FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS - FUNORTE GRUPO DE APOIO À PESQUISA ODONTOLÓGICA Dispositivo de ancoragem temporária Mini-implantes ortodônticos MARCIO RODRIGUES GOBBO Contagem, 2011 FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS - FUNORTE GRUPO DE APOIO À PESQUISA ODONTOLÓGICA Dispositivo de ancoragem temporária Mini-implantes ortodônticos MARCIO RODRIGUES GOBBO Monografia apresentada a Faculdades Unidas do Norte de Minas- FUNORTE, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. ORIENTADOR: Profº. Alexandre Magno dos Santos. Contagem, 2011 MARCIO RODRIGUES GOBBO Dispositivo de ancoragem temporária Mini-implantes ortodônticos Monografia apresentada às Faculdades Unidas do Norte de Minas- FUNORTE, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. ORIENTADOR: Profº. Alexandre Magno dos Santos. COMISSÃO EXAMINADORA: _______________________________ Prof. Dr. Alexandre magno dos santos _______________________________ Prof. Dr. Marden de Oliveira Bastos _______________________________ Prof. Dr. Louise Contagem, 2011. PROPOSIÇÃO Descrever e ilustrar por meio de revisão de literatura os protocolos cirúrgicos de instalação dos mini-implantes autorosqueantes e autoperfurantes, sua aplicação clínica, vantagens e desvantagens. Descrever um protocolo de higienização e orientação pós-operatória. Ilustrar os tipos de mini-implantes disponíveis no mercado. Com isto demonstrar a eficácia do mini-implante na prtica ortodôntica . AGRADECIMENTOS A todos que contribuiram para a realização deste trabalho,em especial: A Deus, pela estrutura familiar, fundamental para que eu conclui-se está jornada; Aos meus pais Vinor e Dora pelo amor eterno e pelo esforço constante em nos educar, aos meus irmãos gisele,michel e elaine pelo incentivo e constante apoio, aos amigos do trabalho pela compreensão e companheirismo. A todos os funcionários da Instituição do núcleo de Contagem; Aos meus colegas e amigos do Curso de Epecialização que fizeram está jornada ficar mais branda e me ajudaram na busca do conhecimento em ortodontia; A todos os professores que não mediram esforços para que todo esse conhecimento fosse passado de forma completa,simples e objetiva. RESUMO O uso deminiimplantescomo auxiliarno tratamento ortodôntico, tem demonstrado nos últimos anos,alta versatilidadede aplicação clínica, principalmente devido afácil instalação cirurgica. Os miniimplantes aparecemcomo uma alternativa paracasos em quea ancoragemtornasefundamental para o sucessodo tratamento ortodônticoe para auxiliar nasmovimentações ortodônticasmais complexas. Este trabalho revisou a literatura sobre Miniimplantes, buscando uma abordagem amplado assunto, incluindo: posição de instalação,procedimentos cirúrgicos, indicações, higienecuidadosa ecomplicações freqüentesno uso dosmesmos e concluiu que proporciona de forma simples e segura o sucesso do tratamento ortodôntico, possibilitando uma nova expectativa no planejamento e execução tanto de casos menos complexos como em casos complexos. Palavras-chaves:Mini-implantes; Microparafusos; Ancoragem absoluta; Ortodontia. ABSTRACT The use of mini-implants as an aid in orthodontic treatment has shown in recent years, high versatility of clinical application, mainly due to easy installation surgery. The mini-implants appear as an alternative for cases in which the anchor is fundamental to the success of orthodontic treatment andto assist withmore complexorthodontic movement.This paper reviewed the literature on Mini-implants, seeking a broad approach to the subject, including: installation position, surgical procedures, indications, careful hygiene and frequent complications in the use of them and found that provides a simple and secure the success of orthodontic treatment, enabling a new expectation in both planning and execution of less complex cases and in complex cases. Keywords:Mini-implants; Micro-screws; Absolute anchorage; Orthodontics. LISTA DE FIGURAS Figura 1- Implantes autorosqueantes e autoperfurantes. 21 Figura 2- Partes do mini-implante. 21 Figura 3- Tipos de cabeça do mini-implante (fotomicrografia). 23 Figura 4- Perfil transmucoso do mini-implante. 23 Figura 5- Comprimentos de corpo do mini-implante. 24 Figura 6- Diâmetro do mini-implante. 24 Figura 7- Radiografia periapical com marcação para inserção do mini-implante. 31 Figura 8- Radiografia periapical com espaço e sem espaço de inserção. 31 Figura 9- Anestesia sub-periosteal. 32 Figura 10- Avaliação da instabilidade primária do mini-implante. 33 Figura 11- Radiografia com mini-implante instalado. 33 Figura 12- Solução de gluconato de clorohexidina sendo dispensada na escova dental. 43 Figura 13- Limpeza do mini-implante com escova dental 44 Figura14- Lesão na raiz com mini-implante (radiografia Peri-apical) 47 Figura 15-Fratura do mini-implante. 48 Figura 16- Retirada do mini-implante (Explantação). 49 Figura 17- Retração dos dentes anteriores. 50 Figura 18- Mesialização dos dentes posteriores. 51 Figura 19- .Intrusão de incisivos 52 Figura 20- Intrusão de molares posteriores (único elemento). 53 Figura 21- Intrusão de um grupo de dentes posteriores. 53 Figura 22- Intrusão com elástico e mini-implantes na mesial e distal 54 Figura 23- Correção da inclinação do plano oclusal 54 Figura 24-Distalização de molares superiores com sliding jigs. 55 56 Figura 25-.Distalização de molares com uso de mola aberta como dispositivo Figura 26-Distalização de molares com mini-implantes no palato. 56 Figura 27-Verticalização de molar com mini-implante na região retromolar. 57 Figura 28-Verticalização de molar com mini-implantes entre pré molares. 58 Figura29-Correção de mordida cruzada posterior. 59 Figura 30-Tracionamento de canino. 59 60 Figura31- Tracionamento de canino (Ilustração caso clinico). Figura32-Correção da linha média. 61 Figura 33- Kit para colocação dentaurum,Thomas ancorage. 65 Figura34-. Kit para colocação imtec ortho implant,3m 66 Figura 35- Kit para colocação sin-sistema de implantes 67 Figura 36- Kit para colocação conexão implantes. 68 Figura 37- Kit colocação miniimplantes Aarhus mini-implant. 69 Figura 38- Kit colocação miniimplantes AbsoAnchor microimplant dentus 70 Figura 39- Kit colocação miniimplantes Vector Tas,ormco. 71 Figura 40- Kit colocação miniimplantes Spider Screw,Ortho thecnology. 72 Figura 41- Kit colocação miniimplantes Leone orthodontic mini implants 73 Figura 42- Sonda milimetrada com cursor de borracha 75 Figura 43- Perfuração da mucosa palatina com sonda milimetrada. 75 Figura44- Aferição da espessura da mucosa palatina. 76 Figura 45- Cursor de latão posicionado e rx periapical. 76 Figura 46- Perfuração da mucosa e cortical óssea com motor cirúrgico e fresa helicoidal 77 para instalação mini-implante. Figura 47-Instalação do mini-implante com chave manual. 78 Figura48- Chave manual kit dentaurum thomas anchorage. 78 Figura49- Chave manual kit Sin,Implantes. 78 Figura 50- Chave manual kit Aarhus mini- implants. 79 Figura 51- Chave manual kit ortho implants leone. 79 Figura 52- Guia cirúrgico, radiopaco, posicionado no possível local de instalação do 80 mini-implante Figura 53- Radiografia periapical com o guia posicionado. 80 Figura 54- Anestesia sub-perioteal aplicada no local exato da instalação 81 Figura 55- Utilização de sonda milimetrada para conferir o local de instalação. 81 Figura 56- Perfuração da mucosa ceratinizada coma sonda exploradora. 82 Figura 57- Mini-implante encaixado na chave manual. 82 Figura 58- Mini-implante encaixado na chave manual em posição para efetuar a 83 instalação. Figura 59- Instalação do mini-implante na mandíbula com angulação de 30 a 40 graus 83 em relação ao longo eixo do dente. Figura 60- Instalação do mini-implante na maxila perpendicular ao longo eixo do dente. 84 Figura 61- Avaliação da estabilidade primária do mini-implante com a extremidade da 84 sonda exploradora. Figura 62- Radiografia periapical com o microparafuso instalado. 85 Lista de tabelas Tabela 1- Planejamento de instalação dos mini-implantes ortodonticos 25 Tabela 2- Diâmetro e área de instalação dos mini-implantes ortodônticos 26 Tabela 3- Protocolo pré e pós cirúrgico de instalação dos mini-implantes ortodônticos 27 Tabela 4- Vantagens da aplicação dos mini-implantes ortodônticos 45 Tabela 5- Protocolo de aplicação clinica para retração anterior superior 61 Tabela 6- Protocolo de aplicação clinica para retração anterior inferior 61 Tabela 7- Protocolo de aplicação clínica para desvio de linha média 62 Tabela 8-Protocolo de aplicação clínica para mesialização do molar inferior 62 Tabela 9-Protocolo de aplicação clínica para distalização dos dentes posteriores 63 Tabela 10-Protocolo de aplicação clínica para intrusão de molares superiores 63 Tabela 11- Protocolo de aplicação clínica para movimentações ortodônticas com ausência da unidade de ancoragem inferior 64 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 16 2. REVISÃO DE LITERATURA 17 2.1 Histórico 17 2.2 Nomenclatura 18 2.3 Características dos mini-implantes 18 2.4 Critérios para seleção 20 2.5 Planejamento cirúrgico para colocação de mini-implantes ortodônticos 25 2.6Avaliação clinica da gengiva 29 2.7Avaliação radiográfica 30 2.8A anestesia 31 2.9Avaliação da estabilidade primária 32 2.10 A avaliação radiográfica final 33 2.11 Sintomatologia dolorosa 34 2.12 Protocolo cirúrgico pré-operatório 34 2.13 Protocolos cirúrgicos de instalação dos mini-implantes ortodônticos 35 2.13.1 Instalação do mini-implante auto-perfurante 35 2.13.2 Procedimento cirúrgico de instalação do mini-implante auto rosquenate 36 2.13.3 Procedimento cirúrgico de instalação do mini-implante auto rosqueante 38 2.13.4 Planejamento ortodôntico de instalação e orientação de higiene periimplantar 39 2.13.4.1 Planejamento 39 2.13.4.2 Técnica cirúrgica para instalação dos mini-implantes auto-rosqueantes 41 2.15.4 Protocolo para higienização e manutenção da saúde peri-implantar dos miniimplantes 42 2.16 Vantagens dos mini-implantes ortodônticos 44 2.17. Complicação no uso dos mini-implantes ortodônticos 46 2.17.1 Perda da instabilidade 46 2.17.2 Mucosite peri-implantar 46 2.17.3 Lesão das raízes 47 2.17.4 Fratura do miniimplante 48 2.18 Retirada do mini-implante (Explantação) 49 2.19 Aplicação clínica dos mini-implantes ortodônticos 50 2.19.1 Retração de dentes anteriores 50 2.19.2 Mesialização de dentes posteriores 50 2.19.3 Intrusão de incisivos 51 2.19.4 Intrusão de dentes posteriores 52 2.19.5 Correção do plano oclusal 54 2.19.6 Distalização de molares 55 2.19.7 Verticalização e desimpacção de molares 56 2.19.8 Correção mordida cruzada posterior 58 2.19.9 Tracionamento de dentes inclusos 59 2.19.10 Correção da linha média e elásticos intermaxilares 60 3. 65 ILUSTRAÇÕES DE MARCAS COMERCIAIS DE MINI-IMPLANTES DISPONÍVEIS NO MERCADO 4- PROCEDIMENTO CIRÚRGICO PARA INSTALAÇÃO DO MINI-IMPLANTE AUTO-ROSQUEANTE:SEQUÊNCIA CLÍNICA ILUSTRATIVA 5. 74 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO PARA INSTALAÇÃO DO MINI-IMPLANTE 79 AUTOPERFURANTE:SEQUÊNCIA CLÍNICA ILUSTRATIVA 6. DISCUSSÃO 86 7- CONCLUSÕES 93 8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94 1 INTRODUÇÃO Durante o tratamento ortodôntico, a movimentação de um ou mais dentes pode causar um movimento recíproco de força e concomitante de ação e reação dos dentes usados como ancoragem. O controle da ancoragem definida como á resistência para o movimento dental indesejado é fundamental para o sucesso da terapia ortodôntica dento facial. A ancoragem máxima é um desafio freqüente na terapia ortodôntica. Muitos dispositivos foram introduzidos ao longo da ortodontia contemporânea para tentar se conseguir uma ancoragem sem efeitos deletérios. Usando dispositivos fixos esqueleticamente não haverá forças indesejáveis nos dentes por isso ao longo do tempo foram propostos vários dispositivos ancorados esqueleticamente Roberts, (1994), mostrou que as próteses sobre implantes dentários mantiveram-se estável mesmo expostos a contínuas forças axiais e, assim, poderia servir como elemento de ancoragem para os movimentos ortodônticos.No decorrer dos anos uma incansável busca da tão sonhada ancoragem máxima ocorreu na ortodontia. Iniciaram-se então os estudos sobre os Dats (dispositivos de ancoragem temporária), mini-implantes, miniparafusos, micro-parafusos para instalação intra óssea fornecendo assim uma ancoragem máxima. Descreveremos a importância deste dispositivo na ortodontia e o importante acessório que o ortodontista contemporâneo tem hoje em mãos para ajudar em uma ortodontia ainda mais eficiente. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Histórico Gainsforth&higley, (1945) começaram suas pesquisas utilizando parafusos vittalium e fios em ramos mandibulares de cães, e aplicaram elásticos que se estendiam do parafuso ao gancho do arco maxilar para distalização do setor. Apesar de todos estes experimentos terem falhado, serviram para o inicio de trabalhos e pesquisas para movimentação dentária utilizando implantes endósteos. Linkow, (1969) tornou-se pioneiro publicando o primeiro trabalho cientifico utilizando implantes do tipo “lâmina” em pacientes foram implantes mandibulares em formato de lâminas vazadas para aplicar elásticos de classe II e retrair incisivos superiores. Branemark et al.(1969) através de pesquisas em animais na Suécia observou a possibilidade de crescimento ósseo,naquele implante metálico de titânio possibilitando a introdução do termo osseointegração. Smith et al.(1979) observou-se que durante a aplicação de forças ortodônticas não houve movimentação significativa dos implantes integrados. Robertset al, (1989) descreveu o uso de implantes temporários na região retro molar para obtenção de ancoragem máxima em mandíbulas de animais, já que nem todas as regiões ósseas eleitas permitiam a colocação de implantes convencionais para a época. Roberts et al.(1994) em continuas pesquisas teve importância significativa pois concluiu que implantes endosteos tinham potencial para serem utilizados como ancoragem óssea estável para ortodontia e ortopedia facial, e utilizou análise histomorfométrica e de elemento finito para observar a resposta mecânica do osso cortical ao redor dos implantes submetidos á ancoragem ortodôntica. Kanomi et al.