UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM PARA O BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR Por LEDA MARIA MAURICIO RABELO ORIENTADOR (A): Maria POPPE. Tapauá 2008 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM PARA O BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR LEDA MARIA MAURICIO RABELO Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia Institucional. Tapauá 2008 AGRADECIMENTO Pela realização deste trabalho, agradeço a Deus que pela sua infinita misericórdia que me ajudou a vencer e a obter mais esta vitória, agradeço também todos que me apoiaram, me estimularam e ajudaram-me a chegar até aqui. DEDICATÓRIA Dedico esta vitória aos meus pais, filhos e esposo pela força que me deram no momento em que tanto precisei, pelo amor e carinho que eles têm para comigo. RESUMO Este trabalho tem como objetivo conhecer as dificuldades e os sintomas provocados na criança como fatores dificultadores na aprendizagem. Sabemos que as dificuldades são fatores importantíssimos para que o aluno não tenha um bom desempenho em seu aprendizado. O professor precisa conhecer a fundo as dificuldades e o que precisa ser feito para prevenir essas dificuldades, onde as mesmas podem ser causadoras de um fracasso escolar decorrentes no aluno. Precisamos conhecer a realidade das crianças para conhecermos as suas dificuldades para que a partir daí possa se pensar numa prevenção. Com este trabalho mostrarei o quanto uma dificuldade pode atrapalhar o aprendizado, e enquanto não se trabalha essa dificuldade a criança fica desmotivada não acredita mais em seu potencial, trazendo para sí e para os pais um sentimento de insatisfação e negação, por parte dos mesmos. A escola deve buscar métodos capazes de trabalhar os problemas ocorridos em sala de aula mostrando que pais, alunos e professores juntos podem ajudar a melhorar o ensino e a aprendizagem, e que a pscopedagogia tem um importantíssimo papel para ajudar na prevenção dessas dificuldades. METODOLOGIA Existem fatores que interferem de forma negativa ao desenvolvimento educacional, precisamos conhecer e entender como estão sendo trabalhadas as dificuldades dentro da sala de aula. Precisamos conhecer também métodos que possam ser usados pelo professor para ajudar a separar essas dificuldades. As dificuldades na aprendizagem para o baixo rendimento escolar no ensino fundamental é um estudo de caso, realizado dentro do campo da Escola Estadual Professora Marizita, localizada no Centro da Cidade no Município de Tapauá-Am. A escolha desta instituição surgiu pelo fato de querer conhecer e aprender o porquê de tantas dificuldades interferirem no aprendizado do aluno, onde na maioria dessas dificuldades é a leitura e a escrita, acompanhadas de outras dificuldades. O presente estudo enquadra-se no âmbito do método de abordagem, o crítico-dialético, cuja finalidade defende a importância de conhecer a realidade em sua concretividade, o mesmo levará a um estudo amplo para que se tenha um melhor entendimento sobre o objetivo da pesquisa. Visa ainda uma mudança qualitativa, sendo necessário para o professor o novo olhar em busca de soluções possíveis para melhorar o aprendizado do aluno. Como método de procedimento o referido estudo, adotamos o método monográfico ou estudo de caso, que consiste na investigação aprofundada de um caso, ou seja, com especificidades particulares ou coletiva de um individuo dentro de suas condições de trabalho ou aprendizado. O método aqui abordado possibilitará o uso de questionários, conversas entrevistas, pesquisa bibliográfica em: Vigostsky, Alicia Fernandes, Piaget, Sara Pain e outros, tudo para um melhor embasamento do estudo. Na delimitação do estudo, a presente investigação será realizada na cidade de Tapauá-Am, com professores e alunos da Rede Estadual, que atuam na área do Ensino Fundamental de 1ª à 4ª séries. Como técnica será usada a observação direta e participativa, tudo que buscamos hoje é uma possível solução para uma melhor compreensão para as dificuldades, sem interferir no modo de ensinar de cada professor. Portanto, a presente amostra constitui-se com a ajuda a alguns professores da Rede Estadual. O procedimento da coleta de dados estabeleceu-se a partir do cotidiano escolar e das dificuldades apresentadas em sala de aula, onde se deu o relatório de todo material coletado. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................................8 CAPÍTULO I. ..................................................................................................... 10 DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM ............................................................ 10 CAPÍTULO II. .................................................................................................... 14 LEITURA E ESCRITA ....................................................................................... 14 CAPÍTULO III .................................................................................................... 22 AFETIVIDADE E ASSOCIAÇÃO: FAMÍLIA, ESCOLA E GRUPO DE COMPAHEIROS ............................................................................................... 22 CAPÍTULO IV .................................................................................................... 33 RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM .... 33 CAPÍTULO V ..................................................................................................... 39 FRACASSO ESCOLAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ..................... 39 CAPÍTULO VI .................................................................................................... 42 PSICOPEDAGOGIA: PERSPECTIVA PREVENTIVA PARA AS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM ............................................................ 42 CONCLUSÃO ................................................................................................... 