MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL-CONDRAF 5 ATA DA 27ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONDRAF-19 DEZEMBRO DE 2006. Ao décimo nono dia do mês de dezembro de 2006, a partir das noves horas, verificado o quórum, foi realizada a 27ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável-CONDRAF, constituído pelo Decreto nº 4.854 de 08 de outubro de 2003, atendendo ao disposto no art. 14 do Regimento Interno, Resolução nº 35, de 10 de janeiro de 2004, ocorrida no Auditório do Conselho 10 Nacional de Educação-CNE, localizado à Avenida L2 Sul, Quadra 607 – Brasília-DF.PRESENTES: O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Presidente do CONDRAF/MDA, Guilherme Cassel; os Convidados Permanentes: Humberto Oliveira, Secretário de Desenvolvimento Territorial (SDT/MDA) e Secretário do CONDRAF; Adoniram Sanches Peraci, Secretário de Agricultura Familiar (SAF/MDA) e Adhemar Lopes de Almeida, Secretário de Reordenamento Agrário 15 (SRA/MDA); os(as) Conselheiros(as): Mariana Meirelles Nemrod Guimarães (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão-MPOG); Gilson Alceu Bittencourt (Ministério da FazendaMF); Silvana Maria Parente Neiva Santos e Luiz Antônio Dombek (Ministério da Integração Nacional-MIN); Paulo Roberto da Silva (Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoMAPA), Roberto Vizentin (Ministério do Meio Ambiente-MMA); Antônio Marangon (Ministério 20 da Educação-MEC); Jacinta de Fátima Senna da Silva (Ministério da Saúde-MS); Joel Herbert Prado Tápia (Ministério das Cidades-MCidades); Dirce Margarete Grosz (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República-SPM); Francisco Chagas Machado Filho e Soila Maria Brilhante de Souza (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República-SEAP); Mário Varela Amorim (Associação Brasileira das Entidades Estaduais de 25 Assistência Técnica e Extensão Rural-ASBRAER); Francisco Canindé de França (Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra-ANOTER); Juarez Ferreira de Paula Filho (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas-SEBRAE); Manoel dos Santos (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura-CONTAG); Gilmar Luiz Pastorio (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Brasil-FETRAF-Brasil); Vitélio Pasa (Conferência 30 Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB); Carmem Helena Ferreira Foro, representante das mulheres trabalhadoras rurais, (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura-CONTAG); Antônio Lucas Filho, representante dos trabalhadores rurais assalariados (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura-CONTAG); Simplício Arcanjo Rodrigues (Confederação Nacional de Articulação dos Quilombolas-CONAQ); Maria Miquelina Barreto Machado 35 (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira-COIAB); João Carlos Sampaio Torrens (Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais-DESER); Irene Maria dos Santos (Instituto Brasil Central-IBRACE); Jonas Chequetto (União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil-UNEFAB); Vanderley Ziger (Fórum Nacional do Cooperativismo de Crédito de Economia Familiar e Solidária); José Aldo dos Santos (Articulação do Semi-árido-ASA); Álvaro 40 Afonso Simão (Federação das Associações e Sindicatos dos Trabalhadores de Extensão Rural do Setor Público-FASER). Presentes, ainda, os(as) senhores(as): Celso Rigo, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Orlando Kerber (Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável de São Sebastião); Ronaldo Camboim (SDT/MDA); Eriberto Buchmann (SDT/MDA); Alessandro V. Moraes (Cooperativa de Formação e Produção Cerâmica Artesanal e Semi 45 Industrial-COOPATEC); Luiz Carlos Rebelatto (Agência de Cooperação Técnica Alemã-GTZ), Maria do Socorro Silva (SDT/MDA); Sérgio Leão (CDRS/Ceilândia); José Roberto H. (CDRS/Ceilândia); José Maria da Cunha (CDRS/DF); Vital de Carvalho (SDT/MDA); Argileu Martins (SAF/MDA); Tânia Melo (SDT/MDA); Lúcia Tereza Rosário (MDA); Ana Maria Alves (SDT/MDA); Adriana Raquel da Costa (SDT/MDA); Roberta Marins de Sá (SDT/MDA); Regina 50 Paz (SEGP/MS); Maurício Marlon Silva (MMA/SECEX/DEA); Maria do Socorro Carvalho Normanha (SDT/MDA); Cláudio Antônio T. Pires (CDRS/Ceilândia); José Eustáquio Vieira (Emater/DF); José do Nascimento e Renata Leite (PPIGRE/MDA); Rafael Cedro (MDA); Sérgio Costa (SDT/MDA); Alessandra Lunas (CONTAG); Francisco Caporal (Dater/SAF/MDA); César 1 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 Aldrighi (INCRA/MDA); Graciela Risso (MDA); Lilian Rahal (SAF/MDA).Secretaria do CONDRAF: Roseli Bueno de Andrade, Vera Azevedo, Carlos Douglas Oliveira, Mônica Vasconcelos e Glebson Silva. PAUTA – Manhã: 09h às 12h – Palavra do Presidente do CONDRAF, senhor Ministro de Estado, Guilherme Cassel. Palavra dos(as) Conselheiros(as)Ordem do dia: Leitura e aprovação da Ata da 26ª Reunião Ordinária; Balanço das Atividades do CONDRAF e do MDA – Período 2003-2006; Produto do Grupo Temático de Educação do Campo; Criação de Grupo de Trabalho – Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável; Apreciação da proposta de substituição de entidades que faltaram há mais três reuniões do CONDRAF; Grupo de Trabalho de Agroecologia; Análise e de liberação sobre propostas de Termo de Parceria a ser celebrado pelas Secretarias de Desenvolvimento Territorial e da Agricultura Familiar. ENCAMINHAMENTOS: O Secretário do CONDRAF, Humberto Oliveira, iniciou a reunião informando que a 27ª Reunião Ordinária não seria transmitida por meio de videoconferência devido a dificuldades de agenda do Programa Interlegis. Não haveria, também, a palavra do convidado, pelo fato da agenda estar sobrecarregada, com acúmulo de pendências, em decorrência do Seminário 10 anos do PRONAF ter se realizado durante a reunião ordinária de junho e, além do adiamento da reunião prevista para setembro, por conta do período eleitoral. Em seguida, levando em conta um imprevisto no horário de chegada do Presidente do CONDRAF, sugeriu uma inversão na pauta da reunião iniciando pela PALAVRA DOS(AS) CONSELHEIROS(AS), ao tempo em que deu boas-vindas aos(as) novos conselheiros(as): Ministério da Integração Nacional, Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terra, Federação das Associações e Sindicatos dos Trabalhadores de Extensão Rural e do Setor Público e da Secretaria de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República. Iniciando a palavra dos(as) conselheiros(as), a conselheira Silvana Parente, do MIN, informou que havia participado do Salão dos Territórios Rurais e parabenizou toda a equipe do MDA, em especial, a equipe da SDT pelo belíssimo trabalho realizado nesse evento, que mostrou o fruto do trabalho construído. Em seguida, falou sobre as políticas do Ministério, sobre a conexão da política de desenvolvimento rural com a política nacional de desenvolvimento regional e o desafio da redução do desequilíbrio regional e a relação com o desenvolvimento territorial. Falou que em 2003, no começo do Governo Lula, o MIN discutiu a retomada do planejamento regional e que nos governos anteriores houve um esfacelamento do sistema de planejamento e da própria matriz institucional. Esse trabalho foi liderado pela professora Tânia Bacelar, que coordenou um conjunto de estudos, demonstrando para o País o desequilíbrio regional, mostrando o mapa da desigualdade e, a partir desse diagnóstico e algumas premissas, propôs qual a política de Governo para enfrentar essas desigualdades. Dentro desse mapa da desigualdade identificam-se a Amazônia e o Nordeste, principalmente o semi-árido e as sub-regiões menos desenvolvidas e menos dinâmicas. Disse que não se pode esperar que o mercado resolva essas questões, principalmente na economia aberta e globalizada, além do fato de que as políticas públicas se concentram nas regiões mais desenvolvidas. Informou que foi construída, então, a Câmara Nacional de Políticas Regionais e que foi aprovada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social a política que reconhece essa desigualdade e define alguns instrumentos. Um dos instrumentos é a retomada do processo de planejamento no nível macrorregional e no nível meso e sub-regional. Nesse nível há um fator em comum com o trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do MDA: o planejamento e gestão social dos territórios rurais e que, apesar dos recortes diferentes, os conselhos territoriais têm participado do Fórum das Mesorregiões, onde a problemática do desenvolvimento rural e da agricultura familiar são discutidas. Do ponto de vista mais operacional, o MIN tem trabalhos muito ligados com o MDA, como o Programa de Microfinanças Sustentáveis na Amazônia em que a utilização do Fundo Constitucional do Norte é apenas um incentivo para que se possa construir alguns modelos de financiamento mais sustentáveis, voltados para as populações mais tradicionais, que são totalmente descobertas na Amazônia, apesar de todos os avanços do PRONAF e o esforço do Banco da Amazônia. Então, é uma parceria do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Integração Nacional, Ministério do Meio Ambiente e o Banco da Amazônia, que está sendo ampliado para o Ministério da Cultura e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, para conectar algumas redes de organizações não-governamentais, serviços ambientais, bolsa família, fazendo circular dinheiro 2 110 115 120 125 130 135 140 145 150 155 na comunidade e um sistema de financiamento mais permanente, mais sustentável, sendo que o piloto desse Programa está sendo realizado em Altamira e na Ilha de Marajó. Dentro dessa política existe ainda a questão dos fundos de financiamento do Nordeste, do Centro-Oeste e do Norte, que são os fundos constitucionais, financiadores da agricultura familiar. Há um trabalho para avançar no processo de operacionalização desses fundos através dos bancos regionais, sobretudo da rede de aplicação para ampliar para as cooperativas, conectando-os com outras redes de financiamento. Foi aprovada no dia vinte e oito de novembro, no Congresso Nacional e deverá ser sancionada pelo Presidente da República, a lei de recriação da Superintendência de Desenvolvimento do NordesteSUDENE e da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia-SUDAM, reconstruindo essa matriz. É um desafio muito grande, porque as novas SUDENE e SUDAM não serão as mesmas e nem se restringirão a políticas de incentivo a grandes empresas e sim a grandes agências do desenvolvimento regional e de conexão das políticas setoriais, além de fazer com que o Nordeste e a Amazônia ocupem um espaço político no Governo Central. Outro programa do Ministério da Integração Nacional é a integração de bacias hidrográficas, a famosa integração do Rio São Francisco que, apesar de estar sob o embargo da Justiça a obra de engenharia dos canais, o Ministério está trabalhando no planejamento, nos diagnósticos e no avanço dos estudos nos territórios ao redor desse canal, e já existe uma experiência piloto, em parceria com a SDT/MDA, de ir aos territórios, discutir e apresentar o projeto e fazer algumas ações imediatas de apoio aos arranjos produtivos locais, a partir dos colegiados territoriais. Deverão ser definidos projetos prioritários, com o objetivo de mostrar para a sociedade que o projeto de integração da bacia do Rio São Francisco não é só um projeto de água, nem uma obra de engenharia, mas é um projeto de desenvolvimento muito importante para o Nordeste Setentrional. Em seguida, o conselheiro Antônio Marangon do MEC informou que se iniciará no próximo ano um projeto piloto com cinco universidades federais: Bahia, Sergipe, Campina Grande, Minas Gerais e Brasília, para um curso de licenciatura para educadores(as) do campo. É uma reivindicação muito antiga dos movimentos sociais e acredita-se que com essa iniciativa possa se avançar na formação de professores(as) que hoje não têm formação específica para trabalhar no campo. A exemplo do que o MDA e o INCRA vinham fazendo através da pedagogia da terra, essa experiência quer se tornar uma política pública. Informou que em 2007 poderá ser realizada uma conferência nacional sobre educação do campo. Essa ação foi sugerida pelo Grupo Permanente de Educação do Campo, composto por vários ministérios, entre eles o MDA e movimentos sociais. Relatou que o Poder Público Federal deve trabalhar em uma política pública voltada para educação do campo, com esse novo paradigma que vem sendo construído há muito tempo pelos movimentos sociais. Mais importante do que a realização da conferência será o processo de organização da mesma, ou seja, o debate feito nas regiões, nos territórios, nos municípios sobre esse tema. Prosseguindo a reunião, o conselheiro Álvaro Simon, da FASER, informou sobre uma experiência em Santa Catarina de unir a pesquisa e a extensão rural, que é um aprendizado participativo porque são dois métodos diferentes. Informou, também, que participou do Salão dos Territórios e considerou como um dos eventos mais importantes dos últimos anos, que permitiu maior entendimento sobre a política. Sugeriu que fosse melhorada a parceria com as empresas estatais. Por último, salientou a questão de monitoramento dos recursos que vão para as empresas estatais, precisam definir uma forma para verificar os critérios de distribuição desses recursos no Estado e que está relacionado à gestão participativa em empresas públicas. O Secretário Humberto Oliveira solicitou que no momento dos encaminhamentos essa questão fosse formulada para ser encaminhada ao Comitê de ATER. Em seguida, o conselheiro Mário Amorim, da Asbraer, registrou que quatro EMATERs do Brasil receberam do Globo Rural o prêmio de melhores empresas que prestam assistência técnica aos agricultores brasileiros. Informou sobre o início do primeiro curso lato sensu em extensão rural e desenvolvimento rural sustentável, em Natal, liderado pelo MDA, nessa retomada e recomposição da rede brasileira de assistência técnica e extensão rural. Finalizou parabenizando a SDT e MDA pela realização do Salão Nacional dos Territórios Rurais afirmando que aqueles que participaram, puderam ver o Brasil rural real. O conselheiro Paulo Roberto da Silva, do MAPA, também parabenizou o evento pela oportunidade de muitas pessoas intercambiarem conhecimento e fez uma referência específica ao painel sobre cooperativismo, uma das oficinas de políticas públicas em que 3 160 os gestores públicos também tiveram oportunidade