Junho - 2015
Divulgado em 15 de julho de 2015.
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ICVA REGISTRA CRESCIMENTO DE 1,9% PARA O VAREJO EM JUNHO
O indicador é calculado a partir da receita de vendas do comércio varejista deflacionada pelo
IPCA em comparação com junho de 2014
A receita de vendas do comércio varejista
ampliado apresentou alta de 1,9% em
junho, já descontada a inflação, na
comparação com o mesmo mês do ano
passado. É o que aponta o Índice Cielo do
Varejo Ampliado (ICVA), divulgado nesta
quarta-feira (15). Em maio, o crescimento
foi de 0,4%, também em relação ao mesmo
mês de 2014.
O resultado de junho foi beneficiado pela
base de comparação. Em 2014, o mês foi
impactado negativamente pelos feriados
em dias de jogos da Copa do Mundo.
Algumas capitais tiveram feriado em todos
os dias de jogos na cidade, enquanto outras
decretaram recesso em dias de partidas da
seleção brasileira. Além do efeito dos
feriados da Copa, o mês de junho de 2015
também contou com uma terça-feira a mais
e um domingo a menos que o mesmo mês
de 2014, o que contribuiu positivamente
para o aumento na receita de vendas no
período. Ao todo, a soma dos efeitos de
calendário impactou positivamente em 1,3
ponto percentual o ICVA de junho de 2015.
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Sem o impacto dos feriados e da troca de
dias da semana, junho teria registrado alta
no varejo de 0,6% em relação ao mesmo
período de 2014. Em maio, com os ajustes
de calendário, o crescimento seria de 0,7%,
na mesma base de comparação. Os
números mostram, portanto, que o ritmo
de crescimento registrado no mês passado
foi mantido em junho.
A mesma conclusão pode ser obtida na
análise dos indicadores nominais (sem o
desconto da inflação). O ICVA nominal de
junho registrou crescimento de 8,3% na
comparação com junho de 2014. Em maio,
a alta foi de 6,5%, também na comparação
com o mesmo mês do ano passado. Com os
ajustes de calendário, o ICVA nominal de
junho teria registrado alta de 6,9%, número
idêntico ao de maio, no mesmo conceito.
DIA DOS NAMORADOS
Ao isolarmos os resultados das vendas do
Dia dos Namorados, o indicador registrou
crescimento de 10,5% na comparação com
o ano passado. O percentual abrange a
receita de vendas do varejo brasileiro no
período de 10 a 12 de junho.
A alta pode ser explicada, principalmente,
pelo fato de o dia 12 de junho do ano
passado ter marcado a abertura da Copa do
Mundo - feriado em várias regiões do país
e, portanto, dia de baixo movimento para o
varejo. A Copa também influenciou o
comportamento de compra do período.
Enquanto que, em 2014, o setor de Artigos
Esportivos registrou alta expressiva na
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receita nominal de vendas entre os dias 10
e 12 de junho, neste ano, apresentou
retração de 26,5%.
O destaque positivo do Dia dos Namorados
de 2015 fica para o setor de Óticas e
Joalherias, que cresceu 21,7% em valores
nominais na comparação com 2014. Logo
atrás, veio o segmento de Bares e
Restaurantes, com alta de 15,6%, na mesma
base de comparação.
INFLAÇÃO
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), apurou alta
de 8,9% em junho no acumulado dos
últimos 12 meses, acelerando em relação
aos 8,5% de maio. Considerando apenas os
setores que compõem o ICVA, a inflação foi
de 6,3% no período. Para garantir a precisão
e fidelidade do indicador, alguns itens que
compõem a inflação oficial do IPCA não são
considerados para o cálculo do ICVA
deflacionado, já que não fazem parte da
cesta de compras do varejo ampliado – por
exemplo, energia elétrica, aluguel e
condomínio, que têm apresentado inflação
acima da média dos demais itens.
Considerando a inflação para os setores que
compõem o ICVA, a alta para alimentos, de
9,3% em junho no acumulado dos últimos
12 meses – acima da média do IPCA para o
mesmo período –, impactou os setores de
Supermercados e Hipermercados e Varejo
Alimentício Especializado.
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SETORES
Em junho, o segmento de Turismo cresceu
acima da média em relação ao mesmo mês
do ano passado. O setor também registrou
aceleração em relação a maio de 2015.
Já os setores de Lojas de Departamento,
Eletroeletrônicos e Móveis e Decoração
puxaram o crescimento do varejo para
baixo. Os três segmentos apresentaram
retração na comparação com junho de
2014, embora tenham registrado uma
pequena melhora, com aceleração, em
relação a maio deste ano.
O setor de Vestuário é outro que impactou
negativamente o crescimento do varejo em
junho, embora tenha registrado alta
superior a zero na comparação com junho
do ano passado.
Supermercados e Hipermercados teve uma
desaceleração significativa em relação a
maio de 2015. O setor chegou a registrar
retração em junho em relação ao mesmo
mês de 2014 pelo ICVA deflacionado.
Por fim, conforme já comentado, o setor de
Artigos Esportivos é outro destaque
negativo - registrou queda expressiva na
receita de vendas na comparação com
junho de 2014, efeito da base de
comparação com as vendas relacionadas à
Copa do Mundo.
