Instituto de Previdência de Santo André Rua Prefeito Justino Paixão, 85 Centro Santo André Tel: 4435-8400 http://www2.santoandre.sp.gov.br/home-ipsa 1 Curso de Literatura Clássica Italiana Aula Nº 2: DANTE ALIGHIERI 2 Europa 3 Quadro Linguístico na Itália (Os Dialetos) 4 Algumas datas significativas: Séculos VIII e IX: estagnação econômica, terras abandonadas, violência dos feudatários, reação religiosa ) 1000 (...e não mais 1000). (Conversão das populações eslavas ) .Os vikings 1054:(Scisma do Oriente) 1057:(os Savóias criam o estado do Piemonte) 1061 (os Normandos na Sicília: acaba o domínio árabe. Reinado da Sicília ) 1071 (Batalha de Malazgir: os turcos dominam o suldeste da Europa) 1071 (A nova Abbazia de Cassino e os ordens religiosos) 1077 (Matilde de Canossa: a luta das investiduras entre o Imperador da Alemanha e o Papa) 1088 (Fundação da Universidade de Bolonha) 1064 ( Coimbra reconquistada) 1096 (Papa Urbano II e a primeira cruzada. Conquista de Jerusalém . As ordens militares). 5 Algumas datas significativas: 1129 (Nasce Averroe: a influência da cultura árabe. Avicenna, Maimônides) 1139 (Fernando Henrique rei de Portugal: a reconquista na península ibérica. 1176 (A Liga Lombarda derrota o imperador Federico I o Barba ruiva). A época das Comunas no norte e no sul. Diferenças: causas e consequências(o papel do latifúndio).O exemplo de Milão 1185 (fim do domínio normando na Sicília: a casa de Svevia) 1187 (o Sultão de Egito Saladin reconquista Jerusalém) 1190 ( Morte do Imperador Federico I o Barba ruiva ) 6 Algumas datas significativas: 1204 (Veneza conquista Constantinopla ) (as repúblicas marinaras: Amalfi, Pisa, Genova, Veneza). O comércio 1209 (Cruzada contra os cátaros e albigeses) 1210 (San Francisco funda a ordem dos fatores menores) 1215 (Federico II de Svevia Imperador: o conflito com o papado. Os Guelfos e Ghibellinos, os "brancos" e os "pretos“ 1217 (São Domingo de Gusmão funda o ordem dos dominicanos) 1219 (San Francisco no Egito) 1282 (Inquisição contra a bruxaria: Papa Cisto IV). 7 Algumas datas significativas: 1225 (nasce São Tomaz d'Aquino. A “escolástica" com a redescoberta de Aristóteles e Platão) 1229 (Frederico II rei de Jerusalém é excomungado) 1250 (morte do imperador Federico II) 1258 (fim do Califado de Bagdad) 1260 (batalha de Montechiari (Siena Ghibellina) 1265 (nasce Dante Alighieri ) 1277 (batalha em Benevento: o fim do domínio alemão e o inicio daqueles francês e espanhol) 1282 (Os Vespros Sicilianos) 1289 (batalha de Montaldino (Arezzo). Os "brancos" e os "pretos". 1294 ("a bofetada de Agnani". Papa Bonifácio XIII. 1321 (morte de Dante Alighieri) 1346 (da Crimeia a "peste negra" chega na Itália). 8 9 10 11 Esquema do Inferno 12 A vida de Dante: Infância e Adolescência Nascimento em 1265 Família da pequena nobreza(guelfa) Encontro com Beatriz Portinari ( Dante tem 9 anos) 2º encontro com Beatriz Morte de Beatriz 13 A vida de Dante: Vida Política e Exílio A Bolonha (trivio e quadrivio) Dificuldades econômicas Em 1300 eleito entre os 6 Priores Enviado numa embaixada ao Papa Bonifácio VIII Em 1302 é exiliado e condenado a morte Peregrinação entre os Príncipes da Itália Morte de Arrigo VII ,ultima esperança do poeta 321:morte de Dante. 14 As grandes questões: A luta (e a influência) com o Islã O conflito Império\Igreja\ Comunas O conflito entre os nobres e a cidade O "corporativismo" (es.Dante) O trabalho manual A contradição entre fé e razão. A Scolastica. Entre Aristóteles e Platão O pauperismo e as ordens mendicantes As heresias (cátaros, albigenses, Fra Dolcino). 