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 47 INTRODUÇÃO A educação parece estar se tornando uma prática problematizadora, precisamos estar atentos às mudanças no processo e as dificuldades pedagógicas apresentadas nos alunos no decorrer da prática educacional que comprometem a qualidade do ensino. Este é um momento de estudo que devemos pensar e refletir sobre a educação e o processo educativo, onde provoca mudanças comportamentais e outras dificuldades apresentadas pelos indivíduos. “A aprendizagem é uma modificação duradoura e do comportamento, em função de aquisição devida às experiências”. (Piaget apud NAZARETH, 2002, p. 20). Hoje o aprendizado para alguns alunos se torna difícil, pois estão surgindo dificuldades que não estão atendendo as expectativas do professor em relação ao ensino em sala de aula. Para que haja um aprendizado satisfatório por parte dos alunos, é preciso conhecer e superar essas dificuldades que se apresentam no decorrer do processo de ensino, é preciso que uma linha de atuação esteja presente para trabalhar a intervenção, no sentido de superá-las. “Cabe ao professor observar as crianças, identificar aquelas que apresentam problemas de aprendizagem e encaminha-las ao especialista adequado para diagnóstico e tratamento.” (Piaget apud NAZARETH, 2002, p. 65). Dotado de muita responsabilidade, o ensino ao longo dos tempos se tornou uma experiência não muito agradável para algumas pessoas. Muitos professores por não terem uma preparação adequada para o ensino acabam entendendo ou superando as dificuldades. Sabendo disso, propomos um estudo onde estaremos pesquisando e analisando as dificuldades no aprendizado, com a intervenção de sanar ou amenizar situações que possam prejudicar a criança ou adolescente em sua vida escolar. A escola precisa e deve acompanhar a evolução da educação e não ficar estagnada no mesmo. Portanto é preciso aprender a lidar com deficiências trazidas pelos alunos ou adquiridas no próprio ambiente escolar. A leitura e a escrita são as dificuldades mais enfrentadas pelos professores em sala de aula, principalmente nas séries iniciais de 1ª à 4ª séries do ensino fundamental. Mas não é só isso, existem outras dificuldades que atrapalham o trabalho do professor, como a hiperatividade e a desatenção. “Os sintomas primários seriam a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade além de outros sintomas...”. (Anostopoulos e Barkley apud POPPE, 2008, p. 20). É preciso conhecer mais a fundo cada um das dificuldades e as maneiras em que a pscopedagogia pode ajudar na prevenção da superação dos problemas, para que o aprendizado nos educando melhore cada vez mais formando verdadeiros cidadãos participativos na sociedade. Portanto para que se entendam melhor as dificuldades no aprendizado e a influencia que cada um exerce sobre a criança, estaremos trabalhando os seguintes capítulos: leitura e escrita; família, escola e gruo de companheiros; fracasso escolar e a participação da pscopedagogia na prevenção às dificuldades. CAPITULO I DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM: As dificuldades de aprendizagem é um assunto no mínimo complexo, são inúmeros os vetores que atuam de forma negativa no processo de ensino a aprendizagem. Pensar as dificuldades no aprendizado numa perspectiva preventiva antes de tudo traçar distinções entre Fracasso Escolar e Processo de Aprendizagem. Sabemos que dificuldades no aprendizado podem ser causadoras de um fracasso escolar ocorridos em muitas escolas da rede publica, é um fracasso que se revela, principalmente na criança em seu meio familiar, proporcionando na criança pouco aprendizado e consequentemente um baixo rendimento escolar durante o ano letivo. Em 1962 Kirk apud Jesus N. García (1998), utiliza pela primeira vez o nome “Dificuldade de Aprendizagem” e sua definição dificuldade de aprendizagem teriam como causa uma disfunção cerebral, ou uma alteração emocional-condutal, centrariam-se as dificuldades nos processos implicados na linguagem e nos rendimentos acadêmicos independentes da idade. As dificuldades encontradas no aprendizado são decorrentes de muitos fatores como: socioeconômico, emocional e outros, além do sistema educacional que muitas vezes se apresenta como regra mal definida. Paola Gentile (2004), “conhecer as culturas e relações sociais da comunidade ajuda a entender seus alunos e a ensinar melhor”. (Apud NOVA ESCOLA, 2006, p. 22). É importante se trabalhar as dificuldades de seus alunos, trabalharem suas potencialidades e de apostar na superação, esse aluno valorizando as conquistas feitas por cada um, em vez de acreditarmos no seu fracasso e que o aluno não consegue pó sua incapacidade rotulando o aluno como preguiçoso, desatento, agitado, problemático e etc. Educar não é simplesmente uma transmissão de conhecimento, é preciso colocar-se no lugar do sujeito, para que se possa sentir-se como ele e suas dificuldades, é desvendar as contradições oferecidas pelo mundo em que vivemos, é trabalhar em busca de um mundo melhor, e não julgar, não discriminar, não excluir o sujeito. A criança deve ser “olhada” como um todo, para podermos chegar as “partes” e identificar as causas dessas dificuldades. “Educar é fazer a de sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições comprometendo-se com o mundo para recriá-lo constantemente”. (Gadotti apud, POPPE, 2008, P. 23). Durante um grande período foram feitas muitas pesquisas, trabalhos foram publicados, contribuições foram feitas possibilitando o nascimento do movimento das dificuldades de aprendizagem, como também os adolescentes e os adultos. Sara Pain ressalta a necessidade de restituir ao acontecimento e a atividade cognitiva a alegria que foi pervertida sob a forma de ignorância para que se possa ajudar a criança a sobrepujar sua perturbação, já que não basta denunciar o papel da perturbação como defesa. As dificuldades de aprendizagem podem afetar algumas áreas básicas para um processamento adequado de informações. Até as fraquezas mais comuns podem ser obstáculos à aprendizagem, e a comunicação principalmente em salas tradicionais. “As crianças com dificuldades de aprendizagem, entretanto, sofrem de uma combinação infeliz: não apenas suas fraquezas são mais pronunciadas do que o normal, mas elas também estão naquelas áreas que mais tendem interferir na aquisição de habilidades básicas em leitura, matemática e escrita”. (Smith e Strick apud POPPE, 2008, p. 10). Muitas crianças e adolescentes um padrão de comportamento diferente em sala de aula, os comportamentos prejudicam as crianças no desenvolvimento da aprendizagem, são comportamentos freqüentes hoje em sala de aula, à agitação, mexe-se na carteira, levanta-se quando deveria permanecer sentada, desatenção de dificuldade de manter a atenção em detalhes, manter a atenção nas tarefas, nas instruções e outros. Raramente a dificuldade de aprendizagem tem origem apenas cognitiva. Atribuir ao próprio aluno o seu fracasso, considerando que haja algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo, lingüístico, ou emocional (conversa muito, é lento, não faz a lição de casa, não tem assimilação, entre outros), desestruturação familiar, sem considerar as condições de aprendizagem que a escola oferece a este aluno e outros fatores intra-escolares que favorecem a não aprendizagem. O aluno, ao perceber que apresenta dificuldades em seu aprendizado, muitas vezes começa apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade, agressividade, etc. A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria. “... Os sintomas primários seriam desatenção impulsividade e a hiperatividade além de outros sintomas...” (Anostopoulos e Barkley apud POPPE, 2008, p. 10). Durante muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e criticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos limitar a acreditar, que as dificuldades de aprendizagem, seja uma questão de vantagem do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares. Se a dificuldade fosse apenas originada pelo aluo, por danos orgânicos ou somente da sua inteligência, para solucioná-los não teríamos a necessidade de acionarmos a família, e se o problema estivesse apenas relacionado ao ambiente familiar, não haveria necessidade de recorremos ao aluno isoladamente. CAPITULO II LEITURA E ESCRITA: A leitura e escrita são processos muitos complexos e as dificuldades podem ocorrer de maneiras diversas, além disso, temos a aquisição da leitura e escrita como fator fundamental e favorecedor dos conhecimentos futuros; é uma ferramenta essencial, ou mesmo a estrutura mestra onde serão alicerçadas as demais aquisições. É apoio para relações interpessoais, para a comunicação do seu mundo interno e externo. Uma criança que não tenha solidificado realmente sua alfabetização, poderá tornar-se frustrada diante da educação formal, terá deficitário todo o seu processo evolutivo de aprendizagem, apresentará baixo rendimento escolar e pouco a pouco sua alto-estima estará minada, podendo manifestar ações reativas de comportamento anti-social, bem como leva-la ao desinteresse e muitas vezes até a evasão escolar. O problema pode ainda decorrer em outros secundários que acabarão se tornando tão ou mais graves daqueles originais que produziram a ineficiência da alfabetização. Uma das grandes preocupações é que muitos alfabetizadores não têm informações especializadas para exercer bem a sua função, então se deve pensar bem em orientações para que esses profissionais busquem recursos para aprimorarem o conhecimento, aprender novas técnicas, pesquisar e ler materiais, livros, artigos de especialistas, que tenham uma visão geral de como ocorre os processos de aquisição da linguagem, da leitura e da escrita. O professor que trabalha com o ensino de leitura e escrita devem, primeiramente, reconhecer a estrutura e organização do sistema gráfico para criar estratégias de ensino, de acordo com sua visão profissional e também pensando nos alunos e suas necessidades, é que podem centralizar e auxiliar seus alunos na superação de eventuais dúvidas de leitura e ortografia. Alguns alfabetizadores ensinam as palavras através da pronuncia das mesmas, mas deve ficar claro que existem variações nas formas de falar das pessoas, ocorre variações de uma região para a outra, então o interesse é relacionar letra e som exemplificando em que situações ocorrem às possibilidades de diferentes pronuncias. É importante comentar que o alfabetizador deve ter consciência de adiquirir conceitos relacionados à leitura e a escrita, como um processo gradual, em que os estudantes irão alcançar maturidade cognitiva em relação à linguagem. Irão ocorrer alguns erros dos alunos, até que eles por si só (com o auxilio do educador) alcancem um nível de automatização da linguagem. Cabe ressaltar as afirmações da autora; Oliveira: “... Muitas crianças chegam à escola num estado de relativa confusão cognitiva em relação, que os objetivos da leitura, quer as possibilidades formais da linguagem escrita. O sucesso da aprendizagem da leitura está condicionada pela evolução infantil deste estado de confusão cognitiva para uma maior classificação dos conceitos funcionais e das características alfabéticas da linguagem escrita...” (SILVA, 2003, p. 85). Muitas crianças chegam na escola com o que se pode chamar de “confusão cognitiva”, ou seja, num estado de compreensão e diferenciação tanto das propriedades formais da escrita como os objetivos da leitura. É este estado de confusão quando evoluído que gera o bom da aprendizagem leitora, pois assim a criança vê de forma mais clara os direitos funcionais e as características alfabéticas da linguagem escrita. As crianças somente alcançarão à segunda fase quando obtiverem uma representação definida da tarefa de ler. Aprendizagem da leitura e da escrita está condicionada a diversos fatores, que poderão contribuir para um bom ou ruim desempenho da aprendizagem leitora e para o desenvolvimento eficaz da linguagem escrita. Em nossa prática de consultório, atendendo crianças, adolescentes, jovens adultos, bem como os próprios pais, são comuns acerca da pouca eficiência do saber ler e escrever. São comuns ainda, queixas de professores sobre estas dificuldades, ou seja, quão pouco eficiente os jovens se encontram em relação à linguagem oral, quão pouco domínio eles dispõem da verbalização adequada como instrumento de comunicação e, o mesmo ocorrendo com o domínio da leitura e da escrita. O problema da percepção visual é uma dificuldade que traz problemas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. As habilidades de percepções visuais incluem capacidade para reconhecer imagens similares, separar figuras significativas de detalhes de fundo, reconhecer seqüências. Os estudantes com problemas de percepções visuais têm dificuldade com a memória visual e visualização, tornando o aprendizado da leitura dolorosamente lendo. Moraes afirma que: quando os alunos estão aprendendo as convenções do sistema alfabético é comum alguns cometerem trocas entre P e B, T e D, F e V. essas trocas ocorrem devidos aos fatos desses sons serem muitos parecidos e sua realização no aparelho fonador e, por isso, é que surgem dificuldades e diferencia-los. As deficiências de percepção podem trazer transtorno na leitura e na escrita. “A maioria dos alunos que apresentam tais dificuldades na escrita, não tem problemas de compreender e falar as palavras com esses mesmos sons. Ainda segundo Morais, para a maioria desses alunos, a questão parece residir nas dificuldades de analisar fonologicamente os segmentos sonoros na hora em que estão escrevendo”. Na escrita, os trabalhos escolares são incompletos, tem muitos recursos e apagamentos, dificuldades para recordar as formas das letras e dos números, espacejamento desigual entre letras e palavras, cópia impressa, fraca ortografia, não localiza erros no próprio trabalho e tem dificuldades de organizar trabalhos escritos. Oliveira (1997), “as dificuldades no ensino da leitura representam um dos maiores desafios para o trabalho pedagógico do professor”. (Apud SILVA, 2003, p. 31). Na leitura confunde letras de aparência similar (B e D, D e T, M e N), apresentam dificuldades para aprender e recordar palavras que vê, frequentemente perde-se durante a leitura, confunde palavras de aparência similar, inverte palavras tem dificuldades para encontrar letras em palavras ou palavras em sentenças e fraca memória para palavras impressas. A escrita apresenta em qualquer língua aspecto da fala. A leitura deve ultrapassar a simples a representação gráfica e codificação de símbolos, é antes de tudo uma compreensão e