(1997) devido a limitações anatômicas para uso de implantes convencionais como ancoragem ortodôntica demonstrou a utilização de mini-implantes com 1,2 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento com finalidade de intrusão dos incisivos inferiores obtendo excelente sucesso, a partir do padrão desenvolvido por kanomipossibilitou desenvolvimento dos mini-implantes utilizados nos dias atuais. 2.2 Nomenclatura Mah& Bergstrand, (2005) publicaram os resultados compilados e obtidos através de reunião, realizada no ano anterior (2004), envolvendo diversos pesquisadores e clínicos experientes na área de ancoragem esquelética, previamente à reunião da AAO (American Association of Orthodontics), em Orlando. Um dos tópicos abordados neste encontro foi à definição da melhor nomenclatura a ser utilizada para estes dispositivos, sendo que o termo Dispositivo de Ancoragem Temporária (DAT) refere-se a “todas as variações de implantes, parafusos, pinos e implantes que são instalados especificamente para promover ancoragem ortodôntica e são removidos após a terapia biomecânica”, o que foi aceito pelos presentes. Da mesma forma, apesar de não haver consenso do ponto de vista científico, o termo miniimplante parece ser mais adequado do que micro-implante, uma vez que “micro” é definido como 10-6. O desenho e a forma destes sistemas de ancoragem podem sugerir o termo parafuso como adequado, mas para evitar conotações negativas, os autores reunidos demonstraram a preferência por palavras como pinos, implantes ou dispositivos. 2.3Características dos mini-implantes Segundo Nascimento et al.(2006), atualmente no mercado nacional e internacional existe uma série de DATs (dispositivos de ancoragem temporários) com diferentes desenhos, diâmetros, comprimentos, graus de pureza do titânio e tratamentos de superfície. Tido como um dos maiores avanços da ortodontia contemporânea, e sendo alvo de grande atenção em trabalhos recentes, os ortodônticos são fabricados em titânio com diferentes graus de pureza e tratamento de superfície, podendo variar entre 4 a 12 mm de comprimento por 1,2 a 2 mm de diâmetro. Apesar dos diferentes desenhos, formas e medidas, que variam de acordo com a marca comercial, são possíveis dividirmos a constituição dos em três partes distintas: cabeça, perfil transmucoso e ponta ativa. Segundo Bezerra et al.(2004) a cabeça do implante é a parte que ficará exposta clinicamente e será a área de acoplamento dos dispositivos ortodônticos, como elásticos, molas ou fios de amarrilho. Também sofre variação dependendo do fabricante, mas como regra geral possui uma canaleta circunferencial e uma perfuração transversal que viabilizam a ativação ortodôntica. Kyung et al.(2003) diz que o perfil transmucoso é a área compreendida entre a porção intraóssea e a cabeça do mini-implante,onde ocorre a acomodação do tecido mole peri implantar,usualmente constituída em titânio polido, sua altura pode variar de 0,5 a 4 mm e deve ser selecionado de acordo com a espessura da mucosa da região onde o mini-implante ortodôntico está sendo instalado. Kyung et al.(2003) como exemplo, relata que implantes instalados no palato, usualmente, requerem perfis transmucosos mais longos, entre 2 e 4mm, ao passo que na face vestibular da mandíbula esta medida é restrita a 0,5mm. O perfil transmucoso é fundamental para que haja a possibilidade de manutenção da saúde dos tecidos periimplantares, sobretudo em regiões de mucosa queratinizada, uma vez que a ausência de inflamação, nesta área, é fator relevante para a estabilidade. Park et al.(2004) diz que a ponta ativa é a porção intraóssea correspondente às roscas do implante. Certamente, quanto maior quantidade de roscas, maior será a resistência ao deslocamento e a estabilidade primária. O mini-implante pode ser autorosqueante ou autoperfurante. O primeiro, devido ao poder de corte presente, após a osteotomia inicial (perfuração da mucosa gengival e cortical óssea com uma fresa), cria seu caminho de entrada no osso. O segundo, por não necessitar de fresagem óssea, tem o processo operatório mais simples e rápido. Acredita-se que os mini-implantes autoperfurantes apresentam maior estabilidade primária e oferecem maior resistência à aplicação de carga ortodôntica imediata. Segundo Favero et al.(2002) a forma do mini-implante deve promover ancoragem mecânica, através de superfície de contato ósseo, que permita a distribuição da carga funcional sem causar danos à fisiologia do tecido ósseo, sendo os formatos mais usados o cilíndrico e o cônico. Deve ainda limitar ao máximo o trauma cirúrgico no momento da instalação e fornecer boa estabilidade primária. 2.4Critérios de seleção dos mini-implantes ortodônticos Villela et al.(2004) relatou que o sucesso da utilização dos mini-implantes como recurso de ancoragem, é imperativo um planejamento cuidadoso e individualizado para cada caso. Após a determinação do plano de tratamento para a correção da má oclusão em questão, o ortodontista definirá o tipo de movimento desejado, a quantidade e os locais para a instalação dos DATs. Park et al.(2004) descreve que os mini-implante podem ser autorosqueante ou autoperfurante (Figura 1). O primeiro, devido ao poder de corte presente, após a osteotomia inicial (perfuração da mucosa gengival e cortical óssea com uma fresa, cria seu caminho de entrada no osso. O segundo, por não necessitar de fresagem óssea, tem o processo operatório mais simples e rápido. Acredita-se que os autoperfurantes apresentam maior estabilidade primária e oferecem maior resistência à aplicação de carga ortodôntica imediata, devem ser de primeira escolha do ortodontista. Figura 1-A, B-Autorosqueantes,C,D-autoperfurantes. FonteARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia. Villela et al.(2006) diz que após a escolha do local mais adequado para instalação, inicia-se o processo de seleção do mini-implante sendo necessário conhecer melhor suas características e variações. Isto pode ser dividido em três partes: 1.Cabeça; 2. Perfil transmucoso; 3. Corpo, (figura 2). A seleção das partes do mini-implante deve ser feita conforme a necessidade individual de cada caso, pois poderá variar em relação aos tipos de desenhos da cabeça aos variados comprimentos de perfil transmucoso e aos diferentes tipos de roscas, de comprimentos e de diâmetros do corpo. A seleção adequada do mini-implante que melhor se adapte às condições anatômicas, juntamente com as necessidades ortodônticas, vai ser decisiva para o sucesso desta nova abordagem. Figura 2-Partes do mini-implante : A) cabeça; B) perfl transmucoso e C) corpo Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Segundo Laboissière et al.(2005) uma avaliação clínica, com palpação digital do vestíbulo, auxiliará na identificação das raízes dos dentes. Em seguida, deve-se fazer um estudo, analisando radiografia panorâmica e periapicais, para investigar a disponibilidade óssea para a instalação. Nascimento, (2006) propôs a utilização da radiografia panorâmica para obter uma visão geral do caso a ser tratado, sendo que uma avaliação cuidadosa, com exame radiográfico periapical, realizado pela técnica do paralelismo, proporciona a visão do espaço disponível entre as raízes, de forma a orientar na definição do local e diâmetro ideal do implante. Esta atenção evita ou minimiza a possibilidade de lesão às estruturas anatômicas durante a instalação. Segundo Laboissière et al.(2005) a seleção de tipo de cabeça a ser utilizado dependerá da necessidade do ortodontista. A cabeça do mini-implante é a porção que fica exposta à cavidade bucal, nos casos de instalação em mucosa queratinizada, ou supra-óssea e subperióstea quando instalado em região de mucosa alveolar. Esta escolha deve ser feita mediante a avaliação do tipo de dispositivo que o mesmo deverá utilizar para aplicar a força planejada para a movimentação dentária. Existe uma grande variedade de tipos de cabeças de mini-implantes disponíveis, (figura 3) mas de uma maneira concisa, podemos classificá-los quanto a sua aplicação clínica em dois tipos básicos. O primeiro seria para utilização de molas e elásticos com áreas retentivas para o encaixe destes dispositivos, e o segundo para utilização de fios ortodônticos com a presença de slots (áreas destinadas ao encaixe dos fios). O primeiro tipo de cabeça deve ter um desenho que facilite a instalação dos dispositivos, como molas, elásticos, e permita ao ortodontista sua manipulação facilmente sem uso de fios de amarrilho. A necessidade da utilização dos fios de amarrilho para fixar as molas ou elásticos pode levar o ortodontista a uma manipulação indevida da cabeça do aplicando uma força que pode gerar instabilidade.O segundo tipo de cabeça deve oferecer a possibilidade de encaixe de fios ortodônticos. Em alguns casos o mini-implante pode oferecer uma ancoragem adicional ao dente ou grupos de dentes, através de um fio ortodôntico que poderá ser encaixado na extremidade da sua cabeça, que apresenta dois slots em forma de cruz ou em um orifício posicionado numa porção intermediária da cabeça. Este tipo de cabeça pode dar ao ortodontista a possibilidade de utilização de fios que irão servir de guia para a movimentação de dentes sem a necessidade da utilização de outras unidades dentárias. Figura 3 fotomicrografia de diferentes tipos de cabeças de mini-implantes. Fonte- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-54192008000500006 Bezerra et al.(2006) relata os critérios para seleção do perfil transmucoso. A escolha das duas outras partes do mini-implante está relacionada diretamente com o local de instalação. O perfil transmucoso poderá ter seu comprimento variado em quatro tamanhos: curto, médio, longo e ausência de perfil transmucoso, (figura 4). Esta porção é a de transição entre o corpo e a cabeça. A escolha do comprimento do perfil transmucoso está diretamente relacionada com espessura da gengiva, que pode variar conforme a sua localização. A mucosa queratinizada vestibular superior e inferior costuma ter espessura reduzida onde o perfil transmucoso mais utilizado nestas regiões é o de 1,0 mm. Na mucosa palatina, esta espessura é maior, sendo necessária a utilização de um perfil transmucoso de 2,0 mm a 3,0 mm. Figura 4 -Microparafuso sem perfil transmucoso e com perfil transmucoso de 1.0, 2.0 e 3.0 mm de comprimento. Fonte: VILLELA ET AL.(2006),Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: auto perfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas Bezerra et al.(2006) relata os critérios para seleção do corpo do mini-implante: o corpo pode variar quanto ao comprimento e quanto a seu diâmetro devendo ser selecionado de acordo com o local de instalação, volume ósseo e espessura óssea e espaço entre as raízes.Possuem comprimento de corpo variados entre 4 a 12 mm de comprimento (figura 5) por 1,2 a 2 mm de diâmetro (figura 6). Figura 5 - Microparafusos com comprimentos de corpo de 6.0, 8.0 e 10.0 mm Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: Auto perfurante (MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas Figura 6 - Microparafusos com diâmetros de corpo de 1.4, 1.6 e 1.8mm Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: Auto perfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 2.5 Planejamento cirúrgico para colocação de mini-implantes ortodônticos De acordo com Korrodi-ritto, (2000), com o surgimento dos mini-implantes autoperfurantes no mercado, a facilidade de inserção facilitou o emprego do mini-implante pelo ortodontista. O mini-implante deve ser pequeno o suficiente, de forma a ser usado em qualquer área do osso alveolar ou apical. A fase cirúrgica deve ser tão fácil quanto possível para ser exercida pelo ortodontista. Os mini-implantes são colocados diretamente através da gengiva, sem retalho muco-periósteo. Após a sua colocação pode ser aplicada força de imediato, pois ele desenvolve resistência por embricamento mecânico não sendo necessário osseointegração. Park et al.(2002) através de estudo realizado avaliando tomografias computadorizadas das diferentes áreas da mandíbula e da maxila, sugeriu que as melhores áreas para instalação dos mini-implantes são entre os pré-molares e molares superiores por vestibular na maxila, entre os primeiros e segundos molares por vestibular na mandíbula e entre as raízes palatinas dos primeiros e segundos molares superiores, sendo que a espessura da cortical óssea alveolar aumenta da região dentária anterior para a posterior. No entanto, o planejamento deve ser individualizado devido a variações anatômicas presentes, sendo que, depois de definida a melhor localização para o sistema de ancoragem, o planejamento cirúrgico deverá seguir as etapas presentes no quadro abaixo desenvolvido por Park e seus colaboradores: Etapas de planejamento para instalação de mini-implantes para ancoragem ortodôntica. • Avaliação dos modelos de estudo. • Avaliação radiográfica panorâmica e periapical. • Definição do número e localização. • Definição do diâmetro e comprimento. • Confecção de guia radiográfica. • Higiene e fisioterapia oral pré-cirúrgica. • Orientação de higienização e utilização de métodos específicos de manutenção e monitoramento da saúde Peri-implantar. • Prescrição medicamentosa. Tabela-1 Fonte- Park et al. (2002 Kyung, (2002) propôs a confecção de uma guia cirúrgica radiopaca através da utilização de fios ortodônticos para colocação antes da tomada radiográfica para demarcar o local onde o mini-implante será inserido, sendo este recurso de grande valia para se evitar lesões a estruturas anatômicas, pois o local marcado pela radiopacidade do fio ortodôntico marcaria exatamente o local de inserção. Kyung, (2003), diz que a cirurgia de instalação tem como maior finalidade a obtenção de uma alta estabilidade inicial que conferirá imobilidade ao sistema de ancoragem viabilizando sua ativação ortodôntica. Os mini-implantes apresentam comprimentos que variam de 4 a 12 milímetros, sendo que, como regra geral, deverá ser selecionado o mais longo possível, desde que o mesmo não apresente risco para as estruturas. O diâmetro dos mini-implantes varia de 1,2 a 2,0 milímetros sendo, no entanto, mais utilizados os implantes de 1,2, 1,4 e 1,6 milímetros que deverão ser selecionados de acordo com a anatomia da região e a densidade óssea presente, conforme o quadro abaixo desenvolvido por Kyung para ilustrar. Diâmetro dos mini-implantes e áreas de instalação 1.2 milímetros de diâmetro. Utilização entre raízes. Áreas com alta densidade óssea (ex: palato). Utilizado quando obtiver boa estabilidade inicial. 