PCN ARTE Caracterização da área de arte • Histórico do ensino de Arte no Brasil; • Teoria e prática em Arte nas escolas brasileiras; • O conhecimento artístico como produção e fruição; • O conhecimento artístico como reflexão. PCN Arte, vol. 06, 2000 Arte no Currículo Escolar “A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.” (PCN, Arte, volume 6, p. 19) Fonte: SIAE Arte no Currículo Escolar O Ensino de Arte na Educação Escolar: as Diferentes Tendências e Concepções de Ensino O ensino de arte no Brasil possui três grandes tendências conceituais, que, didaticamente, classificamos em: (1) Ensino de Arte Pré-Modernista; (2) Ensino de Arte Modernista; (3) Ensino de Arte Pós- Modernista ou Pós-Moderno. Fonte: SIAE Arte no Currículo Escolar Na Tendência Pré-Modernista, encontraremos a concepção de Ensino da Arte como Técnica; Na Tendência Modernista, vamos encontra a concepção de Ensino da Arte como Expressão e também como Atividade; Na Tendência Pós- Modernista, a concepção de ensino da Arte como Conhecimento. Fonte: SIAE Arte como técnica Nessa concepção, o ensino de arte na educação escolar não possui um fim em si mesmo, mas, serve como meio para se alcançar objetivos que não estão relacionados com o ensino de arte propriamente dito. Parte basicamente de dois princípios: (1) a efetivação do processo de aprendizagem da arte através do ensino de técnicas artísticas, para uma formação inicial, que visa, como por exemplo, à preparação para a vida no trabalho; (2) e na utilização da arte como ferramenta didáticopedagógica para o ensino das disciplinas mais importantes do currículo escolar, tais, como Matemática e Língua Portuguesa. Fonte: SIAE Arte como expressão Arte na educação tem como finalidade principal permitir que a criança expresse seu sentimento e à idéia de que a Arte não é ensinada, mas expressada. Esses novos conceitos, mais do que aos educadores, entusiasmaram artista e psicólogos, que foram os grandes divulgadores dessas correntes e, talvez por isso, promover experiências terapêuticas passou a ser considerada a maior missão da Arte na Educação. “Nela a criança não era pensada como miniatura de adulto, mas deveria ser valorizada e respeitada em seu próprio contexto, com sua forma peculiar de pensar/agir no mundo, possuindo uma capacidade expressiva original, comunicando-se gesto-traço, seu gesto-teatral e seu gesto-sonoro” Fonte: SIAE por meio de seu Arte como expressão Ainda hoje, há nas escola práticas de ensino de arte, tais, como: (1) produção de desenho e pintura como forma de expressão do pensamento da criança; (2) levar as crianças para assistirem a diferentes apresentações artísticas (dança, teatro, cinema, circo, entre outras) e a exposições em museus de arte e em centros culturais. Atividades sem estratégias de compreensão do conhecimento artístico antes, durante e após a excursão didática, caracterizando-a, apenas, como uma simples aula passeio. Essas atividades, são trabalhadas de forma “livre”, partindo da crença de que a aprendizagem do conhecimento artístico ocorre de forma espontânea, sem haver necessidade de mediação do professor. Fonte: SIAE Arte como atividade A concepção de ensino da arte baseada na simples realização de atividades artísticas. É resultado do esvaziamento dos conteúdos específicos da área de arte na educação escolar. Essa concepção de ensino foi legitimada através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), de n° 5.692, promulgada em 11 de agosto de 1971, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de arte nos currículos das escolas de 1° e 2° graus. A partir dessa Lei, o ensino de arte no Brasil passou a ser designado através da rubrica “Educação Artística” Fonte: SIAE Arte como atividade Apesar de instaurar a obrigatoriedade do ensino da arte na educação escolar, a Lei, ao designar os componentes do currículo, classificou-os em duas modalidades: (1) Disciplinas (áreas do conhecimento com objetivos, conteúdos, metodologias e processo de avaliação específica); (2) e atividades (desenvolvimento de práticas e procedimentos). Dessa forma, coube à arte, dentro do currículo escolar, desempenhar, apenas, o papel de mera atividade. Na realidade, o ensino da arte, caracterizou-se como uma ação não planejada, pois, as atividades eram desenvolvidas, apenas, para cumprir as formalidades e ocupar os horários, sendo ministradas por professores que não compreendiam o significado da Arte na Educação. Fonte: SIAE Arte como atividade A concepção de ensino da arte como atividade cristalizou no ensino de arte diferentes práticas pedagógicas, que encontramos, ainda hoje, nas escolas brasileiras, tais, como: (1) cantar músicas da rotina escolar e/ou o canto pelo canto; (2) preparar apresentações artísticas e objetos para a comemoração de datas comemorativas; (3) fazer a decoração da escola para as festas cívicas e religiosas; entre outras. Isenta de qualquer conteúdo de ensino, a concepção de ensino da arte baseada exclusivamente no “fazer artístico” contribuiu muito para relegar a arte a um lugar inferior na educação escolar. Essa compreensão custou, inclusive, a retirada do ensino de arte das três primeiras versões da nova LDBEN, nos meados da década de 1980. Fonte: SIAE Arte como atividade Convictos da necessidade do ensino de arte no desenvolvimento intelectual das novas gerações, os arte/educadores brasileiros se organizaram e lutaram politicamente para garantir a presença da arte no currículo escolar, a partir da idéia de que arte é um campo de conhecimento