entendimento da expressão escrita. Podemos aqui destacar dois transtornos específicos no aprendizado do aluno como: a leitura e a escrita, estes são considerados dificuldades primárias no aprendizado. Oliveira (1997, p. 113) ressalta que: “A leitura é muito mais do que a decodificação de sinais e símbolos através do som, pais a pessoas,... sabe ler e compreender o que ler, interpretando os sinais escritos. Existem crianças que conhecem as letras, mas não lêem”. (Apud SILVA, 2003, p. 30). Nota-se a dificuldade da criança porque ela apresenta dificuldade de escrever palavras, na leitura troca de letras na hora de ler ou escrever, surgem dificuldades na preparação e estruturação de texto. Para Silva Junior (2004). Apud Nova Escola, “o importante é ter vontade de ler tudo o que uma obra tem para ensinar”. As características lingüísticas envolvendo habilidades de leitura escrita, mais marcantes das crianças disléxicas, são: A acumulação e persistência de seus erros de soletração ao ler e de ortografia ao escrever. Confusões entre letras, sílaba ou palavras com diferenças sutis de grafia: b-d; b-p; d-b; d-p; d-q; n-u; w-m; a-e. Confusão entre letras que possuem um ponto de articulação comum, e cujos sons são acusticamente próximos: d-t; j-x; c-g; m-d-p; v-f. Inversões parciais e totais de silabas ou palavras: me-em; sol-los; som-mos; sal-las; pal-pla. Para podermos usufruir e trabalhar na sociedade que tanto almejamos urbanizada e tecnicada do século XXI será necessário um domínio cada vez maior da leitura e da escrita, saber comunicar-se de grande importância para criança e adolescente. Por isso os melhores recursos técnicos devem ser destinados às primeiras séries do Ensino Fundamental. Saber ler e escrever não é um simples problema de alfabetização, é um autentico problema de sobrevivência, Lúcia Briza (1994) apud Nova Escola, afirma. A leitura é mais do que “ler nas linhas”, identificar as informações e reproduzi-las. Todas as crianças devem aprender a ler e escrever com desenvoltura, nas primeiras séries fundamentais, para poderem participar ativa e produtivamente da vida social. A leitura não é um processo simples, que consiste na aprendizagem de uma série de tarefas mecânicas; é concebida como uma conduta muito complexa e elaborada, de caráter criativo na qual o sujeito é ativo quando a realizar e põe em ação todos os conhecimentos prévios neste caso do tipo lingüístico ou mais especificamente, do tipo gramatical. O ato de aprender a ler é sem dúvida o maior desafio que todas as crianças têm que enfrentar nas fases iniciais de sua escolarização. Isto porque o mundo que nos cerca é totalmente dominado por informações escritas. Cabe a criança superar esse desafio e desenvolver a capacidade leitora o qual é o primeiro passo para cada criança que freqüenta a escola, seja no futuro um cidadão efetivamente livre e independente em suas decisões. Com bases no estudo e investigações sobre o aprendizado da leitura, bem como suas dificuldades encontramos alguns modelos que favorecem estratégias para o melhor aprendizado da literacia, são modelos que em sua maioria assumem a idéia de que a aprendizagem se inicia com estratégias não alfabéticas, as quais requerem a ligação na memória entre pistas visuais e palavras. Todos eles defedem que a compreensão infantil do principio alfabético é o fator mais importantes para se acender a uma leitura fluente. A leitura é aquela em que literalmente lemos e entendemos, ou seja, o entendimento é à base do aprendizado da leitura. Aprendemos a ler através da leitura, acrescentando coisas aquilo em que já sabemos. Está claro pelas afirmações acima que a compreensão e o aprendizado da leitura são fundamentalmente a mesma coisa. Para entendermos melhor o processo de compreensão leitora, devemos considerar o que já temos em nossas mentes que nos permite extrair um sentido de mundo ou o que chamamos de “conhecimento prévio”. Outro saber que implica numa capacidade fundamental, a competência gravo - fonética e a de decodificação. Decodificar além de requerer o desenvolvimento da reflexão e manipulação sobre a língua oral, considerando o sistema de escrita alfabético exigem também, o conhecimento dos valores fônicos das letras e suas combinações. Na descoberta e exploração textual, são necessários dois tipos de competências básicas, as verbo-preditivas que se servem do contexto lingüístico e as textuais que controlam as estruturas e estabelecem ligações entre as partes de um texto. Os mecanismos que constituem a compreensão leitora são estudos fundamentais para educadores que desejem enriquecer seus conhecimentos sendo capaz de fazer a diferença no aprendizado escolar. Consideramos um individua realmente alfabetizado não apenas quando mecanicamente decodificar sons e letras, ou seja, puder transpor os sons para as letras (ao escrever) e das letras para os sons (ao ler), mas de forma efetiva, ou seja, quando estiver automatizado o processo sem precisar recorrer a todo instante aos passos necessários a esta atividade; e sobre tudo quando puder utilizar esta habilidade para obter outros conhecimentos; para assimilar e mostrar esquemas internos que o permita transformar os elementos brutos da realidade e que possa operacionalizar o processo continuo de sua própria alfabetização (já que ela não é um fim em si mesma), e da aprendizagem em quanto um todo. Ajuriaguerra aponta que enquanto este processo permanece no limiar do voluntário, seu desenvolvimento é irregular e forçado; quando se automatiza, a leitura e escrita se tornam fáceis, livres e muito rápidas. Você deve considerar que a alfabetização não é apenas a memorização ou treino de um conjunto de habilidades sensório-motoras. Ela é um processo complicado, no qual a criança precisa resolver problemas lógicos até compreender de que forma a escrita alfabética representa a linguagem oral. Para ajudar seus alunos no enorme desafio de aprender a ler e escrever, é fundamental trazer para a escola a escrita em seus diversos usos. É preciso também respeitar o que o aluno já sabe. Lembre-se: desde pequenas, as crianças têm contato com a língua escrita. Dê aos alunos a chance de produzir textos, mesmo que eles ainda não saibam grafá-los. Um bom exercício para isso é deixá-los ditar palavras ou historias completa para você escrever da mesma forma você deve considerar as crianças como leitoras antes mesmo que elas consigam lerem sozinhas. Para isso leia para os alunos. Para isso leia para os alunos e faça dessa leitura uma atividade permanente. Evite a idéia de que, para as crianças pequenas, os textos devem ser curtos e apenas palavras fáceis. Muitas vezes textos assim são pobres demais e acabam fazendo com que os alunos se desinteressem da leitura para sempre. Para que se faça um trabalho de prevenção ou de superação nas dificuldades de aprendizagem é importante