Associação dos Cônjuges dos Diplomatas Portugueses Editorial 1 De mochila às costas 3 Directório europeu de websites de procura de emprego 2 Vida profissional e reforma enquanto cônjuge de diplomata 4-5 Boletim nº 3 Mulheres diplomatas e suas famílias Reembolso do IVA em posto Carta da Líbia 6 6 7-8 2008 EDITORIAL Caros Associados, Aqui estamos com o terceiro e último Boletim deste ano. Durante os últimos dois meses, um grande número de Associados reuniu-se quase diariamente na nossa sede para preparar o 24º Bazar Internacional do Corpo Diplomático. É um evento importante para um contacto mais profundo entre os cônjuges dos diplomatas portugueses e os dos diplomatas estrangeiros. Aliás foi por pressão destes últimos que decidimos, mais uma vez, fazê-lo. Para patrociná-lo fomos a Belém pedir à Senhora Dra. Maria Cavaco Silva que se juntasse a nós nesta iniciativa. Escrevo-vos agora na ressaca do Bazar. E se falo em ressaca é porque todos os que nele colaborámos estamos hoje a fazer a desmontagem do mesmo. Decorreu nos dias 21 e 22 de Novembro, no Museu do Oriente, e contou com a participação de 31 Embaixadas, além do stand de Portugal e dos Açores, bem como da Tômbola. Teve um número grande de visitantes (2.700), muitos elogios e algumas críticas, sobretudo do ponto de vista do local. Nos momentos de maior afluência, vimos que os 330 m2 que nos emprestaram não eram suficientes. Para o ano levaremos em conta esse facto. Quanto ao resultado ainda estamos a contabilizá-lo e dele vos daremos conta proximamente. O produto reverterá para instituições que apoiam vítimas de violência doméstica. Este boletim traz ainda vários artigos para os quais chamo a vossa atenção: De mochila à costas, da Manuela Caramujo, sobre um problema que a todos nos toca, as escolas dos nossos filhos, a existência em Portugal de diversas escolas estrangeiras que sistema escolher… (inglês, francês, alemão). Este é apenas o primeiro de vários artigos que esperamos se sigam, com a vossa contribuição. Vida profissional e reforma enquanto cônjuge de diplomata, da Isabel Maia e 2 Silva, que aborda outro dos temas que nos é caro, deixando um testemunho importante sobre o Seguro Social Voluntário, entre outras coisas. O Ricardo Mota escreve sobre o papel dos cônjuges, do ponto de vista do marido da mulher diplomata, sugerindo a troca de impressões com casais com vivências do mesmo género. Finalmente, chega-nos da Joana Lopes Aleixo uma Carta da Líbia recheada de interessantes informações sobre esse país, informações dadas pela experiência da vida em Tripoli. Para todos um abraço, Maria da Conceição Côrte-Real Presidente DIRECTÓRIO EUROPEU de WEBSITES de PROCURA de EMPREGO No seguimento do trabalho que se tem vindo a desenvolver para a criação de uma bolsa de empregos para os cônjuges/companheiros de diplomatas a nível europeu, a EUFASA acaba de publicar o “Directório europeu de websites de procura de emprego”. Tal documento foi elaborado com base numa pesquisa feita por cada associação nacional e, na página 7, pode ler-se a contribuição da ACDP, no que a Portugal diz respeito. Trata-se de um instrumento da maior utilidade para quem quer continuar a exercer uma profissão, não só enquanto acompanha o diplomata em posto, mas também quando regressa ao seu país de origem. O mesmo encontra-se disponível na área reservada do sítio da EUFASA (www.eufasa.org). Por razões de segurança, não podemos publicar a password que lhe dá acesso, mas se nos contactarem teremos todo o gosto em fornecer essa informação aos nossos associados. Ainda no âmbito da EUFASA, no início de 2008, a ACDP enviou um inquérito a todos os associados sobre o interesse em trabalhar