15 Obras “menores” de Dante: A Vida Nova O Convívio De vulgari eloquentia A Monarquia Epistolas, Églogas, Tratado “ Agua e Terra" 16 A "Divina" Comedia 3 Cânticos: O Inferno, o Purgatório, e o Paraiso (100 cantos). No Inferno e no Purgatório Dante e' acompanhado por Virgílio. No Paraiso por Beatriz 17 Duração da viagem no Inferno: 2 dias e meio: do 7 ao 9 de Abril do ano 1300. 18 As principais etapas da viagem Entrada O vestíbulo De balsa com Caronte O Limbo Na fortaleza de Dite Nas 10 Malebolge (grandes buracos) No lago de gelo Saída 19 Os pecados e as penas (1º parte) Correm ensanguentados perseguidos pelos mosquitos (os ignavos) Bufera infernal (os luxuriosos) Em baixo da chuva e neve(os gulosos) Rolam grandes pedras em 2 filas opostas(avarentos e pau duros) Se mordem entre eles e estão afundados num pântano (os raivosos) Afundados completamente no pântano criam bolhas de lama ( os perigosos) Dentro de túmulos incandescentes(os heréticos) 20 Os pecados e as penas (1º parte) Num rio de sangre fervente (violentos contra o próximo) Agredidos pelos cachorros (os gastadores) Transformados em arvores secos (os suicidas) Supinos e imóveis num areião fervente (os blasfemos) Correm no areião fervente baixo de uma chuva de fogo(os sodomitas) Correm nus sob as chicotes dos diabos(os sedutores) No esterco (os lisonjeiros). 21 Os pecados e as penas (2º parte) Em buracos de pedra com a cabeça para baixo (os sodomitas) na piche fervente (os trabuqueiros) com a cabeça voltada atrás (os adivinhadores e magos) com casacos pesados de chumbo (os hipócritas) crucifixos no solo outros pisando em cima (os hipócritas religiosos) correm nus com as mãos amarradas por cobras (os ladrões) dentro de uma chama que fala (os maus conselheiros). 22 Os pecados e as penas (2º parte) Mutilados e sob ameaça dos diabos (os semeadores de discórdia) Desfigurados e com doenças nojentas (os falsários) No gelo ate' a cabeça com a cara em baixo (traidores dos parentes) No gelo até a cabeça com a cara de frente (traidores da pátria e do partido) No gelo até a cabeça com a cara no alto e as lagrimas congeladas (traidores dos hospedes) Inteiramente imersos no gelo em varias posições (traidores dos benfeitores) Lucífer mastiga com suas 3 bocas os traidores de Deus. 23 Os principais personagem da mitologia Caronte Cérbero Minosse Minotauro Os Centauros As Arpias As Furias Pluto 24 Alguns dos personagens reais Papa celestino V Francesca da Rimini poetas,filosofos,santos Pier delle Vigne Ciacco Anguillaia Farinata degli Uberti e Cavalcante Cavalcanti Brunetto Latini Papa Bonifacio VIII Ugolino della Gherardesca Federico II Gianni Schicchi Mastro Adamo Fra Dolcino Vanni Fucci 25 A métrica As terrzinas encadeadas um exemplo: "Nel mezzo del cammin di nostra vita mi ritrovai per una selva oscura che' la diritta via era smarrita. Ahi quanto a dir qual'erae e' cosa dura esta selva selvaggia e aspra e forte che nel pensier rinova la paura“ sequencia dos versos:1º com o 3º ,2º com o 4º,5º com o 7º 26 A contribuição de Dante a' língua italiana 15.000 palavras italianas já no fim do 1200. 15% aporte de Dante 27 Linguagem e sentimentos Extremamente sintético, Novas palavras e sinônimos. Estilo dramático, irônico, grotesco, algumas vezes obsceno. Sentimentos: medo, admiração, fé, raiva, desprezo, compaixão, paixão e politica. 