1.4 milímetros de diâmetro. Utilização entre raízes (requer maior espaço para ser utilizado com segurança). Áreas com densidade óssea média. Pode ser utilizado caso o de 1.2 mm não tenha boa estabilidade inicial. 1.6 milímetros de diâmetro. Utilização em áreas edêntulas. Áreas de baixa densidade óssea (ex: tuberosidade). Pode ser utilizado caso o de 1.4 não tenha boa estabilidade. Tabela -2 Fonte-Kyung, (2003). De acordo com Kyung et al.(2003) o sucesso do tratamento com mini-implantes depende dos seguintes fatores: a. Habilidade do cirurgião; b. Condição física do paciente; c. Seleção do local adequado e estabilidade inicial e d. Higiene oral. Portanto, após avaliação clínica e radiográfica, o preparo inicial pé-cirúrgico é realizado através de coleta de dados da saúde bucal do paciente e estabelecimento de controle rígido da placa bacteriana. Sugere-se como protocolo pré e pós-cirúrgico, os seguintes cuidados constantes no quadro abaixo: Protocolo pré e pós cirúrgico Cuidados sistêmicos. Anamnese detalhada. Solicitação de exames laboratoriais. Prescrição medicamentosa: Amoxicilina 500 mg - 4 cápsulas por via oral uma hora antes da cirurgia.* Eterocoxib 120 mg - 1 comprimido por via oral uma hora antes da cirurgia e uma vez ao dia durante quatro dias. *Substituir o antibiótico para os pacientes alérgicos à penicilina. Cuidados locais. Higiene e fisioterapia oral pé-cirúrgico. Higienização do com escova pós-cirúrgica PHB (Periodontal healing brush, EUA) embebida em gluconato de clorexidina 0,12% (Periogard, Colgate Palmolive, Brasil) durante 15 dias. Controle clínico da saúde periimplantar semanalmente no primeiro mês e mensalmente durante todo o tratamento, reforçando a orientação das medidas de controle da placa dento-bacteriana, se necessário. Utilização de colutório antisséptico à base de triclosan 0,03% (Plax, Colgate Palmolive, Brasil) durante todo o período do tratamento. Tabela 3 Fonte- Kyung et al. (2003) Para Kyung et al.(2003)a osteotomia para instalação dos mini-implantes deverá ser realizada em baixa rotação (300 RPM) sob irrigação profusa para evitar aquecimento ósseo e utilizando de broca com diâmetro 0,2 ou 0,3 milímetros, menor do que o diâmetro, para que a estabilidade do mesmo se dê por contato justo entre a sua superfície e as paredes ósseas. Preferencialmente, o mini-implante deverá ser instalado em região de mucosa queratinizada, sendo a perfuração realizada de maneira transmucosa. Park et al.(2002) sugere a instalação dos mini-implantes com angulação de 30 a 40 graus em relação à superfície óssea cortical externa para obter maior estabilidade primária e evitar maior proximidade do com as raízes dentárias, sendo também possível sua instalação de maneira perpendicular à estrutura óssea em casos onde haja maior disponibilidade óssea. De acordo com pesquisas feitas por Zenóbio et al.(2009) a área de escolha para a inserção dos mini-implantes que serão utilizados como ancoragem para o movimento de retração em massa dos dentes ântero-superiores é preferivelmente o espaço entre as raízes dos segundos pré-molares e primeiros molares superiores. A avaliação do espaço Inter-radicular é feita por meio de radiografias periapicais obtidas com a técnica do paralelismo da região de interesse. Zenóbio et al.(2009) divide a parte cirúrgica em três etapas: 1ª - anestesia local da região com o uso preferencial de lidocaína 0,2%. 2ª - perfuração apenas da cortical externa, com fresa de 1,1 mm de diâmetro adaptada ao motor de implantes osseointegrados. 3ª - após a perfuração da cortical externa, é realizada a inserção de um mini-implante autorosqueante de 1,3 mm de diâmetro, comprimento variando de 9 a 11 mm e cinta média (Sistema Neodent). Segundo Restle, (2006) a escolha do local de inserção do mini-implante deve ser baseada em regiões adequadas de tecidos moles, como a presença de gengiva inserida, quantidade de osso cortical adequada, inclinação da implantação, tamanho do mini-implante e, principalmente, no tipo de movimento dentário que se pretende - intrusão, extrusão, ou fechamento de espaços, tanto com movimentação para mesial quanto para distal. Conseqüentemente, para que sejam efetivos como recurso de ancoragem, é necessário que exista adequada espessura de cortical óssea; espaços suficientes entre as raízes para a sua inserção. De acordo com Borges, (2009)& Mucha, (2009) na cortical vestibular do osso alveolar maxilar, a maior densidade óssea foi observada na área entre os pré-molares. No osso basal maxilar a maior densidade na cortical vestibular foi verificada entre os pré-molares e entre molares. A densidade da cortical alveolar lingual maxilar apresentou valores ligeiramente superiores aos da cortical vestibular. A tuberosidade maxilar foi à região com menor densidade óssea. A densidade óssea na mandíbula foi maior que na maxila em praticamente todas as áreas avaliadas. Observou-se na mandíbula uma tendência de acréscimo progressivo da densidade óssea de anterior para posterior e de superior para inferior. A cortical alveolar mandibular de maior densidade foi na região retro-molar, tanto pela vestibular como pela lingual.Os dados obtidos servirão de guia para os procedimentos de escolha dos locais mais adequados para a colocação de mini-implantes. Deve-se ressaltar que, em todas as medidas obtidas, os desvios-padrão encontrados foram bastante elevados, representando uma variação muito grande do comportamento das densidades ósseas, requerendo, para cada caso especificamente, considerações especiais por parte do clínico. Para Herman et al.(2005) o protocolo cirúrgico para instalação dos mini-implantes auto-perfurantes é mais simples, reduz a possibilidade de lesão de raízes e proporciona uma melhor estabilidade primária em relação aos mini-implantes auto-rosqueantes. Este protocolo será dividido didaticamente através das seguintes etapas: preparo do paciente, avaliação clínica da gengiva, avaliação radiográfica do espaço ósseo disponível, anestesia, instalação do propriamente dito, avaliação da estabilidade primária e avaliação radiográfica final. Apesar da instalação do mini-implante auto-perfurante ser simples, nenhum cuidado inerente ao ato cirúrgico deve ser negligenciado. A Anamnese e o exame clínico devem ser feitos cuidadosamente. Antes do ato cirúrgico é feito bochecho com gluconato de clorexidina a 0,12%,durante um minuto, e anti-sepsia extra-bucal com solução de iodopovidona a 10%. 2.6 Avaliação clínica da gengiva Segundo Maino et al.(2005) o local de eleição para a instalação do mini-implante deve ser, preferencialmente, em mucosa queratinizada, pois, além da sua instalação, dispensar a necessidade de incisão, proporciona uma boa condição de saúde dos tecidos periimplantares, minimizando a ocorrência de inflamações. Villela et al.(2006) descreveu que para escolher o comprimento de perfil transmucoso mais adequado, é necessário determinar a espessura da gengiva e, para tal, pode-se utilizar uma sonda milimetrada com um cursor de borracha em sua extremidade. Quando a sonda é introduzida na mucosa, o cursor irá se deslocar, exibindo a espessura da gengiva. Conforme a espessura desta mucosa, o cirurgião fará a opção pelo perfil transmucoso mais adequado. A mucosa palatina, normalmente apresenta espessuras que podem variar de 1 a 3 mm. A mucosa vestibular superior e inferior costumam ser mais delgadas, necessitando de um perfil transmucoso curto que pode variar entre 1 a 2 mm.Quando o local de eleição para instalação é a mucosa alveolar (não queratinizada), torna-se necessário fazer uma incisão para a instalação do mini-implante sem perfil transmucoso abaixo da mucosa, conectado à cavidade bucal através de um fio de amarrilho trançado. 2.7 Avaliação radiográfica Bezerra et al.(2004) relata que após a escolha do local de instalação é feita uma radiografia periapical para avaliação do espaço ósseo disponível (figura 7)e (figura 8). Para demarcar o local de instalação a radiografia poderá ser feita com um guia cirúrgico radiopaco, construído com fio ortodôntico em forma de alça. A utilização deste guia servirá para orientar o cirurgião a escolher o melhor local para efetuar a instalação do mini-implante com o objetivo de evitar sua aproximação das raízes. Mediante a avaliação do espaço disponível, o cirurgião decidirá qual diâmetro deverá usar. Esta opção deve levar em consideração a possibilidade da escolha de um diâmetro menor (1,4 mm) para áreas mais reduzidas, e preferencialmente não utilizar o maior diâmetro como primeira opção em áreas maiores, para viabilizar a instalação de um mini-implante de emergência, nos casos de não conseguir estabilidade primária necessária. Figura 7 - Radiografias periapicais com orientação para a instalação de mini-implantes entre segundos pré-molares e primeiros molares no arco superior, e entre primeiros e segundos molares no arco inferior, com espaço suficiente entre as raízes. FonteARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Figura 8 - Radiografas periapicais da região posterior superior: A) sem espaço para a instalação dos miniimplantes entre os molares; B) presença de espaço, obtido ortodonticamente, entre os molares. Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.8 A anestesia Segundo Bezerra et al.(2004) a anestesia deve ser sub-periosteal no local de instalação (figura 9). Este tipo de conduta é suficiente para tornar o procedimento totalmente indolor.Deve-se evitar anestesia infiltrativa terminal, pois a sensibilidade dentária é uma arma valiosa para evitar qualquer tipo de aproximação do com a raiz do dente.Havendo aproximação com a lâmina dura ou ligamento periodontal, o paciente relatará incômodo e isto servirá de alerta, obrigando o cirurgião a mudar o ângulo de instalação do mini-implante ou a selecionar outro local para sua instalação. Figura 9 - Anestesia sub-perioteal aplicada no local exato da instalação do mini-implante Fonte ARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.9 Avaliação da estabilidade primária Villela et al.(2006) dizem que a estabilidade primária é um dos requisitos mais importantes para o sucesso do tratamento. A avaliação deve ser feita como auxílio da sonda exploradora ou da sonda milimetrada, que deve exercer uma pressão na cabeça do miniimplante com a finalidade de verificar a estabilidade do mesmo (figura 10). O mini-implante deverá resistir à pressão sem nenhum tipo de mobilidade ou isquemia ao seu redor. Se ocorrer mobilidade, deve-se trocar por um de diâmetro maior para obter boa estabilidade primária ou escolher um novo leito cirúrgico. A mobilidade pode ocorrer devido à baixa densidade óssea ou falha no procedimento de instalação.A instalação manual deve ser feita com cuidado e firmeza para evitar a mudança de direção durante a introdução do mini-implante no osso, evitando prejuízos na estabilidade do mesmo. Figura 10 -Avaliação da estabilidade primária do micro parafuso com a extremidade da sonda exploradora. FonteVILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: auto perfurante (MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas. 2.10 A avaliação radiográfica final Villela et al.(2006) relataram que a avaliação final deve ser feita com radiografias periapicais (figura 11), levando-se em conta as distorções e super posições de imagens comuns neste tipo de radiografia. Algumas vezes torna-se necessário mais de uma tomada radiográfica para a confirmação de que o mini-implante não atingiu raízes dentárias ou estruturas anatômicas vizinhas. Figura 11 - Radiografia periapical com o microparafuso instalado. Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: auto perfurante (MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clinicas. 2.11 Sintomatologia dolorosa Villela et al.(2006) ressalta que em nenhum momento o paciente deverá sentir dor, pois em condições normais, a instalação e o período pós-cirúrgico não geram desconfortos. Qualquer tipo de relato de dor pelo paciente deve ser avaliado cuidadosamente e nunca deve ser subestimado. Caso necessário, o paciente poderá fazer uso de medicações analgésicas no período pós-cirúrgico imediato e o cirurgião deverá avaliar a causa em casos de dor persistente, já que a utilização do mini-implantes não requer um protocolo de controle da dor durante o tratamento. 2.12 Protocolo Cirúrgico pré operatório De acordo com Kyung et al.(2003) o sucesso do tratamento com mini-implantes depende dos seguintes fatores: a) habilidade do cirurgião; b) condição física do paciente; c) seleção do local adequado e estabilidade inicial e d) higiene bucal. Tendo-se selecionado o local para os, é recomendável que o paciente compareça a uma consulta de avaliação e instrução previamente à data da cirurgia. Nessa consulta, o cirurgião realizará uma avaliação geral de suas condições periodontais e de higiene bucal, e uma investigação clínica e radiográfica mais detalhada do local de inserção do mini-implante. Na oportunidade, o paciente será instruído sobre o protocolo medicamentoso e de higiene bucal a ser seguido. As orientações lhe serão dadas por escrito, evitando assim falhas na comunicação que seriam mais fáceis de ocorrer no dia da cirurgia. Portanto, após avaliação clínica e radiográfica minuciosa, é imperativo o estabelecimento de controle rígido de biofilme bactéria no para que os tecidos periimplantares possam manter seu estado de homeostasia durante todo o período do tratamento. 