Ainda sou criança?
Teresa Helena Schoen-Ferreira¹, Márcia Regina Fumagalli Marteleto²
1 Psicóloga, Doutora em Ciências aplicadas à Pediatria pela Unifesp, responsável pelo atendimento
psicológico
no
Centro
de
Atendimento
e
Apoio
ao
Adolescente
–
CAAA.
E-mail:
[email protected]
2 Psicóloga, Doutora em Ciências pela Unifesp, Professora da Uninove. E-mail:
má[email protected]
Introdução: Não existe um marco que determina a entrada na adolescência.
Embora a puberdade seja o fenômeno mais característico, mudanças cognitivas e
sociais são fundamentais para caracterizar os comportamentos de um adolescente.
Em muitos aspectos, o crescimento consiste em aprender a ser física e
psicologicamente independente dos pais. Na adolescência, os jovens começam a
buscar uma liberdadde psicológica: para serem eles mesmos, para escolherem seus
próprios amigos e para preservarem a intimidade de seus pensamentos,
sentimentos e posses. Entretanto este caminhar se dá lentamente, à medida que o
adolescente vivencia diferentes experiências e assume tarefas mais adultas.
Mudanças corporais e/ou sociais trazem consigo a expectativa de comportamentos,
nem sempre ainda desenvolvidos pelo indivíduo.
Objetivos: identificar a frequência de adolescentes que se percebem comportandose de forma imatura.
Métodos: Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São
Paulo/Hospital São Paulo (CEP Nº 0985.07). Adolescentes responderam ao Youth
Self Report (YSR) – uma escala para triagem de problemas de comportamento – em
diferentes locais (escolas, instituições para o ensino de artes, competições
esportivas ou ambulatório de saúde), durante o período de 2004 a 2008. Destes
protocolos, 1971 responderam ao item 01: “Comporto-me de maneira infantil, como
se tivesse menos idade”, da seguinte forma: 0 (afirmação falsa); 1 (às vezes); ou 2
(frequentemente verdadeira). Os protocolos foram agrupados por sexo e faixa etária
(adolescência inicial -10 a 13 anos -, adolescência média -14 a 16 anos -, e
adolescência final -17 a 19 anos).
Resultados: O comportamento infantil esteve associado à faixa etária (p=0,002),
onde uma porcentagem maior de adolescentes mais novos (46,3%) disseram às
vezes se comportarem de modo infantil e uma porcentagem maior de indivíduos na
adolescência média (57,6%) assinalaram esta afirmação como falsa. Também
esteve associado ao sexo masculino (p=0,002): mais meninos (46%) disseram ser
este item às vezes verdadeiro e mais meninas (57,7%) disseram ser falso.
Conclusões: A percepção de comportar-se de maneira infantil esteve associada à
faixa etária e sexo.
Referências:
Kimmel DC, Weiner IB. La adolescência: uma transición Del desarrollo. Barcelona: Arriel,1998.
Hoffman L, Paris S, may, E. Psicología del Desarrollo Hoy. Vol 2. Madrid: McGraw-Hill, 1997.
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