identificar, compreender, caracterizar as causas determinadas das dificuldades de aprendizagem ou das próprias dificuldades. Precisamos saber o porquê os alunos de 3ª e 4ª séries do Ensino Fundamental, não são capazes de escrever adequadamente uma composição porque ela não tem nenhum domínio de ortografia de organizar de seu pensamento e expressa-lo por escrito, etc. “A escrita deve ser trabalhada concomitantemente com a leitura para desenvolver a associação entre a compreensão do mundo da leitura com a representação das crianças, através da escrita”. (Apud SILVA, 2003, p. 31). A psicanálise através de Freud coloca o quanto os aspectos inconscientes influenciam a aprendizagem o quanto a nossa harmonia psíquica capacita ou prejudica esta atividade. Se a nossa psique é o veio através do que se dá nossa relação com o mundo, e se através dela que tomamos contato com o meio e o introjetamos, estando este aparelho como o chama Bion, em confusão ou conflitado em termos emocionais, terá alterada e prejudicada esta interiorização. Se uma criança, por exemplo, não teve em principio um bom vinculo com a mãe, ou sua substituta, poderá especificamente com a aquisição da linguagem oral, da leitura e escrita, podendo ser esta a sua forma de sintomas reativos manifestos. A linguagem, neste caso, poderá estar cumprindo em uma função de alerta de que a comunicação, entre ela (a criança) e o mundo, está prejudicada. CAPITULO III AFETIVIDADE E ASSOCIAÇÃO: FAMÍLIA, ESCOLA E GRUPO DE COMPANHEIROS. A aproximação escola-família, é um importante aspecto saudável para que haja uma prevenção dificuldade de aprendizagem. Estabelecer a famíliaescola para melhor trabalhar no processo de desenvolvimento do educando, assim poderemos falar, discutir, enfrentar as dificuldades, encontrar alternativas, para que se possa resgatar o prazer de ensinar e de aprender e de desvendar o mundo. “A interação da família na escola é fundamental para a melhoria do ensino” afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Brasília – 2002). A escola deve se oferecer como um espaço de acolhimento, de investigamento efetivo, onde a mesma juntamente com sua equipe de pedagogia possa promover espaços de discussões, de reflexão quanto aos interesses, expectativas e insegurança dos alunos. Contatos periódicos tanto com a família, como com a escola, possibilitam o repensar e redimensionar do trabalho pedagógico. Vasili Sujon Linski, apud Pessoa (2001), diz que “se a família, a escola é importante é que a pedagogia deve se converter uma ciência para todos, para os mestres e para os pais”. É importante dentarmos que a família tem uma importante tem uma importante função no ensino para o aluno. É no seio familiar que a acriança começa conhecer e entender as leis e o mundo em que ela vive a conversa, a convivência, hábitos, costumes são marcas fortes no processo de aprendizagem. Este conceito de mundo será influenciado pelas relações com os irmãos, com os avós e com os objetivos naturais e culturais. “A aprendizagem escolar é predeterminada por uma aprendizagem informal que ocorre no seio familiar desde que o bebê existe e atravessa o universo escolar”. (Rubinstein apud POPPE, 2008, p. 03). São muitas as razões que levam o sujeito não querer saber como salienta Rubinstein. “... é o sujeito que tem o poder de fazer suas próprias escolhas em relação que ele deseja saber.” Muitas vezes percebe-se um conflito na criança a partir do momento em que ela busca apropriar-se de alguns conhecimentos, por estes motivos muitas vezes tal apropriação é evitada. “A criança pode tornar-se um conhecedor inibido caso seus pais desejam resguardas-lo do conhecimento que o ameacem”. (Apud POPPE, 2008, p. 06). Galt apud Poppe, observou que determinadas pessoas adultas, devido a uma lesão cerebral, perdiam a capacidade de expressão de idéias e sentimentos mediante a fala, embora permaneçam com suas habilidades intelectuais intactas. Não se podem trabalhar os problemas de aprendizagem aleatoriamente, é preciso conhecer tal problema, por isso para fazer o diagnostico de cada problema de aprendizagem devemos levar em consideração vários fatores como: disfunção cerebral, alteração emocional, transtornos, deficiência nutricionais, para que a partir daí se possa ter um olhar em busca de saídas possíveis para as dificuldades. Identificar os aspectos que poderão estar obstaculizando a educação, inicia-se o processo de modificação destes obstáculos, através da atuação do psicopedagogo. As dificuldades apresentadas pelos alunos devem ser tratadas de uma maneira que não venha discriminar ou excluir o aluno. Em sua definição Kirk aponta: “Uma dificuldade de aprendizagem refere-se a um retardamento, transtorno ou desenvolvimento lento, em um ou mais processos da fala, linguagem, leitura, escrita, aritmética ou outras áreas escolares resultantes de um handicap causado por uma possível disfunção cerebral ou função cerebral ou alteração emocional ou condutas. Não é o resultado de retardamento mental, privação sensorial ou fatores culturais e instrucionais. (apud POPPE, 2008, p. 04 e 05). Muitos alunos ao ingressarem na escola, trazem consigo uma bagagem cultural de conhecimento, isto são muitos importantes para um bom desempenho no sistema educacional. “Aproveitar o potencial que o individuo traz e valorizar a curiosidade natural da criança são princípios que devem ser observados pelo educador”. (Brunner, apud NAZARETH, 2002, p. 24). Crianças que não conseguem desempenhar suas atividades escolares de forma positiva sentem-se fracassados por não conseguirem corresponder o que espera dele, sofre por não conseguir acompanhar o grupo e de sentir-se desacreditado pelos que lhes cercam. Muitos acreditam que a culpa do fracasso escolar do próprio aluno, que não presta atenção, tem preguiça, não quer aprender. A escola por sua vez tende a localizar no sujeito a culpa de seu fracasso, para isso alega, a escola é bom, o ensino é de qualidade, o professor é qualificado, porém o aluno é que não consegue aprender. Sabemos que a qualidade do ensino ministrados na escola não garante totalmente o sucesso nos estudos, vários fatores surgem para dificultar o alcance do nível de instrução exigido hoje. Anny Cardié (1996) ressalta: “Já podemos salientar o quanto a rapiz das transformações social inverteu os velhos esquemas de transmissão da herança cultural. Muitas vezes, há discordância entre as tradições familiares e os novos modos de vida. Essa ruptura brutal implica conflitos entre gerações, conflitos que são eles próprios, fonte de fracasso escolar”. (apud POPPE, 2008, p. 11). Pensar em educação é pensar na escola, professores, alunos e pais. Os pais devem participar da escolaridade de seus filhos, freqüentarem as escolas em que seus filhos estudam, reconhecer a sua filosofia de trabalho, participar dos seus projetos, dialogar, acompanhar o avanço e as dificuldades