de conhecer os programas e ações que estão sendo realizados pelos diversos órgãos de governo no sentido de reforçar as parcerias. A conselheira Maria Miquelina, da COIAB, solicitou que os grupos indígenas se reunissem antes da conferência para dizerem ao CONDRAF o que deverá ser trabalhado com eles. Sugeriu que os indígenas preparassem um documento, porque tem programas do governo que são bons, mas é 165 difícil o acesso para eles por causa da dificuldade de comunicação e pela burocracia. Em seguida, o conselheiro João Torrens, do DESER, salientou a importância do Salão Nacional dos Territórios Rurais, da expressão que ele mostrou não só pelas experiências políticas que estão sendo construídas nos territórios, mas por valorizar também a forma de apresentação dos territórios na sua multidimensionalidade, pensando a sua culinária, as suas atividades culturais que contribuíram 170 bastante para engrandecer o evento e mostrar a necessidade numa próxima gestão do Ministério, de continuar valorizando ações dessa natureza. Sobre o vídeo entregue aos conselheiros(as), informou que essa é uma versão para computador de um vídeo que o DESER realizou, neste fim de ano, sobre territórios rurais no Paraná, participação e desenvolvimento. É um documento que resgata nos cinco territórios existentes no Paraná, depoimentos de representantes do governo, das organizações 175 da sociedade civil que fazem parte desses conselhos, dos grupos gestores de cada um dos territórios referidos e que têm a preocupação fundamental de mostrar a forma como vem se dando a construção, os desafios, os problemas, os avanços e as conquistas nos territórios do Paraná, particularmente no que diz respeito a forma de organização, a importância do plano de desenvolvimento territorial e à necessidade de se construir mecanismos e instrumentos que 180 facilitem e aprimorem o processo de gestão social e política desses espaços. A conselheira Carmem Foro, da CONTAG, reafirmou o que foi dito sobre o Salão Nacional dos Territórios Rurais, reconhecendo-o como um momento político fantástico, que trás desafios para o futuro. Toda a troca, todo momento vivido, todas as experiências de governo, para o futuro, também aponta desafios como o de integração das políticas. Informou que uma representante do Movimento 185 Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará, Maria Joelma, recebeu o prêmio na categoria Dorothy Stang, de Direitos Humanos e que, apesar desse prêmio, diante das ameaças sofridas permanentemente que levaram ao assassino do seu esposo, obrigaram a CONTAG e a FETAGRI a retirá-la de Rondon do Pará para preservar sua vida. Por último, informou sobre o lançamento público e político da Terceira Marcha 190 das Margaridas que está em fase de organização para agosto de 2007. Pretende-se fazer uma grande mobilização das trabalhadoras rurais do Brasil inteiro. O conselheiro Manoel dos Santos, da CONTAG, repetiu que o Salão Nacional dos Territórios Rurais foi um sucesso e afirmou que foi o principal evento envolvendo o Poder Público, os trabalhadores e as organizações representativas. Informou que será realizado em fevereiro de 2007, o Festival da Juventude, em que deverão 195 participar em torno de cinco mil jovens. Tem-se discutido, percebido e procurado investir na preparação da juventude, não da juventude do futuro, mas da que começa a fazer, que traz propostas e que tem ajudado a renovar o processo de proposições dentro do movimento sindical. Informou sobre a realização do seminário sobre igualdade racial. Nos seus quarenta e três anos, a CONTAG sempre trabalhou o conjunto dos trabalhadores, como o conjunto de uma categoria que tem sua 200 diversidade, que tem suas especificidades entre mulheres, jovens, homens, mas se surpreendeu com o processo de aprofundamento e as demandas que surgiram a partir da realização desse seminário, porque se sabe do ciclo da exploração do conjunto dos trabalhadores, mas quando se observa as mulheres e os negros, essa exploração se encontra de forma mais acentuada e mais profunda. Encerrou o informe registrando o protesto sobre o aumento salarial de parlamentares realizado pelo 205 Congresso Nacional. Disse que esse mesmo Parlamento definiu por antecipação que o salário mínimo não pode aumentar mais do que quinze reais, numa tentativa de procurar atropelar o que vem se dando nesse Governo, que é uma política de negociação com as centrais, com os trabalhadores, mudando a tradição onde o executivo mandava uma proposta para o Congresso, sem discutir com ninguém, o Congresso aprovava e o povo não tinha sequer oportunidade de discutir. O 210 conselheiro Vitélio Pasa, da CNBB, informou que há 42 anos, a CNBB desenvolve a Campanha da Fraternidade e que a cada ano ela trata de um tema ou de uma problemática social. Em 2006, o tema foi “Fraternidade e pessoas com deficiência”, em 2005 “Solidariedade e Paz”, em 2004, o tema foi a 4 215 220 225 230 235 240 245 250 255 260 265 5 água e em 2007 o tema será “Fraternidade e Amazônia”. Durante os quarenta dias da quaresma, que vai da quarta-feira de cinzas até a Páscoa, as nove mil e quinhentas paróquias e em torno de duzentas e setenta dioceses estudarão esse tema e o enfoque será dos povos da Amazônia. A conselheira Soila Souza, da SEAP, falou sobre a necessidade de integrar políticas e informou sobre o trabalho de parceria com o Departamento de Assistência Técnica da SAF/MDA para trabalhar a questão da extensão pesqueira e que foi realizado, recentemente, um curso para a região Nordeste, para capacitar extensionistas, assim como em Florianópolis, envolvendo a Região Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A proposta para o ano de 2007 é fazer um curso para a Região Norte. O conselheiro Francisco Canindé de França, da ANOTER, fez um informe sobre o Seminário de Implantação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais, promovido pelo INCRA, atendendo a uma demanda de natureza legal, proveniente da lei 10.267, de 2001, que visa a construção de um banco de dados, um cadastro único e de domínio público, tendo sido definida a realização de cinco seminários nas cinco regiões para prosseguir com o trabalho de universalização do Cadastro de Imóveis Rurais. Informou, também, que a ANOTER criou um prêmio nacional àqueles que contribuem para o fortalecimento da reforma agrária, da agricultura familiar, aos que têm história de luta e de compromisso com a democracia e com a ampliação das liberdades no campo brasileiro. Esse ano o agraciado pela ANOTER foi o Presidente da CONTAG, o conselheiro Manoel dos Santos. A conselheira Jacinta Senna da Silva, do Ministério da Saúde, informou que ocorreu o 1º Encontro Nacional de Saúde das Populações do Campo e da Floresta que teve como objetivo principal discutir a situação de saúde e o documento da Política Nacional de Saúde dessa população. Como resultado desse encontro está sendo finalizado pelo Grupo da Terra um documento dessa política que em seguida deverá passar pela tramitação do MS e será debatido no Conselho Nacional de Saúde e na Comissão Tripartite, que é composta pelos Secretários Estaduais e Municipais de Saúde. O conselheiro Antônio Lucas, da CONTAG, fez um informe sobre o Seminário Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção Integral às Crianças. Relatou que a CONTAG já vem fazendo esse trabalho há muito tempo, mas agora está discutindo o trabalho infantil também na agricultura familiar. Afirmou que pensar em desenvolvimento sem pensar em acabar com o trabalho infantil, tanto no âmbito dos assalariados, dos empregados e também na agricultura familiar não está se falando em desenvolvimento sustentável e o desafio é levar as políticas públicas até o campo, com a perspectiva de eliminar o trabalho infantil. Esse seminário foi realizado com a colaboração da Organização Internacional do Trabalho-OIT, do Ministério do Desenvolvimento Social e Ministério do Trabalho em Emprego. O debate versou sobre a concepção que se tem de trabalho infantil na agricultura familiar. Esse trabalho terá continuidade em 2007, por meio de vários seminários regionais. Uma das propostas é a criação de um selo, um incentivo para quem demonstrar que o trabalho infantil está sendo eliminado e a outra questão em pauta é a educação do campo. A partir de 2000, fecharam 20 mil escolas rurais. Diante dessa situação, ou as crianças vão para a cidade ou passam a trabalhar. O Secretário da SRA, Eugênio Conolly Peixoto, parabenizou a equipe da SDT pelo trabalho realizado no Salão e fez uma reflexão em relação às institucionalidades afirmando que o Salão foi um marco, uma referência, principalmente porque deu visibilidade não a uma institucionalidade alternativa, mas a uma complementar. O Brasil tem o pacto federativo que é fundamental para manter esse país coeso, mas essa ação complementar, que é o que se pode chamar de uma nova institucionalidade, permite que existam canais mais diretos de comunicação de governo com os movimentos sociais mais organizados, àquelas pequenas organizações, associações, que muitas vezes não têm um vínculo organizativo mais consistente e conseguem se articular via conselhos e espaços dos territórios. O Salão demonstrou que o grande desafio será como essa complementaridade de fato perpassará o conjunto das políticas públicas. O conselheiro José Aldo dos Santos, da ASA, relatou o processo que está sendo desenvolvido no Nordeste pelo conjunto de ONGs que formam a rede ASA. O Salão Nacional dos Territórios Rurais pôde mostrar a dimensão do que está sendo construído nos nove estados que congregam a SUDENE, em que a ASA está presente e trabalha um conjunto de mais de treze mil famílias de agricultores(as) familiares em mais de cento e treze municípios, em vinte e três territórios rurais. Destacou a importância desse processo, de articulação governo-sociedade, numa perspectiva de potencializar a política nacional de assistência técnica com participação efetiva dos protagonistas da 5 270 275 280 285 290 295 300 305 310 315 agricultura familiar. Pensando a agricultura familiar como uma dimensão mais ampla do que a dimensão agrícola, na perspectiva do fortalecimento da abordagem agroecológica, pensando no processo cultural, social, artesanal, de relação com diversos setores da sociedade, rural e urbano, pensando o processo de economia de mercado, de articulação de organizações, de atores sociais locais, do conjunto de sindicatos envolvidos, de associações e cooperativas. Disse, ainda, que a ASA sistematizou um documento que deverá circular com todos(as) os(as) conselheiros(as) para dinamizar essa rede e para que seja articulada com o conjunto de outras redes que existem no país e, que o CONDRAF é o espaço que a ASA tem visualizado para debate dessa construção, numa perspectiva de fortalecimento, tanto das políticas públicas, quanto das organizações sociais do Nordeste, considerando o Nordeste como um espaço de fortalecimento da agricultura familiar que abriga mais de 50% da agricultura familiar do país. Concluindo a Palavra dos Conselheiros, o Secretário Humberto Oliveira ressaltou que dezessete conselheiros falaram sobre diversos temas e que as intervenções foram muito significativas e cada um compartilhou informações importantes do trabalho de cada segmento representado. Segundo, porque esse é um espaço de discutir políticas públicas para o desenvolvimento rural, para a agricultura familiar e para a reforma agrária. Disse que uma das manifestações mais importantes do Salão Nacional dos Territórios Rurais foi exatamente uma cobrança forte, sobretudo em relação ao governo, sobre a necessidade de uma maior integração das ações nos territórios. Sobre a avaliação do CONDRAF, considerou um avanço importante, sair de uma discussão exclusiva sobre as políticas agrícolas, para uma discussão sobre políticas públicas necessárias ao desenvolvimento rural, destacando o nível de comparecimento tão bom, tão significativo na medida em que os(as) conselheiros(as) aproveitaram esse espaço para tratar de assuntos pertinentes às suas áreas. Dando prosseguimento à pauta, passou a palavra ao presidente do CONDRAF, Ministro Guilherme Cassel, que fez um balanço do Conselho no período de 2003-2006. Ele destacou a dedicação e persistência dos(as) conselheiros(as), seja nas reuniões do CONDRAF, seja na Plenária e nas Comissões Temáticas. Falou em seu nome e no de Miguel Rossetto, ex-Ministro e Presidente do CONDRAF, que tinha um apreço especial pelo Conselho, para afirmar que seu funcionamento ajudou muito o MDA. Falou que ao final de quatro anos é possível fazer alguns balanços, ver o que funcionou e o que não. O CONDRAF teve permanência, sendo um espaço livre de crítica, um espaço de prestação de contas, de formulação de políticas. Em nome de toda a equipe do MDA, agradeceu a contribuição de todos(as) nesse primeiro período. Afirmou que o CONDRAF se constitui no melhor espaço para compartilhar conceitos gerais de balanço da gestão, o espaço mais qualificado, no âmbito do MDA, pela sua composição. No período de quatro anos, o primeiro mandato do Presidente Lula teve uma grande conquista, que foi dotar o Estado brasileiro de uma rede de políticas públicas permanentes, seja para a agricultura familiar, seja para a reforma agrária, porque o País, ao longo da década de noventa, assistiu ao desmantelamento de políticas públicas, com pouco capacidade de planejar e exercitar o seu papel. A partir de 2007, quem estiver na gerência do MDA terá instrumentos de planejamento. Só para exemplificar, o PRONAF de 2003 e o de 2006 ou 2007 são muito diferentes, mais desburocratizado, modernizado, com novas linhas, mais crédito, atende melhor ao público proposto. Se pensar em assistência técnica, a situação é mais clara. O sistema brasileiro de assistência técnica foi absolutamente desmontado e a tarefa do MDA foi remontá-lo. Hoje o PRONAF tem estrutura física, pessoal, orçamento, uma rede de convênios com os estados, com organizações nãogovernamentais, que dão consistência para esse sistema e apontam para o futuro. Do mesmo modo, o seguro agrícola, que é o mecanismo de garantia de preço, que funciona e representa um avanço significativo. Da mesma forma, os programas de comercialização, desde o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), até o PRONAF Comercialização constituem uma teia de políticas públicas. Quando se olha todas essas políticas públicas a partir de uma perspectiva territorial, que é o espaço realizado onde essas políticas acontecem, tem-se