REGIÕES
O Nordeste, novamente, liderou o
crescimento do ICVA deflacionado, com alta
de 2,2% sobre junho de 2014.
Em seguida, estão as regiões Norte e Sul,
ambas com crescimento deflacionado de
2,1% para junho em relação ao mesmo mês
de 2014. Na quarta colocação, está a região
Sudeste, com crescimento de 1,7% na
mesma base de comparação.
A região Centro-Oeste ocupa a última
posição, com crescimento de 0,5% em
junho, em valores deflacionados. Assim
como em maio, a região foi novamente
impactada pela inflação, que ficou acima da
média nacional. Pelo ICVA nominal, o
Centro-Oeste registrou um crescimento de
8,4% na comparação com junho de 2014.
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SEGUNDO TRIMESTRE DE 2015
O ICVA encerrou o segundo trimestre de
2015 com crescimento de 1,5% em relação
ao mesmo período do ano passado, depois
de descontada a inflação. O indicador
registra, portanto, o mesmo ritmo de
crescimento observado no primeiro
trimestre, quando tivemos alta de 1,3% no
índice deflacionado. O indicador nominal,
que considera a receita de vendas sem o
desconto da inflação, registrou alta de 7,3%
no período, ante os 7,5% de crescimento do
primeiro trimestre de 2015, ambos na
comparação com o mesmo período do ano
anterior.
O grupo de setores de consumo de bens
não duráveis e com “giro rápido” - como
Varejo Alimentício em Geral, Drogarias e
Farmácias, Postos de Combustíveis,
Padarias, Lojas de Cosméticos, entre outros
– sustentou o crescimento do varejo no
segundo semestre de 2014 e também no
primeiro trimestre de 2015. Porém, no
segundo trimestre de 2015, o segmento
apresentou sinais de deterioração no
volume
de
receita
de
vendas,
principalmente em Supermercados e
Hipermercados.
Os setores que comercializam itens duráveis
e semiduráveis – tais como Vestuário,
Eletroeletrônicos, Lojas de Departamento,
Materiais de Construção, entre outros –
continuaram puxando o crescimento do
varejo para baixo no segundo trimestre de
2015, com desaceleração também em
relação ao primeiro trimestre do ano.
O grupo de setores que acelerou no
segundo trimestre de 2015 foi o
relacionado à cesta de serviços. Na média,
cresceu bem acima do ICVA para o período.
A composição do grupo, entretanto, é
bastante heterogênea. Em uma ponta, está
o setor de Bares e Restaurantes, que
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registrou retração nas vendas no último
trimestre. Em outra, o setor de Turismo,
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com um crescimento e aceleração
expressivos no mesmo período.
PRIMEIRO SEMESTRE DE 2015
O ICVA do primeiro semestre de 2015
aponta a manutenção da trajetória de
desaceleração do varejo, que se iniciou no
primeiro semestre de 2014. O índice
deflacionado do último semestre ficou em
1,4% na comparação com o mesmo período
do ano passado. No segundo semestre de
2014, o crescimento foi de 3,4%.
Os números nominais apontam resultados
na mesma linha, com crescimento de 7,4%
neste primeiro semestre e de 9,7% no
semestre anterior.
Nos primeiros seis meses de 2015, houve
desaceleração em quase todos os setores
do varejo na comparação com o mesmo
período do ano passado. As exceções
ficaram com o setor de Drogarias e
Farmácias, que se manteve com
crescimento deflacionado acima de dois
dígitos, e o setor de Turismo, que acelerou.
Os setores de venda de bens não duráveis
sustentaram o crescimento do varejo no
semestre.
Entretanto,
no
segundo
trimestre, esse grupo também sofreu
desaceleração em relação aos primeiros
três meses do ano.
Gabriel Mariotto
Gerente de Inteligência da Cielo
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SOBRE O ICVA
O Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) acompanha mensalmente a evolução do varejo
brasileiro de acordo com a sua receita de vendas, com base em um grupo de mais de 20 setores
mapeados pela Cielo, de pequenos lojistas a grandes varejistas. O peso de cada setor dentro do
resultado geral do indicador é definido pelo seu desempenho no mês.
O ICVA foi desenvolvido pela área de Inteligência da Cielo com base nas vendas realizadas nos
mais de 1,6 milhão de pontos de vendas ativos credenciados à companhia. A proposta do Índice
é oferecer mensalmente uma fotografia do desempenho do comércio varejista do país a partir
de informações reais.
COMO É CALCULADO
A gerência de Inteligência da Cielo desenvolveu modelos matemáticos e estatísticos que foram
aplicados à base da companhia com o objetivo de isolar os efeitos do comportamento
competitivo do mercado de credenciamento, como a variação de market share, bem como
isolar os efeitos da substituição de cheque e dinheiro no consumo – dessa forma, o indicador
não reflete somente a atividade do comércio pelo movimento com cartões, mas, sim, a real
dinâmica de consumo no ponto de venda.
Esse índice não é de forma alguma a prévia dos resultados da Cielo, que é impactado por uma
série de outras alavancas, tanto de receitas quanto de custos e despesas.
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