dos filhos, mas não podemos delegar aos pais à responsabilidade que é dirigida a escola. A escola deve criar espaços para que os pais dos alunos possam ajudar e não jogar todas as responsabilidades nos mesmos. “Dificuldades de aprendizagem não são responsabilidades diretas da família, mas dos profissionais que atuam na escola, bem como as questões das questões interpessoais no ambiente escolar”. (Jussara Hoffman apud POPPE, 2008, p. 22). A escola não pode esperar dos pais que procedimentos seguir para resolver as dificuldades, mesmo porque eles não têm a competência necessária para isso. A escola deve deixar claros seus princípios e fundamentos, trocar idéias a cerca das ansiedades e dos sentimentos trazidos pelas famílias, mediante as invasões trazidas pelas propostas pedagógicas. Não podemos parar por causa daqueles pais que não apareciam nas escolas e deixar de lado os seus filhos, é preciso mostrar aos pais a importância e os fundamentos dos projetos políticos pedagógico da escola para os alunos, aonde os mesmos irão ajudá-los em suas orientações e em suas escolhas. “Não são os pais que devem decidir os procedimentos da escola, porque não tem a competência profissional para tanto. É compromisso de a escola explicar seus princípios, fundamentos, trocar idéias a cerca de expectativas e sentimentos das famílias frente às inovações, para ajudar propostas pedagógica. Mas a resistência dos pais não pode ser argumento decisivo na manutenção de práticas. Classificatórias como vem acontecendo em todo país. São em beneficio aos alunos, os fundamentos teóricos e o projeto político pedagógico da escola que devem nortear tais escolhas”. (Jussara Hoffman, apud POPPE, 2008, p. 22). Existe uma grande necessidade de se reavivar os conhecimentos do sujeito sua auto-estima e a alegria que foi danificada sob a forma de ignorância com o objetivo de ajudar a criança a vencer a sua perturbação. Destacamos como importância para tal situação o papel do professor nesse processo, intervindo de forma pessoal na tentativa de resgatar o interesse de aprender. Atuar valorizando o que o aprendiz traz e faz em situações de jogos de regras, valorizando a espontaneidade do fazer lúcido e na construção de situações relacionadas com a leitura do mundo deste aprendiz. Trabalha o que aprendeu e o que sabe, valorizando seu papel, buscando sempre proporcionar nova e enriquecedora aprendizagem. Acreditamos em uma atuação que permita ao aprendiz perceber seu processo de aquisição da aprendizagem de forma significativa. Enfocamos na possibilidade de superação das dificuldades, trabalhando na zona de desenvolvimento proximal do aprendiz, estimulando o avanço de suas potencialidades. Pain (2003) posiciona-se sobre o papel de educador ressalta: “A tarefa que damos as crianças não é para ensinar-lhes coisa alguma porque, verdadeiramente nada ensinamos. Nem fazer contas nem a escrever. O que buscamos é devolver-lhe (porque em algum momento de sua vida deve tê-lo experimentado) o interesse de aprender o interesse por se mesmo, o interesse de ser sujeito de uma ação inteligente”. (apud POPPE, 2008, p. 15). Muitas vezes o aprendiz inicia sua vida escolar com o ingresso na préescola. Nestas instituições estas experiências porque possam continuar mantendo um caráter doméstico, proporcionando um desenvolvimento harmônico e rico em experiências mediadoras, que estam estimulando um amadurecimento tanto motor, quando afetivo e cognitivo. Na pré-escola como o nome bem define, o aprendiz diz se encontrar no meio do caminho entre a aprendizagem que se realiza na família e na escola primaria. Assim como existem educadores voltados para o trabalho de prevenção ou superação às dificuldades no aprendizado, também existem aqueles que desprezam as classes sócias, as mesmas encarregam-se a trabalhar a sua prática pedagógica, impondo-se com autoritarismo aquilo que quer ou que deseja fazer, este sujeito esta preocupado com seus interesses do que as das próprias crianças. Muitas crianças acabam apresentando falta de segurança, inibição, falta de interesse pela escola. “... Portadoras do desprezo social generalizado pelas classes “baixas”, as educadoras que se encarregam, das primeiras e segundas séries do Jardim dedicam-se diariamente às práticas pedagógicas autoritárias, arbitrárias e mais comprometidas mais comprometidas com os interesses particulares do que os interesses da clientela”. (Potto apud POPPE, 2008, P. 15). Para entendermos melhor as dificuldades de uma forma global, é preciso antes conhecer a realidade familiar e escola da criança. Compreender como o ambiente familiar pode afeta-lo no seu desenvolvimento intelectual e no seu potencial para a aprendizagem. Para “compreender a criança na família precisamos do ambiente familiar, suas estruturas e atmosfera, mas isso por sua vez, é influenciado pelo que ocorre fora de casa”. Como assinala Bronferbrenner (apud PAPALIA, 2000, p. 28). Sabemos que as condições oferecidas no ambiente familiar, escolar forem acolhedoras, estimulantes, confiantes, podem ajudar a fazer a diferença, evitando que o sujeito se acomode em uma posição de incapacidade. Estudos mostram que se a criança for privada de um convívio estimulante, acolhedor, seguro e etc., poderão surgir como base para o surgimento de muitos obstáculos desanimadores, mesmo que esta criança não apresente deficiências. A criança precisa de um lar bem estruturado para que a mesma possa desenvolver-se com mais capacidade e rapidez no seu aprendizado. Segundo Smith e Strick: “Não nos surpreende se as crianças em desvantagem social e educacional também considerem mais fáceis juntar recursos necessários para superar deficiências neurocognitivas. Os alunos com dificuldades de aprendizagem normalmente usam as áreas que são mais fortes para compensarem áreas de fraqueza, mas aqueles que não tiverem níveis adequados de estímulos e de apoios em casa têm bem menos áreas de recursos às quais recorrerem”. (apud POPPE, 2008, p. 22). Todo individuo precisa de educação para sobrevivência, e esta educação pode ser adquirida através de sua própria família e da comunidade em que está inserida. Tudo que se passa e se vive na família e na comunidade é também um meio de aprendizagem como: costumes, hábitos, conhecimentos crenças... Toda organização, na interação e nas trocas de experiências. Com o passar dos tempos, mudanças foram acontecendo nas sociedades os indivíduos foram transformando suas formas de se relacionar e de organizar em seus diferentes aspectos. Também foram construídas novas relações para darem condições de sobrevivência humana. Isso nos mostra que a educação não se dá apenas nas escolas, mas em todos os lugares, onde os sujeitos estejam desenvolvendo seu processo de aprendizagem, mesmo quando não tem o direito de estarem em instituições de ensino, pelos mais deferentes e absurdos motivos que eles