um primeiro olhar de planejamento, de resultado. Foi realizado o primeiro Salão Nacional dos Territórios Rurais que todos(as) participaram de uma forma ou de outra. Ficou claro que a política de desenvolvimento territorial é uma política consolidada e é o caminho por meio do qual deverão ser assentadas as redes de políticas públicas. Da mesma forma todas as políticas que dizem respeito aos direitos das mulheres, índios, quilombolas e do combate ao trabalho escravo. Na Reforma Agrária, o principal compromisso era 6 320 325 330 335 340 345 350 355 360 365 370 cumprir o Segundo Plano Nacional de Reforma Agrária e, provavelmente alcançarão as quatrocentas mil famílias assentadas. Tem todo o trabalho de reconstrução da estrutura do INCRA. Relatou que o INCRA mudou sua estrutura administrativa e ganhou quatro mil e quinhentos cargos, nomeou mil, trezentos e cinqüenta funcionários, foi criado um plano de carreira e, também, foi criada a Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (ATES). Ampliou o orçamento da assistência técnica, infra-estrutura e de crédito, multiplicou por quatro o orçamento de obtenção de terras. Assim, o Estado brasileiro hoje tem políticas públicas conseqüentes, suficientes para continuar apostando e ampliando a reforma agrária e a agricultura familiar. O Secretário do CONDRAF agradeceu e prosseguiu à pauta com a ORDEM DO DIA. Foi aprovada a Ata da 26ª Reunião Ordinária e em seguida passou ao primeiro item da Ordem do Dia, o balanço do CONDRAF. O conselheiro Gilmar Pastorio, da FETRAF-Brasil, fez uma ampla reflexão sobre as propostas da FETRAF, da atuação do CONDRAF, do Ministério e do próprio governo, afirmando que o saldo positivo de todo o Governo Lula, em especial da agricultura, se deu nas urnas e, especialmente, nos grandes bolsões de abandono que o país teve nos últimos quinhentos anos, refletindo o apoio massivo a esse projeto, que não é somente do Presidente Lula, mas é um projeto político que se instalou a partir de 2003. A contribuição que se deu para a reeleição foi exatamente nos grandes bolsões, onde os outros governos, neo-liberais, sempre abandonaram, em especial a agricultura. Relatou que isso refletiu sensivelmente nas votações do Norte, Nordeste, Centro Oeste e até no Sul. Informou que as melhores votações no Sul foram onde a agricultura familiar tem sua base organizada. Foi na região do agronegócio, no Sul, onde se obteve a pior votação. Declarou que do ponto de vista da FETRAF, se avançou em relação a liberação de crédito, na qualificação da agricultura familiar e na reforma agrária, com ATES, ATER, educação do campo. Avançou em várias políticas que não existiam. Caracterizou o primeiro mandato desse governo como embrionário, onde todas as iniciativas passaram por um processo de consolidação. Num segundo momento será necessário conseguir transformar esses embriões em políticas públicas reais, porque são ainda muito pequenas diante da grandeza do Brasil. Falou que o CONDRAF foi fundamental nesse processo, em especial, no ano de 2006. Protagonizou dois grandes eventos importantes em 2006, que poderão e deverão nutrir o próximo governo, sendo o primeiro a Plenária Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, em Porto Alegre, que teve um grande processo de elaboração política e diretrizes. A Plenária foi importantíssima porque, pela primeira vez, foram definidas diretrizes reais eleitas por um conjunto de entidades e do governo por onde irão passar as políticas públicas. O segundo evento foi o Salão Nacional dos Territórios Rurais. Disse que é preciso avançar consistentemente em duas direções: a primeira, a partir das experiências que são embrionárias, transformá-las em políticas públicas, para que sejam mais consistentes e tenham abrangência no Brasil, senão continuarão sendo apenas experiências. Outra questão que é necessário abordar é o modelo de desenvolvimento. Concordou com o ministro, que nem os movimentos sociais imaginavam que pudesse avançar tanto na liberação de crédito agrícola como se avançou. Saiu de dois, quatro para mais de dez bilhões de reais. Declarou que a FETRAF está preocupada em saber para que está servindo esse dinheiro. Está bem na liberação, só que os recursos estão servindo para endividamento do(a) agricultor(a) familiar e para fortalecer um modelo que explora a agricultura familiar. Sugeriu que é preciso começar um debate na sociedade civil e no governo, de como o crédito poderá servir ao agricultor familiar e não as grandes empresas, que hoje é o destino final desses recursos. Sobre esse modelo, é necessário discutir por onde passa a questão dos preços agrícolas. Nos últimos dois anos, houve problemas sérios com os preços agrícolas, que precisam ser mantidos. Finalizou dizendo que na reforma agrária é fácil reconhecer todos os avanços citados pelo ministro, porém não foi resolvido o principal problema dela, que para ser justa e igualitária, não pode ser comprando terra. É preciso mexer no que já é consenso no governo e nos movimentos sociais, no arcabouço legal do país, ou continuarão tendo algumas aquisições e alguns assentamentos de trabalhadores rurais. É necessário ter coragem, nesse segundo momento, para mexer nas áreas que hoje não produzem, que não estão exercendo a função social, que elas possam ser desapropriadas e entregues aos trabalhadores(as). O Secretário Eugênio Conolly Peixoto, da SRA/MDA, acrescentou ao balanço, o acesso a terra. Informou que em janeiro de 2003 existiam no MDA, instrumentos concorrenciais. Um artigo de Milton Seligma, Presidente do INCRA, à época, 7 375 380 385 390 395 400 405 410 415 420 afirmava que o País não precisava mais de movimento social para discutir a questão da reforma agrária porque o mercado se encarregava disso, via Banco da Terra. O governo conseguiu romper essa dicotomia e construiu a ampliação das opções nos instrumentos de acesso a terra. Muitas vezes os mecanismos de compra e venda são instrumentos necessários e importantes para que a agricultura familiar tenha acesso à terra, como o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), foi de fato um instrumento que ampliou o menu de políticas públicas, conseguindo viabilizar também o acesso da juventude à terra, ainda sem a magnitude necessária, mas foram dois mil jovens no Programa Nossa Primeira Terra e quarenta mil famílias no PNCF nesses quatro anos. Avançou muito na solução do passivo do Banco da Terra, que é um problema sério e, ainda está sendo trabalhada a renegociação dessa dívida. Em relação ao trabalho escravo concretizou a primeira aquisição de uma área de terra para assentar trabalhadores que foram resgatados em situação de trabalho forçoso. No Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco aqueles trabalhadores que estão cumprindo pena em um sistema penitenciário, que podem trabalhar fora, há uma proposta de acesso a terra dessas famílias. Foi estabelecido o embrião público de bibliotecas rurais. O projeto Arca das Letras que se consolidou junto ao Crédito Fundiário, já atende mais de duas mil comunidades e mais de duas mil e quinhentas bibliotecas, inclusive, estão sendo equipadas as casas familiares rurais com bibliotecas. Disse que uma pesquisa da Escola de Agronomia Luiz de Queiroz, em 2003 e 2005, demonstrou que a renda dessas famílias praticamente dobrou em dois anos, mesmo sabendo das deficiências e limitações do acesso à assistência técnica. São elementos que ajudam a fazer o debate sobre o balanço do MDA. Prosseguindo, o conselheiro Manoel dos Santos, da CONTAG, avaliou a importância do funcionamento do CONDRAF, que é um Conselho em construção e argumentou que nesse período, o conselho se tornou referência para debater os assuntos que são do interesse do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras e também do Poder Público. Avançou do ponto de vista de proposição, na criação dos grupos de trabalho, nas várias propostas que saíram para o conjunto dessas organizações, apontando caminhos novos e diferentes para o presente e para o futuro. Ele avalia que a conferência deveria já ter sido realizada. Falou que a Plenária foi importante como um evento, mas se levar em consideração que a conferência já era uma proposta trabalhada ainda no final do governo passado e já estava com data marcada, com delegação escolhida, a Plenária não respondeu ao que seriam as expectativas para a conferência. Declarou que o grande passo positivo é que o Salão superou a expectativa sobre a conferência e foi um tanto minguado com o evento da Plenária. Avaliou que o último ano do Governo Lula foi extremamente exigente para todos(as) e o povo deu uma lição a muitas lideranças. Quando houve a crise, o povo começou a perceber que o problema não era simplesmente uma busca pelo zelo da coisa pública para oferecer um Estado que fosse mais eficiente do que estava se trabalhando, mas era muito mais uma disputa de interesse momentâneo, visto que aqueles que se faziam guardiões da coisa pública, da ética, nunca foram vistos defendendo com tanta veemência o que pareciam ser representantes. Muitas lideranças se perderam. O povo respondeu, mostrou que estava entendendo o que estava sendo trabalhado por esse Governo e deu o seu aval, o seu referendo para a continuidade. Assim, a responsabilidade aumenta, pois o que está sendo dito pelo presidente é, na verdade, o que o povo quer que seja um segundo Governo com crescimento econômico, mas com distribuição de renda. Sabe-se que não é fácil, mas é nessa direção que o conjunto dos movimentos vai se mobilizar e pressionar. O que pode ser melhorado, olhando o Governo como um todo, é só a comunicação, sobretudo, das rádios comunitárias. Sobre a comunicação popular não aconteceu nada. No tocante às ações do MDA, a CONTAG reconhece como muito importante a proposta que foi trabalhada a partir da SAF/MDA, em conjunto com as demais secretarias, propondo uma assistência técnica nova, diferente, com participação. Informou que não existia uma proposta de assistência técnica diferente do modo tradicional, hoje existe uma construída de forma participativa. É preciso observar que há uma diferença entre a proposta de assistência técnica que está construída e o que efetivamente tem condições de aplicar. Citou como exemplo, na área de agricultura familiar, há uma diferença muito grande e não proporcional entre o crescimento dos recursos do PRONAF e os recursos da assistência técnica para viabilizar esses investimentos, diferentemente do que se conseguiu trabalhar para as áreas de assentamento. Registra-se como muito importante às ações desenvolvidas e os recursos alocados para as áreas de assentamentos que representa apenas 10% da 8 425 agricultura familiar. Para a agricultura familiar, na parte de assistência técnica, está muito débil a liberação dos recursos. Os recursos são prometidos, não são liberados e também são liberados fora de época. É uma área que precisa avançar. No que diz respeito ao acesso à terra, é importante registrar um grande feito, que foi a desapropriação da Usina Catende, considerada uma desapropriação emblemática. Foi, durante muito tempo, a maior usina da América Latina e é, na 430 verdade, um grande instrumento de disputa no conjunto do setor sucro-alcooleiro. A administração auto-gestionária dos trabalhadores durante doze anos, por força de uma ação judicial de falência, mas que não tinham oportunidade de fazer investimentos públicos diretos, exatamente pela definição da propriedade da terra. Informou que o Presidente Lula assinou a desapropriação de cerca de vinte e cinco mil hectares, daquela área. Isso representa uma nova alternativa e 435 possibilidade, inteiramente diferente do que muitos outros investimentos, onde o Governo comprou áreas tipo Itamarati, Maísa. Áreas em que o custo, por família, é superior a cem mil reais, em que se discute a viabilidade dessas áreas como um projeto de assentamento. Lamentou que ao término do primeiro mandato do Governo Lula, não se tenha resolvido a questão dos índices de produtividade. Não tem justificativa porque a ausência de alteração dos índices de produtividade empurra o 440 governo para comprar áreas caras, pelo Decreto 433, e é isso que quer o grande latifundiário. Essa questão tem que ser apresentada como um posicionamento do Conselho que a questão dos índices de produtividade precisa ser resolvida. Acredita-se que é indiscutível o avanço do crédito para a agricultura familiar. O grande desafio é uma política de preços de apoio aos que estão produzindo, para não pagar para produzir. Enquanto o custo da cesta básica baixou, os custos de produção não 445 baixaram. É um desafio que precisa ser resolvido. Após esses questionamentos, o Presidente do CONDRAF, Ministro Guilherme Cassel, fez uma intervenção afirmando que o Conselho, além do balanço, está fazendo uma prospecção, comentando duas questões levantadas: a mudança do modelo e do arcabouço jurídico da reforma agrária, porque dependem muito da correlação de forças na sociedade e a informação é que diante do resultado das eleições, a bancada ruralista cresceu, o 450 que é um problema para o MDA. Falou do desejo de mudar a situação e da necessidade de acumular forças para isso na sociedade e com apoio internacional, especialmente, no ambiente da Reunião Especializada de Agricultura Familiar (REAF/MERCOSUL). É um espaço vigoroso onde estão todos os governos, mas também, paritariamente, os movimentos sociais. Em relação ao modelo, para não ficar esperando ter correlação de forças favoráveis, mas fazer desde já essa disputa, um 455 modelo que junte a preservação do meio ambiente, com produção de alimentos para o combate à fome e ocupação racional do território. Falou que o MDA tem que construir melhor esse tripé para o próximo período e essa tem que ser a bandeira para enfrentar temas como a concentração fundiária, a violência, a situação fundiária da Região Norte, a grilagem, o desmatamento, o plantio de transgênicos e a monocultura. Com relação ao arcabouço legal, tem que criar mecanismos em 460 que o índice de produtividade seja periodicamente ajustado. Deve insistir em um modo de gestão mais democrática, aberto a sociedade civil, com a participação direta dos movimentos sociais, seja na elaboração das políticas, na sua execução e acompanhamento. O programa de ATER e ATES são bons exemplos disso. Esse modelo vem sendo muito combatido, por restrições legais e do Tribunal de Contas. Disse, ainda, que é preciso discutir isso também. Dando seguimento ao debate, a 465 conselheira