2.13 Protocolos cirúrgicos de instalação dos mini-implantes ortodônticos Existem vários métodos cirúrgicos para instalação de mini-implantes ortodônticos auto-perfurantes e auto-rosqueantes segundo diversos autores, a seguir descreveremos técnicas e protocolos cirúrgicos descritos na literatura 2.13.1Instalação do mini-implante auto-perfurante Kyung, (2003)&Park, (2004) descreveram que o processo de instalação pode ser dividido em 3 partes: escolha definitiva do local de instalação(a), perfuração da mucosa(b) e instalação do implante(c).A determinação do local de instalação pode ser confirmada através da utilização de uma sonda milimetrada posicionada entre os dentes. O espaço disponível para instalação do mini-implantes entre raízes, normalmente, está posicionado no terço médio ou apical, sendo que, com a sonda faz-se uma marcação na gengiva e a conferência da altura de instalação. b) Utiliza-se a sonda exploradora para efetuar a perfuração da gengiva por onde será instalado. Quando o local de eleição for à gengiva inserida, não haverá necessidade de incisão, pois a instalação é transmucosa.c) A instalação dos mini-implantes deve ser feita, preferencialmente, de forma manual utilizando a chave longa, evitando a instalação mecânica com o contra-ângulo. O uso do contra-ângulo deve se reservar apenas aos casos onde a chave manual não tem acesso, como por exemplo, regiões posteriores do palato. O encaixe da chave com a cabeça do mini-implante deve ser preciso, evitando movimentos excêntricos durante a sua instalação e possibilitando um fácil desencaixe após o assentamento para não comprometer a estabilidade primária. De acordo com Villela et al.(2006) durante o processo de inserção é necessário que o cirurgião determine a angulação de instalação e mantenha a mão firme, e lentamente introduza o sem modificar esta angulação, sendo que as angulações de instalação podem variar conforme as características das diferentes regiões. Na região posterior da mandíbula, normalmente se faz a instalação do mini-implante com angulação de 30 a 40° em relação ao longo eixo do dente, isto permite um maior aproveitamento da cortical externa, além de evitar sobrecargas geradas pela força da mastigação. Na região posterior da maxila, a angulação de instalação deve ser perpendicular em relação ao longo eixo do dente, pois nesta área a cortical é bem delgada e não há grande incidência de forças da mastigação. Alguns autores propõem, nesta região, a instalação mais angulada do mini-implante, em torno de 30 a 40° em relação ao longo eixo do dente, coma justificativa de evitar o contato do corpo do parafuso com as raízes. Esta justificativa parece ser infundada, pois nesta região as raízes vestibulares estão próximas à cortical vestibular e independente da angulação de instalação, esta proximidade sempre vai existir. Segundo Villela et al.(2006) os mini-implantes auto-perfurantes apresentam desenho do corpo cônico com uma ponta perfurante, dispensando o uso de fresa para efetuar a descorticalização inicial. A perfuração da cortical vestibular da maxila é facilmente efetuada, devido ao osso cortical nesta região ser muito delgado. A região de palato oferece maior resistência, principalmente na linha média. Nestes casos pode-se utilizar uma fresa de 1,0 mm de diâmetro, com velocidade máxima de rotação de 300 RPM sob irrigação profusa para fazer a perfuração inicial. Esta fresagem inicial é feita com o intuito de facilitar a introdução do mini-implante, evitando uma possível fratura. Após a descorticalização, faz-se a instalação do mini-implante utilizando o contra ângulo com a velocidade média de 20 RPM. A cortical vestibular mandibular também poderá oferecer resistência à perfuração inicial do miniimplante, devido a sua maior espessura, contudo a necessidade de descorticalização com fresa é menos freqüente. 2.13.2 Procedimento cirúrgico de instalação do mini-implante autorosqueante Marassi et al.(2005) relatou que o processo de instalação dos mini-implantes começa com a determinação do local aonde o mini-implante será inserido, através dos seguintes passos: 1- Determinar a posição mesio distal através da análise da radiografia periapical, observando-se o guia cirúrgico ou a direção do ponto de contato dos dentes vizinhos ao local de instalação; 2- Determinar a faixa de inserção vertical. Localiza-se a linha muco gengival que representa, para a maioria dos casos, o limite apical da região destinada ao, uma vez que o índice de sucesso dos é muito maior quando instalados em gengiva inserida do que quando instalados em mucosa alveolar. Mede-se a profundidade do sulco gengival na região da papila interdental e acrescenta-se a este valor 4 mm. Essa medida vertical irá corresponder à distância mínima da extremidade da papila que o cirurgião pode instalar o mini-implante. Se utilizar uma medida menor pode ficar aquém da crista óssea. Determina-se a posição vertical do de acordo com o planejamento biomecânico obtido a partir do plano de tratamento ortodôntico. Marassi et al.(2005) diz que, para o procedimento de anestesia, aplica-se 1/5 a 1/4 do tubo de anestésico. A ausência de anestesia profunda permite que o paciente relate dor, em caso de contato da fresa ou implante com o ligamento periodontal dos dentes vizinhos. Recomenda-se utilizar um cursor, como os utilizados nas limas de endodontia, inserido próximo à ponta da agulha, para medir a espessura da mucosa sobre o local. Essa medida será utilizada para a escolha do perfil transmucoso do mini-implante a ser utilizado e será importante para mini-implantes no processo alveolar palatino, onde a espessura da mucosa é bastante variável. Kyung et al.(2003) diz que para evitar aquecimento a perfuração deve ser feita em baixa rotação, aproximadamente 300 rotações por minuto, acompanhada por irrigação com soro fisiológico, preferencialmente gelado. Para os implantes instalados em gengiva inserida não é necessária a execução de incisão ou abertura de retalho para exposição óssea, ou seja, a perfuração com a fresa helicoidal pode ser feita diretamente através da gengiva. Caso seja necessária a instalação na região de mucosa alveolar deve-se fazer uma incisão de aproximadamente 3 mm e afastar os tecidos moles para perfuração. Nesses casos pode-se optar por deixar apenas um fio de amarrilho atravessando a mucosa para tentar diminuir o incômodo e a dificuldade de higiene ao redor do mini-implante, que ocorre comumente em mucosa alveolar. Estes casos de instalação em mucosa alveolar possuem maior índice de insucesso e trazem maior desconforto para os pacientes. O operador pode escolher entre dois métodos de perfuração perpendicular ou angulada sendo o mais recomendado a perfuração angulada. A perfuração e subseqüente inserção do mini-implante anguladotem a vantagem de proporcionar uma maior área de contato do mini-implante com a cortical óssea e, na maioria das vezes, diminui a chance de contato da broca ou do mini-implante com as raízes adjacentes ao local da instalação. No processo alveolar da maxila comumente, utiliza-se uma angulação de 30 a 60 graus em relação ao longo eixo do dentes, por vestibular ou por palatina. Na sutura palatina utiliza-se de 90 a 110 graus em relação ao palato. Na mandíbula utiliza-se uma angulação de 30 a 60 graus. Utiliza-se 90 graus para bicorticais. A inserção do mini-implante pode ser realizada utilizando-se chave manual ou chave para contra-ângulo redutor em aproximadamente 30 RPM. A instalação com chave manual permite maior sensibilidade ao operador, que encontrando uma resistência significativa, pode desconfiar de contato com as raízes de dentes vizinhos. Por outro lado a inserção em alguns locais, como sutura palatina, são facilitados ou exigem o uso de contra-ângulo redutor. Pode-se utilizar controle do torque durante a instalação através do micromotor elétrico ou torquímetro manual. Para evitar fratura de espessura reduzida (1,2 mm), deve-se evitar torque maior que 10 N. Para implantes de espessura entre 1,4 até 1,6 pode-se utilizar aproximadamente 20 a 30 N, respectivamente. A resistência dos mini-implantes à fratura pode variar de acordo com o fabricante e o operador deve estar atento às especificações do fabricante do kit que o mesmo estiver utilizando. Uma vez que não se espera uma osseointegração do mini-implante é fundamental que seja obtida estabilidade primária, ou seja, ausência de mobilidade, no momento da instalação. A escolha do comprimento intraósseo e da espessura a ser instalado varia de acordo com sua localização e de acordo com os implantes fornecidos por cada fabricante. Recomenda-se a tomada de uma radiografia de controle após a inserção do mini-implante entre as raízes para verificar a posição do mesmo em relação aos dentes vizinhos. Essa radiografia preferencialmente deve ser feita logo após a inserção, pois caso haja contato com a raiz ou ligamento periodontal de um dos dentes adjacentes, pode-se modificar a posição do implante no mesmo tempo cirúrgico, evitando sensibilidade pós-operatória e possível necessidade de nova intervenção. 2.13.3 Procedimento cirúrgico para instalação mini-implante autorosqueante Villela et al.(2004) relata que, para um bom resultado, um estudo minucioso do paciente é feito através da avaliação de radiografias panorâmicas, cefalométrica, periapicais, fotografias extra e intra orais. Análises de modelos para detalhamento do plano de tratamento ortodôntico, incluindo a posição de inserção dos mini-implantes. Dessa forma o posicionamento ideal para instalação dos mini-implantes em cada caso deve ser determinada e utilizada como referência pelo cirurgião, de acordo com a disponibilidade óssea presente e a biomecânica particular de cada caso. Ainda, segundo Villela et al.(2004) as técnicas cirúrgicas vêm sofrendo alterações, sendo que a cada ano o procedimento cirúrgico se torna mais simplificado. Após a realização do planejamento ortodôntico, o número, diâmetro, comprimento e posicionamento dos miniimplantes são definidos e uma guia cirúrgica utilizando marcador radiopaco é construída para orientação trans. operatória e para evitar possíveis danos às estruturas nobres adjacentes como as raízes dentárias. Sob anestesia local, é realizada perfuração trans-mucosa utilizando broca de 1 milímetro de diâmetro com profundidade definida pelo planejamento prévio e sob irrigação profusa com solução salina para evitar aquecimento do tecido ósseo. O miniimplante é inserido com uma chave manual ou mecânica até atingir seu assentamento final e a estabilidade inicial é checada, podendo haver necessidade de substituição do mini-implante por outro de maior diâmetro buscando sempre o incremento da estabilidade, fundamental para o sucesso do sistema de ancoragem. 2.13.4 Planejamento ortodôntico: instalação e orientação de higiene Peri implantar 2.13.4.1 Planejamento Bezerra et al.(2004) descreveram que para o sucesso da utilização dos mini-implantes, o planejamento ortodôntico-cirúrgico e a orientação para manutenção da saúde peri-implantar são passos importantes que devem ser seguidos. Devido a suas dimensões reduzidas, os miniimplantes possuem alta versatilidade clínica, sendo que o local ideal para sua instalação, assim como o número de implantes a ser utilizado, dependerá de planejamento. O ortodontista, uma vez definido o plano de tratamento para a correção da má oclusão em questão, indicará o tipo de movimento desejado e o melhor ponto de aplicação de forças em relação ao centro de resistência da unidade ativa. Em seguida, o cirurgião avaliará anatomicamente a viabilidade de instalação dos mini-implantes na posição sugerida ou irá propor localizações alternativas que possam incrementar a estabilidade inicial e/ou minimizar o risco de lesão a estruturas anatômicas. Para Park, (2002) alguns fatores estão associados com a estabilidade dos miniimplantes, tais como o diâmetro do implante, espessura da cortical óssea e a inflamação do tecido circunjacente. Sabe-se que a cortical vestibular da maxila é mais delgada e menos compacta quando comparada com a da mandíbula, requer implantes mais longos. PARK com base em estudo realizado com tomografias computadorizadas de diferentes regiões, sugeriu que as melhores áreas para instalação dos mini-implantes são entre os segundos pré-molares e primeiros molares superiores na face vestibular do osso maxilar, entre os primeiros e segundos molares na face vestibular do osso mandibular e entre as raízes palatinas dos primeiros e segundos molares superiores. O autor informa ainda que a espessura da cortical óssea alveolar aumente da região anterior para a posterior. No entanto, o planejamento deve ser individualizado devido às variações anatômicas, sendo que, depois de definida a melhor localização para o sistema de ancoragem, no planejamento cirúrgico deverá fazer uma palpação digital do vestíbulo com o propósito de identificar as raízes dos dentes, uma avaliação cuidadosa da região eleita, com o objetivo de verificar a saúde óssea e o espaço disponível para a instalação dos mini-implantes, deve ser realizada através do exame de radiografas panorâmico e periapicais. Estas últimas obtidas como auxílio de um posicionado para a técnica do paralelismo, de forma que o feixe de raios-X incida perpendicularmente à área em estudo. Um guia cirúrgico pode ser confeccionado com fio de latão, 0,6mm de espessura, passando através do ponto de contato entre as unidades dentárias com uma extensão na direção apical. A imagem radiopaca do guia, visualizada na radiografa periapical, representa uma importante referência para o correto posicionamento do mini-implante, minimizando riscos de lesões a estruturas anatômicas. 