em posto. Lamentavelmente, temos de informar que apenas nos chegaram 16 respostas, 15 das quais positivas. Manuela Caramujo GOING GLOBAL Até fim de Dezembro, está acessível no nosso site (www.acdp.pt) um link para a área restrita do site da Going Global que, como já sabem, é um serviço Web destinado a auxiliar na procura de emprego. Este acesso à área restrita da Going Global é gratuito até Dezembro, constituíndo um período experimental concedido aos membros da EUFASA. Estão ainda por esclarecer as condições de acesso e respectivos custos, a partir dessa data. Convidamos todos a aceder e conhecer este site para avaliar o seu interesse. Agradecemos todas as opiniões que possam enviar-nos. Se já não se lembrarem do username e password da área restrita do nosso site, basta contactar a Associação. 3 DE MOCHILA ÀS COSTAS A educação dos nossos filhos é sempre uma prioridade. Se para a maioria das pessoas a escolha entre um curriculum português ou um estrangeiro não se coloca, no caso dos nossos filhos, destinados a andar pelo mundo de “mochila às costas”, essa escolha impõese desde muito cedo, pois implica a família poder acompanhar ou não o diplomata em posto. Numa tentativa de ajudar nessa escolha, gostaríamos de inaugurar, no nosso boletim, uma rubrica dedicada às escolas internacionais, para a qual pedimos a contribuição dos nossos associados em posto. Aguardamos pelo vosso envio de listagens das escolas internacionais nos diversos postos e de ESCOLA LOCAL CURRICULUM toda a informação que acharem pertinente sobre as mesmas. Para iniciar esta rubrica, começamos por apresentar as escolas internacionais da área de Lisboa. Não é nossa intenção fazer uma apresentação exaustiva. Com os actuais meios de informação rapidamente poderão ter acesso a diferentes listas (por exemplo, só no concelho de Cascais encontrarão várias escolas com curriculum inglês para crianças até aos 6 anos). Limitamo-nos a apresentar as escolas que oferecem uma opção de futuro para os nossos filhos, com ensino desde o pré-primário até à entrada para a Universidade. INFORMAÇÕES Manuela Caramujo PREÇÁRIO OBSERVAÇÕES (1) Lycée Français Charles Lepierre Amoreiras Francês, dos 3 aos 18 anos www.lycee-francaislisbonne.com.pt De 986€ a 1270€, por trimestre Deutsche Schule Lissabon Telheiras Alemão, dos 3 aos 18 anos www.ealisboa.com De 1683€ a 1704€, por trimestre St Julian’s School Carcavelos Inglês, dos 3 aos 18 anos www.stjulians.com St Dominic’s International School The Carlucci American International School of Lisbon Colégio LusoSuíço São Domingos de Rana Linhó Inglês, dos 3 aos 18 anos www.dominicsint.org Americano, dos 3 aos 18 anos www.caislisbon.org De 2479€ a 5930€, por trimestre De 2174€ a 5361€, por trimestre De 1682€ a 3922€ (9º12ºanos)(3) São Bento Dos 2 aos 10 anos http://colegiolusosui co.com De 258€ a 280€ mensais É considerado o 3º melhor Liceu a nível mundial, a seguir a Londres e Barcelona.(2) A taxa de inscrição é única. É possível a admissão no 5º ano, prévio curso de preparação e exame. Os alunos podem passar directamente para o 5º ano da Escola Alemã. (1) Todas estas escolas obrigam ao pagamento de uma inscrição (anual ou com taxa de renovação) que normalmente agrava bastante a primeira mensalidade. A alimentação também é paga à parte. No caso do Liceu francês, por exemplo, o almoço significa um acréscimo de 299€ no pagamento trimestral das crianças da infantil e primária. Por uma questão de facilidade visual do quadro, os valores apresentados referem-se à pre-primária, no caso do primeiro, e ao 12º ano, no segundo caso. (2) A infantil está saturada e o acesso aos 3 anos é bastante difícil. A partir do CP (1º ano) uma criança que frequente uma escola francesa tem acesso imediato a escola da rede da “aefe” (agence pour l’enseignement do français à l’étranger) em qualquer parte do mundo. (3) Esta escola obriga ainda ao pagamento de uma “building fee” anual que pode chegar aos 422€. 