS-POA, Min.Saúde)
Processo de implementação das DCNs:

Vamos para o mais difícil!!!

Habilidades e competências GERAIS (Art 4º das DCNs):
– Atenção à saúde
– Tomada de decisões
– Comunicação
– Liderança
– Administração e gerenciamento
– Educação permanente
Processo de implementação das DCNs:

Habilidades e competências GERAIS (Art 4º das DCNs):

Onde estas habilidades e competências estão sendo
desenvolvidas dentro dos cursos de odontologia?
– Habilidades e competências gerais devem ser construções do
cotidiano do Curso?
– Habilidades e competências gerais devem ser objeto de
espaços contextualizados próprios?
Quem são os docentes que se envolverão com estas atividades?
– Todos
– Professores de Saúde Coletiva?
– Estamos capacitados para tal?

Processo de implementação das DCNs:

Habilidades e competências GERAIS (Art 4º das DCNs):

Como propiciar para o aluno de Odontologia meios e maneiras
de poder exercer estas habilidades e competências?

Quantas Universidades estão preparadas para dar suporte a
estas atividades?
Processo de implementação das DCNs:

Habilidades e competências GERAIS (Art 4º das DCNs):

Novas propostas, como o PET-SAÚDE poderão significar meios
pelos quais habilidades e competência GERAIS bem como
ESPECÍFICAS poderão ser alcançadas.
Processo de implementação das DCNs:
Terceiro passo:
Avaliações
Processo de implementação das DCNs:


Processo de avaliação do Projeto Político-Pedagógico, da Matriz
Curricular.
– Avaliação interna
 na unidade,
 na universidade
– Avaliação externa
 ABENO (?)
 INEP (?)
Enade
Processo de implementação das DCNs:

Processo de avaliação docente

Processo de avaliação discente
– Conhecimento X argumento
– Habilidades
– Competências
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