2.13.4.2 Técnica cirúrgica para instalação de mini-implantes autorosqueante Laboissière-jr, (2005) como parte do protocolo medicamentoso, o paciente deverá fazer uso de profilaxia antibiótica (Ex: quatro cápsulas de 500mg de Amoxicilina) e de antiinflamatório (Ex: Etoricoxib– 120 mg) uma hora antes da cirurgia. A técnica cirúrgica para instalação dos mini-implantes ortodônticos deverá seguir um protocolo rígido de realização para se evitar, sobretudo, lesão de raízes durante a sua execução. A cirurgia é normalmente realizada em ambiente ambulatorial, sob anestesia local infiltrava subperiosteal, de forma a favorecer a percepção de um possível contato indesejado com estruturas anatômicas vizinhas. Após a anestesia limitada ao local definido pelo planejamento ortodôntico-cirúrgico, a osteotomia para instalação dos mini-implantes deverá ser realizada com motor de baixa rotação (300 RPM), sob irrigação profusa com solução salina para evitar aquecimento ósseo, e utilizando broca helicoidal de 1 mm de diâmetro. Usualmente, essa fresa possui 0,2 ou 0,3mm de diâmetro menor, possibilitando que a estabilidade do implante se dê por contato justo entre a sua superfície e a parede óssea. A osteotomia é realizada rompendo-se a cortical alveolar externa, sendo que o aprofundamento da perfuração dependerá da densidade óssea trabecular. Em áreas de maior densidade óssea (osso dos tipos I e II), recomenda-se uma perfuração mais profunda, podendo-se chegar ao comprimento parcial ou total do mini-implante, evitando-se assim um excesso de compressão da interface /osso que geraria uma hialinização por isquemia desta área e conseqüentemente perda da estabilidade. Entretanto, em regiões com menor densidade óssea (osso tipos III e IV), a osteotomia poderá se restringir à cortical alveolar ou aprofundarem-se alguns milímetros no osso medular, deixando que o parafuso autorosqueante crie sua própria loja óssea a fim de que haja um aumento da estabilidade primária do. Em seguida, usando uma chave manual ou um motor cirúrgico em baixa rotação (20 RPM) com torque máximo de 10N, é instalado também sob irrigação. Deve ser verificado se ocorreu um perfeito travamento do mini-implante no local de inserção. Caso haja mobilidade, este deve ser removido e substituído por um de diâmetro imediatamente maior. Preferencialmente, o implante deverá ser instalado em região de mucosa queratinizada, sendo a perfuração realizada de maneira transmucosa. Kyung et al.(2003) descreveram que para se obter uma maior estabilidade primária e evitar proximidade com as raízes, recomenda-se, na maxila, a instalação de com inclinação perpendicular ou com angulação de 30 a 40 graus em relação ao longo eixo dos dentes. Quando os mini-implantes são planejados para intrusão de dentes póstero-superiores, e necessitem estar posicionados mais altos, estes devem ser instalados perpendicularmente ao osso para evitar danos ao seio maxilar. Na mandíbula, devido a uma maior espessura da cortical óssea, utiliza-se uma angulação de 10 a 20 graus em relação ao longo eixo dos dentes. Quanto ao tempo cirúrgico, considerando-se a perfuração transmucosa e a inserção do miniimplante, usualmente não é superior a cinco minutos. No entanto, o tempo total de atendimento incluindo anestesia, instalação do implante e reforço na orientação da higiene Peri implantar é de trinta minutos. Não obstante, sabemos que estes tempos podem variar de acordo com o número, limitações anatômicas, complexidade cirúrgica e curva de aprendizagem da equipe operatória. 2.15.4 Protocolo para higienização e manutenção da saúde peri–implantar dos mini-implantes Segundo Phiton, (2007) o sucesso da utilização de mini-implantes ortodônticos está diretamente relacionado com o controle do biofilme na região peri-implantar. Existem uma diversidade de protocolos para controle da saúde peri-implantar, entretanto existe um consenso entre diversos autores, que a utilização de géis ou soluções de gluconato de clorexidina a 0,12%, como agente de limpeza dessa região desponta como solução antiséptica de eleição para prevenir a mucosite periimplantar. Nascimento et al.(2006) também considera a higienização primordial para manutenção dos mini-implantes e considera soluções a base de gluconato de clorexidina importante solução antiséptica para prevenção da mucosite. Ainda segundo Phiton, (2007) podemos então estabelecer um protocolo a ser utilizado quando da aplicação de mini-implantes ortodônticos: Na primeira semana pós-instalação dos mini-implantes; cuidado adicional deverá ser tomado com a higienização. Cuidado esse que consiste em realizar bochechos diários de solução de gluconato de clorexidina a 0,12% (Periogard, Colgate-Palmolive Brasil). A partir da segunda semana o bochecho com solução de gluconato de clorexidina a 0,12% deverá ser suspenso dando lugar a bochechos com colutório anti-séptico à base de triclosan 0,03% (Plax, Colgate-Palmolive Brasil) durante 30 segundos, 3 vezes ao dia, durante todo o período do tratamento. Juntamente com os bochechos deverá ser realizada a higienização da cabeça do mini-implante. Essa limpeza deverá ser realizada durante todo período que o mini-implante esteja na cavidade bucal. O paciente deverá ser orientado a escovar a cabeça do mini-implante com uma pequena escova infantil, com cerdas macias embebida em gel ou solução de gluconato de clorexidina a 0,12% 2x ao dia por cerca de 20 segundos (figura 12) (figura 13). A escolha de escova infantil devese ao fato que, por ser de tamanho reduzido, pode ser inserida em diversos locais onde o possa estar instalada. Já a escolha de cerdas macias se deve para não ocorrer trauma na região operada. Figura 12 -Solução de gluconato de clorexidina sendo dispensada sobre as cerdas da escova dental com auxílio de conta-gotas. Fonte: Phiton, (2007) Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007. Innovations Implant Journal. Mini-implantes ortodônticos: protocolo para higienização e manutenção da saúde peri-implantar Figura 13. Limpeza da região peri-implantar com escova dental infantil macia embebida em solução de gluconato de clorexidina a 0,12%. Fonte Phiton, (2007) Volume 02 - Número 04 - Dezembro/2007. Innovations Implant Journal. Mini-implantes ortodônticos: protocolo para higienização e manutenção da saúde peri-implantar. 2.16 Vantagens dos mini-implantes ortodônticos Bae et al.(2002) diziam que as principais vantagens dos mini-implantes para ancoragem ortodôntica absoluta são seu tamanho reduzido que permite sua implantação em grande variedade de áreas, são de fácil instalação e remoção, podem ser ativados de maneira imediata desde que apresentem boa estabilidade inicial, baixo custo, conforto e boa aceitação por parte dos pacientes, movimentação simultânea de várias unidades dentárias sem prejuízo para o sistema de ancoragem e permitem desinclinar dentes sem extruí-los. Laboissière-jr et al.(2006) desenvolveram tabela com as vantagens de aplicações clinicas dos mini-implantes ortodônticos que se segue abaixo: Vantagens da aplicação clínica da técnica de ancoragem absoluta com os mini-implantes ortodônticos. • Menor dependência da colaboração do paciente. • Diminui a necessidade do uso de aparatologia extrabucal, de elásticos intermaxilares, de barra transplatina ou de arco lingual de Nance. • Maior previsibilidade no tratamento ortodôntico. • Menor tempo de tratamento ortodôntico. • Mais conforto para o paciente. • Estética mais favorável. • Simplificação da mecânica ortodôntica em casos complexos. • Tratamento ortodôntico em pacientes com impedimentos absolutos ou relativos para a substituição de elementos perdidos por implantes osseointegráveis. • Em alguns casos de intrusão não há necessidade de montagem de aparelho em todo o arco, simplificando a mecânica e evitando efeitos colaterais indesejáveis. • Menor efeito colateral indesejável na mecânica ortodôntica. • Cirurgia de instalação e remoção simples e menos invasiva. • Exames pré-operatórios simplificados. • Baixo custo financeiro. • Dispensa uso do laboratório de prótese. Tabela 4 Fonte Laboissière-jr et al. (2006) De acordo com Villela et al.(2006) as principais vantagens dos mini-implantes para ancoragem ortodôntica absoluta é que seu tamanho reduzido permite sua implantação em grande variedade de áreas, são de fácil instalação e remoção, podem ser ativados de maneira imediata desde que apresentem boa estabilidade inicial, baixo custo, conforto e boa aceitação por parte dos pacientes, movimentação simultânea de várias unidades dentárias sem prejuízo para o sistema de ancoragem e permitem desinclinar dentes sem extruí-los. 2.17 Complicações no uso dos mini-implantes Araújo et al. (2006) as principais complicações clínicas relacionadas aos miniimplantes são ; Perda de estabilidade usualmente está relacionada com a baixa estabilidade primária obtida no momento da cirurgia, aplicação de força ortodôntica excessiva ou ainda devido à infamação dos tecidos periimplantares, gerada por higienização deficiente. Por essa razão, deve-se verificar a estabilidade do mini-implante a cada consulta, mucosite perimplantar que esta definida como uma patologia inflamatória restrita ao compartimento de tecidos moles periimplantares, de origem bacteriana e relacionada à higiene deficiente. A falta de controle desta condição poderá levar à perda do mini-implante, lesão das raízes muitas das vezes ocasionada por não ter seguido protocolo cirúrgico de instalação, fratura do mini-implante, a fratura pode ocorrer durante a cirurgia de instalação, o que é mais freqüente, ou na remoção dos mini-implantes.Usualmente está relacionada ao excesso de pressão aplicada à chave longa de inserção manual ou à utilização de contra-ângulo com torque superior a 10Ncm. 2.17.1 Perda da estabilidade Segundo Park, (2002) a perda de estabilidade do mini-implante é a complicação mais freqüente e pode ocorrer previamente, no momento ou após a ativação. Miyawaki et al.(2003) diz que a mobilidade está relacionada com a baixa estabilidade primária obtida no momento da cirurgia, aplicação de força ortodôntica excessiva ou ainda devido à infamação dos tecidos peri-implantares, gerada por higienização deficiente. Por essa razão, deve-se verificar a estabilidade do mini-implante a cada consulta. Uma vez detectada a mobilidade do mini-implante ortodôntico, o mesmo deverá ser substituído. 2.17.2 Mucosite peri-implantar Laboissière- jr. et al.(2005) descreveram que a mucosite peri-implantar é uma reação inflamatória restrita ao compartimento de tecidos moles peri-implantares, de origem bacteriana e relacionada à higiene deficiente. A falta de controle da higienização poderá desencadear perda de inserção e levar à perda do mini-implante recomenda-se o controle bacteriano através de protocolo rígido de higienização para incremento das taxas de sucesso. De acordo com Laboissière-jr. et al.(2005) pode-se ocorrer lesões na mucosa bucal devido a cabeça do mini-implante em contato com tecidos moles e recomenda-se uso de cera ortodôntica para ser usado no período de adaptação. 2.17.3 Lesão de raízes Segundo Villela et al. (2006) normalmente estas lesões estão relacionadas a erros de planejamento de inserção e instalação dos mini-implantes e podem ser observados em radiografias periapicais (figura 14), uma vez ocorrido deverá ser retirado e esperado o período de recuperação do local atingido. Figura 14 –Lesão na raiz do primeiro molar superior Fonte: http://www.cetrobh.com/2010/11/complicacoes-com-mini-implantes-dano-as.html Segundo Park, (2003) as lesões causadas por perfurações radiculares intencionalmente geradas em animais, durante a cirurgia de instalação de mini-implantes, recuperaram-se completamente sem gerar maiores danos à vitalidade pulpar dos dentes lesados. 2.17.4 Fratura do mini-implante De acordo com Kyung et al.(2004) as fraturas superam a maioria das forças ortodônticas, não sendo a fratura um risco durante a mecânica ortodôntica, mas sim durante os procedimentos de inserção e remoção. A fratura (figura 15) pode ocorrer durante a cirurgia de instalação, ou na remoção dos mini-implantes. Geralmente está relacionada ao excesso de pressão aplicada à chave longa de inserção manual ou à utilização de contra-ângulo com torque superior a 10Ncm gerando calor excessivo ao mini-implante. A densidade óssea aliada ou não à uma super perfuração pode influenciar de sobremaneira na resistência ao torque de inserção, potencializando o risco de fratura da região próxima à cabeça do miniimplante.Outro fator fundamental para minimizar o risco de fratura é a não realização de movimentos cêntricos para inserção ou remoção do mini-implante ortodôntico, evitando-se torções ou momentos de força indesejáveis que gerariam uma concentração excessiva de forças em zonas específicas e possibilitariam a quebra do mini-implante.Em caso de fratura, a remoção poderá ser realizada através da utilização de instrumentos manuais ou rotatórios delicados, sendo este um procedimento de difícil execução, porém necessário na maioria dos casos, já que a porção fraturada do parafusopoderia inviabilizar a continuidade do tratamento ortodôntico. Figura 15 -Fratura. Fonte ARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implante. 2.18 Retirada do mini-implante (Explantação): Araújo et al.(2006) descreveram que uma vez concluída sua função, os mini-implantes deverão ser removidos com a utilização das mesmas chaves de inserção manual ou mecânica, em sentido inverso ao da instalação. Na grande maioria dos casos, não há necessidade de realização de anestesia no local, sendo mínimo o desconforto reportado pelos pacientes. Torna-se desnecessária também a realização de procedimentos de sutura ou cuidados especiais, já que os leitos deixados pelos mini-implantes apresentarão cicatrização completa em pequeno espaço de tempo, devido às suas dimensões reduzidas. Para os pacientes com limiar de dor menor, ou áreas de tecido ósseo de maior densidade, poderá ser necessária a utilização de anestésico tópico ou mesmo infiltração anestésica subperiosteal, seguida de remoção dos mini-implantes, sempre com o intuito de evitarem-se desconfortos para o paciente, abaixo através das figuras ilustrativas pode-se observar (figura 16 A, 16B, 16C, 16D). Figura 16 Explantação de mini-implante do palato: 16 A)Após concluídas as ativações; 16B) início da remoção com a chave manual curta; 16C) Parcialmente removidos; 16D) Pequenos leitos deixados pelos mini-implantes. Fonte ARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19 Aplicações clínicas dos mini-implantes O tamanho reduzido do mini-implante ortodôntico diminui consideravelmente as limitações quanto aos locais de sua possível inserção. Esta grande variabilidade no que diz respeito às possibilidades de localização para os mini-implantes permite sua utilização, como recurso de ancoragem, nos mais variados tipos de movimentação dentária. 2.19.1 Retração de dentes anteriores Marassi et al.