4 VIDA PROFISSIONAL E REFORMA ENQUANTO CÔNJUGE DE DIPLOMATA Não perder o vínculo à empresa onde se trabalhava em Portugal, manter a Segurança Social para ter uma reforma no futuro, arranjar um emprego ao mesmo tempo que se acompanha o cônjuge em diferentes postos no estrangeiro é uma missão quase impossível. O meu artigo versa principalmente na forma como estou a alcançar os dois primeiros pontos, porque quanto ao emprego no estrangeiro esse objectivo ainda o não alcancei, mas deixo aqui o que tem sido a minha experiência desde que comecei a acompanhar o Paulo no estrangeiro. Em relação à minha situação laboral em Portugal, antes de ir para Kinshasa, onde o Paulo estava colocado, não sendo funcionária pública, e depois de ter consultado o meu advogado, pedi uma licença sem vencimento ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 354 do Código do Trabalho em vigor na altura (2004), por um período de um ano, que depois poderia ser ou não renovável se a empresa assim o entendesse. A empresa aceitou conceder-me a licença sem vencimento por um ano, mas a Directora de Recursos Humanos tinha uma vaga ideia de que havia um decreto-lei que se podia aplicar ao meu caso, pois estava a trabalhar numa empresa com gestão privada, mas que estava sob a alçada do Estado. Telefonámos ao Departamento Jurídico do Ministério dos Negócios Estrangeiros e depois de uma consulta a resposta foi positiva, o decreto-lei n.º 519E1/79 de 29 de Dezembro, do MNE, permitiu que o meu pedido de licença sem vencimento abrangesse todo o período em que o Paulo estivesse colocado em posto, no estrangeiro. No que se refere à Segurança Social, perguntei na empresa onde trabalhava se podia continuar a fazer os descontos através desta, mas sendo eu a pagar, como é claro. A Directora de Recursos Humanos informou-me que isso não seria possível enquanto estivesse em licença sem vencimento, mas sugeriu-me que consultasse a Segurança Social. E foi o que fiz. Assim, dirigi-me à Segurança Social e aí fui informada que podia fazer os meus descontos através do Seguro Social Voluntário. Para tratar do Seguro Social Voluntário, para além do impresso a este referente onde preenchi os meus dados, incluindo o n.º da Segurança Social, necessitei de apresentar vários documentos: uma fotocópia do bilhete de identidade e do cartão de contribuinte; uma declaração da Secção Consular da Embaixada de Portugal (no meu caso) em Kinshasa, que atestava que não exercia nenhuma actividade remunerada naquele país, e que não estava a fazer qualquer desconto para a Segurança Social congolesa; também tive que apresentar um atestado médico que comprovava que estava FICHA TÉCNICA: Presidente Honorária: Marta Amado Direcção: Maria da Conceição Côrte-Real, Maria Fernanda Madeira de Andrade, Cristina Calheiros Velozo, Maria José Paulouro das Neves, Ana Teixeira de Sampayo, Teresa Leal Coelho Composição e paginação: Leonor Pereira Coutinho QUOTAS: €30,00 (Portugal); €40,00 (estrangeiro); €5,00 (associados viúvos) Novos associados: €10,00 (jóia) - NIB: 0035 0391 00000 481 630 06 5 apta para trabalhar. Em Portugal, este atestado teria de ser passado por um médico nomeado pela Segurança Social. Contudo, como estava a poucos dias da minha partida para Kinshasa, disseram-me que este podia ser redigido por um médico do país onde iria viver. Foi o que fiz. Acrescento ainda que a nossa Secção Consular em Kinshasa