Silvana Parente, do MIN, fez três propostas concretas. A primeira foi que o MDA institucionalize a política de desenvolvimento territorial, independente do ministro, partido para consolidar institucionalmente os avanços. Se não for Lei, Decreto, mas que seja uma Portaria do Ministério regulamentando o que é território, qual a forma de acesso, o que é colegiado territorial, qual a forma de funcionamento do PROINF, qual a conexão com as outras políticas, inclusive 470 dentro do próprio Ministério. A segunda proposta é que o enfoque territorial vai além do MDA. Tem o Ministério do Planejamento, o Ministério da Integração Nacional, o Ministério do Meio Ambiente, que tem programas de enfoque territorial. O Ministério das Cidades não faz parte, mas um dos debates da conexão da política de desenvolvimento rural é a do rural-urbano. O Ministério do Desenvolvimento Social tem os Conselhos de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local 475 (CONSAD) e a estratégia de saída do Bolsa-Família, das políticas assistenciais. Falou sobre o interesse de discutir a questão de articulação de políticas com enfoque territorial e propôs um grupo de trabalho que apresente propostas de articulação de políticas públicas com enfoque nos territórios 9 480 485 490 495 500 505 510 515 520 525 530 10 e com sugestões para o PPA 2008/2011, até abril, maio, porque as propostas do PPA têm que ser feitas até o meio do ano. Propôs, também, a criação de outro grupo de trabalho para debater novos modelos de financiamentos no mundo rural. Com todos os avanços quantitativos, de distribuição, de flexibilidade e definição das categorias do PRONAF, a questão não é o volume, pois tem um fator de insustentabilidade. A proposta é que o CONDRAF enfrente o desafio de propor novos modelos de financiamento no meio rural que conecte os canais, porque os fundos públicos passam pelos bancos públicos, mas deve-se olhar para outras redes, outros canais. O volume de crédito está grande, mas falta dinheiro para as redes de assistência técnica, para bancar a estrutura que conecte essas redes. Argumentou se não seria melhor reduzir o volume e construir essas estruturas. As cooperativas de crédito, que são as redes do terceiro setor, estão prontas para dar o salto na área de crédito. Citou como exemplo o GTA e a ASA. Informou que o setor quer a inclusão produtiva. O sistema financeiro é concentrador de renda e não está a serviço do desenvolvimento. O MIN coloca à disposição o projeto piloto na Amazônia, em que fazem parte o MDA, o MMA, o MTE, com o Programa Nacional de Microcrédito e, nesse piloto de Altamira e Solimões, as cooperativas de Altamira, com a metodologia dos bancos comunitários e informais. Continuando o ponto de pauta do balanço do CONDRAF, o conselheiro Roberto Vizentin, do MMA. Disse que é impossível enfrentar o problema ambiental, o modelo de desenvolvimento da Amazônia como um todo, se não tiver um enfrentamento da questão central e estratégica do ordenamento fundiário, da ocupação do solo, da destinação dessas terras. Foi muito corajosa a atitude do Governo, especialmente do MMA, que encarou esse desafio e resolveu assumir seu compromisso histórico de restabelecer a presença do Estado nessa região e implementar uma política de ordenamento fundiário compatível com o modelo de desenvolvimento sustentável, que concilia objetivos da produção, da geração de renda, das alternativas para os produtores rurais, com preservação ambiental. Está longe de equacionar esse problema, mas a determinação, a presença forte do MDA com o INCRA e com outros órgãos, tem representado uma ruptura com o que vinha acontecendo. Estão criadas as bases do ponto de vista jurídico, legal, político, para avançar na construção de um novo modelo e se apresenta, também, como um desafio para o próprio Conselho, para o MDA e para o Governo como um todo. A população da Amazônia, especialmente nessas áreas de maior conflito, respaldou essas medidas, mas está cobrando que as propostas se efetivem. Populações que estão nas áreas de extrativismo e que não tiver uma resposta afirmativa, uma agenda positiva com alternativas a curto prazo, a tolerância por esse novo modelo sustentável de desenvolvimento vai se esgotando também. Essa é uma exigência que está posta para os movimentos sociais e, principalmente, para o Governo. Nesse contexto, o reordenamento das políticas públicas de apoio à produção, à agricultura, tem que avançar rapidamente no atendimento a essas necessidades, que são mais do que legítimas e são representadas por pessoas que foram levadas para essa região. Declarou que deve constar do balanço do MDA o licenciamento dos assentamentos de Reforma Agrária. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) está sendo efetivamente implementado com responsabilidade. Não será possível cumpri-lo integralmente, no espaço temporal do TAC, mas tem que ser apresentado à sociedade, ao Ministério Público e aos movimentos sociais o que está sendo feito, com a perspectiva de ampliar o prazo desse ajustamento de conduta, com compromisso de efetivá-lo. Por fim, informou que o MDA teve a iniciativa de propor uma revisão da legislação ambiental para o licenciamento das agroindústrias familiares. Existia, realmente, uma contradição, uma política pública, um programa de apoio à agroindústria familiar e, muitos vezes, para licenciar um pequeno empreendimento com impacto ambiental muito pequeno, até nulo, se exigia os mesmos procedimentos da grande agroindústria. Esse trabalho foi exitoso. Informou, também, que foi aprovada uma nova Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que simplifica e facilita o licenciamento para as agroindústrias familiares. Apoiou a proposta da conselheira Silva parente, do MIN, de constituir um grupo de trabalho para discutir a integração de políticas. No MMA, o Programa de Gestão Ambiental Rural (GESTAR) tem essa compreensão e incorporou a abordagem territorial. Existem hoje os chamados territórios do GESTAR. Ocorre que muitos programas, ao buscarem essa abordagem territorial, começaram a criar seus territórios. Hoje existe uma miscelânea de territórios. Entende que esse Programa do MMA, em parceria com a FAO, deve ser uma ação estratégica na revisão do PPA porque é uma ação de gestão ambiental rural 10 535 540 545 550 555 560 565 570 575 580 associada à política de desenvolvimento territorial. Em relação ao tema da agroecologia, para avançar na discussão do modelo de produção com apropriação de renda por parte dos produtores diretos, tem que pensar no modelo tecnológico também. Acredita que a agroecologia, a partir do que já foi acumulado no MDA e em outros Ministérios, pode significar um caminho que acumule força para essa transição. A conselheira Maria Miquelina, da COIAB, informou que em relação à questão ambiental foi criado um grupo de jovens, de lideranças indígenas de várias etnias da Amazônia, para trabalhar esse tema a partir da realização de um mapeamento nas comunidades indígenas. Esse trabalho foi realizado com os pequenos recursos disponíveis. Informou que os indígenas não ficaram satisfeitos com os dizeres do Presidente, porque não se consideram como entraves. Indagou por que os indígenas são considerados assim e o que poderá ser feito por eles. Disse que para eles ficou uma interrogação, porque confiam no Presidente, votaram nele para fazer um bom trabalho e que estão acompanhando-o. Relatou que muitos dizem que “os índios têm muita terra”, mas geograficamente olhando, tem várias características regionais. Olhando de cima, parece que é um mar de mata, mas não é. Tem pedras, areia, muitas terras não são produtivas. O alimento que chega na área de fronteira, onde mora a maioria, é mais caro, pois vem da Região Sul. O Governo diz que a cesta básica está bem, mas para os indígenas, não está, principalmente se comparar com a situação do Canadá e Estados Unidos, em que os técnicos são bem treinados para trabalhar com essas comunidades, o que é diferente da realidade brasileira. Para avançar tem que trabalhar com técnica, qualificar o produto. Ainda tem muita riqueza a ser explorada, mas se não tiver apoio técnico, não adianta fazer tantos programas, tantos modelos. O conselheiro Mário Amorim, da ASBRAER, falou que se fizer uma retrospectiva da história recente do país, poderá ser visto o encolhimento e a desestruturação da rede de assistência técnica. Destacou em nome da ASBRAER, o ganho político com a discussão, concepção e definição de uma política nacional de assistência técnica e extensão rural. Outra conquista foi a institucionalização do Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural (SIBRATER). Entendeu que o trabalho desenvolvido pela equipe do SAF/MDA, motivou os governos dos estados a ampliar a rede brasileira de extensionistas, uma ampliação de oferta de serviços qualificados para apoiar a agricultura familiar brasileira. O crédito do PRONAF deu um salto quantitativo, a média de aplicação desse crédito nos municípios brasileiros é de um milhão e meio, que representa um elevado índice de adimplência. Esse crédito não está gerando endividamento e sim ocupação e renda. Comunicou que os extensionistas brasileiros estão discutindo sobre a liderança do DATER/SAF a extensão rural do segundo piso. Ela vislumbra a capacidade do extensionista ser um grande articulador das políticas públicas concebidas pelo governo. Considerou que é um avanço porque foge daquela visão interna da propriedade rural e vê o todo, considerando a multidimensionalidade do desenvolvimento. Alguns programas são tidos como referência para o Brasil, dentre eles, uma das alternativas para remunerar adequadamente a produção do agricultor familiar é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal. O conselheiro Gilson Bittencourt, do Ministério da Fazenda, falou das perspectivas para 2007 do PRONAF, em que a discussão do pacote tecnológico é essencial. Num primeiro momento o foco era o crédito, que avançou, em segundo veio a discussão de seguros, avançando no PROAGRO MAIS. Embora tenha sido positivo do ponto de vista de garantia climática, foi negativo do ponto de vista do pacote tecnológico, porque incentivou a monocultura. Depois veio a discussão da assistência técnica, que foi um grande avanço no sentido de criar a política, mas ainda não conseguiu aprofundar sobre o tipo de assistência técnica que está sendo ofertada na ponta. Está sendo construída a discussão da comercialização, seja pelo PAA, seja do PRONAF Comercialização. Quando começou a discussão do seguro de preços, começou também sobre custos de produção, surgindo o pacote tecnológico. Acredita-se que o PRONAF financia hoje mais de cem atividades diferentes, mas é muito concentrado em milho e soja. Por exemplo, o custo de produção de milho a partir de duas regiões diferentes. Os dois tiveram o mesmo custo, mas em uma região o produtor familiar ficava com seis a oito reais, enquanto que em outra região o produtor ficava com um real. Esclareceu que em um está embutido o custo da mãode-obra, da gestão da propriedade, ele contrata tudo. Basicamente não põe a mão na lavoura, contrata para plantar, pulverizar, comprar veneno, não faz trabalho em relação ao cultivo, contrata máquina para colher. Então, o custo dele se eleva e a rentabilidade nesse caso é quase nula. Pode ter 11 585 590 595 600 605 610 615 620 625 630 635 assistência técnica e conseguir gerar uma boa produtividade, mas o custo geral, não resolve a questão da renda para o produtor. Não adianta ter um seguro de produção, pois mesmo ele pagando, o que sobra do seguro para o produtor não lhe garante renda. Seja partindo para a agricultura ecológica, orgânica, qualquer modelo, a questão passa a ser a discussão do modelo tecnológico. E não só do modelo, é quanto cada unidade de produto efetivamente sobra para o produtor. Onde existia o menor nível de rentabilidade era um assentamento onde o produtor basicamente contratava tudo. Em 2007, será o ano dessa discussão, porque já existe um conjunto de instrumentos e o objetivo é a renda do produtor. Porém, não adianta ser uma ação do governo, se não acontecer essa discussão aprofundada por parte dos próprios movimentos sociais. Na discussão de transgênicos no Rio Grande do Sul, quem os defendeu, inclusive o uso de sementes contrabandeadas, foi o movimento social articulado com o setor interessado, portanto, a discussão é tecnológica. O conselheiro João Torrens, do DESER, ressaltou dois aspectos aos desafios, às perspectivas, que, para uma próxima gestão estão colocados e sobre o próprio papel do CONDRAF. Um desafio importante está sinalizado que é o aprofundamento das articulações das políticas públicas, seja no plano interno ao Ministério, seja na relação com as demais pastas, de maneira a ampliar o processo de consolidação dessas políticas. Nesse âmbito, tendo em vista que no próximo ano entra em pauta a agenda do PPA, é um espaço muito importante para se dar essa articulação, particularmente, daqueles Ministérios que têm tido um aprofundamento do enfoque territorial nas suas políticas. Outro aspecto diz respeito ao marco legal da relação entre as organizações da sociedade civil e o Estado brasileiro. Nesse sentido, essa lógica de parceria e de uma participação política nos processos de gestão social, é preciso tirar as conseqüências dessa avaliação. Outro aspecto diz respeito, essencialmente ao CONDRAF, uma vez que esse espaço de debate tem uma importância muito grande entre outros conselhos nacionais e há a necessidade de ter uma meta, como objetivo, um processo amplo, democrático, massivo de construção da Conferência Nacional, no próximo período, para que se consolide, efetivamente o CONDRAF como um espaço de gestão dessas políticas, como um espaço democrático de participação entre estado e a sociedade civil na definição das políticas de desenvolvimento que possam vir a atender esses desafios de: preservação ambiental, garantia de renda, debate sobre o modelo tecnológico, educação do campo, enfim, tantas outras políticas que precisam ser consolidadas. O conselheiro Juarez de Paula, do SEBRAE, destacou a questão da Conferência, da importância de retomar esse compromisso. Citou a discussão do modelo, ressaltando a discussão sobre agroecologia, que se relaciona com a temática da tecnologia, no sentido de definir qual é o modelo de agricultura sustentável que se deseja afirmar no País e, portanto, remete para uma discussão mais abrangente. Outro aspecto refere-se a agroenergia, os