(2005) diz que a retração de dentes anteriores em casos que não permitam perda de ancoragem é talvez a indicação mais citada na literatura para o uso dos mini-implantes ortodônticos (figura 17). Figura 17 - Ilustração de retração em massa dos dentes anteriores, com linha de ação de força horizontal próxima ao centro de resistência do conjunto que está sendo movimentado. Fonte: ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.2 Mesialização de dentes posteriores Kyung et al.(2003) relataram que a mesialização de dentes posteriores,(figura 18). quando não se quer retração dos dentes anteriores, representa um problema para o ortodontista. Seja para fechar espaços de perdas dentárias, compensar casos de Classe II ou III de Angle ou descompensar casos cirúrgicos, a utilização de mini-implantes ortodônticos pode ser de grande valia na simplificação da mecânica ou na eliminação da necessidade de colaboração por parte do paciente.Com esta finalidade, devem ser inseridos entre canino e primeiro pré-molar ou entre primeiro e segundo pré-molares, por vestibular. É recomendada, porém, sempre que possível, a instalação também por palatino ou lingual para que, durante a mesialização dos elementos dentários, tenha-se maior controle de rotações. Figura 18 - Ilustração do uso de entre canino e primeiro pré-molar para a mesialização de molares: A) ativação do sistema; B) molares mesializados. Fonte: ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.3 INTRUSÃO DE INCISIVOS Segundo Costa et al. (1998) a utilização de mini-implantes na ancoragem esquelética proporciona intrusão de incisivos (figura 19).sem efeitos indesejados em outras unidades podendo, em muitas situações, simplificar a mecânica ortodôntica.São especialmente úteis para intrusão dos incisivos, quando o paciente apresenta ausência de muitas unidades posteriores. A posição ideal para a instalação dos mini-implantes com a finalidade de instruir incisivos dependerá da inclinação destes. Em casos com incisivos verticais ou retroinclinados, como na Classe II, 2ª divisão de Angle, pode-se utilizar um único mini-implante na linha média próximo à espinha nasal anterior. Para a intrusão de incisivos inferiores, o mini-implante deve ser posicionado o mais baixo possível, entre os centrais inferiores. Ainda de acordo com Kanomi, (1997) a força passará bem à frente do centro de resistência do conjunto, gerando um efeito de intrusão e proclinação das unidades dentárias. Caso não se queira a projeção ou proclinação , seja no arco superior ou inferior, podem-se utilizar dois mini-implantes, posicionando-os entre centrais e laterais ou entre laterais e caninos, fazendo com que a ação da força passe mais próxima do centro de resistência do conjunto formado pelos dentes que estão sendo movimentados. Figura 19 - Ilustração do posicionamento dos para a intrusão de incisivos superiores: A) entre incisivos centrais; B) entre incisivos laterais e caninos. Fonte: ARAUJO ET AL.(2006)R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.4 Intrusão de dentes posteriores Segundo Bae et al.(2006) a intrusão de molares (figura 20).e (figura 21). é, talvez, o movimento mais difícil de se conseguir ortodonticamente. Ainda segundo Bae, (2006) o número e a posição dos mini-implantes a serem instalados com a finalidade de intruir dentes posteriores podem variar, e depender de quantas e quais unidades serão intruídas. Para a intrusão de uma ou mais unidades do mesmo lado do arco, são necessários pelo menos dois mini-implantes, sendo um por vestibular e outro por palatino (figura 22). A aplicação de força tanto por vestibular quanto por palatino tem por objetivo conseguir uma intrusão verdadeira sem inclinações ou giroversões. Podem-se utilizar, ainda, caso se queira a intrusão de um número maior de dentes, três ou quatro, estrategicamente distribuídos. Figura 20 - Ilustração de mini-implantes posicionados por vestibular e palatino paraintrusão de molares (visão proximal). elástico em cadeia unindo acessório fixado na coroa e no mini-implante de cada lado, ativam o sistema. Fonte-ARAUJO ET ALR Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Figura 21 - Ilustração do posicionamento de miniimplantes para a intrusão de um grupo de dentes posteriores: A) visão vestibular; B) visão oclusal. Fonte-ARAUJO ET AL R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Figura 22 - Ilustração do uso de dois mini-implantes, mesial e distal, para a intrusão de um molar: A) ativação com elástico por vestibular e palatino, domini-implante para cada face do dente; B) com elástico passando por oclusal. FonteARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.5 Correção do plano oclusal Carano et al.(2005) diz que a inclinação do plano oclusal, freqüentemente encontrada em pacientes com perda dentárias, portadores de assimetrias faciais, disfunções musculares severas e algumas outras patologias localizadas, é também uma das difíceis condições oclusais a serem corrigidas na clínica ortodôntica. Esta condição, sem o auxílio de uma ancoragem esquelética, implica em extrema dificuldade mecânica. A utilização de miniimplantes para a intrusão de unidades dentárias que estejam desniveladas,(figura 23) comprometendo a inclinação do plano oclusal, pode significar a substituição de uma mecânica extremamente complexa por um recurso simples. Figura 23 - A, B) Ilustração da utilização de miniimplante para a correção da inclinação do plano oclusal. Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.6 Distalização de molares Chung et al.(2004) diz que a necessidade de distalização de molares é extremamente freqüente na clínica ortodôntica, sendo utilizada para a correção de más oclusões de Classe II e III de Angle, sem extrações dentárias. Diversas técnicas visam este objetivo,tendo como principais os aparelhos extra bucais, distalizadores intrabucais e mecânicas de Classe II e III. Estes recursos apresentam como pontos negativos a falta de estética, a presença de efeitos indesejados nas unidades de ancoragem, além da necessidade de colaboração por parte do paciente. A utilização de mini-implantes para distalizar molares esbarra no problema da localização, uma vez que esses são normalmente posicionados entre raízes. O posicionamento dos mini-implantes entre o segundo pré-molar e o primeiro molar seria uma boa opção para este tipo de movimentação, sendo necessário utilizar-se sliding jigs ou molas abertas para transferir a força para uma região mais posterior (figura 24), (figura 25) e (figura 26). Figura 24 – A e B, Ilustração da utilização de para a distalização de molares através de sliding jigs e elastômeros em cadeia. Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Figura 25- A, B) Ilustração da utilização de mini-implantes para a distalização de molares através de mola aberta inserida no arco. Ativação realizada com amarrilho metálico do para o gancho deslizante comprimindo a mola. Fonte: ARAUJO ET AL.(2006)R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Figura 26 - Ilustração de distalização de molares com mini-implantes na linha média do palato, utilizando barra transpalatina: A) início da ativação; B) molares distalizados. Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.7 Verticalização e desimpacção de molares Giancotti et al.(2003)relata que a verticalização dos molares inferiores está recomendada quando acontece inclinação acentuada destes dentes, devido à perda de unidades adjacentes ou em casos de impactação de segundos molares inferiores. Dependendo do grau de angulação que o dente em questão se encontre, e levando em consideração o seu volume radicular, este tipo de movimentação pode tornar-se difícil. A possibilidade de utilização dos mini-implantes com carga imediata tem modificado a abordagem clínica e biomecânica deste problema. Seja para evitar movimentações indesejadas nas unidades de ancoragem, seja para impedir a extrusão do próprio molar, a utilização de um ou mais mini-implantes ortodônticos pode ser de grande auxílio. Marassi et al.(2005) diz que uma das opções para a inserção de mini-implantes com o intuito de desimpactar e/ou verticalizar molares é a região retro molar. Neste caso, o ponto de ancoragem fica posicionado distalmente da unidade em questão, ocorrendo assim uma abertura de espaço. A ativação ortodôntica pode ser realizada através de molas fechadas, elásticos em cadeia ou em fio amarrilho, do mini-implante a um acessório fixado, onde for possível (faces distal, oclusal ou mesial), no dente a ser movimentado (figura 27). Figura 27 - Ilustração do uso de mini-implante na região retromolar para a verticalização de molar com abertura de espaço: A) ativação do sistema através de elásticos; B) molar verticalizado. Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006.Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes De acordo com Marassi et al. (2005) pode-se verticalizar o molar colocando o miniimplante posicionado entre as raízes dos pré-molares e confeccionando um arco de aço dobrado entrando no tubo do molar pela distal e sendo ativado com elástico em cadeia (elastômero), para verticalizar, intruir e mesializar (figura 28). Figura 28 -Ilustração da verticalização de molar inferior com mini-implante entre pré-molares foi inserido na distal do tubo: arco de aço dobrado A) ativado com elastômero em cadeia eB) após a mesialização da unidade. FonteARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.8 Correção de mordida cruzada posterior Park et al.(2004) relata que quando os dentes superiores e inferiores apresentam desvios em suas inclinações axiais, pode-se lançar mão de elásticos intermaxilares para correção do problema. Porém, além de apresentarem resultante de força extrusiva, o que não é desejável para alguns casos, necessita da colaboração do paciente. Ainda segundo Park et al.(2004) para descruzamento de mordida posterior, os miniimplantes devem ser posicionados da seguinte forma: para a correção de mordida cruzada lingual, utiliza-se um mini-implante por vestibular na maxila e outro por lingual na mandíbula; para a correção de mordida cruzada vestibular, utiliza-se um mini-implante no palato e outro por vestibular na mandíbula.(figura 29).Desta forma evita-se o efeito extrusivo e a necessidade de colaboração do paciente. Caso apenas uma unidade dentária esteja com sua inclinação axial incorreta, utiliza-se um ou dois mini-implantes no lado contrário à inclinação. Este recurso pode também representar uma opção para correção de inclinação vestibular dos segundos molares superiores, sem efeito de extrusão, mesmo que estes não estejam em mordida cruzada . Figura 29 - Ilustração da correção de mordida cruzada posterior lingual: A) instalados por vestibular na maxila e lingual na mandíbula, e B) mordida cruzada corrigida, após ação dos elásticos. Figura 61B- ilustração da correção de mordida cruzada posterior vestibular: A) instalados no palato e vestibular mandíbula, e B) mordida cruzada corrigida, após ação dos elásticos. FonteARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.9 Tracionamento de dentes inclusos De acordo com Carano et al.(2005) o mini-implante ortodôntico, estrategicamente instalado, pode proporcionar o tracionamento de dentes inclusos, sem necessidade de montagem do aparelho fixo e sem o conseqüente movimento indesejado das unidades de ancoragem,como por exemplo caso de caninos inclusos (figura30) e (figura 31). Com a unidade dentária já presente na cavidade bucal a aparelhagem fixa deve ser instalada para a correção de possíveis giros e inclinações. Neste caso, a grande vantagem é a diminuição do tempo de tratamento com aparelho fixo em boca. Figura 30 - Ilustração de tracionamento de canino com uso de mini-implantes: A) ativação do sistema com elástico e B) canino melhor posicionado no arco. Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Figura 31 - Caso clínico com início de tracionamento de canino incluso: A, B) Ativação do sistema com corrente e elástico em cadeia; C, D) Radiografas evidenciando melhora no posicionamento da unidade dentária. Fonte: ARAUJO ET AL.(2006)R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. 2.19.10 Correção de linha média e elásticos intermaxilares Marassi et al.(2005) relatou em estudos que os mini-implantes posicionados em um dos arcos podem ainda ser de grande valia como recurso de ancoragem para movimentação dentária. Tanto para correção da linha média como para apoio no uso de elásticos intermaxilares, (figura 32). Figura 32 - Ilustração do uso de para a correção da linha média dentária superior, quando da ausência de dentes posteriores. Fonte: ARAUJO ET AL.(2006)R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Laboissière-jr et al.(2005) observando as aplicações clínicas dos mini-implantes ortodônticos elaborou as tabelas a seguir como protocolos simples para facilitar a indicação, quantidade a ser colocado, local de instalação e finalidade. Tabela 5 Protocolo de aplicação clínica para retração anterior superior. INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Retração anterior-superior. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 2 microparafusos ortodônticos por vestibular. LOCAL DE INSTALAÇÃO • Entre os segundos pré-molares e os primeiros molares superiores. FINALIDADE • Ancoragem direta para a distalização anterior, com diminuição de possíveis movimentos idesejáveis de mesialização da unidade de ancoragem. Tabela 6 Protocolo de aplicação clínica para retração anterior inferior. INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Retração anterior-inferior. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 2 microparafusos ortodônticos por vestibular. LOCAIS DE INSTALAÇÃO • Entre os segundos pré-molares e os primeiros molares inferiores Entre os primeiros e os segundos molares inferiores,preferencialmente. FINALIDADE • Ancoragem direta para a distalização anterior, com diminuição de possíveis movimentos indesejáveis de mesialização da unidade de ancoragem. Tabela 7 Protocolo de aplicação clínica para desvio de linha média. INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Desvio da linha média. