Jumping the bite: Uma nova abordagem clínica no tratamento da má oclusão de classe II Em Ortodontia, as má-oclusões de Classe II podem ser causadas por deficiências maxilares (60%), excessos dento-alveolares (10%) ou por uma combinação de ambas (40%). A maioria dos pacientes apresenta uma rotação e mesialização dos primeiros molares superiores, uma arcada superior estreita, guia anterior inadequada e desequilíbrio no corredor de Tomes. A correcção é frequentemente obtida por distalização dentária, com ou sem modificação do crescimento utilizando tratamentos ortopédicos funcionais ou directos. A nossa filosofia no tratamento de classes II com a técnica de SWLF (Straight Wire Low Friction) combina a máxima eficiência com uma quantidade mínima de aparelhos. Para nós é muito importante a nova visão ecológica dos nossos tratamentos, utilizando o conceito de propriocepção e as forças naturais do sistema estomatognático do paciente (forças musculares, forças eruptivas, estímulos neuromusculares, etc). Temos que iniciar o tratamento atempadamente, de acordo com os fundamentos de Tratamento Baseado na Evidência, e ter uma mentalidade eclética, combinando aparelhos fixos e funcionais na mesma fase de tratamento. Esta selecção de aparelhos nem sempre é fácil e clara, no entanto nós sugerimos (de acordo com Johnston, 2006) o aparelho por nós utilizado actua mantendo os dentes foram de oclusão e prevenindo as compensações dentárias. A utilização simultânea de aparelhos fixos e funcionais permite o alinhamento e distalização dos dentes, expansão da arcada, aumento do overjet (para proporcionar espaço suficiente para o avanço dos incisivos inferiores) e a modificação do crescimento dentofacial em pacientes com classe II, sendo que uma resposta favorável inclui concomitantemente a restrição do desenvolvimento maxilar e o crescimento diferencial da mandíbula. Em pacientes esqueleticamente imaturos com dentição permanente, uma primeira face de tratamento com aparelhos funcionais (Bionator, Orthoflex II, FR Frankel, C-Modeles, etc) é válida. Nós não utilizamos elásticos intra-orais no tratamento precoce ou na primeira fase com aparelhos fixos SWLF. A utilização de mini-implantes simplifica o controlo molar e incisal nos três planos espaciais. É uma excelente opção para os pacientes dolicocéfalos com classe II e crescimento maxilar e mandibular vertical. Na segunda fase do tratamento com aparelhos fixos, a nossa filosofia compreende a utilização de brackets com FSC (friction selection control) e superarcos (arcos de NiTi térmicos, Beta-Titânio III com loops para encerramento, BetaTitânio III de acabamento, etc). Temos uma quantidade de protocolos específicos para cada paciente de classe II, de acordo com: idade, crescimento estimado, severidade da má oclusão, biotipo facial, discrepância dentária e esquelética, compliance, etc. Na classe II podemos reduzir o tempo de tratamento graças à combinação (simultaneamente e durante o surto de crescimento mandibular) de forças de baixa fricção (bracket Synergy e arcos térmicos superelásticos), forças funcionais intermitentes (com um design inovador de aparelhos miofuncionais) e mini-implantes (quando são necessárias forças ortopédicas contínuas).