biocombustíveis, que também já foram tratados no CONDRAF, mas que ficou fora das atenções prioritárias dos últimos tempos. Considerou que é importante porque também dialoga com a questão do modelo, porque trata do modelo energético do País, do fim da civilização do petróleo, dos combustíveis fósseis e como se relaciona com a produção de alimentos, com a ocupação das terras para produção de energia, alimentos e o lugar da agricultura familiar dentro dessa produção. Um último aspecto é sobre a integração das políticas públicas de desenvolvimento territorial, é importante avançar nessa articulação, não só em relação ao PPA, mas em outros aspectos mais gerais. Informou que recentemente uma Comissão entregou ao Presidente Lula, o resultado de um trabalho de um ano que envolveu mais de oitenta organizações, conduzido pelo Instituto de Cidadania. O Presidente Lula encarregou o Ministro Tarso Genro de criar uma câmara técnica no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para tratar da proposta de Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento local e, para que não haja confusão, esclareceu que o desenvolvimento local se refere justamente ao que se expôs aqui como desenvolvimento territorial. É preciso integrar os fóruns de interlocução que estão sendo criados nos territórios, para ter mais efetividade nas políticas e nos resultados a serem alcançados. Finalizou sugerindo ao MDA que acompanha com atenção esse debate, que reivindique o seu lugar dentro dessa câmara técnica. Seguindo esse ponto de pauta, o Secretário de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, inicialmente parabenizou a SDT pelo que o Secretário Humberto Oliveira chamou de oficina de idéias, no Salão Nacional dos Territórios Rurais. Foi um balanço das realizações dos últimos quatro anos dessa política. Em relação à política de ATER relatou um avanço considerável em suas redes e dos planos 12 640 645 650 655 660 665 670 675 680 685 nas políticas territoriais. Estão sendo liberados muitos recursos de ATER, sendo que em fevereiro ou março de 2007 será feito um plano de revisão das metas e propostas. Serão repensados esses orçamentos de acordo com o cronograma da agricultura, para que de fato os recursos possam ser otimizados. Salientou que é preciso retomar o debate sobre o marco legal para viabilizar o repasse de recursos para as entidades prestadoras de serviços de ATER. Para a política de crédito, informou que estão disponibilizando dez bilhões de reais, sendo em média dois milhões por município. Nesses sete bilhões e meio aplicados na safra passada, ampliou-se a presença em todas as regiões. O Banco do Nordeste fechará o ano civil com quatro bilhões de crédito do PRONAF aplicados, aproximadamente setecentos mil contratos. Houve um crescimento muito grande do microcrédito. Se juntar com o Banco do Brasil ultrapassará dois bilhões de reais a aplicação de microcrédito na Região Nordeste. Essa dinâmica econômica e de inclusão social gerou avanços importantes na política de crédito. Foram reunidas as entidades prestadoras de ATER, as unidades regionais da EMBRAPA, os três bancos públicos para harmonizar a política de crédito, as recomendações, as demandas, o papel da pesquisa e da própria política de ATER. Do lado das organizações nãogovernamentais, das cooperativas de crédito, dos bancos públicos, da pesquisa, da ATER, estão sendo preparadas as bases para uma otimização dessas dimensões do desenvolvimento econômico, ambiental e o compromisso com a inclusão social. Finalizando esse item de pauta o conselheiro José Aldo dos Santos, representante da ASA, fez uma avaliação geral da política que o MDA traçou para o conjunto da agricultura familiar e em alguns elementos que o CONDRAF favoreceu nesse processo, que foi a possibilidade de construir a dimensão nacional. Esse espaço possibilitou que, em cada momento, fosse colocadas dimensões regionais ou territoriais que foram tratadas de forma nacional. Várias regiões do País foram tratadas e consideradas não como um elemento específico daquela região ou bioma. Na lógica dos movimentos sociais dessas regiões, dos movimentos nacionais ou das redes, das organizações não-governamentais e o sistema da ASBRAER e do CONDRAF, o desafio é fazer com que as políticas que foram construídas durante esses quatro anos possam ser efetivadas de forma mais presente no cotidiano dos processos locais. Disse que é necessário debater no CONDRAF, o março regulatório na relação Estado-sociedade. Outro debate é sobre a política nacional de assistência técnica. Na continuidade, o Secretário do CONDRAF, Humberto Oliveira, convidou os coordenadores(as) dos Comitês para apresentarem o balanço de 2003/2006. Iniciou com o coordenador Argileu Martins Silva, do Comitê Permanente de Assistência Técnica e Extensão Rural-ATER, que informou que o Comitê tem trinta e três membros e fez, durante esse período, oito reuniões. A primeira estratégia foi discutir, depois de criar o regulamento interno de funcionamento, como iria funcionar um Comitê com trinta e três membros. Naquele momento foi dividido em cinco grupos. Um grupo de: articulação institucional, ATER, formação de agentes, de monitoramento e avaliação e de financiamento. Esses grupos funcionaram nas três primeiras reuniões, depois houve incompatibilidade de agendas porque os representantes dos grupos também eram membros do CONDRAF e de outros foruns. Um dos avanços foi sobre a política de ATER que entrou na pauta política. Na estratégia de implementação foi estabelecido um conjunto de parcerias, inclusive com o Ministério da Ciência e Tecnologia e com o Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Contribuiu para reativar a extensão universitária no Brasil, que estava desmobilizada e desmotivada. Foram feitas parcerias com escolas agrotécnicas, EMBRAPA, organizações estaduais de pesquisa para que fossem disponibilizadas para a agricultura familiar as políticas e tecnologias existentes. Criou um programa de formação de agentes, porque os agrônomos, os veterinários, os técnicos agrícolas, os pedagogos, todos eles que estão no campo, seja de organização governamental ou não, passam pela mesma universidade, que é tecnicista e tem dificuldade de trabalhar assistência técnica para a agricultura familiar. Existem hoje trezentas e dezessete parcerias com as mais diversas instituições através de instrumentos de convênios. Cento e quarenta e nove projetos de extensão universitária e setenta e três projetos de apropriação tecnológica. Na estratégia de implementação da política, foi estabelecida uma estrutura de gestão e coordenação que passa pelo Departamento de ATER/SAF/MDA, portanto, o Comitê deliberou sobre as grandes ações de ATER, inclusive sobre os termos de referência, editais em parceria com o CNPq. Tudo passou pelo debate no Comitê, que contribuiu para a formatação definitiva dessas ações. Na questão da gestão, tem-se o CONDRAF, os Conselhos Estaduais e os Municipais. Sobre 13 690 os Conselhos Municipais houve pouco avanço por conta da capilaridade. Os Conselhos Estaduais estão participando ativamente do sistema de credenciamento das organizações de ATER. A atitude dos agentes de ATER, que estão fazendo a assistência técnica na ponta, é que está sendo revista em função dos processos de formação. O comitê concluiu que os alunos de alternância também realizam trabalho de extensão rural. Também foi discutida no Comitê a formação das redes que hoje 695 já são nove e agregam noventa e seis instituições distribuídas pelo Brasil. Com exceção da região Centro-Oeste, todas as demais regiões já têm uma ou mais redes de assistência técnica. O Programa Nacional de ATER é discutido no Comitê. É o programa que diz tudo aquilo que está se fazendo e o que será realizado durante o ano. Passou pelo Comitê também, a Portaria que hoje credencia todas as organizações de assistência técnica e extensão rural do Brasil. Quanto aos desafios, o primeiro é 700 a compatibilização de agendas dos representantes do comitê. A recomposição do Comitê é um desafio. Há dificuldade de participação efetiva dos órgãos governamentais nas reuniões, por isso em todas as reuniões do Comitê, a sociedade civil está em maioria. Também representa um desafio a socialização dos debates dentro dos órgãos que participam do Comitê. Outro desafio é estabelecer o processo de monitoramento e avaliação da política e a articulação das políticas públicas. 705 Finalmente, sobre a transferência de recursos, o Tribunal de Contas da União aprovou um acórdão no seu Plenário e, eles mandaram uma recomendação para o MDA. A Secretaria do Tesouro Nacional baixou uma Portaria estabelecendo como os projetos devem ser analisados. Com isso, tanto os técnicos, como a área de convênios do MDA está um tanto receosos em aprovar projetos como foram aprovados de 2003 a 2005. Um conjunto de normas e Portarias, iniciou um 710 engessamento, dificultando a relação do Estado com a sociedade civil. É papel do Estado fortalecer a sociedade civil, até porque é ela que sustenta o Estado, portanto, propõe-se que o CONDRAF encaminhe isso. É preciso ter um ou dois juristas para analisar o conjunto da legislação que trata da transferência de recursos, entendendo que para avançar na implementação da política nacional de ATER, a transferência de recursos e a relação Estado/sociedade civil precisa ser aprofundada. 715 Prosseguindo a pauta, Renata Leite, do PPIGRE, apresentou o balanço do Comitê de Promoção de Igualdade de Gênero, Raça e Etnia. Iniciou dizendo que o Comitê foi criado em julho de 2004 e é composto por dezenove membros, entre trabalhadoras rurais, indígenas e comunidades quilombolas. Um avanço do Comitê foi a sua constituição e a participação desses grupos dentro do CONDRAF. O Comitê realizou quatro reuniões. Foram criadas três comissões internas para viabilizar o trabalho. 720 A composição já representa um desafio, que é pensar uma composição mais fixa e mais ativa. Acredita que se esses grupos forem convidados pelo CONDRAF, talvez eles consigam perceber melhor o papel do Comitê. A liberação do orçamento já no segundo semestre e o calendário eleitoral dificultaram a realização das reuniões em 2006. Sugeriu que talvez fosse melhor que o Comitê tenha um calendário fixo de reuniões. Houve um avanço na Plenária Nacional, pois esses 725 grupos tiveram a oportunidade de discutir o tema nacionalmente. Informou que a efetivação desse Comitê se deu na prévia da Plenária quando os grupos conseguiram discutir e fazer emendas ao documento referencial, discutindo de forma mais ampla sobre suas realidades. Mesmo assim ainda se constitui um desafio à ampliação dessa discussão. Sobre a política indigenista, já se tem vários documentos referenciais, como os das conferências dos povos indígenas, os documentos 730 consolidados pelo MDA. Porém, ainda falta um mecanismo para que essas políticas sejam implementadas e sejam consolidadas no processo de desenvolvimento rural. Acrescentou que em relação aos quilombolas ocorreram grandes avanços, mas ainda é um desafio a comercialização dos produtos quilombolas e as formas de disseminação do crédito. Sobre as mulheres, o desafio é ampliar o que se conquistou até agora. Vai precisar de muita capacitação para técnicos(as), e para os 735 gestores que envolvem ações para esses três públicos. O balanço do Comitê de Fundo de Terras e do Reordenamento Agrário foi apresentado pelo coordenador, Dino Castilhos, que citou como positivo o fato de os programas da Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA) estarem sob a égide do Comitê. No entanto, disse que a sociedade civil tem demandado pouco o Comitê. Informou que o Comitê é composto por Sociedade Civil e Governo e apontou como vantagem o tamanho do 740 Comitê, que é pequeno, por isso mais fácil de reunir. Informou que em 2004, foram realizadas seis reuniões ordinárias, onde se construiu todo o arcabouço normativo do Programa Nacional de Crédito Fundiário e Sistemas de Monitoramento. Em 2005, aconteceram duas reuniões ordinárias e 14 745 750 755 760 765 770 775 780 785 790 795 15 uma reunião extraordinária. Foram efetuadas alterações no manual de operações, tetos e ATER. Já em 2006, não houve nenhuma reunião do Comitê. As principais deliberações do ponto de vista normativo passaram pelo Comitê. Ou seja, o Regimento Interno do Comitê, o Manual de Operações do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), a Linha de Combate à Pobreza Rural, o Manual de Operações, a Linha de Consolidação da Agricultura Familiar, o Plano Anual de Aplicação dos Recursos do Fundo de Terras, o Regulamento do Fundo de Terras, que depois foi aprovado pelo CONDRAF, o Regulamento Operativo do Programa de Cadastro e Regularização Fundiária, a aprovação dos tetos e dos limites do Crédito Fundiário, em Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, alteração da faixa etária do Programa Nacional de Crédito Fundiário, o Programa Nossa Primeira Terra. Os temas debatidos foram: diretrizes e sistema de monitoramento do PNCF, relatório de monitoramento do PNCF, Linha de Combate à Pobreza Rural, Sistema de Monitoramento a ser regulamentado pelo movimento sindical, proposta da CONTAG, Avaliação do PNCF, feito pela ESALQ, ATER e Sistema de Formação Gerencial do Programa Nacional de Crédito Fundiário. Resumidamente avalia-se como ponto positivo, a participação efetiva do Comitê na construção do arcabouço normativo tanto do PNCF como do Programa de Cadastro de Terras. E como ponto negativo, citou a dificuldade do Comitê em monitorar a execução dessas políticas públicas. O último a apresentar o balanço foi o coordenador do Comitê de Desenvolvimento Territorial, Ronaldo Camboim, que iniciou informando sobre a instalação do Comitê de Desenvolvimento Territorial, em julho de 2005. Informou também que o Comitê surgiu da transformação do antigo Comitê de Infra-Estrutura e Serviços. É composto por vinte e três membros distribuídos entre Governo e sociedade. Avaliou que o comitê é muito grande, por isso dificultou a realização de reuniões com quorum. A primeira reunião foi realizada em novembro de 2005, onde os membros decidiram que queriam conhecer melhor a estratégia de desenvolvimento territorial. Em 2006, o Comitê discutiu diretrizes para o desenvolvimento rural sustentável, antes e durante a Plenária Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, deixando a discussão estratégica sobre o acompanhamento do Programa de Desenvolvimento Territorial para outro momento. Comunicou que o