28 Fontes de inspiração Mitologia grega Autores latinos Bíblia Os antigos Padres da Igreja Literatura francesa 29 O sucesso Imediato entre os contemporâneos 750 exemplares o papel de Boccacio 30 Canto I (A entrada e as feras) A meio Caminhar de nossa vida fui me encontrar em uma selva escura: Estava a reta minha via perdida. Tornou-se a minha angustia então mais quieta Que no lago do coração guardara toda essa noite de pavor repleta. Ah! que a tarefa de narrar é dura Essa selva selvagem, rude e forte, que volve o medo à mente que a figura. E como aquele que ofegando vara o mar bravio e, da praia atingida, volta-se à onda perigosa, e a encara, De tão amarga, pouco mais lhe é a morte, Mas, pra tratar do bem que enfim lá achei, direi do mais que me guardava a sorte. Minha mente, nem bem de lá fugida, voltou-se a remirar o horrendo passo Que pessoa alguma já deixou com vida. Como lá fui para dizer não sei; Tão tolhido de sono me encontrava, Que a verdadeira via abandonei. Após pousar um pouco o corpo lasso, me encaminhei, pela encosta deserta, co’ o pé firme mais baixo a cada passo. Mas quando ao pé de um monte eu já chegava, Tendo o fim desse vale à minha frente, Que o coração de medo me cerrava, E eis que, ao encetar a rampa certa, Uma onça ligeira e desenvolta, De pelo maculado recoberta, Saltando à minha frente e à minha volta, Tanto me obstava a via do meu destino Que mais vezes voltei-me para a volta. Olhei pra o alto e vi a sua vertente Vestida já dos raios do planeta Que certo guia por toda estrada a gente 31 Canto II (Virgílio e Beatriz) Estava eu co’ os espíritos sustados, E a mulher me chamou beata e bela, Tão que logo pedi-lhe seus mandados. Luzia o seu olhar mais do que a estrela E começou a dizer, suave e lhana, Com angélica voz, no idioma dela: Eu sou Beatriz, que peço que tu vás, Venho de aonde retornar almejo, Amor moveu-me, que falar me faz. ‘Ó alma generosa mantuana, De quem a fama ainda no mundo dura E durará quanto a memória humana, 32 Canto III (Inscrição na porta do inferno) VAI-SE POR MIM À CIDADE DOLENTE, VAI-SE POR MIM À SEMPITERNA DOR, VAI-SE POR MIM ENTRE A PERDIDA GENTE. MOVEU JUSTIÇA O MEU ALTO FEITOR, FEZ-ME A DIVINA POTESTADE, MAIS O SUPREMO SABER E O PRIMO AMOR. ANTES DE MIM NÃO FOI CRIADO MAIS NADA SENÃO ETERNO, E ETERNA EU DURO. DEIXAI TODA ESPERANÇA, Ó VÓS QUE ENTRAIS. Essas palavras vi, num tom escuro Escritas sobre o alto de uma porta, Donde eu: “ Meu mestre, o seu sentido é duro”. E ele, a mim, como mestre que conforta: “Livra-te desse medo circunspecto; Aqui toda tibiez esteja morta; Que chegando ora estamos ao conspecto Das tristes gentes das quais já te disse Que têm perdido o bem do intelecto”. 33 Canto V (Paulo e Francisca) Depois voltei-me novamente ao par, E perguntei: “ Francesca, o teu tormento até as lágrimas move o meu pesar; Mas dize: dos suspiros no momento, Com que e como concedeu-te amor Do secreto desejo o entendimento?”