Mar Mediterrâneo, um cemitério de migrantes! Professor Reginaldo – Geopolítica e atualidades Chegada de imigrantes ilegais à Europa triplica em 2015 frente à 2014. Causas atuais do aumento de migrações para Europa • conflitos no Oriente Médio e norte da África(em especial o caos na Síria, Iraque e Líbia); • crescente capacidade da “indústria” dos traficantes de pessoas; • emigração econômica procedente dos países que não fazem parte da U.E.; • pressão demográfica e pobreza na África; “Estamos testemunhando uma mudança de paradigma, entrando em uma nova era na qual a escala do deslocamento global e a resposta necessária a este fenômeno é claramente superior a tudo que já aconteceu até agora” ( António Gutierres –ACNUR) Em 2014, apenas 126,8 mil refugiados conseguiram retornar para seus países de origem – o menor número em 31 anos. Os traficantes de seres humanos • Estima que o tráfico no Mediterrâneo gere entre 300 milhões e 600 milhões de euros/ano, e isso estimula amadores a se aventurarem neste negócio; • Com o aumento da demanda, novos traficantes surgem, com “queda de qualidade dos serviços prestados”; • Resultado: NAUFRÁGIOS; Principal ponto de partida: LÍBIA. Uma vez no país (Líbia), os imigrantes são muitas vezes obrigados a entregar dinheiro e passaportes, deixando-os à mercê dos traficantes. Ali Walujam, de Gâmbia, pagou o equivalente a R$ 2,2 mil para a viagem, e diz ter sido forçado a entrar num barco perigoso. "Pagamos por um grande barco. Mas quando chegamos aqui, encontramos este barco (menor). E eles nos forçam a entrar com uma arma. Se você não entrar, eles atiram“. Autoridades líbias raramente param traficantes. A guarda costeira de Tripoli admitiu à BBC não poder lidar com o volume de barcos que deixam a costa e que só interfere no caso de embarcações enfrentarem problemas. Grande parte da Líbia está fora do controle do governo e acredita-se que milícias locais sejam, muitas vezes, parceiras ativas de traficantes. Por que estão morrendo tantas pessoas? • No final de 2014, a Itália e a UE decidiram pôr fim à Mare Nostrum, a operação humanitária da marinha italiana que resgatou mais de 166.000 pessoas em apenas um ano, substituindo esta operação por outra muito menor denominada Triton, que patrulha principalmente as fronteiras perto da terra firme, em vez de salvar vidas em mar aberto. Além disso, conta com barcos menores e menos aviões, helicópteros e pessoal. http://pt.euronews.com/2015/04/23/triton -europeia-incapaz-de-igualar-missaomare-nostrum/ A UE deveria trocar sua limitada política de controle de fronteiras “Operação Triton” por uma ação robusta de busca e salvamento. Parar o resgate de imigrantes em perigo não levou a uma diminuição do fluxo migratório, nem a menos contrabando, mas apenas a mais mortes no mar, como mostram as tragédias recentes. Zeid Ra’ad Al Hussein (chefe da ONU para os Direitos Humanos). Desigualdade socioeconômica: o motor das migrações Á F R I C A N E G R A O mapa da fome África Negra ou Subsaariana • Composta por 48 países com 700 milhões de habitantes, sendo 50% do total miseráveis (vivendo com menos de US$ 1,25/dia) e expectativa de vida de 46 anos. Conflitos na África ATENÇÃO: a maior parte dos recentes conflitos no mundo ocorreram na região. Por quê? R: resultado trágico das definições arbitrárias e artificiais das fronteiras dos países pelas metrópoles imperialistas europeias, que levam na atualidade a uma busca incessante pelo poder por parte de tribos rivais; A TRAGÉDIA DO NEOCOLONIALISMO 1884/85: Conferência de Berlim: os impérios coloniais europeus repartiram arbitrariamente o território. Com isso, tribos rivais foram reunidas em um mesmo território, e grupos de uma mesma etnia e cultura foram divididos e separados espacialmente. Resultado do imperialismo Com a descolonização (independência) pós 2ªG.M., ocorrem inúmeros conflitos pela posse de territórios e pela imposição de valores culturais. "Apesar da resistência, que teve momentos brilhantes, a colonização destruiu as formas autênticas de vida desses países, fraturou seu equilíbrio cultural e material e instalou uma relação de dependência na qual o capitalismo europeu, integrado a uma economia e comércio mundiais, saqueou, através de suas companhias de mineração, mercantis e financeiras, os recursos da África e obrigou seus povos a trabalhar, não para si próprios, mas para o desenvolvimento europeu." A enorme desigualdade entre as nações (ex.: crescimento demográfico) ATENÇÃO: com um índice de crescimento demográfico médio de 0,25% ao ano, os países desenvolvidos tendem ao encolhimento populacional. Quais seriam as consequências? CONSEQUÊNCIAS DO BAIXO CRESCIMENTO POPULACIONAL DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS • Incentivos governamentais em países ricos para o aumento da taxa de natalidade – política do baby boom; • Como a população de idosos não para de crescer e a PEA diminui, estes países apresentam sérios problemas com enormes déficits na previdência social. Pirâmide etária da população da Alemanha nos anos de 1910, 2005 e 2025. Projeções indicam que a população com mais de 60 anos será superior à de jovens até 2025. • Diminuição da PEA nos países desenvolvidos + miséria dos países subdesenvolvidos = intenso fluxo migratório global (os bárbaros do sul na busca por uma vida melhor). Principais destinos: países da U.E. e EUA (regiões com 12% da população mundial); XENOFOBIA • Ascensão da extrema direita, do preconceito e da promoção da aversão ao estrangeiro, principalmente nos países de maior atração populacional da União Europeia. Explosão demográfica?