traduziu e autenticou o atestado médico. Tendo todos os documentos necessários, enviei-os à minha mãe para que ela os entregasse pessoalmente na Segurança Social, pensando eu que estaria tudo tratado. Aguardámos a informação por parte daquela instituição para dar início ao pagamento dos descontos mensais. Como essa informação não chegava, quando fui a Portugal, três ou quatro meses depois da minha partida, dirigi-me à Segurança Social para saber o que se passava. O processo estava para aprovação, e depois de ter falado com a responsável, este foi finalmente aprovado. No entanto, ao contrário da informação que me tinha sido fornecida inicialmente, os descontos não foram contabilizados desde o momento da entrada da documentação na Segurança Social, mas sim a partir da sua aprovação. Devo mencionar que ao beneficiar da Segurança Social, não me seria possível beneficiar igualmente da ADSE. Bem ou mal, esta foi a opção que tomei, dando prioridade a uma possível reforma. Em Kinshasa, apesar de não ter tido um trabalho remunerado, fiz trabalho de voluntariado a convite de uma organização católica, dando aulas de informática a estudantes universitárias congolesas. Também participei numa associação que entre outras actividades angariava fundos com Acordos Bilaterais Foram aprovados mais dois acordos bilaterais entre Portugal e dois países da América Latina: Venezuela e Colômbia que permitem o “Exercício de Actividades Remuneradas por parte de Dependentes do Pessoal Diplomático, Consular, Administrativo e Técnico de Missões Diplomáticas, Consulares e Representações Permanentes junto de Organizações Internacionais”. Os textos estão disponíveis no Diário da República, I Série, de 9 de Outubro (http://dre.pt/). fins caritativos e aproveitei para melhorar os meus conhecimentos de línguas – francês e inglês. Tudo isto foi muito gratificante, mas não preencheu na totalidade o vazio deixado pelo facto de não estar a dar continuidade à minha vida profissional. Após Kinshasa, e já em Londres, decidi seguir um MBA (Master of Business Administration) que estou prestes a concluir. O passo seguinte será tentar arranjar uma colocação numa empresa em Londres, sabendo a médio prazo que podemos estar de partida. Uma dúvida que me surgiu consistia em saber se poderia trabalhar no país para onde tinha ido, continuando a ter uma licença sem vencimento em Portugal. A resposta do meu advogado foi a de que não havia nenhum impedimento legal. Este tem sido o meu percurso desde que me encontro a acompanhar o Paulo no estrangeiro. Resta saber se vou arranjar emprego; se não o arranjar, não sei se me resignarei ou se regresso a Portugal para aí continuar a minha vida profissional. Isabel Maia e Silva 6 MULHERES DIPLOMATAS E SUAS FAMÍLIAS Quero começar por agradecer o convite, para escrever neste boletim. Penso ser do maior interesse, que possamos partilhar ideias e experiências num espaço comum onde outros casais com o mesmo tipo de vivências, possam beneficiar do que temos a dizer. Com a Democracia, as mulheres passaram a poder concorrer à carreira diplomática. O afluxo das mesmas aos concursos do ministério foi aumentado em directa proporção do número de alunas que saíam dos bancos da universidade. Em paralelo, a sociedade Portuguesa, começava aceitar melhor o papel activo da mulher no mercado de trabalho e a possibilidade de estas ocuparem lugares de representação do Estado. Simultaneamente, deuse também uma revolução na relação homem/mulher, e nos papéis desempenhados dentro de casa. Mesmo que com maiores resistências do que no mercado laboral, também ai passou-se a ter uma relação mais igualitária. A carreira diplomática, reflectindo