Coleção Psicanálise da Criança Vol. 1, nº 8 © dos autores, 1984, 1992, 1996. © Ágalma para a língua portuguesa, 1996. © Ed. Artes e Ofícios, 1996 (para o texto de J.J.Rassial). 1ª edição: outubro de 1996 2ª edição: julho de 2004 Projeto gráfico da capa e primeiras páginas Homem de Melo & Troia Design Editores Angela Baptista do Rio Teixeira Marcus do Rio Teixeira Direção desta coleção Angela Baptista do Rio Teixeira Organização deste número Ana Izabel Gomes Corrêa Revisão dos textos a cargo dos editores Colaboraram neste número Jean Louis Chassaing, Ivan Corrêa, Patrick Delaroche, Maria Alice Ferreira, Ana Cristina Alcoforado Fonseca, Letícia Fonseca, Nanette Zmeri Frej, Isidoro Gurman, Dulce Luna, Maud Mannoni, Mauro Mendes, Octave Mannoni (in absentia), Maria do Rosário Oliveira, Bernard Penot, Sérgio Pensado, Telma Queiroz, Jean-Jacques Rassial, Rodolpho Ruffino, Eda Tavares. Todos os direitos reservados Av. Anita Garibaldi, 1815 Centro Médico Empresarial, Bloco B, sala 401 40170-130 Salvador-Bahia, Brasil Telefax: (71) 245-7883 Tel: (71) 332-8776 e-mail: [email protected] Site: www.agalma.com.br Depósito legal Impresso no Brasil/Printed in Brazil Catalogação Sandra Maria Viveiros Maia Arena Coleção Psicanálise da Criança - Coisa de Criança Vol. I, nº 1 (1991-...) Salvador, Ba: Ágalma-Psicanálise, 2004 nº 8, 21cm Descrição baseada em: Ano 14, nº 8, 1996. Publicação reeditada. ISSN 0103-7633 1. Psicanálise - 2. Adolescência Sumário Editorial, 07 Ana Izabel Gomes Corrêa Introdução Apresentação do texto de Octave Mannoni, 13 Maud Mannoni A adolescência é analisável?, 19 Octave Mannoni Identificações “Mais tarde” é agora!, 37 Jean Louis Chassaing Do falo ao sexo e vice-versa (os paradoxos da adolescência), 46 Patrick Delaroche Operação adolescer Nascer em um corpo, 61 Isidoro Gurman Fragmentos em torno da epopéia do sujeito sob a operação do adolescer, 71 Rodolpho Ruffino Mãe menininha, 92 Eda Tavares Sobre a patologia Condição narcísica e emergência do sujeito – Sobre a patologia adolescente de alguns adotados, 109 Bernard Penot O psicopata como figura contemporânea, 126 Jean-Jaques Rassial Projeto Estação: desejo e laço social, 137 Ana Izabel Gomes Corrêa e Ana Cristina Alcoforado Fonsêca Os “adols” e as marcas do corpo; e a dívida?, 155 Jean-Louis Chassaing Seção Rumor, 169 Títulos originais e locais de publicação Introduction. Inédito, 1996. L’adolescence est-elle ‘analysable’?. In La Crise d’Adolescence Paris: Denoël, col. L’espace Analytique, 1984. A primeira tradução deste texto no Brasil foi publicada na coletânea Um espanto tão intenso. RJ: Campus, 1992. Edição gentilmente autorizada pela detentora dos direitos autorais e pela editora brasileira. ‘Plus tard’ c’est maintenant! Inédito, 1996. Du phallus au sexe et vice-versa. Inédito, 1996. Nascer en un cuerpo. Inédito, 1996. Fragmentos em torno da epópeia do sujeito sob a operação do adolescer. Inédito, 1996. Mãe menininha. Inédito, 1996. Condition narcissique originaire et émergence du sujet — A propos de la pathogie adolescente de certains adoptés’. In Droît et cultures nº 23. Paris: École des Hautes Études, 1992. Le psychopathe comme figure contemporaine. In Le passage adolescent (De la fammille au lien social). Paris: Érès, 1996. Edição gentilmente autorizada pelo autor e pela Editora Artes e Ofícios, detentora dos direitos de publicação desta obra no Brasil. Projeto Estação: desejo e laço social. Inédito, 2003. Les “adols” et les marques du corps; et la dette? Inédito, nov. 2003. Editorial Ana Izabel Gomes Corrêa Nossa grandeza tem muito de cisco. A gente é rascunho de pássaro, não acabaram de fazer. Manoel de Barros Há pouco mais de um ano, quando recebemos com entusiasmo o convite de Angela e Marcus para organizar o número da Coleção Psicanálise da Criança, sobre a Adolescência, consideramos o interesse pelo tema, o desafio que a empreitada representa e sobretudo os laços que temos construído. Construímos então o trabalho buscando um espaço não apenas de provas, mas de aposta. Os laços afetivos e efetivos podem bem seguir nessa direção de pensar, criar, “unir esforços com todos aqueles que, por motivos subjetivos ou objetivos, mas motivos pelos quais não precisem dar conta a um supereu analítico devastador, optam por expor-se aos efeitos do mal-estar na cultura”* O “quero-quero” é um pássaro, no dizer de Manoel de Barros, que só conversa no chão, ama desbocado, desperdiçadamente... Ninguém o desfolha**. Seguindo a epígrafe, *Silvia Fendrick. Clínica de Criança: a aventura da filiação. In Educa-se uma criança? Porto Alegre: APPOA-Ed. Artes e Ofícios, 1995, p. 202-203. ** O poeta e o Pantanal. In Revista Ícaro n.143. Poeta nascido em Cuiabá e criado no Pantanal de Corumbá. Em 1990 a Editora Civilização Brasileira lançou sua poesia quase completa e a Editora Record está publicando Livro sobre Nada. 7 MAIS TARDE É AGORA desenhamos uma figura que bem poderia apresentar o adolescente... que fomos e o que hoje reencontramos: “Agora não quero que me digam nada, sou eu que vou dizer!” “Mais tarde” é agora! é o título que tomamos emprestado de Jean Louis Chassaing para dizer dessa reunião — ensaios sobre a Adolescência, e desse confronto permanente com o mal-estar na cultura. Encontramos em Contardo Calligaris, num artigo que escreveu sobre os Kids — “A vida como ela está!”