. E ela a mim : “Não há tão grande dor Qual da lembrança de um tempo feliz, Quando em miséria, e o sabe o teu mentor. Mas, se de conhecer desde a raiz O nosso amor demonstras tal anseio, Eu contarei, como quem chora e diz. Líamos um dia nós dois, para recreio, De Lancelote e do amor que o prendeu; Éramos sós, e sem qualquer receio. Vezes essa leitura nos ergueu Olhar a olhar, no rosto desmaiado, Mas um só ponto foi que nos venceu. Ao lermos o sorriso desejado Ser beijado por tão perfeito amante, Este, que nunca seja-me apartado, Tremendo, a boca me beijou no instante. Foi Galeoto o livro, e o seu autor; Nesse dia não o lemos mais adiante”. Enquanto uma dizia seu amargor, Chorava a outra alma e, como quem se esvai Em monte, eu me esvaí de pena e dor, E caí como corpo morto cai. 34 Canto VI (CIACCO) E eu: “Ciacco, essa tua pena alvitante Muito me pesa e às lagrimas convida, Mas, dize-me o que esperas, doravante, Sucederá que ela no prazo caia De até três sóis e a outra então se assente, Com o apoio de alguém que já o ensaia. Dos cidadãos da cidade partida: Se há algum justo lá, e por que razão Foi por tanta discórdia acometida”. Erguida terá a fronte longamente Mantendo a outra sob ingente peso, Embora esta se indigne e se lamente. Respondeu-me: “Após longa dissensão Irão ao sangue, e a selvagem laia A outra expulsará sem compaixão. Dois justos há, porém em desavezo: São só a avareza, a inveja e a soberba Os fogos que mantêm o ânimo aceso”. 35 Canto X (Farinata) Foi esse o som que súbito interrompeu de uma tumba, e me fez virar pra trás, Temeroso, buscando o Mestre meu. Quando a sua tumba aproximei-me mais, olhou-me um pouco e, quase desdenhoso, “Quem foram", perguntou, "teus ancestrais?" E ele: “Volta-te! O que hesitar te faz? vê Farinata que se ergueu, direitos; Da cintura pra cima já o verás”. E eu, já de contentá-lo desejoso Não lho escondi, mas tudo revelei, O que tornou-o ainda mais cenhoso. Eu já cruzara o seu olhar: co’ o peito E com a fronte, reto ele se erguia, Como tivesse o inferno em grão despeito. “Tão duros na adversão à minha grei Foram”, disse ele, “e a mim e aos meus parentes, Que, por duas vezes, eu os expulsei.” Com Solícita e presta mão, me guia Levou-me a ele entre as tumbas ferais, Sugerindo-me cauta galhardia. “Expulsos”, respondi, “mas renitentes Foram, voltando duma e doutra prova, E essa arte não tiveram vossas gentes.” 36 Canto X (Cavalcanti) Surgiu da tumba então ua sombra nova Sobre a borda, mostrando-se até ao mento; Talvez se ajoelhando na sua cova. Olhou-me à volta, parecendo intento A achar quem estivesse ali comigo E então, lhe sucedendo o desalento, Disse, em pranto: “Se neste desamigo Cárcere vais por primazia de engenho Por que o meu filho não está contigo?” Por seu falar, e a espécie de sua pena. Sem inquiri-lo eu já o reconhecia, E isso minha resposta fez tão plena. Súbito ereto gritou: “Evadia? Disseste? Então não viva? Então não mais O doce lume os olhos lhe embacia?” Quando foi percebendo que demais Demorada ficava-lhe a resposta, Caiu supino e não mostou-se mais. E eu respondi: “ Não por mim mesmo eu venho: Aquele que lá está meu rumo ordena, Por quem, quiçá, evadia o teu Guido empenho”. 37 Canto XIII (Pier della Vigna) 38 Canto XV (Brunetto Latini) 39 Canto XVI (Profecia sobre Dante) De Vossa terra eu sou, e sempre ali de vossas obras o alto contributo com afeto escutei e referi. 40 Canto XVI (Profecia sobre Dante) 41 Canto XIX (A Igreja corrupta) 42 Canto XXI (Os diabos) 43 Canto XXIV (Vani Fucci: o grande ladrão) 44 Canto XXVI (Ulisse) 45 Canto XXXIII (O conde Ugolino) Saibas então que eu fui conde Ugolino, E, co’ o arcebispo Ruggieri, que é este, Por que é meu vizinhar tão inopino. 46 Canto XXXIII (O conde Ugolino) 47 Canto XXXIV (Lucífer) 48 Canto XXXIV (Lúcifer) 49 Agradecemos Pela Atenção [email protected] 50