Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Análise físico-química da torta de tungue 1 1 2 Eliana B. Werlang (IC) , Manuella Schneider (IC)* , Ezequiel B. Cremonese (PG) , Adriane L. 2-3 4 Rodriguez (PQ) , Marta R. dos S. Nunes (PQ) , William L. T. da Silva (PG), Mateus S. Szarblewski 1 1-2 1-2 (IC) , Rosana de C. de S. Schneider (PQ) , Valeriano A. Corbellini (PQ) , *[email protected]. 1 2 3 Depto de Química e Física; PPG Tecnologia Ambiental; Depto Eng. Arq. E Cien.Agrárias, Universidade de Santa 4 Cruz do Sul, UNISC, Santa Cruz do Sul/ RS; Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil Ltda, Santa Cruz do Sul/RS. Palavras Chave: tungue, torta, análise. Introdução O Tungue (Aleurites fordii), árvore de pequeno porte, originária da Ásia ganha destaque de produtividade na região sul do Brasil em virtude do clima favorável a seu plantio, longevidade e baixo custo de extração do óleo. A produtividade do óleo 1 de tungue varia de 300 a 450 kg ha , sendo que o teor de óleo da fruta pode variar de 14 e 20%, o 2 kernel 53-60% e das sementes 30-40% . Possui propriedades de polimerização e secagem rápida devido ao índice elevado de ácido α- eleoesteárico. 1-3 Na região do Vale do Taquari, RS há um projeto da Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil Ltda. para incentivar o plantio de tungue visando a obtenção de óleo. Devido a necessidade de dar um destino rentável a torta resultante, buscou-se conhecer as suas propriedades. O presente trabalho descreve as avaliações do perfil desta torta, através das análises de suas principais características físico-químicas, visando a produção de compósitos ou a sua utilização como substrato para processos biotecnológicos. Resultados e Discussão Primeiramente, foi realizado o processo de extração do óleo das sementes de tungue, recentemente coletadas. A extração foi realizada em -1 uma planta da Scottech de 60 kg h , e obteve-se em média 55,1 ± 1,8 % de torta. As amostras de torta obtidas foram secas em estufa a 50 ºC por 3 horas. A partir da torta de tungue foram determinados teores de óleo residual por extração Sohxlet, cinzas em mufla a 650 ºC, fibras pelo método de Weender e proteínas totais pelo método Kjeldahl. As amostras armazenadas também foram monitoradas quanto ao teor de umidade e separadas conforme granulometria das partículas. Os valores encontrados nos permitem identificar que a torta tem potencial para ser utilizada para vários fins. Apesar de conter aproximadamente 23% de proteínas, a torta de tungue não é indicada para alimentação animal devido a sua toxicidade. No entanto, este resultado associado ao alto teor de 34a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química carboidratos faz com que ela seja interessante para a utilização no cultivo de microrganismos que possam ser responsáveis por produzir biomoléculas de interesse comercial como biossurfactantes, ácido cítrico, polissacarídeos, lipases e outros. Tabela 1. Parâmetros físico-químicos da torta de tungue. Parâmetro Valor (%) Fibras 23,0 ± 1,9 Cinzas 4,32 ± 0,01 Óleo 24,8 ± 1,8 Água 9,1 ± 0,9 Carboidratos 14,9 ± 0,8 Proteínas 23,9 ± 1,9 Também é relevante o teor de fibras encontrado nesta torta uma vez que ela poderia ser destinada a produção de compósitos dando-lhe uma aparência diferenciada e aumentando a biodegradabilidade do material polimérico usado como base. Conclusões Constatou-se que a torta de tungue obtida naquela região apresenta características físicoquímicas similares a outras tortas, porém, como o método de extração a frio é menos eficiente na remoção de óleo, ainda apresenta um valor alto do mesmo. Dá-se destaque ao teor de fibras e de proteínas encontradas, pois são parâmetros importantes para que se possa buscar agregação de valor e o seu melhor aproveitamento. Agradecimentos Pelas Bolsas ITI e Cooperfumos, FAP-UNISC ____________________ 1 GM-CNPq, SCT-RS, Ma, Z.; Zhu, W.; Q. Wei, J. Northwest For. Univ. 2007, 22, 125. Okuda, T.; Yoshida, T.; Shiota, N; Nobuhara, J. Phytochem .1975, 14, 2304. 3 Shang, Q.; Jiang, W.; Lu, H.; Liang, B. Bioresource Technology. 2010, 101, 826. 2