O século XV traz o ser humano para o centro
dos acontecimentos, relegando para segundo
plano o Deus todo poderoso do período
medieval.
Essa mudança de mentalidade que se iniciou
com o Humanismo, chega ao seu apogeu a
com o Renascimento.
Classicismo é o nome da escola artística
literária do Renascimento. Suas ideias e
realizações são fruto dos estudos grecoromanos do Humanismo.
PANORAMA
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Após sete séculos de duração, o sistema
feudal entrou em agonia;
Absolutismo – teorizado por Maquiavel – O
príncipe (1513);
Reis absolutistas – D. João II (Portugal),
Henrique VIII (Inglaterra), Luís XIV (França) e
D. Filipe II (Espanha).
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Economia dinamizou-se – comércio de
mercadorias (mercadorias do Oriente);
MERCANTILISMO – Grandes Navegações;
Nobres decadentes passaram a viver nas
cortes, enquanto os burgueses e o restante
da população sustentavam seus luxos.
Acontecimentos Marcantes
Reforma (1517)
Martinho Lutero
Calvinismo
Henrique VIII
Anglicana
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Renascimento da cultura clássica – ciência
moderna ≠ Escolástica/teocentrismo;
Observação de fenômenos físicos– empirismo
(experiência)
Heliocentrismo
(Nicolau Copérnico/Galileu Galilei)
x
Geocentrismo
(Ptolomeu)
Igreja - Contra Reforma
Inquisição
Concílio de Trento
Companhia de Jesus
ARTE
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Obra de arte deveria limitar-se a observar a
natureza;
Base nos autores de “classe” da Antiguidade
greco-romana, inclusive em gêneros
literários como a epopeia, a tragédia e a
comédia.
Arte = expressão da Beleza
(bem + bom )
Kalós agathós
Kalokagathia = modelo de perfeição
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Serenidade;
Sobriedade;
Nada em excesso
Racionalismo;
Equilíbrio;
Harmonia;
Senso de proporção;
Clareza;
Concisão;
Rigor e perfeição formal;
Pg – 128 – exercício - 6

Ideal de perfeição – Universalismo

Pg. 133 – exercício - 1, 3, 4:

Na Literatura – Universalismo é confundido
com idealização – representação do mundo
das ideias (mundo inteligível)
Pg. 131 – exemplo
Fusionismo – mescla o pagão e do cristão.
Visão transcendentalista
X
Visão do mundo imanentista
Classicismo em Portugal
 Grandes Navegações
 Início – 1527 – Fim do Século XVI
Dolce stil nuovo (versos decassílabos)
Soneto (Provença)
Sá de Miranda
Comédia x tragédia
Ode, elegia, écloga
Medida Nova
Bernardim Ribeiro
Menina e moça – novela sentimental – espécie
de ” novela de cavalaria”

Antônio Ferreira (Tragédia de Inês de Castro)
Tragédia clássica
Decassílabos brancos (sem rima)


Medida Velha
◦ Redondilhas
menores e
maiores
(5 e 7 sílabas)

Medida Nova
◦ Decassílabos
◦ Formas Fixas
(Soneto, Ode,
Elegia, Canção,
etc)
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Incógnita desde sempre.

Há apenas 3 documentos sobre sua vida.

É considerado o maior poeta do classicismo
português.
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.



3 peças teatrais;
1 epopeia (Os Lusíadas);
Destacam-se os sonetos (14 versos –
organizados em 2 quartetos e 2 tercetos).
* Utilizou tanto medida velha (lírica
tradicional) quanto medida nova (lírica
clássica).
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Modelo de
Soneto
Petrarquiano

Pré-existência da Alma;

Ideal X Real (Platonismo);

Desconcerto do mundo;

Emprega-se antíteses, metáforas e hipérboles
em abundância.
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.
Amor
platônico

Publicado em 1572
Maior poema em língua portuguesa
◦ (8816 versos decassílabos)
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Conta a viagem de Vasco da Gama às Índias
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Exaltação do Homem-Herói, que simboliza
a grandeza lusitana
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Mitologia Pagã + Ideal Cristão

Tom épico + Tom Lírico
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Objetividade + Subjetividade
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Ufanismo + Espírito Crítico
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
Proposição – exposição do assunto do
poema;
Invocação – pedido de inspiração às Musas;
Dedicatória - A quem se destina o poema; D.
Sebastião;
Narração – 10 cantos;
Epílogo – Encerramento do poema.
Canto I – Vasco da Gama “navega mares dantes
nunca navegados”; Concílio dos deuses.
Canto II – Vasco da Gama em Moçamba – artifício
de Baco;
Canto III e IV – Chegada em Melinde – Narra-se a
história de Portugal.
Canto V – Narrativa sobre os percalços da viagem –
Gigante Adamastor;
Canto VI – Saem de Melinde e após uma tormenta
chegam em Calicute;
Canto VII, VIII e IX – Passagem turbulenta por
Calicute;
Canto X – Ilha dos Amores. Máquina do mundo.
Epílogo – Futuro tenebroso de Portugal –
decadência.
...a Inês de Castro
... o Velho do Restelo
... o Gigante Adamastor
... a Ilha dos Amores
... a Máquina do Mundo
AS armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
 2
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
 3
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Trecho do Velho do Restelo
"Mas um velho d'aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C'um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
95
—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
96
— "Dura inquietação d'alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!

Trecho do Gigante Adamastor
Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca doutrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.
E disse: "Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar nos longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados de estranho ou próprio lenho(...)
Aqui espero tomar, se não me engano,
De quem me descobriu suma vingança.
E não se acabará só nisto o dano
De vossa pertinace confiança:
Antes, em vossas naus verei, cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte!
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Cap. VIII - Classicismo