*, uma reflexão que serve de começo para o que trazemos como questão: “...droga, cerveja e meninas não fazem a felicidade que queremos... Mas se o filme nos perturba é bem porque a vida dos Kids realiza ao pé da letra, além de nossas civilizadas pretensões, um ideal de massa que é o nosso”. Iniciamos com o texto de Octave Mannoni — A adolescência é analisável?, uma abordagem muito fina e atual, marcada sobretudo pela originalidade que lhe é peculiar. O texto enviado por Maud Mannoni, ao autorizar a publicação, além de ser por si mesmo uma apresentação, ratifica a importância da contribuição de Octave — “Voici un texte très court que vous n’êtes pas obligée de publier. Le texte d’Octave se suffit à luimême...”** Prossegue a aposta: os textos, de Jean Louis Chassaing, escrito especialmente para esta revista, e de Patrick Delaroche — Do falo ao sexo e vice-versa, jogam com os paradoxos da adolescência, — “...é claramente evidente então que a barra sobre o Outro é aqui uma aposta”. Num Congresso em Buenos Aires, em julho deste ano, conversando com o Dr. Isidoro Gurman, após ouvi-lo num debate acerca do atendimento aos adolescentes, ele gentilmente entreganos o seu texto, inédito, Nascer em um corpo, vindo contribuir para os questionamentos propostos nessa direção do mal-estar na cultura. * Folha de São Paulo, Caderno Mais!, de 01.10.95. ** “Eis aqui um texto muito curto que você não é obrigada a publicar. O texto de Octave basta a si mesmo’’. 8 EDITORIAL “Mas que vivência têm as adolescentes desse momento em que seus corpos não são mais silenciosos...? Que reconhecimento lhes chega desde o campo do Outro, do discurso social?” Trazemos aqui a leitura que faz Eda Tavares, no seu texto Mãe menininha, acerca da gravidez das adolescentes. Ainda, nessa operação do “adolescer”, encontro novas interlocuções. Construindo laços, Rodolpho Ruffino provoca-nos com o seu texto Fragmentos em torno da epopéia do sujeito sob a operação do adolescer: “A clínica psicanalítica com adolescentes necessita, para constituirse, saber fazer equivaler seu espaço a esses espaços por onde a confiabilidade possível de ser por eles dirigida a um adulto se ponha como minimamente estabelecida para a recepção de seu dizer”. Bernard Penot, em Condição narcísica e emergência do sujeito, através de exemplos clínicos de alguns adolescentes adotados, demonstra-nos como se opera no jovem um remanejamento narcísico, concernente às mensagens parentais que dão sentido à sua adoção. Agora a aposta é de Jean-Jacques Rassial, que aborda de um ponto de vista clínico a questão do supereu — O psicopata como figura contemporânea: de que modo em nossas sociedades, nesse tempo de declínio da função paterna, como dizia Freud, de um declínio dos Nomes-do-Pai, como precisa Lacan, facilitam esse destino patológico? Finalizando, gostaríamos de agradecer aos autores por haver oferecido uma exposição fecunda de material e experiência clínica com sua indispensável articulação teórica; aos colegas tradutores pela inestimável colaboração; a Ivan Corrêa, de modo particular; a Letícia Fonseca e Nanette Frej, também, por haver nos acompanhado mais de perto nessa empreitada. Pós-escrito De maneira extremamente animadora o tema desta coleção teve repercussões e os textos correram mundo. No ano de 1996, quando realizamos a empreitada da 1a. edição, trouxemos como pensamento fundamental o confronto permanente com o mal-estar 9 MAIS TARDE É AGORA na cultura. Buscamos na imagem do “quero-quero”, pássaro cantado por Manoel de Barros, a representação do adolescente que novamente reencontramos — sobre a adolescência e o adolescente vamos escutando o que nos falam, os sujeitos vão dizendo de si. Agora! fizemos revisões e acréscimos: Jean-Louis Chassaing retorna com Os “adols” e as marcas do corpo: e a dívida? Construímos, Ana Cristina Alcoforado Fonseca e eu, o Projeto ESTAÇÃO: desejo e laço social. “A clínica mostranos sem cessar que trata-se neste campo da problemática destes três conceitos: a família, a sociedade e o próprio sujeito em questão, entre o particípio presente do adolescente e o particípio passado do adulto”*. Sobre a Organizadora Psicanalista e Psicóloga. Especialista em Psicologia Clínica. Coordenadora da Clínica-Escola de Psicologia da FACHO/PE. Supervisora de Estágio (Curricular e de Especialização) na abordagem psicanalítica. Artigos publicados nas Revistas: Céfiso e Era uma vez.... (CEF-Recife), Symposium (UNICAP), Travessia (FACHO), Pulsional (São Paulo) e nos Anais: Lacanoamericano (Porto-Alegre) e Congresso Internacional de Psicanálise e suas Conexões — O adolescente e a modernidade (Rio de Janeiro). * Citação de Jean Bergès (no texto de Chassaing), a quem rendemos nossa homenagem pelo que foi e continuará sendo através de seus escritos e de sua imagem. (N. da Org.) 10