sejam. “...Na prática problematizadora, vão os educandos desenvolvendo o seu poder de capitação e compreensão do mundo em que aparece em suas relações com ele... Como uma realidade em transformação em processo. (Ivan lllich apud SIMÕES, 2008, p. 03). Com a complexidade das sociedades, as diversidades e adversidades e relacionamento construídos as suas historias cotidiana a luz de suas relações, a educação na maioria das vezes injusta deve buscar e discutir a cidadania daqueles que vive nas diferentes comunidades que lhes dão significado e sentido. Bigge nos diz “... o papel da educação é fazer com que as experiências presentes e adequadas combinem com uma base anterior”. Mostrar que cidadania é construída historicamente pela humanidade, desde seu nascimento até sua morte, aonde vai desenvolvendo seu processo de aprendizagem, numa interação com as pessoas que vivem ao seu redor, suas experiências de grupos ou individuais, procurando sempre capacitar para contribuir na construção de uma sociedade mais justa e equânime de oportunidades, visando sempre à melhoria da qualidade de vida da sociedade de que faz parte. Como diz Libâneo, numa concepção emancipatória: “... A educação seria o fator de humanização, já que ela prepararia os indivíduos para participar na estruturação da própria civilização tendo em vista o desenvolvimento de toda a humanidade”. (apud SIMÕES, 2008, p. 05). Para que tudo dê certo no processo pedagógico é preciso que todos se comprometam a formar parcerias entre deferentes elementos que compõem o universo educacional em propiciar um efetivo trabalho pedagógico, reconhecendo o direito do sujeito, garantindo-lhe o acesso e permanência, bem como uma educação de qualidade. Concordamos, pois, com a multieducação, que está como o nosso ano de fundo, sustentando o nosso olhar, quando nos fala que, Libâneo (1997). “... A educação é uma prática social extremamente complexa e que, portanto, “verificamos que cada teoria, isoladamente poucos poderá nos ajudar... ou reduzir os problemas enfrentados a apenas uma dimensão”. (apud SIMÕES, 2008, p. 06). Podemos perceber que a educação não é apenas uma mera alteração somatório de conteúdos, não é apenas uma teoria pedagógica, a educação vai muito mais além. Como ciência que busca formar o ser humano, tem que está atenta na busca da construção humana coletiva do conhecimento, para uma melhor compreensão do mundo em que vivemos, das inter-relações e articulações entre os diferentes parceiros que compõem a sociedade. É importante ressaltar que a pedagogia trata de forma internacional e globalizada, dos problemas propriamente educativos. Como os diz Libâneo, é: “... A disciplina que se ocupa das práticas internacionais destinadas a favorecer o desenvolvimento dos indivíduos, no interior de sua cultura, por meio de processo de transmissão e assimilação de experiências, saberes e modo de ação culturalmente organizada... devemos privilegiar a formação global do ser humano, através do desenvolvimento de razão: resgatando a subjetividade humana, a autonomia de consciência humana, assentados ao desenvolvimento das capacidades cognitivas e afetivas de problematização e compreensão da realidade”. (apud SIMÕES, 2008, p. 08). Aceitar desafios, correndo risco de abraçar o novo medo de abalar as verdades sedimentadas é de fundamental importância para que possamos crescer como indivíduos sócio-historicos, na interação com os outros, como sujeito da nossa própria historia contextualizada e datada. Para que se tenha êxito em nossas ações, é preciso acreditar e reconhecer a potencialidade humana, reconhecendo suas limitações e sonhando com as possibilidades de se concretizar e de se viver em um mundo melhor. Não podemos deixar os nossos sonhos para traz, precisamos acreditar e lutar pelo um mundo mais justo e com melhores oportunidades para todos nós, Paulo Freire diz: “Ai de nós, educadores, se deixarmos de sonhar sonhos possíveis (...) Os profetas são aqueles ou aquelas que se molham de tal forma nas águas de sua cultura e da sua historia, da cultura e da historia de seu povo, que conhecem o seu aqui e o seu agora e, por isso, podem prever o amanhã, que eles mais do que advinham realizar”. (apud SIMÕES, 2008, p. 07). Poderíamos citar vários sinônimos para a palavra educar. Mas pedagogia para o Aranha aposta, radicalmente, na ampliação permanente do olhar e que educar é uma dinâmica, continuo, diálogo e dialético de construção de conhecimento permanente com muitos significados e sentidos, em constantes transformações em busca sempre aperfeiçoamento da existência. Einstein (2001) apud Simões, já dizia que o importante não é dar boas respostas, mas, sim, fazer grandes perguntas. A partir deste pressuposto, cabe-nos pensar e expressar sobre as suas idéias e conjectura sobre os fatos e os dados apresentados, no seu cotidiano, aprendendo a lê-lo criticamente, questionando e propondo situações de superação de suas problemáticas existências. Não é necessário apenas, uma grande quantidade de informações para que o indivíduo venha desenvolver a sua própria aprendizagem. É indispensável que se comprometa consigo mesmo, avaliando suas funções sociais. E, com sociedade, busque defender conceitos que dêem condições de desenvolver sua cidadania, comprometendo-se, integro e cônscio da necessidade de sua participação social. Ainda podemos constatar que as dificuldades são conhecidas apenas como: “termos sociais e individuais sendo preocupantes as implicações do nível familiar e escolar”. (JARDIM, 2001, p. 69). Em relação à família observam-se as altas ou baixas expectativas que são projetadas nos filhos, muitas vezes por desconhecimento da capacidade dos mesmos, ou ainda, por projeções baseadas inconscientemente em suas próprias experiências escolares, causando-lhes convivências impotentes e baixa estima, quando não conseguem corresponder. É bastante comum referencias de pais sobre similaridades de historia de fracassos na leitura e escrita, suas e de seus filhos, estabelecendo desta forma uma identificação de modelos atávicos. Vigostsky destaca que a aprendizagem das crianças se inicia muito antes de sua entrada na escola. Aprendizagem e desenvolvimento estão interrelacionadas desde o primeiro dia de vida da criança e as construções das funções psíquicas é vinculada a apropriação da cultura na qual ela está inserida, através das relações interpessoais dentro da sociedade a qual pertence. Vigostsky considerou essa apropriação construindo-se através da educação e do ensino que ocorrem na interação com adultos e companheiros mais experientes. Portanto é na escola que se realizam sistemáticas internacionalmente as construções e as gêneses das funções psíquicas superiores. Vigostsky (2000) defende a idéia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro do ser humano que vai se atualizando conforme o tempo passa ou se