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Autora: Adriana Nascimento, DSc
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Deposição de Proteína na
Carcaça de Frangos de Corte
A performance das aves com dietas com menores conteúdos de
proteína bruta é limitada pela deficiência de aminoácidos essenciais
A deposição de proteína é pré-estabelecida pela
genética da ave. Independente da ingestão, ocorre limite de deposição diário, que não pode ser compensado, entretanto, as variações ocorridas no total de deposição pode ser devido a nutrição. No entanto, a quantidade de gordura depositada em qualquer dia é diretamente proporcional à quantidade de energia disponível para a síntese (Leeson, 1995).
O requerimento das aves são por aminoácidos e
não por proteína bruta, Leeson e Summers (1997) mostraram claramente o efeito do aumento dos níveis de
proteína (16 a 36% PB) na ração sobre a composição
da carcaça dos frangos de corte. Verificaram uma redução na quantidade de gordura depositada com o
aumento da proteína, entretanto, com a variação de
20 a 36% de PB a mudança no conteúdo de proteína
da carcaça foi pequena.
Sklan e Plavnik (2002) observaram que a performance das aves com dietas com baixo conteúdo de
proteína bruta foi limitada pela deficiência de aminoácidos essenciais, e os altos níveis de proteína diminuiram a eficiência da utilização dos aminoácidos, resultando também em diminuição no crescimento das aves.
Devemos nos preocupar em atender as exigências diárias de aminoácidos das aves, para atingir máxima deposição protéica e, ao mesmo tempo, diminuir a deposição de gordura por meio de ingestão
excessiva, em relação à necessária para mantença e
crescimento. Entretanto, tanto a falta como o excesso
de aminoácidos causam desequilíbrios que limitam o
crescimento de tecido magro, aumentando a quantidade de gorduras. Pois a energia também pode ser
oriunda da desaminação de proteínas, portanto, o for-
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Abr/Mai/ 2004 - AveWorld
necimento de proteína bruta em excesso ou de pouca
digestibilidade, sem um equilíbrio ideal de aminoácidos, significa que haverá maior potencial para deposição de gordura (Leeson, 1995).
A deficiência de lisina afeta o crescimento muscular e consequentemente a carcaça dos frangos de
corte, independente da linhagem. Sendo o crescimento do músculo peitoral o mais afetado comparado aos
outros músculos (Tesseraud et al., 1999 e Tesseraud
et al., 2002). Isso ocorre pelo fato dos diferentes músculos serem compostos por diferentes tipos de fibras
por exemplo: peito - pectoralis major (fibras tipo IIb glicolíticas), asas - latissimus dorsi (fibras tipo I - oxidativas) e pernas - sartorius (fibras tipo I e IIb - oxidativas e glicolíticas) (Leclerq, 1998).
A proteína muscular tem elevado nível de lisina,
e o rendimento de carne do peito aumentou comparado ao rendimento de carne total da carcaça nas novas linhagens. Sendo que, a carne de peito representa
30% do total da carne da carcaça e 50% da carne comestível da carcaça (citado por Coleman and Korver 2004).
Na Tabela 1 podemos verificar o efeito do nível
de lisina da dieta no rendimento de carne de peito dos
frangos de corte.
Foi realizado no INTA por Schang et al. (2001)
um estudo com 7 níveis de lisina em dietas para frangos de corte, na fase de 36 a 49 dias de idade. Pode
ser observado na Tabela 2, que os melhores resultados de carcaça obtidos foram quando o nível de lisina
da dieta foi igual ou superior a 1,05% de lisina digestível na dieta.
Leandro et al. (2003) avaliando programas alimen-
tares, testando níveis de proteína (aminoácidos) e
energia metabolizável verificaram que os planos nutricionais não afetaram o rendimento de carcaça dos
frangos machos, entretanto, as dietas com mais altos teores de aminoácidos e energia apresentaram
maior rendimento de peito. O mesmo fato foi observado por Valério et al. (2003) onde a elevação
dos níveis de lisina da dieta não aumentou o rendimento de carcaça mas, houve um aumento linear
no peso absoluto e no rendimento de peito dos frangos. Outro ponto importante deste trabalho foi que
houve um aumento no peso absoluto de coxa quan-
do além do aumento dos níveis de lisina foi elevado
também outros aminoácidos: metionina, treonina,
triptofano, valina, isoleucina, arginina (manteve-se
a mesma relação com a lisina).
Toledo (2003-dados não publicados) verificando a
resposta aos níveis crescentes de lisina encontrou positivas respostas no peso da carcaça, peito e pernas com
o aumento dos níveis de lisina, mantendo a mesma relação aminoacídica para todos os níveis de lisina. (Tabela 3 - Toledo 2003).
Se levarmos em consideração a teoria que, os
frangos de corte consomem para satisfazer as suas
necessidades em energia, é importante então conhecer a relação dos demais nutrientes com a energia.
Macleod (1991) reportou que os frangos de corte
respondem à relação energia: nutrientes por meio da
variação na taxa de deposição de gordura, sem ocorrer alteração na dissipação de energia na forma de
calor. Entretanto, para obter melhorias nas deposições de proteína e gordura corporal, menores relações EM:AAs devem ser utilizadas, tornando os aminoácidos da dieta mais eficientes, uma vez que há
energia disponível para deposição.
Portanto, há uma necessidade de energia para
deposição proteíca entretanto, os nutrientes responsáveis pela deposição são os aminoácidos.
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