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 1 microparafuso por vestibular. LOCAL DE INSTALAÇÃO • Entre o segundo pré-molar e o primeiro molar superior do lado contrario ao desvio. FINALIDADE • Tracionar os elementos anteriores, através da orientação do arco para a correção da linha média Tabela 8 Protocolo de aplicação clínica para mesialização do molar inferior. INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Mesialização de molar inferior. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 1 microparafuso ortodôntico por vestibular. LOCAL DE INSTALAÇÃO • Preferencialmente entre o primeiro pré-molar e o canino inferior. FINALIDADE • Tracionamento para a mesial dos molares remanescentes p/ substituir o elemento perdido. Tabela 9 Protocolo de aplicação clínica para distalização dos dentes posteriores. INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Distalização dos dentes posteriores. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 2 microparafusos ortodônticos nos casos simétricos por vestibular. • 1 microparafuso ortodôntico nos casos assimétricos por vestibular. LOCAL DE INSTALAÇÃO • Entre os segundos pré-molares e os primeiros molares superiores. FINALIDADE • Distalizar os dentes superiores para ganhode espaço ortodôntico. Tabela 10 Protocolo de aplicação clínica para intrusão de molares superiores. INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Intrusão dos molares superiores. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 2 microparafusos ortodônticos por vestibular. • 1 microparafuso ortodôntico por palatino. LOCAL DE INSTALAÇÃO • 1 entre o segundo pré-molar e o primeiro molar superior • 1 entre o primeiro molar e o segundo molar superior. • 1 entre as raízes palatinas do primeiro molar e o segundo molar superior FINALIDADE • Intrusão pura de elementos dentários extruídos quecomprometem o espaço inter-oclusal, para futura reabilitação cirúrgica/protética. Tabela 11 Protocolo de aplicação clínica para movimentações ortodônticas com ausência da unidade de ancoragem inferior INDICAÇÃO ORTODÔNTICA • Ausência da unidade de ancoragem inferior. QUANTIDADE DE MICROPARAFUSOS • 1 microparafuso ortodôntico por vestibularpara cada lado. LOCAL DE INSTALAÇÃO • Preferencialmente entre o pré-molare o primeiro molar superior. FINALIDADE • Realizar movimentos simples ou complexos ondehá necessidade de controle absoluto da ancoragem. Tabela 5 a 11 Fonte Laboissière-jr et al. (2005). 3. Ilustrações de marcas comerciais de mini-implantes disponíveis no mercado Existem diferentes tipos de kits para colocação de mini-implantes encontrados atualmente no mercado,como exemplos poderíamos ilustrar abaixo; Kit para colocação dentaurum,Thomas ancorage. Figura- 33 - Kit para colocação dentaurum, Thomas ancorage. Fonte:http://www.dentaurum.de/eng/orthodontie_tomas.aspx Kit para colocação imtec ortho implant,3m. Figura-34Fonte:http://multimedia.3m.com/mws/mediawebserver?mwsId=66666UuZjcFSLXTtmxME4xM_EVuQEcuZgVs6EVs6E666666-&fn=012-164%20Cope%20article.pdf Kit para colocação sin-sistema de implantes; Figura- 35 Fonte: http://www.sinimplante.com.br/ Kit para colocação conexão implantes. Figura- 36 Fonte: http://www.conexaomaster.com.br/ortoimplante.htm Kit colocação miniimplantes Aarhus mini-implant. Figura -37 Fonte:http://www.aarhus-mini-implant.com/ Kit colocação miniimplantes AbsoAnchor microimplant dentus. Figura- 38 Fonte:http://dentos.co.kr/new_main.html Kit colocação miniimplantes Vector Tas,ormco. Figura -39 Fonte:http://www.ormco.com/index/ormco-products-vector-simplesystem Kit colocação miniimplantes Spider Screw,Ortho thecnology. Figura -40 Fonte:http://www.orthotechnology.com/new_products/SpiderScrewFAQ.cfm Kit colocação miniimplantes Leone orthodontic mini implants. Figura- 41 Fonte: http://www.leone.it/english/ 4-Procedimento cirúrgico para instalação do mini-implante autorosqueante: Sequência clínica ilustrativa. Park et al.(2004) o mini-implante pode ser autorosqueante ou autoperfurante . O primeiro, devido ao poder de corte presente, após a osteotomia inicial (perfuração da mucosa gengival e cortical óssea com uma fresa, cria seu caminho de entrada no osso. O segundo, por não necessitar de fresagem óssea, tem o processo operatório mais simples e rápido. Acreditase que os autoperfurantes apresentam maior estabilidade primária e oferecem maior resistência à aplicação de carga ortodôntica imediata, devem ser de primeira escolha do ortodontista. Ainda de acordo com Park,(2004) os mini-implantes possuem diferentes comprimentos da ponta ativa e do perfil transmucoso e podem ser divididos em A) cabeça; B) perfl transmucoso e C) ponta ativa. Villela et al. (2004) diz que o sucesso da utilização dos mini-implantes como recurso de ancoragem,está ligado a um planejamento cuidadoso e individualizado a cada caso. Após a determinação do plano tratamento para a correção da má oclusão em questão, o ortodontista definirá o tipo de movimento desejado, o tamanho, diâmetro, formato da cabeça e a quantidade e os locais para a instalação. Radiografia panorâmica da uma visão geral do caso,mas o raio x periapical irá nos orientar quanto ao local de instalação,para verificar disponibilidade de espaço entre as raízes para colocação. De acordo com os autores Kyunget al.(2003),Villela et al. (2004), Park et al.(2004), Bezerra et al.(2004), Araújo et al. (2006) foi possível elaborar uma sequência ilustrativa de inserção dos mini-implantes autorosqueantes descrito a seguir: Colocação do cursor na sonda milimetrada e com ele perfurando a mucosa,para aferição da espessura da mucosa ceratinizada (fig 42 e fig 43) ou aferição da espessura da mucosa palatina com agulha anestésica com cursor de borracha e avaliação da espessura da mucosa com a sonda milimetrada para escolha do tamanho do perfil transmucoso do miniimplante. (figura 44 AeB). Fig 42 - Sonda milimetrada com cursor de borracha posicionado na sua extremidade FonteVILLELA ET AL.(2006),: Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas Fig 43 - Perfuração da mucosa palatina coma sonda milimetrada para avaliar a sua espessur Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio: autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas Fig 44 - Aferição da espessura da mucosa palatina: A) agulha anestésica com cursor de borracha e B) avaliação da espessura da mucosa com a sonda milimetrada. Fonte ARAUJO ET AL.(2006): R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implante. Confeccionar um cursor de latão e posiciona-lo no local onde o mini-implante será instalado tirar radiografia periapical visualizando o cursor entre as raízes dos molares,visualizar a posição onde o miniimplante será instalado, (figura45). Fig 45 -A) Cursor de latão posicionado; B) Radiografa periapical visualizando o cursor entre as raízes dos molares; Fonte: ARAUJO ET AL.(2006)R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, p. 128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implante. Kyung et al.(2003), com o objetivo de alcançar maior estabilidade primária e evitar proximidade com as raízes,recomenda-se, na maxila, a instalação de mini-implantes com inclinação perpendicular ou com angulação de até 30 a 40 graus em relação ao longo eixo dos dentes,deve-se ainda inserir o mini-implante em área de mucosa ceratinizada, evitando as regiões de mucosa não-ceratinizada mais próximas ao fundo de vestíbulo.Na mandíbula, devido à maior espessura da cortical óssea, pode-se utilizar angulação perpendicular até 10 a 20 graus em relação ao longo eixo dos dentes. A densidade do osso cortical varia de paciente para paciente, podendo, ainda, num mesmo indivíduo, apresentar diferenças entre os lados direito e esquerdo. Bezerra et al.(2004)a loja óssea para inserção dos mini-implantes poderá ser preparada de forma transmucosa, com motor de baixa rotação (máxima de 300rpm), utilizando broca helicoidal sob irrigação profusa com solução salina, evitando assim o aquecimento ósseo como na figura abaixo(figura 46).Normalmente se usa motor de rotação para mini-implantes autorosqueantes. Fig 46 -Perfuração da mucosa e cortical óssea com motor cirúrgico e fresa helicoidal para instalação mini-implante autorosqueante. Fonte ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, P.128, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implante. Araújo et al. (2006) após a perfuração usa-se chave manual para fazer a instalação do mini-implante(Figura 47),no mercado existem diferentes tipos de chaves manuais,como exemplo ilustramos a seguir algumas chaves manuais dos respectivos kits de mini-implantes (figuras 48,49,50,51) a seguir; Fig 47-Instalação minimplante com chave manual.Fonte:ARAUJO ET AL.(2006) R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 4, jul./ago. 2006. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implante. Fig 48 -Chave manual kit dentaurum thomas anchorage Fonte:http://www.dentaurum.de/eng/orthodontie_tomas.aspx Fig 49-Chave manual kit Sin,Implantes. Fonte:http://www.sinimplante.com.br/ Fig 50-Chave manual kit Aarhus mini- implants. Fonte:http://www.aarhus-mini-implant.com/ Fig 51-Chave manual kit ortho implants leone.Fonte:http://www.leone.it/english/ 5-Procedimento cirúrgico para instalação do mini-implante autoperfurante: Sequência clínica ilustrativa. Villela et al.(2006) ilustrou em seu artigo a seguinte sequência de procedimentos para instalação dos mini-implantes auto-perfurantes. 1-Na figura 52 a seguir confecção de guia cirúrgico radiopaco e o posicionamento do guia no local de instalação, guia confeccionado em forma de alça com fio ortodôntico retangular e posicionado no slot do braquete do pré-molar e tubo do molar. Figura 52 -Guia cirúrgico, radiopaco, posicionado no possível local de instalação do mini-implante,construído com fio ortodôntico Fonte: VILLELA ET AL.(2006),Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 2-Na figura 53 após colocação do guia, radiografia periapical para visualização da imagem radiopaca aonde o mini-implante será instalado, para visualizar espaço presente entre as raízes. Figura 53- Radiografia periapical com o guia posicionado Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 3-Anestesia sub-periosteal no local exato da demarcação radiográfica aonde o miniimplante será instalado (figura54). Figura 54 - Anestesia sub-perioteal aplicada no local exato da instalação do microparafuso Fonte: VILLELA ET AL.(2006),Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clinicas 4-Na figura 55, marcação com sonda milimetrada no local aonde o mini-implante será instalado para localizar o local de gengiva inserida. Figura 55 - Utilização de uma sonda milimetrada para conferir o local de instalação do microparafuso Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 5-Na figura 56, perfuração da mucosa ceratinizada com sonda exploradora fina para marcação do local aonde será instalado o mini-implante. Figura 56 - Perfuração da mucosa ceratinizada coma sonda exploradora Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 6-Na figura 57, encaixe do mini-implante na chave manual para instalação. Figura 57–Mini-implante encaixado na chave manual Fig 57-Chave manual kit Sin,Implantes. Fonte:http://www.sinimplante.com.br/ 7-Na figura 58 ocorre o posicionamento do mini-implante junto com a chave manual no local demarcado devido a perfuração com a sonda exploradora. Figura 58 - Micro parafuso encaixado na chave manual em posição para efetuar a instalação Fonte: VILLELA ET AL.(2006),Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas Segundo Villela et al.(2006) neste momento a angulação do mini-implante deve ser efetuada de acordo com a região onde este estará sendo instalado como nas figuras 59 e 60 abaixo: Figura 59 - Instalação do micro parafuso na mandíbula com angulação de 30 a 40 graus em relação ao longo eixo do dente. Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas Figura 60 -Instalação do micro parafuso na maxila perpendicular ao longo eixo do dente. Fonte:VILLELA ET AL.(2006), Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal.Microparafuso ortodôntico de titânio:autoperfurante(MPO).Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas. 8-Após a instalação, verificar com sonda exploradora a fixação para verificar se ocorre isquemia ou mobilidade(figura 61).Se caso ocorrer deverá ser reinstalado para ter instabilidade primária para efetuar as movimentações ortodônticas. Figura 61 -Avaliação da estabilidade primária do micro parafuso com a extremidade da sonda exploradora Fonte: VILLELA ET AL. (2006)Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 9-Uma radiografia periapical final (figura 62)de preferência realizada com posicionador o mais paralelo possível para evitar distorções deverá ser efetuada para visualizar o posicionamento do mini-implanteno local de inserção e se não ocorreu lesões nas raízes dos dentes vizinhos. Figura 62 - Radiografia periapical com o microparafuso instalado. Fonte: VILLELA ET AL.(2006),Volume 01 - Número 01 - Maio/2006. Innovations Implant Journal. Microparafuso ortodôntico de titânio autoperfurante (MPO). Novo protocolo cirúrgico e atuais perspectivas clínicas 6. DISCUSSÃO Gainsforth e Higley em (1945) começaram suas pesquisas utilizando parafusos, apesar de todos estes experimentos terem falhados, serviram para o inicio de trabalhos e pesquisas para movimentação dentária utilizando implantes endósteos. Branemark et al.(1952-1969) através de pesquisas observou a possibilidade de crescimento ósseo ,no implante metálico de titânio possibilitando a introdução do termo osseointegração. Roberts et al.(1989) descreveu o uso de implantes temporários na região retromolar para obtenção de ancoragem máxima em mandíbulas de animais, em continuas pesquisas Roberts et al. (1994) teve importância significativa pois concluiu que implantes endósteos tinham potencial para serem utilizados como ancoragem óssea estável para ortodontia e ortopedia facial. Kanomi et al (1997-1999) devido a limitações anatômicas para uso de implantes convencionais como ancoragem ortodôntica demonstrou a utilização de com 1,2 mm de diâmetro e 6 mm de comprimento com finalidade de intrusão dos incisivos inferiores obtendo excelente sucesso, a partir do padrão desenvolvido por kanomi possibilitou desenvolvimento dos mini-implantes utilizados nos dias atuais. Mah e Bergstrand (2005) publicaram os resultados envolvendo diversos pesquisadores e clínicos experientes na área de ancoragem esquelética, previamente à reunião da AAO (American Association of Orthodontics), em Orlando. A definição da melhor nomenclatura a ser utilizada para estes dispositivos, sendo que o termo Dispositivo de Ancoragem Temporária (DAT) refere-se a “todas as variações de implantes, parafusos, pinos e onplants que são instalados especificamente para promover ancoragem ortodôntica e são removidos após a terapia biomecânica”, o que foi aceito pelos presentes. Da mesma forma, apesar de não haver consenso do ponto de vista científico, o termo parece ser mais adequado. De acordo com Favero et al.