Comitê ainda precisa discutir estratégias de acompanhamento do Programa da SDT e apresentou os seguintes desafios: consolidar a composição, talvez diminuindo a quantidade de membros; acompanhar a articulação de políticas públicas para os territórios e, acompanhar o processo de gestão territorial. Os colegiados territoriais estão num momento importante de definir sua formalização ou constituição jurídica, e o comitê deve realizar esse debate. Após as apresentações, o Secretário do CONDRAF lembrou que o conselho foi reformulado a partir de uma avaliação e foram criados os Comitês, os Grupos Temáticos e os grupos de trabalhos como instrumentos de apoio ao Plenário. Os Comitês estão vinculados às políticas do próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário. Cada Secretaria ou unidade gestora é responsável pela condução e coordenação dos Comitês, que têm uma determinada autonomia para encaminhar questões relativas aos programas do MDA, devendo ser referendadas pelo CONDRAF. Quanto ao tamanho e a composição adequada para os comitês, já está claro que comitês muito grandes têm mais dificuldade de quorum e de operacionalizar as ações. É melhor avaliar a participação dos representantes no comitê antes de oficializar como membro. Quanto ao desconhecimento de alguns titulares do CONDRAF sobre os assuntos que foram tratados pela sua própria organização nos comitês, é importante que os(as) coordenadores(as) de Comitês assumam o papel de informar os membros do CONDRAF sobre estes assuntos. O conselheiro Manoel dos Santos, da CONTAG, não concordou com a idéia de oficializar a composição dos comitês após avaliação da participação, por isso sugeriu que fosse definido um tamanho ideal para melhor funcionamento, justificando que a proposta não elimina a possibilidade de existirem grandes Comitês, certamente com dificuldades para produzir. Disse que seria melhor fazer uma discussão, uma proposição sobre o número razoável de participação, de representatividade que produza e que possa ser apresentado para o CONDRAF deliberar. É preciso ficar mais ou menos regulamentada a quantidade ideal. Sobre a assistência técnica, que foi citada por Argileu, está sendo feita aqui uma avaliação, que o custo de produção está aumentando e as famílias não estão gerando renda por causa da determinação de um pacote tecnológico nas regras de aplicação do PRONAF. Isso é muito difícil, porque está na contramão de tudo o que se tem defendido para a agricultura familiar. Qual é a importância da 15 800 805 810 815 820 825 830 835 840 845 agricultura familiar? É a geração de oportunidades de trabalho, de atividades produtivas. Não terá saída para a agricultura familiar se não for à família toda trabalhando. E onde está isso? Quem está determinando o pacote tecnológico que está aumentando o custo de produção e tirando oportunidades dos próprios agricultores que ficam endividados? Está nas regras de aplicação do PRONAF, os bancos estão articulados com as empresas fornecedoras de insumos? O mesmo acontece com os(as) assentados(as), que acabam fazendo projetos, inclusive, inteiramente alheios à realidade dos(as) assentados(as). Muitos assentamentos, orientados por técnicos articulados com fornecedores, adquiriram insumos de má qualidade e por isso os(as) trabalhadores(as) ficaram endividados. Isso precisa ser discutido no CONDRAF, junto com os(as) agricultores(as) e também precisa discutir junto ao Governo. Da mesma forma que o Presidente chama a atenção dos bancos pelo compromisso de garantir que o recurso do PRONAF seja aplicado, também é preciso acabar com os pacotes tecnológicos fechados para liberação do recurso do PRONAF. Sugeriu que fosse rediscutida essa questão, e informou que a preocupação com a liberação de recursos tem um complicador que são os órgãos de auditoria. Por outro lado, tem também uma necessidade de um aprofundamento interno para definir qual é o planejamento que está sendo feito para aplicar esses recursos. Precisa de uma auto-avaliação, nesse aspecto, por parte dos órgãos de Governo, do INCRA, do MDA e da representação de trabalhadores(as). Hoje já tem muitas áreas em que o problema não é mais a falta de dinheiro e sim o uso desse dinheiro, especialmente nos assentamentos e em algumas áreas da própria agricultura familiar. A ausência de um planejamento mais preciso, com o conjunto desses beneficiários, está deixando uma lacuna muito grande de preparação para o auto-gestionamento do negócio. Isso precisa ser aprofundado num grupo de trabalho, ou seja, discutir sobre a melhor forma de utilizar esses recursos, para não ficar focando na questão da auditoria que vem coibir a liberação de recursos. O coordenador do Comitê de ATER, Argileu Silva, sugeriu inserir os pesquisadores como atores importantes para a discussão sobre pacotes tecnológicos sugerida por Manoel. O Secretário Humberto Oliveira aproveitou para lembrar que no período de 2003 a 2006 foram desenvolvidos os seguintes grupos temáticos: Institucionalidades para a Gestão Social, Educação do Campo, Juventude Rural, Biodiesel, um Grupo de Trabalho sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Convivência com o Semi-árido e para Organização da Conferência. Em seguida, convidou Socorro Silva, do GT Educação do Campo para apresentar seu produto, a proposta do Programa Nacional de Educação Formal e Não-Formal da Agricultura Familiar. Comunicou que seria apresentado o produto de número três, porque os outros dois haviam sido apresentados ao CONDRAF. Informou que na última reunião o grupo achou pertinente trazer algumas propostas para serem apreciadas pelo CONDRAF, tanto no que se refere aos encaminhamentos que ficaram pendentes dos produtos um e dois, como assuntos referentes à existência do próprio grupo. Socorro Silva justificou a importância do produto citando a exclusão dos sujeitos do campo à escolarização. Citou dados de analfabetismo, o fechamento de vinte mil escolas na área rural brasileira e, argumentou que era contraditório, haja vista que há uma Coordenação de Educação do Campo e porque foi iniciado um debate específico de educação do campo dentro do Governo. Esse é um dado preocupante que acentua esse elemento de exclusão, porque passa a ser não só uma exclusão histórica, mas permanente, mesmo com as políticas existentes. Disse que a segunda justificativa para a proposta apresentada era a existência de ações governamentais desarticuladas e fragmentadas. O grupo temático fez um levantamento dentro do Governo definindo quais eram as ações que existiam de educação do campo, e esse material já foi disponibilizado ao CONDRAF. Nesse levantamento verificou-se que vários Ministérios possuem ações de educação do campo, formal e não-formal. Porém, não existe um processo de articulação entre as diferentes ações. Uma terceira justificativa foi a necessidade de superar a insuficiência de políticas públicas para a agricultura familiar na área de educação. Os Ministérios dispõem de ações isoladas que não atendem à demanda dessa categoria. A quarta justificativa baseou-se no acúmulo de ações desenvolvidas por entidades da sociedade civil. Sobre este aspecto o grupo levantou trezentos e sessenta e oito entidades que estão fazendo trabalho de educação do campo no Brasil, todas isoladas em diferentes municípios, comunidades, Estados, sem nenhum elo de articulação. Embora já se tenha algumas articulações de educação do campo no Brasil, tais como: Rede de Educação do Semi-Árido brasileiro (RESAB), Centros Familiares de Formação por 16 850 855 860 865 870 875 880 885 890 895 900 Alternância (CEFFAS), elas não conseguem contemplar a diversidade de experiências existentes. Isso gerou um dos produtos do grupo temático, que foi um mapeamento de experiências de educação. Esse levantamento mostrou o acúmulo da sociedade civil com relação ao saber e ao fazer pedagógico da educação formal e não-formal no campo. A quinta justificativa foi o reconhecimento do protagonismo da agricultura familiar, que precisa ser contemplado dentro das políticas públicas. Justifica-se também pela possibilidade de construir um modelo de desenvolvimento sustentável, neste caso, a educação se torna um vetor fundamental, por ser responsável pelo processo de formação dos sujeitos e, contribuindo para o empoderamento dos mesmos na gestão das políticas. A maioria dos territórios rurais apontam a educação como um dos eixos dos planos territoriais. Esses elementos justificaram essa proposta de programa, que trouxe uma concepção mais ampla de educação, não só na perspectiva de escolarização, mas de uma educação com ações formais, nãoformais e informais, com elementos de formação, capacitação, ensino e pesquisa. Em seguida, citou as finalidades do programa: i) articular e fortalecer ações de educação do campo (formais e nãoformais) para a agricultura familiar desenvolvida pelos diferentes Ministérios; ii) apoiar e fortalecer as iniciativas educativas que existem na sociedade civil. Assim reconhece-se que a sociedade civil brasileira foi quem fomentou, formulou e implementou a concepção de educação do campo, que começou a ser reconhecida e resgatada nas políticas governamentais do atual Governo. É preciso ter uma ação estatal, uma ação enquanto Estado brasileiro, mas também ter o reconhecimento e o fortalecimento de iniciativas da sociedade civil; iii) ampliar e fortalecer as ações de escolarização da agricultura familiar que atuam com a pedagogia da alternância, que representa uma lacuna em vários Ministérios. Não há uma estratégia planejada de apoio às diferentes iniciativas de pedagogia da alternância no Brasil, inclusive de movimentos que são históricos no país. Hoje a pedagogia da alternância não se restringe aos CEFFAS, existem diferentes iniciativas que já utilizam o referencial da pedagogia da alternância. Esse programa tem que reconhecer esse tipo de metodologia e de pensar o fazer pedagógico como uma estratégia importante para a formação de agricultores(as) familiares; iv) incentivar as iniciativas de ensino, pesquisa e extensão com abordagem agroecológica, considerando que para construir um processo de desenvolvimento sustentável, tem que construir um novo modelo tecnológico através de processo formativo, articulando ensino, pesquisa e extensão. Dando continuidade a apresentação do programa, Socorro Silva destacou os objetivos e os beneficiários do programa. Ressaltou que o grupo tentou resgatar o conceito amplo de agricultura familiar e também o conceito do que está posto na base jurídica do país com relação aos sujeitos da educação do campo. Informou que o grupo conversou com alguns Ministérios para saber quais ações desenvolvem e quais seriam importantes incluir no programa. Explicou que as três primeiras ações condensavam atividades que já existiam nos Ministérios e ações novas, e, que a última ação (Publicidade de Utilidade Pública) era obrigatória no PPA. Prosseguindo a apresentação do Grupo Temático de Educação do Campo, a senhora Tânia Melo, da SDT, foi convidada para apresentar a proposta de gestão, financiamento, acompanhamento e monitoramento do programa. Iniciou com a gestão, informando que o grupo propôs que o Ministério da Educação (MEC) seja o órgão gestor do programa, cujas ações orçamentárias podem ser articuladas e implementadas pelos Ministérios parceiros. Cada ação orçamentária pode ter a participação de mais de um Ministério. O grupo não chegou a detalhar quais secretarias seriam as unidades gestoras das ações do programa, mas propôs uma gestão compartilhada entre a sociedade civil organizada e com os Ministérios parceiros, por meio de uma comissão de articulação institucional no âmbito nacional, estadual e territorial, como acontece no Programa Saberes da Terra, gerenciado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do MEC. O grupo discutiu a possibilidade de ser criada uma Secretaria Nacional de Educação do Campo, vinculada à Secretaria Geral da Presidência da República, e também constituir um Conselho para articular, formular e orientar a execução não só desse programa, mas de todos os programas de educação do campo que estão sendo executados ou coordenados no âmbito dos Ministérios. Ressaltou que essa proposta veio dos movimentos sociais que fazem parte deste grupo. Citou como exemplo a lei Nº 11.129 (onze mil, cento e vinte e nove), de trinta de junho de 2005, que regulou o Programa Nacional de Inclusão de Jovens da Secretaria Nacional de Juventude, vinculado à Secretaria Geral da Presidência da República. Com relação ao financiamento, os Ministérios parceiros definem as ações orçamentárias 17 905 910 915 920 925 930 935 940 945 950 para financiamento compartilhado do programa e também articulam os demais entes federativos para o financiamento do programa nos âmbitos estadual e municipal. Também poderão ser celebrados convênios, contratos, acordos, podem ser lançados editais, para efetivar as ações orçamentárias contidas no programa. A senhora Alessandra Lunas, da CONTAG e da Coordenação do Grupo Temático de Educação do Campo, disse que a primeira sugestão de encaminhamento para 2007 seria incluir no site do CONDRAF um link, onde poderão ser disponibilizadas todas as informações sobre a educação do campo. Propõe-se também publicar uma revista e um folder sobre educação do campo e desenvolvimento territorial. O último encaminhamento foi a proposta de continuidade deste grupo até agosto de 2007, com a perspectiva de ajudar na articulação da proposta e na construção do produto que poderá ser inserido no PPA 2008/2011. Informou que o grupo ainda precisa discutir melhor o processo metodológico das ações propostas e a gestão compartilhada. Antes de abrir para o debate sobre a proposta do Programa, o Secretário Humberto Oliveira, comunicou que o parecer da Secretaria do CONDRAF estava na pasta dos(as) conselheiros(as). Em seguida, leu e explicou o parecer, comunicando que a Secretaria sugeriu que o Plenário aprovasse a proposta de criação do Programa Nacional de Educação Formal e Não-Formal da Agricultura Familiar. Recomendou que o MEC, por intermédio da SECAD, fosse o responsável pelo referido programa e que o CONDRAF solicitasse, junto ao Conselho Nacional de Educação e outros fóruns, inclusive o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, espaço para apresentar e discutir a proposta do programa. O conselheiro Mário Amorim, da ASBRAER, solicitou que fosse esclarecido o que são as ações formais, as não-formais e as informais no modelo proposto pelo Grupo Temático