específico, com objetivos, conteúdos, métodos de ensino e processos de avaliação da aprendizagem próprios, e não apenas uma mera atividade. Fonte: SIAE Arte como conhecimento Defende a idéia da arte na educação com ênfase na própria arte. Acredita ser a Arte importante por si mesma e não por ser instrumento para fins de outra natureza. Por ser uma experiência que permite a integração da experiência singular e isolada de cada ser humano com a experiência da humanidade. Por tanto, compreender a arte como uma área de conhecimento, como uma construção social, histórica e cultural é trazer a arte para o domínio da cognição. Nessa direção, o conceito de arte também está ligado à cognição como um dos elementos de manifestação da razão, pois existe na arte um conhecimento estruturador, que permite a potencialização da cognição. Fonte: SIAE Arte como conhecimento Defende a idéia da arte na educação com ênfase na própria arte. Acredita ser a Arte importante por si mesma e não por ser instrumento para fins de outra natureza. Por ser uma experiência que permite a integração da experiência singular e isolada de cada ser humano com a experiência da humanidade. Por tanto, compreender a arte como uma área de conhecimento, como uma construção social, histórica e cultural é trazer a arte para o domínio da cognição. Nessa direção, o conceito de arte também está ligado à cognição como um dos elementos de manifestação da razão, pois existe na arte um conhecimento estruturador, que permite a potencialização da cognição. Fonte: SIAE Arte como conhecimento A concepção de arte como conhecimento vem buscando a valorização tanto do produto artístico como dos processos desencadeados no ensino de arte, trazendo para o contexto atual da Arte/Educação a idéia de arte como processo e produto. Na contemporaneidade, a concepção de ensino de arte como conhecimento vem sendo apontada pelos diferentes estudos, como a orientação mais adequada pois nela o ensino de arte escolar deverá promover o desenvolvimento cultural dos alunos. Fonte: SIAE Arte como conhecimento A aprendizagem artística envolve, portanto, um conjunto de diferentes tipos de conhecimentos, que visam à criação de significações, exercitando fundamentalmente a constante possibilidade de transformação do ser humano. Além disso, encarar a arte como produção de significações que se transformam no tempo e no espaço e permitem contextualizar a época em que se vive na sua relação com as demais. Fonte: SIAE Arte no Currículo Escolar Com a Nova LDB 9.394/96, (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a área de Arte é considerada obrigatória na educação básica: “o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. Artes Visuais, Música, Teatro e Dança, as quatro linguagens que compõe a área de Arte podem ser oferecidas não apenas como atividade, mas, como disciplinas do currículo. Fonte: SIAE Arte nos dias de hoje Por meio do convívio com o universo da arte, os alunos devem conhecer: • o fazer artístico como experiência poética (a técnica e o fazer como articulação de significados e experimentação de materiais e suportes variados); • o fazer artístico como desenvolvimento de potencialidades: percepção, reflexão, sensibilidade, imaginação, intuição, curiosidade e flexibilidade; Fonte: SIAE Arte nos dias de hoje • o fazer artístico como experiência de interação (celebração e simbolização de histórias grupais); • o objeto artístico como forma (sua estrutura ou leis internas de formatividade); • o objeto artístico como produção cultural (documento do imaginário humano, sua historicidade e sua diversidade). Fonte: SIAE - Objetivos Gerais da arte no Ensino Fundamental Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas; - interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais; - edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções; Fonte: SIAE - Objetivos Gerais da arte no Ensino Fundamental compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões artísticos e estéticos; - observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade, exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de modo sensível; - compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz, aspectos do processo percorrido pelo artista; Fonte: SIAE Objetivos Gerais da arte no Ensino Fundamental - buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas, documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas, jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos (museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas, cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas e etnias. Fonte: SIAE PCN ARTE Objetivos e conteúdos • Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva; • Interagir com materiais e instrumentos e procedimentos variados em artes; • Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado nas diversas culturas. Profissionais que atuam com Artes EDUCAÇÃO ARTÍSTICA A educação artística é também considerada componente curricular obrigatório, conforme o que dispõe o parágrafo 2° do art.26 DA LEI nº. 9394/96 - ldben: Deverá ser trabalhada, nos primeiros anos do ensino fundamental a partir de 2003, com carga horária semanal mínima de 110 (cento e dez minutos). Nos primeiros anos do ensino fundamental, a área de educação artística será desenvolvida por profissionais da educação, independente de sua habilitação específica, conforme o que prevê a portaria n° 09/01 - sme, que dispõe sobre a fixação de critérios para a distribuição de funções aos professores.