(2002), Kyung et al. (2003), Park et al.(2004), Bezerra ,F.et al. (2004) as características dos mini-implantes são a forma do implante deve promover ancoragem mecânica, através de superfície de contato ósseo, que permita a distribuição da carga funcional sem causar danos à fisiologia do tecido ósseo, sendo os formatos mais usados o cilíndrico e o cônico. O perfil transmucoso é a área compreendida entre a porção intra-ossea e a cabeça do mini-implante, onde ocorre a acomodação do tecido mole periimplantar , sua altura pode variar de 0,5 a 4 mm e deve ser selecionado de acordo com a espessura da mucosa da região onde será instalado. Usualmente constituída em titânio polido, o perfil transmucoso é fundamental para que haja a possibilidade de manutenção da saúde dos tecidos Peri implantares, sobretudo em regiões de mucosa queratinizada, uma vez que a ausência de inflamação, nesta área, é fator relevante para a estabilidade do. A ponta ativa é a porção intra-óssea correspondente às roscas do implante. Certamente, quanto maior quantidade de roscas, maior será a resistência ao deslocamento e a estabilidade primária. O mini-implante pode ser autorosqueante ou autoperfurante. O primeiro, devido ao poder de corte presente, após a osteotomia inicial (perfuração da mucosa gengival e cortical óssea com uma fresa), cria seu caminho de entrada no osso. O segundo, por não necessitar de fresagem óssea, tem o processo operatório mais simples e rápido. Acredita-se que os mini-implantes autoperfurantes apresentam maior estabilidade primária e oferecem maior resistência à aplicação de carga ortodôntica imediata. Villela, et al. (2004), Laboissière,et al.(2005), Nascimento, (2006), Bezerra, et al. (2006) todos concordam que os critérios para seleção dos mini-implantes são fundamentais para o sucesso da terapia ortodôntica. Escolha do mini-implante de acordo com o local de instalação espessura, comprimento,perfil transmucoso ideal, radiografias periapicais e panorâmicas,palpação digital para localização das raízes são uns dos critérios enfatizados pelos autores. Quanto ao planejamento cirúrgico da colocação dos mini-implantes de acordo com Korrodi Ritto, (2000) com o surgimento dos mini-implantes autoperfurantes no mercado a facilidade de inserção facilitou o emprego pelo ortodontista. Park. et al.(2002) sugeriu que as melhores áreas para instalação dos mini-implantes são entre os pré-molares e molares superiores por vestibular na maxila, entre os primeiros e segundos molares por vestibular na mandíbula e entre as raízes palatinas dos primeiros e segundos molares superiores, sendo que a espessura da cortical óssea alveolar aumenta da região dentária anterior para a posterior. No entanto, segundo Park o planejamento deve ser individualizado. Kyung (2002) e (2003) propôs a confecção de uma guia cirúrgica radiopaca através da utilização de fios ortodônticos para colocação antes da tomada radiográfica para demarcar o local onde o será inserido mini-implante, sendo este recurso de grande valia para se evitar lesões a estruturas anatômicas. Ainda relata que a cirurgia de instalação tem como maior finalidade a obtenção de uma alta estabilidade inicial que conferirá imobilidade ao sistema de ancoragem viabilizando sua ativação ortodôntica, sendo a seleção do comprimento e espessura importante para este requisito.Parket al (2002) também diz que a estabilidade inicial é importante para o inicio da ativação do mini-implante e utiliza guias cirúrgicos para sua inserção. Kyung, Park, Bae, Sung, (2003) dizem que a osteotomia para instalação dos miniimplantesdeverá ser realizada em baixa rotação (300 Rpm) sob irrigação profusa para evitar aquecimento ósseo e utilizando broca com diâmetro 0,2 ou 0,3 milímetros, menor do que o diâmetro do autorosqueante. Park et al (2002) sugere a instalação dos mini-implantes com angulação de 30 a 40 graus em relação à superfície óssea cortical externa para obter maior estabilidade primária e evitar maior proximidade do mini-implante com as raízes dentárias, sendo também possível sua instalação de maneira perpendicular à estrutura óssea em casos onde haja maior disponibilidade óssea. Kyung, (2003) e Park, (2004) dizem que na região posterior da mandíbula, normalmente se faz a instalação do mini-implante com angulação de 30 a 40° em relação ao longo eixo do dente, isto permite um maior aproveitamento da cortical externa, além de evitar sobrecargas geradas pela força da mastigação, já na região posterior da maxila, a angulação de instalação deve ser perpendicular em relação ao longo eixo do dente, pois nesta área a cortical é bem delgada e não há grande incidência de forças da mastigação. Lavoisier jr.(2005) a osteotomia para instalação dos mini-implantes deverá ser realizada com motor de baixa rotação (300 RPM), sob irrigação profusa com solução salina para evitar aquecimento ósseo, e utilizando broca helicoidal de 1mm de diâmetro. Usualmente, essa fresa possui 0,2 ou 0,3mm de diâmetro menor do que o, possibilitando que a estabilidade do implante se dê por contato justo entre a sua superfície e a parede óssea. A osteotomia é realizada rompendo-se a cortical alveolar externa, sendo que o aprofundamento da perfuração dependerá da densidade óssea trabecular. Em áreas de maior densidade óssea (osso dos tipos I e II), recomenda-se uma perfuração mais profunda, podendo-se chegar ao comprimento parcial ou total do, evitando-se assim um excesso de compressão da interface /osso que geraria uma hialinização por isquemia desta área e conseqüentemente perda da estabilidade. Entretanto, em regiões com menor densidade óssea (osso tipos III e IV), a osteotomia poderá se restringir à cortical alveolar ou aprofundar-se alguns milímetros no osso medular, deixando que o parafuso auto-rosqueante crie sua própria loja óssea a fim de que haja um aumento da estabilidade primária do. Em seguida, usando uma chave manual ou um motor cirúrgico em baixa rotação (20 RPM) com torque máximo de 10Ncm, o mini-implante é instalado também sob irrigação. Preferencialmente, o implante deverá ser instalado em região de mucosa ceratinizada, sendo a perfuração realizada de maneira transmucosa. Marassi, et al.(2005) diz que para evitar aquecimento a perfuração deve ser feita em baixa rotação, aproximadamente 300 rotações por minuto, acompanhada por intensa irrigação com soro fisiológico .Em gengiva inserida não é necessária a execução de incisão ou abertura de retalho para exposição óssea, ou seja, a perfuração com a fresa helicoidal pode ser feita diretamente através da gengiva. O operador pode escolher entre dois métodos de perfuração perpendicular ou angulada sendo o mais recomendado a perfuração angulada. A perfuração e subsequente inserção do mini-implante angulado tem a vantagem de proporcionar uma maior área de contato com a cortical óssea e, na maioria das vezes, diminui a chance de contato da broca ou do mini-implante com as raízes adjacentes ao local. No processo alveolar da maxila comumente, utiliza-se uma angulação de 30 a 60 graus em relação ao longo eixo do dentes, por vestibular ou por palatina. Na sutura palatina utiliza-se de 90 a 110 graus em relação ao palato. Na mandíbula utiliza-se uma angulação de 30 a 60 graus. Utiliza-se 90 graus para bicorticais. A inserção pode ser realizada utilizando-se chave manual ou chave para contraângulo redutor em aproximadamente 30 rpm. A instalação com chave manual permite maior sensibilidade ao operador, que encontrando uma resistência significativa, pode desconfiar de contato com as raízes de dentes vizinhos. Zenóbio et al. (2009) diz que a perfuração da cortical externa, com fresa de 1,1 mm de diâmetro adaptada ao motor de implantes osseointegrados e que após a perfuração da cortical externa, é realizada a inserção de um mini-implante ortodôntico autorosquenate de 1,3 mm de diâmetro, comprimento variando de 9 a 11mm e cinta média . De acordo com pesquisas feitas por Araújoet al.(2006) e Zenóbio, (2009) a área de escolha para a inserção dos mini-implantes que serão utilizados como ancoragem para o movimento de retração em massa dos dentes ântero-superiores é preferivelmente o espaço entre as raízes dos segundos pré-molares e primeiros molares superiores. Restle (2006) a escolha do local de inserção do mini-implante deve ser baseada em regiões adequadas de tecidos moles, como a presença de gengiva inserida, quantidade de osso cortical adequada, inclinação da implantação, tamanho do mini-implante no tipo de movimento dentário que se pretende intrusão, extrusão, ou fechamento de espaços, tanto com movimentação para mesial quanto para distal. Consequentemente, para que os mini-implantes sejam efetivos como recurso de ancoragem, é necessário que exista adequada espessura de cortical óssea; espaços suficientes entre as raízes para a sua inserção. Borges,(2009) e Mucha,(2009) também cita a importância da espessura da cortical ósseae diz que na cortical vestibular do osso alveolar maxilar, a maior densidade óssea foi observada na área entre os pré-molares. No osso basal maxilar a maior densidade na cortical vestibular foi verificada entre os pré-molares e entre molares. A densidade da cortical alveolar lingual maxilar apresentou valores ligeiramente superiores aos da cortical vestibular. A tuberosidade maxilar foi a região com menor densidade óssea. A densidade óssea na mandíbula foi maior que na maxila em praticamente todas as áreas avaliadas. Observou-se na mandíbula uma tendência de acréscimo progressivo da densidade óssea de anterior para posterior e de superior para inferior. A cortical alveolar mandibular de maior densidade foi na região retro-molar, tanto pela vestibular como pela lingual. Kyung, (2003) e Park (2004) o processo de instalação do mini-implanteautoperfurante deve ser feita, preferencialmente, de forma manual utilizando a chave longa, evitando a instalação mecânica com o contra-ângulo. O uso do contra-ângulo deve se reservar apenas aos casos onde a chave manual não tem acesso, como por exemplo, regiões posteriores do palato. Herman et al.(2005) diz que o protocolo cirúrgico para instalação dos miniimplantes auto-perfurantes é mais simples, reduz a possibilidade de lesão de raízes e proporciona uma melhor estabilidade primária em relação aos auto-rosqueantes .Relata que os mini-implantes auto-perfurantes dispensa uma descorticalização prévia e deve ser inserido diretamente com chave manual. Villela, Bezerra, Laboissière jr (2006), os mini-implantes auto-perfurantes apresentando desenho do corpo cônico com uma ponta perfurante, dispensando o uso de fresa para efetuar a descorticalização inicial. A perfuração da cortical vestibular da maxila é facilmente efetuada, devido ao osso cortical nesta região ser muito delgado. A região de palato oferece maior resistência, principalmente na linha média. Nestes casos pode-se utilizar uma fresa de 1,0 mm de diâmetro, com velocidade máxima de rotação de 300 RPM sob irrigação profusa para fazer a perfuração inicial. Esta frisagem inicial é feita com o intuito de facilitar a introdução do, evitando uma possível fratura. Após a descorticalização, faz-se a instalação do utilizando o contra ângulo com a velocidade média de 20 RPM. A cortical vestibular mandibular também poderá oferecer resistência à perfuração inicial do, devido a sua maior espessura, contudo a necessidade de descorticalização com fresa é menos freqüente. Segundo Villela, Bezerra, et al.(2004) as técnicas cirúrgicas vêm sofrendo alterações , sendo que a cada ano o procedimento cirúrgico se torna mais simplificado. Nascimento. et al.(2006), Phiton,(2007), concordam em dizer que a higienização é fundamental para o sucesso da estabilidade do mini-implante ortodôntico. Bae,et al.(2002), Laboissière Jr, et al.(2006) afirmam que os mini-implantes trazem várias vantagens ao tratamento, tais como menor tempo de mecânica, não necessita de colaboração do paciente melhor estética, menor tempo de tratamento, conforto, maior previsibilidade do tratamento,técnicas de instalação e remoção simples. Segundo Costa et al(1998), Kyung et al (2003), Giancotti et al (2003), Chung et al.(2004),Park et al.(2004),Marassi,. et al.(2005), Carano et al (2005), Bae et al.(2006) as aplicações clínicas dos mini-implantes podem ser as mais diversas, tais como intrusão de incisivos, mesialização de dentes posteriores, verticalização e de impacção de molares, distalização de molares, correção de mordida cruzada posterior, correção de linha média e elásticos intermaxilares, retração de dentes anteriores, tracionamento de dentes inclusos, correção do plano oclusal, intrusão de dentes posteriores. 5. CONCLUSÕES Os mini-implantes possibilitam uma fácil instalação pelo próprio ortodontista de forma rápida e segura. Os mini-implantes proporcionam uma ancoragem absoluta para realização de diversas mecânicas no tratamento ortodôntico. A utilização de mini-implantes autoperfurantes proporciona maior segurança e confiabilidade, simplificando o processo operatório e diminuindo o risco de lesões. Com o desenvolvimento de um protocolo de instalação associado a um planejamento seguro e uma mecânica de movimentação dentária ajustada ao conjunto com uma boa higienização, proporciona de forma simples e segura o sucesso do tratamento ortodôntico, possibilitando uma nova expectativa no planejamento e execução tanto de casos menos complexos como em casos complexos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO T, NASCIMENTO M, BEZERRA F, SOBRAL M. 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