de Educação do Campo. A senhora Socorro Silva explicou que as ações formais são vinculadas ao processo de escolarização, seja a escolarização básica (do ensino infantil à educação profissional tecnológica), seja as ações de ensino superior. Explicou que não é só o MEC que tem ações formais de escolarização no Governo. Pelo levantamento que o grupo fez, outros Ministérios também desenvolvem ações de escolarização na área rural brasileira, em alguns casos sem diálogo com o MEC. A partir da existência do grupo temático e do Grupo Permanente de Trabalho (GPT/MEC), e da estruturação da Coordenação de Educação do Campo no MEC, esse diálogo já começou a acontecer. As ações não-formais são todas as ações de formação, capacitação, extensão e pesquisa. E as ações informais são as ações voltadas para a cultura, que se desenvolvem nos cotidianos das comunidades, junto aos grupos de vizinhança, da família, do trabalho, das organizações associativas e das expressões culturais. Finalizou informando que o grupo já havia iniciado um levantamento sobre as ações que vem sendo desenvolvidas pelo Ministério da Cultura (MINC) e pelo MMA. O conselheiro Manoel dos Santos, da CONTAG, argumentou que enfrentar essa discussão de uma educação do campo focada na necessidade que vem sendo construída há bastante tempo pelos movimentos sociais seria uma tarefa longa e difícil, porque se trata de mudança de concepção histórica da visão de educação que o Brasil implementou, onde sempre o campo foi tratado como o lugar dos desfavorecidos, dos atrasados. A educação é sempre posta como solução, mas raramente se propõe uma educação que fortaleça as raízes culturais e que cuide da auto-estima das pessoas, de forma que sejam valorizadas em seus locais de origem. O que tem acontecido nas políticas de educação é cada vez mais deixar de fortalecer a educação do campo. Lamentou que no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, o grupo de educação não tivesse proposto uma linha sobre Educação do Campo. Em seguida, demonstrou preocupação com a proposta do Grupo Temático de Educação do Campo de criar uma secretaria específica junto à Secretaria Geral. Considera mais coerente construir essa proposta por dentro do Ministério da Educação, o que evitaria maiores dificuldades de assimilação da proposta por se tratar de um ministério que trata deste tema. Concluiu dizendo que o importante é fazer com que a SECAD funcione e possa assumir essa proposta. A senhora Mariana Guimarães, do Ministério do Planejamento, concordou com o parecer da Secretaria do CONDRAF e reforçou a fala do Conselheiro Manoel dos Santos e argumentou que a criação de uma Secretaria Nacional ligada a Presidência da República não irá garantir a articulação de políticas públicas. Considerou como uma inovação do Governo a criação da SECAD e avaliou que as políticas relacionadas à diversidade na educação avançaram. O papel do Governo também é fortalecer o funcionamento da SECAD e a articulação entre esta secretaria e o MDA e que a Secretaria Geral da Presidência tem 18 955 uma missão importante, que é de orientar a política pública de participação social, não cabendo lá tudo que se julgar relevante nesse governo. Isso não é interessante porque a capacidade institucional dessa secretaria é baixa, pois está organizada para tratar de participação social e isso irá gerar duplicidade, e, poderá enfraquecer a SECAD. Se já está consolidado o conteúdo sobre a educação do campo, então é melhor propor uma medida concreta, que é buscar junto à Presidência o apoio 960 quanto à prioridade dessa temática. O conselheiro Jonas Chequeto, da UNEFAB, argumentou que a proposta de programa para a educação do campo é interessante e que os recursos para essa área precisam ser ampliados no MEC e que os municípios deveriam se preocupar com a educação de agricultores(as) familiares. Alessandra Lunas comunicou que na última reunião, o Grupo Temático de Educação do Campo teve dificuldade de chegar a um consenso sobre o processo de gestão que 965 envolvesse os demais Ministérios. Sobre a proposta de criar uma outra institucionalidade, explicou que talvez essa idéia tenha surgido porque a Educação do Campo é uma demanda importante da agricultura familiar e não foi priorizada pelo MEC. Admitiu que a melhor estrutura talvez não fosse aquela proposta pelo grupo e, mais uma vez, chamou a atenção para a necessidade de priorizar esse tema no MEC. Para isso solicitou o apoio do CONDRAF e propôs que fosse pensada uma forma de 970 envolver a Presidência da República nesse debate. Também informou que já inseriu esse debate no GPT do MEC e demonstrou-se preocupada com a atuação da SECAD sobre a Educação do Campo, considerando que só essa secretaria não daria conta, uma vez que a própria SECAD reconhece a dificuldade que ela tem em ser ouvida dentro do MEC. É importante que o CONDRAF também esteja referendando isso para ajudar a avançar nesse debate. Finalizou considerando que nesse novo 975 mandato de Governo é preciso fazer com que a Educação do Campo não seja vista apenas como diversidade e que seja discutido o tipo de desenvolvimento que se pretende para o campo. O Secretário Humberto Oliveira submeteu à apreciação do conselho as recomendações elaboradas pela Secretaria do CONDRAF sobre a proposta de programa apresentado pelo Grupo Temático de Educação do Campo, e acrescentou a recomendação de se realizar articulações junto à Presidência 980 da República, Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência e Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, para colocar o programa na pauta de discussão desses órgãos. Acrescentou, também, a recomendação de se criar um Comitê do programa de educação do campo na estrutura do CONDRAF, sob a coordenação da SECAD. O conselheiro João Torrens, do DESER, propôs, convidar o Ministro da Educação para discutir esse tema com o CONDRAF numa próxima reunião. 985 O conselheiro Manoel Santos, da CONTAG, complementou a discussão chamando a atenção para que, no processo de gestão, fosse garantida a representação de trabalhadores(as) rurais. Que não fosse apenas uma representação do próprio Ministério na SECAD, mas a representação dos movimentos sociais no processo da gestão dessas atividades. O Secretário do CONDRAF, diante do fato de o CONDRAF não poder definir um comitê na SECAD ou no Ministério da Educação, 990 propôs que um comitê de Educação fosse estabelecido no CONDRAF, e que tivesse a mesma composição do atual Grupo Temático de Educação do Campo. A conselheira Mariana Guimarães, do Ministério do Planejamento, concordou com a conselheira Silvana Parente, que propôs discutir a política de desenvolvimento territorial no próximo PPA Informou que o Ministério do Planejamento estava discutindo um estudo sobre planejamento territorial, que deverá servir de base para 995 elaboração do próximo Plano Plurianual. Porém considerou que isso não deve ser suficiente, ou seja, apresentar um estudo para inserir a dimensão territorial no plano, não garante necessariamente que este plano tenha uma cara territorial. Finalmente, colocou-se à disposição do Conselho para apoiar essa discussão e para propor um vínculo adequado com a elaboração do PPA. A conselheira Maria Miquelina, da COIAB, apresentou a proposta de incluir o grupo de indígenas que faz parte do 1000 Conselho Nacional de Educação. Sugeriu que futuramente o programa fosse transformado em lei, para assegurar a continuidade do mesmo em outros governos. Após aprovação do Plenário das propostas apresentadas pela Secretaria do CONDRAF, o Secretário Humberto Oliveira comunicou que o grupo temático passou a ser um Comitê, portanto, a Secretaria do CONDRAF deveria providenciar para que fosse elaborada uma resolução do CONDRAF constituindo o comitê. Em 1005 seguida anunciou a proposta de criação de um grupo de trabalho para tratar sobre a Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. Informou que este grupo deverá apresentar uma proposta na próxima reunião do CONDRAF sobre a realização da Conferência. O Plenário sugeriu 19 1010 1015 1020 1025 1030 1035 1040 1045 1050 1055 1060 20 que fosse resgatado o antigo grupo e a proposta. A senhora Vera Azevedo, da Secretaria do CONDRAF, informou a composição do grupo: um representante da CONTAG, um FETRAFBrasil, um do PPIGRE, um do DESER, um da SEPPIR, um da Rede Cerrado, um da FASER e um do MMA. O conselheiro Vitélio Pasa, da CNBB, sugeriu a inclusão de sua instituição no grupo de trabalho. O Plenário aprovou a proposta, o Secretário do CONDRAF anunciou que o grupo seria mantido, e seria incluída a CNBB e o grupo deveria apresentar uma proposta na próxima reunião, ressaltando que a Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável deverá ser realizada em 2007. Em seguida, apresentou a proposta de substituição de entidades que faltaram a mais de três reuniões do CONDRAF. Comunicou à representante do Ministério do Planejamento, Mariana Guimarães, que esse ministério tem sido um dos órgãos mais ausentes nas reuniões do CONDRAF, portanto, sugeriu que fosse nomeado um(a) segundo(a) suplente do Ministro para evitar ausência de representante nas reuniões do CONDRAF. Citou também o Fórum Nacional dos Secretários de Agricultura (FNSA), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC). Sobre este aspecto, comunicou que a Secretaria do CONDRAF propôs consultar o interesse do Fórum Nacional dos Secretários de Agricultura após definida a nova coordenação, que deverá ser eleita em breve. Explicou que a mudança na composição do CONDRAF não seria simples, pois implicaria em mudança de decreto. Quanto ao MPA e MMC, a secretaria propôs que fossem definidas as entidades que poderiam substituir essas representações, haja vista que já foram realizadas várias tentativas fracassadas de garantir a participação desses movimentos. Comunicou que essas duas representações poderiam ser mudadas sem alteração do decreto, porque constitui uma representação dos agricultores familiares e dos assentados da Reforma Agrária e outra das mulheres trabalhadoras rurais. Também informou que o Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) reivindicou a vaga da representação dos agricultores familiares e dos assentados da Reforma Agrária, uma vez que representa os extrativistas da região Norte do país, que não estão contemplados no conselho. A conselheira Dirce Grosz, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, sugeriu substituir o MMC pelo Movimento de Trabalhadoras Rurais do Nordeste. O conselheiro Gilmar Pastorio, da FETRAF - Brasil, informou que representantes da Via Campesina deverão se reunir para rediscutir a posição de não participar de nenhum conselho ligado ao Governo, por isso propôs que fosse enviada uma correspondência para a Via Campesina para confirmar sua posição sobre a participação no CONDRAF, devendo este conselho esperar uma resposta até a próxima reunião do CONDRAF. O Plenário aprovou as propostas da Secretaria do CONDRAF, assim como as complementações sugeridas pelos(as) conselheiros(as) acima. Na seqüência da pauta, o Secretário do CONDRAF ponderou, antes de submeter o termo de parceria da SAF ao conselho, que o outro termo de parceria da SDT/MDA era muito localizado e de baixo valor e, não deveria ser submetido à análise e deliberação do CONDRAF, por ser pouco expressivo em termos estratégicos. Argumentou que o termo de parceria da SAF foi considerado estratégico por abranger uma região. Explicou também que o CONDRAF tem um papel importante sobre os termos de parceria, já que ele tem a responsabilidade de aprová-lo ou não. Informou que no caso de o conselho não aprovar o termo de parceria, as unidades gestoras deverão fazer as ações, por meio de convênio, ou contrato com a Caixa Econômica Federal, mas esse nunca poderá ser efetivado sem a aprovação do Conselho. Em seguida, comunicou que duas coisas precisavam ser encaminhadas: a primeira seria como esse procedimento de aprovação de termos de parceria seria adotado pelo Conselho. A segunda seria a aprovação ou não do termo de parceria da SAF, apresentado nessa reunião pela senhora Lilian Rahal, Chefe de Gabinete dessa secretaria. Após a aprovação do termo de parceria pelo Plenário, o Secretário do CONDRAF, Humberto Oliveira, propôs como encaminhamento que fossem definidos critérios para aprovação de termos de parceria no CONDRAF, o que o Plenário concordou. Em seguida o conselheiro Manoel dos Santos (CONTAG) apontou a necessidade de o conselho encaminhar uma proposta de alteração da lei que impede esses convênios como projetos fundamentais, importantes e estratégicos, que são de iniciativas de comunidades que, a não ser por Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), ou pelas Prefeituras, estão impedidas de ser beneficiadas, dentro de uma visão de descentralização das políticas, levando em consideração a diversidade das políticas existentes.Têm-se todos os elementos para fazer um projeto que altere a legislação. Deve-se fazer o processo de celebração de convênio 20 1065 1070 1075 1080 1085 1090 1095 1100 1105 1110 com OSCIP, uma forma que a lei permite. Mas precisa ser discutida uma proposta de solução mais definitiva e a médio prazo. O Secretário do CONDRAF sugeriu que a proposta do conselheiro Manoel dos Santos, da CONTAG, fosse inserida nos encaminhamentos, como um estudo a ser realizado pela Secretaria do CONDRAF, sendo que esta secretaria teria a responsabilidade de trazer esse estudo para o conselho analisar. O conselheiro José Aldo dos Santos, da Rede de Articulação do Semi-Árido (ASA) sugeriu que fosse feito um diálogo com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), que tem feito isso e que possui um conjunto de procedimentos. Em seguida a senhora Lílian Rahal, iniciou a apresentação explicando que a proposta era fazer um termo de parceria entre o MDA e o Instituto Ação da Cidadania ( OSCIP), dos Funcionários do Banco do Nordeste (BNB), com atuação na área de micro-crédito e segurança alimentar. É por meio dessa OSCIP que o BNB vem viabilizando programas de micro-crédito, especialmente o CredAmigo e o AgroAmigo. O AgroAmigo é uma metodologia específica desenvolvida pelo banco, com algumas parcerias, para qualificação e aplicação do PRONAF B. O termo de parceria com essa OSCIP deverá reforçar o Programa AgroAmigo e ajudar na qualificação do PRONAF B. Tem-se conseguido uma melhor aplicação do crédito do PRONAF B a partir da implementação dessa metodologia. Espera-se que através desse termo de parceria