a tradicional organização social, partia do princípio de que as mulheres dos diplomatas, normalmente sem uma carreira profissional, com facilidade podiam acompanhar os seus maridos para onde fossem. Esta era a realidade, ao ponto desta Associação se chamar “ das mulheres dos diplomatas”. REEMBOLSO do IVA em POSTO A pedido da nossa associada Isabel Almeida, em posto em Liubliana, inquirimos junto do Protocolo de Estado sobre os países que possibilitam o reembolso do IVA aos diplomatas e em que condições. A Dra. Mónica Lisboa, a quem muito agradecemos, produziu e enviou-nos um documento que pela sua extensão não podemos publicar no nosso boletim. No entanto, tal informação ficará disponível na parte reservada do nosso sítio Internet (www.acdp.pt) e facultaremos a password de acesso a quem manifestar interesse em consultá-la. Brevemente esperamos poder publicar a lista referente às viaturas compradas em posto. Neste novo contexto, penso haver espaço para que os homens passem a ter um papel mais activo na vida da Associação, dando o seu contributo com pontos de vista, necessariamente diferentes, ajudando a dar resposta às questões que se colocam às familias de diplomatas, com todas as oportunidades e dificuldades que esta carreira nos coloca as nossas vidas. São questões da vida real dos diplomatas e das suas famílias, para as quais julgo que esta Associação pode dar um valioso contributo. Há muito a fazer e pequenas coisas podem melhorar muito a qualidade de vida das famílias dos diplomatas. Ricardo Mota Contactos ACDP Calçada das Necessidades n.º3 1350-213 Lisboa Portugal Tel.: (+351) 213952936 Fax: (+351) 213971433 E-mail:[email protected] Site :www.acdp.pt Horário: Segunda a Quinta, das 9 às 13h Secretariado: Leonor Pereira Coutinho 7 Correio dos Associados Querida Associação, Queridos associados, Assalam ualeikum! Escrevo-lhes da Líbia, onde estamos desde Setembro do ano passado. Aqui recebo com agrado os boletins, cheios de informações da maior utilidade. Parabéns pela admissão de novos associados e pelo regresso do Bazar, neste ano de 2008. A Líbia é um grande país do Norte de Africa, com uma população de cerca de 5.600.000 habitantes, concentrada sobretudo na faixa costeira a Norte, junto ao Mediterrâneo. O restante território, (cerca de 90 %), exceptuando algumas zonas de montanha com floresta, é deserto. A Oeste ficam a Tunísia e Argélia, a Sul tem fronteiras com o Sudão, o Níger e o Chade, a Leste com o Egipto. Goza-se, nesta parte do país, de um agradável clima mediterrânico, com estações bem marcadas e chuva suficiente para permitir uma agricultura florescente. A Líbia é famosa pelo seu azeite, o mel, as tâmaras. Na antiguidade, foi ponto de passagem de povos como os Fenícios, que vindos com minério da Península Ibérica aqui se estabeleceram, os Gregos que fundaram Cirene e outras cidades, Alexandre Magno, e mais tarde os Romanos, que deram á província o nome de Régio Tripolitana e a tornaram no celeiro do Império. A Líbia viveu, nesses tempos, momentos de grande glória. A cidade de Leptis Magna, cuja imponência ainda hoje admiramos, e onde nasceu o Imperador Septimo Severo, chegou a ser a segunda mais importante, depois de Roma. Com a partilha do Império Romano, a Tripolitana, a Ocidente manteve-se fiel a Roma, enquanto a Cirenaica , passou para as mãos do Imperador cristão de Bizâncio . Após a morte do profeta Maomé e o começo da expansão do Islão, o território fica sob o seu controle, tendo no entanto os exércitos árabes que enfrentar uma forte resistência berbere. Como em todo o Norte de Africa, entre os séc.VIII e XVI, a Líbia fica sob o domínio dos Califas de Bagdad e Damasco. Dá-se