Operacionalização de Indicadores: Muito mais que uma etapa burocrática De Rogério Caiuby – Diretor Symnetics É comum associarmos a Etapa de Operacionalização dos Indicadores à uma etapa burocrática e/ou operacional, onde o principal objetivo é, simplesmente, garantir que estes indicadores possam ser disponibilizados no menor prazo possível. Porém, esta afirmação se esquece do fato de ser exatamente nesta etapa que tudo o que foi discutido durante a etapa de construção do Mapa Estratégico, será replicado para um número bastante maior de colaboradores na Organização, e onde os Indicadores ainda não existentes deverão ser desenvolvidos, ou seja, é o início efetivo do processo de colocar a Estratégia em Ação – Strategy Into Action. A Etapa de Operacionalização é precedida pela de Construção do Mapa Estratégico, à qual, normalmente, se caracteriza por ser relacionada à fase mais crítica e bonita do projeto de desenvolvimento do Balanced Scorecard, bem como de todo o processo de Orientar uma Organização em torno da Estratégia (SFO). Isto se deve ao fato de que, durante a etapa de Construção, estamos discutindo a Estratégia da Organização, olhando para um horizonte ainda não muito claro, realizando raciocínios o mais lógico possíveis para suportar uma determinada posição e/ou desenvolver as Hipóteses que nortearão a Organização pelos próximos anos. É um momento de “Reflexão Estratégica”, onde o principal objetivo é abstrair as principais relações e lógicas existentes no Plano Estratégico e/ou ainda implícitas na cabeça dos principais executivos da Organização. Entramos em contato com uma dimensão que não estamos habituados a trabalhar no dia-a-dia, onde todas as possibilidades são, de certa forma, possíveis e onde os resultados e, conseqüentemente, as cobranças, ocorrerão no médio e longo prazos. Além de toda essa “novidade” apresentada anteriormente, o produto gerado nesta fase é bastante tangível, o que facilita a percepção dos benefícios que esta ferramenta traz para a Organização, bem como eleva as expectativas com relação aos benefícios que ainda estão por vir. Acredita-se que a parte mais “difícil” já passou e que agora basta colocar em ação tudo o que já foi exaustivamente discutido pelos principais executivos da Empresa. São exatamente estes pontos (a expectativa elevada, a ansiedade de poder desfrutar de todos os benefícios da ferramenta e a crença de que agora basta colocar para “rodar”) que Rua Nelson Gama de Oliveira, 825 - Bloco A - 2º andar 05734-150 São Paulo – SP Tel (11) 377-8200 [email protected] www.symnetics.com.br © Copyright 2004 Symnetics . Todos os direitos reservados disparam o processo de acreditar que a fase de Operacionalização deva ser bastante rápida e simples, não exigindo, desta forma, uma alocação muito intensa dos principais Executivos. Este comportamento, apesar de parecer bastante lógico e coerente quando se está inserido na situação, esconde uma armadilha: a comunicação de que a próxima fase não é suficientemente “nobre” e que tudo já está resolvido, bastando alguns “ajustes menores”. E esta armadilha pode ter conseqüências bastante danosas para o processo como um todo, podendo até levar à descrença de tudo o que já foi construído até o momento e a conseqüente não implementação da Estratégia através desta ferramenta. Esquece-se de que a fase de Operacionalização é a responsável por trabalhar os Indicadores ainda não existentes na Organização, exigindo discussões bastante profundas com o objetivo de garantir que estes traduzam fielmente o conceito por trás não só do indicador, mas do Objetivo Estratégico como um todo. Não podemos esquecer que os Indicadores, muito mais do que simplesmente medir um determinado resultado, têm a função de comunicar um comportamento desejado pela corporação. É a fase onde a Estratégia começa efetivamente a ser divulgada e/ou trabalhada por uma grande parte da empresa. Decisões devem ser tomadas a todo o momento, porém a postura mencionada anteriormente contribui com a “miopia” das equipes responsáveis pelo desenvolvimento destes Indicadores, fazendo com que estes não percebam a real dimensão do impacto que estas decisões podem gerar na empresa. Além disso, esta sub-avaliação com relação à importância da Etapa de Operacionalização, faz com que, normalmente, as empresas não dêem a devida atenção na formação das equipes de desenvolvimento (responsáveis pela concepção e implantação dos indicadores), bem como na comunicação do real desafio ao qual estas equipes estão sendo convidadas a participar e de sua, conseqüente, responsabilidade. Desta forma, as equipes responsáveis entendem se tratar de um trabalho “braçal”, onde o importante é entregar no prazo mais alguns indicadores, além dos diversos que já são gerados rotineiramente. Além de todos os impactos que se podem inferir da situação descrita anteriormente, esta conduta gera uma resistência muito grande por parte das equipes de desenvolvimento com relação a qualquer apoio que possa ser oferecido pela equipe responsável pela coordenação do Projeto como um todo. Somado a estes fatores, deve-se entender que a fase de envolvimento das equipes de desenvolvimento é, também, uma peça bastante importante no processo de comunicação Rua Nelson Gama de Oliveira, 825 - Bloco A - 2º andar 05734-150 São Paulo – SP Tel (11) 3747-8200 [email protected] www.symnetics.com.br © Copyright 2004 Symnetics . Todos os direitos reservados da Estratégia Corporativa, cujo resultado esperado, é o comprometimento de todos em torno de um objetivo comum. Um descuido aqui, normalmente, gera um resultado exatamente oposto: o não sentimento de “ownership” (me desculpem o termo em inglês, porém não pude encontrar nenhuma palavra em português com a mesma abrangência) com relação à Estratégia. Não estou aqui tentando provar que a etapa de Operacionalização dos Indicadores é mais importante que determinada outra etapa, nem tão pouco justificar a necessidade da centralização das atividades, mas sim colocar a devida dimensão desta fase, que deve ser entendida como a efetiva transição entre o Planejamento e a Ação, onde os resultados e/ou imagem aqui percebidos refletirão por todo o resto do processo de Orientação da Organização em torno da Estratégia. É onde todos os colaboradores da Organização começam efetivamente a se envolver com o entendimento da Estratégia e com sua execução. Devemos sempre lembrar que o principal fator para o não sucesso das Estratégias não está na sua elaboração, mas sim na sua Operacionalização! Rua Nelson Gama de Oliveira, 825 - Bloco A - 2º andar 05734-150 São Paulo – SP Tel (11) 377-8200 [email protected] www.symnetics.com.br © Copyright 2004 Symnetics . Todos os direitos reservados