o Instituto de Ação da Cidadania possa disponibilizar assessores para as comunidades, através do AgroAmigo. Estes assessores vão às comunidades para ajudar a identificar oportunidades e elaborar os projetos do PRONAF B. Informou que o recurso que deverá ser repassado é para aquisição de motos que servirão de transporte para os assessores. A proposta é repassar dois milhões de reais, com duração de um ano (iniciando em dezembro de 2006). Metade do recurso seria repassado agora e a outra metade em março de 2007. A contrapartida do Instituto de Ação da Cidadania, é o salário de duzentos e cinqüenta assessores do microcrédito, equivale a um milhão oitocentos e trinta reais. O Secretário da SAF, Valter Bianchini, complementou dizendo que a metodologia desenvolvida pelo Instituto de Ação da Cidadania, organiza um grupo de demandantes das famílias rurais, mas isso não prescinde de um complemento do trabalho da assistência técnica. A questão é que, através desse investimento, firma-se um compromisso ao longo de outros anos com o Instituto de Ação da Cidadania para pagar o salário desses técnicos através de uma parceria com o Banco do Nordeste. O Plenário aprovou a proposta. Em seguida o Secretário do CONDRAF sugeriu que fosse feito o acompanhamento e fiscalização desse termo de parceria por um representante do Conselho, que não fosse da região Nordeste, nem ligado ao tema do crédito. Valter Bianchini, da SAF, sugeriu que o acompanhamento fosse feito por alguém da região mesmo, com apoio de uma pessoa de fora. Complementando a sugestão, o conselheiro Manoel dos Santos (CONTAG) sugeriu que fosse alguém que pudesse fazer um processo de acompanhamento com isenção. Disse que seria importante ter representantes de duas organizações que são parceiras dos trabalhadores, que não são representantes diretos. O conselheiro José Aldo dos Santos concordou com Manoel dos Santos sobre a representação dos trabalhadores da agricultura familiar e acrescentou que, do ponto de vista da primeira experiência do CONDRAF, ter alguém de outra região pode favorecer o debate na região sobre uma visão mais externa. O Secretário Humberto Oliveira apresentou duas preocupações: que fosse o mais isento possível e que o acompanhamento e fiscalização não envolvessem muita gente, pois se aumentar a quantidade de termos de parceria, irá ocupar um número grande de conselheiros(as) do CONDRAF. Em seguida a senhora Lílian Rahal, da SAF, comunicou que estava sendo seguida a legislação de OSCIP, a qual determina que seja criada uma comissão para acompanhar e fazer a avaliação do termo de parceria, composta por uma pessoa do Conselho, uma pessoa do órgão que está firmando esse termo e uma pessoa da própria OSCIP, que deverão acompanhar o desenvolvimento do termo de parceria e fazer uma avaliação de meio termo e depois uma avaliação final da execução. O conselheiro José Aldo dos Santos disse que no caso da ASA, do Programa Hum Milhão de Cisternas, como eles têm um instrumental informatizado de banco de dados, as pessoas podem acompanhar a execução do programa a qualquer hora. O sistema fica on-line, mostrando o desenvolvimento do programa. Essa proposta aqui requer mais alguns elementos, podendo demandar um tempo a mais. A SAF disse que tem um suporte técnico para ajudar essa Comissão na avaliação do termo de parceria. Existem outros instrumentais que possibilitam um processo de acompanhamento do desenvolvimento do termo de parceria à distância, sem necessariamente 21 1115 1120 1125 1130 1135 1140 1145 1150 1155 1160 1165 acompanhar o seu cotidiano. No final propôs que a Comissão tivesse esse suporte técnico da SAF. A senhora Lílian Rahal informou que a SAF irá fornecer suporte técnico e um membro para compor a comissão e que irá assumir o trabalho de levantamento dos relatórios. Lembrou que a comissão é importante para ajudar a deliberar sobre o real cumprimento das metas e verificar a pertinência desse instrumento, que é novo para o Ministério. O Plenário confirmou que o ideal seria indicar três representantes do conselho, sendo um representante da CONTAG e os senhores José Aldo dos Santos, da ASA e Mário Varela Amorim, da ASBRAER. Seguindo a pauta, foi feita a apresentação pelo senhor Francisco Caporal, da SAF, do Programa de Agroecologia em que fez um resgate sobre o Programa Nacional de Apoio à Agricultura de Base Ecológica nas Unidades Familiares de Produção, mais conhecido como Programa de Agroecologia. Lembrou que o programa surgiu da necessidade de articulação de um conjunto de ações da SAF e de uma série de críticas da sociedade civil com relação à desarticulação dessas ações. O programa conta com um Fórum Assessor, que é paritário. Na última reunião desse Fórum, quando foi feita a avaliação da execução do programa, discutiu-se como ele poderia avançar. Surgiram propostas importantes e uma delas foi a reivindicação das entidades, principalmente da sociedade civil, de ter um espaço no CONDRAF para fazer uma interlocução sobre a Agroecologia, através da criação de um Comitê de Agroecologia. A proposta é que as entidades que participam do Fórum Assessor do programa passem a compor o Comitê de Agroecologia. A segunda coisa que o Fórum propôs foi que a primeira tarefa do comitê seja a realização de uma proposta de revisão do programa, já iniciada pelo grupo e também deve-se pensar como incluir o Programa de Agroecologia no PPA 2008/2011. O Fórum também sugeriu que o comitê deveria trabalhar com a perspectiva de que o Programa de Agroecologia passe a ser do MDA e não só da SAF, podendo ser coordenado pela SAF, mas que tenha a presença e a articulação das ações da SDT, da SRA, do INCRA, do Gabinete, NEAD e do PPIGRE, no campo da agricultura de base ecológica, da transição agroecológica, enfim, da Agroecologia. O Secretário do CONDRAF explicou que a unidade gestora do comitê deverá assumir a organização das reuniões e os custos. Francisco Caporal lembrou que praticamente todos os órgãos que compõem o Fórum Assessor também estão no CONDRAF. O conselheiro Mário Amorim, da ASBRAER, concordou com a proposta e solicitou que o conselho a aprovasse, justificando que a mesma convergia com a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. A conselheira Irene dos Santos, do IBRACE, chamou a atenção para que a representação dos trabalhadores rurais fizesse parte do comitê. O Plenário aprovou a proposta de transformação do Fórum Assessor em Comitê de Agroecologia, sob a coordenação da SAF. O Secretário do CONDRAF em seguida, anunciou que deveriam ser definidos os encaminhamentos da reunião. Para isso fez um resgate de tudo o que foi encaminhado durante a reunião: 1 - Criar um grupo de trabalho para discutir propostas do CONDRAF para a integração de políticas públicas com enfoque territorial para o desenvolvimento rural, já considerando o PPA 2008/2011. 2 - Criar um grupo de trabalho para discutir o marco legal da relação Estado e sociedade, para implementação de políticas públicas. 3 - Criar um grupo de trabalho para discutir novos modelos de financiamentos voltados para a inclusão produtiva e a gestão sustentável dos recursos naturais; 4 - Realizar um estudo buscando encontrar alternativas para transferências de recursos de investimentos semi-fixos para organizações da sociedade civil, que não sejam OSCIP. Sugeriu que este estudo seja realizado juntamente com o marco legal; 5 - Elaborar uma proposta conjunta dos(as) coordenadores(as) de comitês sobre o seu funcionamento. Sugeriu que fosse assumida pela Secretaria do CONDRAF. O conselheiro José Aldo dos Santos, da ASA, sugeriu que fosse feita uma articulação junto ao CONSEA, que provavelmente já está discutindo sobre o marco legal. O secretário Valter Bianchini, informou que, quando nasceu esse questionamento, foi basicamente sobre convênios de entidades de ATER. Afirmou que a questão concreta seria definir como os movimentos, as ONGs, o universo de entidades de ATER, poderão acessar no tempo necessário e com uma base mais simplificada os recursos públicos. A conselheira Irene dos Santos, do IBRACE, considerou que a questão não é só de marco legal. Concordou com Valter Bianchini sobre o engessamento dos recursos. Disse que todas essas questões precisam ser vistas e deve ser melhor discutida a questão das OSCIPs, que não seria exatamente como coloca o termo de parceria. Falou também sobre a regulamentação da Lei N° 8666 (oito mil, seiscentos e sessenta e seis), informando que um Procurador do DF deu um parecer 22 1170 1175 1180 1185 1190 1195 1200 1205 1210 1215 dizendo que, para participarem de ações do Governo as entidades teriam que participar de uma licitação. Considerou que isso deveria ser posto para discussão dentro do tema marco legal e finalizou dizendo que a legislação tem que ser diferenciada para as entidades da sociedade civil. O conselheiro João Torrens, do DESER, concordou com as falas sobre as ONGs que têm relação com a ATER e disse que existem outros problemas relacionados à configuração da relação entre organizações da sociedade civil, com o Governo, relacionados à política de ATER. Envolve outras questões, envolve a Lei N° 8666 (oito mil, seiscentos e sessenta e seis) e outros dispositivos, e que remetem para além das entidades que trabalham com o MDA. Todas as outras ONGs que trabalham na área de educação, na área de saúde ou que prestam serviços públicos de caráter público estão afetas a essa mesma legislação. É preciso que, de alguma forma, haja iniciativas, sejam elas apoiadas em conjunto pela Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais-ABONG ou com as outras redes, tal que façam a mediação junto, particularmente, à Secretaria Geral da Presidência da República ou órgão responsável pelo tratamento dessa questão. O conselheiro José Aldo, da ASA, disse que uma das discussões é o fato de já existir um conjunto de entidades da sociedade civil que desenvolvem a política de ATER. A outra é a questão do marco legal em que deve ser feita uma articulação política mais ampla. O Secretário do CONDRAF fez duas propostas sobre a questão do marco legal: um seria encaminhar para o comitê de ATER as questões mais imediatas. Sobre a proposta de discutir o marco legal da relação Estado e sociedade, que inclui a questão que o conselheiro Manoel dos Santos levantou sobre os mecanismos de investimentos semifixos, Valter Bianchini (SAF) disse que poderia ser o mesmo grupo. Enquanto são trabalhadas as coisas que se resolvem em um ou dois anos, são necessárias soluções imediatas. Então, é um mesmo grupo, só que ele tem que se ater a resolver algumas questões concretas que estão inviabilizando os trabalhos no campo. O Secretário Humberto Oliveira entendeu que seriam duas questões. Uma de curto prazo, e outra de médio e longo prazo. O conselheiro Juarez de Paula Filho, do SEBRAE, argumentou que a dificuldade das questões que o Secretário do CONDRAF referiu-se como médio e longo prazos, é que elas não são pertinentes, exclusivamente, ao CONDRAF. Disse que são questões relacionadas à forma de aplicação de recursos públicos, e a tentativa de criar um marco legal que facilitasse a relação do Estado com o terceiro setor. Informou que isso foi tratado quando se criou a lei das OSCIPs, porém não conseguiram convencer o Ministério Público. Como é uma questão muito mais geral, é difícil encaminhar no CONDRAF, porque envolve uma discussão no Congresso. Envolve interesses do Ministério da Fazenda, que entende o terceiro setor como uma forma de burlar a legislação do ponto de vista tributário. Daí, toda a resistência de dar um tratamento diferenciado. Finalizou considerando que seria difícil dar encaminhamento a algo que é mais abrangente do que as atribuições do CONDRAF. O Secretário do CONDRAF explicou que esse conselho, assim como o CONSEA, discute propostas de encaminhamento sobre esse tema e ressaltou que não é atribuição do CONDRAF solucionar o problema, mas aprofundar, detalhar e elaborar uma proposta e, concordou com o Conselheiro Juarez sobre a dificuldade de realizar essa ação. Propôs-se também que as Secretarias Executivas do CONDRAF e do CONSEA tragam uma proposta ao CONDRAF. O conselheiro Manoel dos Santos, da CONTAG, sugeriu que a Secretaria do CONDRAF deveria partir da discussão que já está feita sobre o tema. Finalmente, propôs a participação da CONTAG. O Secretário Humberto Oliveira falou da necessidade de constituir um grupo de trabalho, porque uma coisa são as Secretarias Executivas do CONSEA e do CONDRAF discutirem juntas; outra coisa é construir um grupo de trabalho. Propôs que as duas secretarias se juntem e reúnam as informações existentes, devendo levar o resultado na próxima reunião do CONDRAF, momento em que poderia ser definido um grupo. O Plenário aprovou a proposta de encaminhar para o Comitê de Desenvolvimento Territorial a sugestão de criar um grupo de trabalho para discutir propostas do CONDRAF relativas à integração de políticas públicas, com enfoque territorial, para o desenvolvimento rural, considerando a discussão do PPA 2008/2011. O Plenário também decidiu encaminhar para a Secretaria do CONDRAF a proposta de criar um grupo de trabalho para discutir novos modelos de financiamentos, voltados para a inclusão produtiva e a gestão sustentável dos recursos naturais, juntamente com o debate sobre a renda na agricultura familiar. O secretário fez duas recomendações: a Secretaria do CONDRAF deverá elaborar uma proposta conjunta com os Coordenadores de Comitê sobre o funcionamento dos comitês. E uma 23 1220 recomendação feita pela conselheira Silvana, que propôs que o MDA institucionalize a política de desenvolvimento territorial, via lei, decreto ou portaria do Ministro. Então, é uma recomendação ao MDA, ao Ministro. Finalmente, o Secretário do CONDRAF, Humberto Oliveira, apresentou proposta de calendário anual de reuniões do CONDRAF. Foi aprovado que as reuniões de 2007 serão realizadas nas terças-feiras dos meses de março, junho, setembro e final de novembro, sendo 1225 que a próxima será realizada no dia vinte de março, a segunda reunião no dia cinco de junho, a terceira no dia quatro de setembro e a última no dia vinte de novembro. Em seguida despediu-se desejando um feliz natal e um 2007 muito feliz a todos e a todas. 1230 GUILHERME CASSEL Ministro de Estado de Desenvolvimento Agrário Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável 1235 JOSÉ HUMBERTO OLIVEIRA Secretário de Desenvolvimento Territorial Secretário do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável 24