então o avanço dos Turcos Otomanos, que dominam na Líbia até 1911. Aproveitando a fraqueza do Império Otomano, a Itália ocupa os férteis terrenos agrícolas junto à costa. Encontra, desde logo, a oposição de grupos muçulmanos, entre eles os Sanusi, hostis à presença de “infiéis”a substitui-los no poder e influência. Depois da 1ª Grande Guerra, a Itália prosseguiu a sua colonização, sem grande oposição na Tripolitana, enquanto na Cirenaica, o clima de não aceitação dos Italianos leva à guerra e ao surgimento de figuras carismáticas como foi Omar-al-Muktar, um resistente, capturado e morto pelos italianos em 1931. Durante a 2ª Grande Guerra, a Líbia foi palco de sangrentas batalhas.Com a derrota da Alemanha e da Itália, o Reino Unido tomou conta da Tripolitana e Cirenaica, enquanto a França exerceu o poder na zona do Fezzan, a SW, fronteira com a Argélia. Em 1951, a Líbia torna-se finalmente um país independente. As Nações Unidas colocam no poder o Rei Idris, lider dos Sanussi. Este hesitante rei de um país pobre, apoia-se na presença de bases aéreas inglesas e americanas no seu território como garantia de estabilidade. A descoberta de petróleo em 1959, veio mudar a economia da Líbia num momento de incerteza, em que se sucediam manifestações contra a influência do ocidente, inspirados pela revolução de Nasser no Egipto. DAMOS AS BOAS VINDAS A TRÊS NOVAS ASSOCIADAS: Maria Manuel Durão (João Terenas) Mafalda Pinho de Almeida (Pedro Severo de Almeida) Yliana Molina (Carlos Lopes de Oliveira) 8 A 1 de Setembro de 1969, um grupo de oficiais do exército concretiza um golpe de estado em Benghazi, que aboliu a monarquia e teve o apoio da população em geral. Deste movimento revolucionário emergiu como líder o então jovem de 27 anos, Coronel Muammar Gaddafi que ainda hoje continua à frente dos destinos do país. Defensor da unidade africana, expôs no Livro Verde as suas convicções sobre o modo de organizar o seu Estado Islâmico. A vida em Tripoli torna-se muito agradável pela simpatia e espontaneidade dos Líbios, extremamente afáveis e amigos de ajudar, mostrando grande estima por Portugal e pelos Portugueses. Este sentimento parece verificar-se também da parte de Portugal, de onde têm chegado delegações de empresários interessados em negócios na Líbia. No plano cultural, no âmbito da arqueologia, aqui estiveram arqueólogos portugueses, em resultado de cuja vinda estão a esboçar-se acordos entre universidades. Também na área do turismo cultural, já alguns grupos nos têm visitado. Queria ainda dizer-lhes que a Embaixada de Portugal fica numa bonita casa, com um grande jardim, mesmo em frente da Universidade, e é o orgulho dos moradores da zona. Joana Lopes Aleixo Quem parte deixa saudades No dia 17 de Julho, oferecemos, na Casa de São Bernardo, um almoço de despedida à Fátima Pinto de Mesquita que partiu para Sidney, a acompanhar o marido nas suas novas funções de Cônsul-Geral. A Fátima foi durante dois anos e meio uma colaboradora eficiente e assídua que muito fez pela Associação e pelo Bazar Diplomático. Durante o tempo que esteve em Lisboa foi Presidente do Conselho Fiscal. Contámos sempre com a sua disponibilidade, boa disposição e amizade. Foi com muita pena que a vimos partir, mas sabendo que este é o objectivo da carreira diplomática, desejamos-lhe as maiores felicidades. Estiveram presentes dez associadas e mais não puderam vir por ser período de férias. Chegadas Rita Lucena Teresa de Lancastre Valente Partidas Fátima do Nascimento Santos (Kiev) Isabel d’Oliveira Neves (Roma) Mª Cristina Mendonça e Moura (Madrid) Lila Barreiros (Havana) Mª Margarida Jerónimo da Silva (Andorra) Libânia Santos Braga (Islamabad)