recebe influencia externa. Desta forma, se é no processo ensino-aprendizagem que ocorre a aproximação da cultura, é a partir desse processo que ocorre o desenvolvimento, sendo o aprendizado considerado em aspecto necessário e fundamental para a evolução das funções psicológicas superiores. O aprendizado pressupõe uma natureza social especifica é uns processos através do quais as crianças penetram a vida intelectual daqueles que os cercam. (VIGOTSKY, 2000, p. 56). Segundo Vigostsky, o desenvolvimento se dá a partir das interações com o meio social em que se vive, uma vez que as funções psicológicas superiores emergem da vida social. A escola, na convicção de Vigostsky, no seu desempenho de construção de seu psicológico adulto, deve conhecer o nível de desenvolvimento dos alunos e direcionar a aprendizagem para novas conquistas. CAPITULO IV RELAÇÃO PROFESSOR/ALUNO: NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM As ações de sobrevivência ocorridas no dia-a-dia da escola, entre professor/aluno é de fundamental importância para se manter as boas ações fundadoras particulares, sem qual a sobrevivência entre professor e aluno não seria possível, esta emoção vivenciada entre professor/aluno ajudara no processo ensino aprendizagem e a resolver dificuldades no aprendizado, essa emoção é o amor. É importante que o processo educacional, o educador entenda que ele não é portador de um saber inquestionável, pois à medida que o professor se permite ser doador/receptor e ai que abres as possibilidades para trocar de novas experiências e novos encontros no espaço educacional. Nesse processo o aprender/ensinar é que se deve apresentar enfocar valorizando os aspectos saudáveis, sempre tendo em vista as potencialidades, suas habilidades, seus interesses, a partir do reconhecimento de sua historia. Para Cristina Rego (2004), apud Nova Escola, determinadas práticas inadequadas podem deixar traumas e até comprometer o desenvolvimento futuro da pessoa. A sicronicidade entre a teoria e a prática nos permite aprender como se aprende, interagindo com nossas próprias dificuldades de aprendizagem tentando entende-las e transformá-las em crescimento profissional e pessoal. Nessa ralação recípocra é que devemos propiciar, recursos, ferramentas que possibilitem o sujeito encontrar saídas para as dificuldades. Assim escreve Alicia Fernandes, no livro “Os Idiomas do Aprendente”. “Nossa concepção de aprendizagem permiti-nos e obriga-nos a estabelecer relações com aspectos saudáveis mais do que as enfermidades. Ensinar está mais próximo de prevenir do que de curar, e prevenir está mais próximo de entender a saúde do que de se deter ou atacar a enfermidade”. (apud POPPE, 2008, p. 15). Para o educador o sucesso do seu aluno é fundamental para o reconhecimento do seu trabalho, que é obtido pelo resultado de sua turma. As ações do professor em sala de aula devem ser comprometidas com o rendimento dos alunos, e para tantos serão indicadas algumas variáveis que propõem um melhor desempenho do professor no que diz respeito à evolução da aprendizagem na sala de aula. São qualidade e ritmo da instrução, das informações, perguntar aos alunos, etc. Anny Cordié (1996), afirma: “... São, portanto, os bons resultado dos alunos que fazem os bons mestres reconhecidos pela hierarquia: direção, inspeção acadêmica, etc..., e pelos pais de alunos. A angustia que esta competitividade, gera, se ela se manifesta em todos os níveis, parece-nos mais particularmente nociva durante os primeiros anos de aprendizagem escolar. De fato a inquietude ligadas às performances suscita nas crianças um questionamento permanente: conseguira passar de ano? Terá “maturidade” suficiente. Possuirá todas as capacidades intelectuais que se supunha que tivesse? Os julgamentos sobre ele terão sérias conseqüências e serão, às vezes determinantes para o prossegmento da escolaridade, pois podem modificar e até mesmo deteriorar gravemente as relações com o ambiente”. (apud POPPE, 2008, p. 12). Afirma Idalina Alzira, apud Nova Escola, nós não interferimos no trabalho do professor, nós orientamos que ele respeite a individualidade do aluno. Se ele fez uma reprodução de texto com a turma e o aluno conseguiu representar isso com um desenho, ou uma frase está ótima, é preciso respeitar. Fica claro que é importante criar condições e espaço que favoreçam a reflexão do professor em sua prática no dia-a-dia, analisar as situações, experiências vividas em seu cotidiano. Comungamos com Paulo Freire, que nos afirma que o que mais o seduz é: “a beleza da pessoa humana brigando para ficar melhor”. (Apud SIMÕES, 2008, p. 21). É urgência nos conscientizarmos da importância de sermos docente, mas principalmente ser humano, assim facilitará a aproximação dos demais, ajudando a identificar-nos uns com os outros, descobrindo suas facilidades, oferecendo situações de aprendizagem que superem a simples transmissão de conhecimento. “... É preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar. Porque o corpo não luta pela verdade pura, mas estar sempre pronto a viver e a morrer pelas coisas que ele ama. Na sabedoria do corpo, a verdade é apenas, um instrumento, um objeto de desejo”. (apud SIMÕES, 2008, p. 22). Trabalhar a espontaneidade do sujeito é uma forma de oferecer-lhe oportunidades de falar e de ouvir a respeito de sua própria realidade, próxima e distante, lidando e criando saberes, em suas trocas de experiências, em suas reflexões, propondo questões que os levem a perceber a necessidade de estar sempre presente no processo dinâmico da construção do conhecimento, Freire: “O futuro não é uma coisa escondida na esquina. O futuro a gente constrói no presente”. (apud SIMÕES, 2008, p. 22). Para que se tenha um bom desempenho como docente, é preciso humildade para estar aberto às questões de hoje, respeito por seus pares, confiança na potencialidade de todo ser humano de construir o seu próprio conhecimento. Portanto, de estar consciente da importância e na necessidade de sua atuação para compor um novo amanhã, comprometendo e fazer parcerias na construção de uma sociedade melhor e justa. Porque nossa educação é tão embrutecedora e cega, se nossas crianças são tão ricas? Porque a humanidade teme tanto a espontaneidade, se a atitude espontânea conduz tão rapidamente ao crescimento responsável? Porque nos falta confiança no futuro, se forças sociais intensas e construtivas podem ser liberadas no individuo através da aceitação de alguns poucos princípios básicos? (Rogers, apud ROCHA, 2008, p. 23 e 24). Portanto, nos fala Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia, Ensinar vai exigir segurança, competência profissional e generosidade, comprometimento e compreender, que a educação é uma forma de intervenção no mundo, liberdade e autoridade, tomada consciente de decisões, saber escutar, reconhecer que a educação é ideológica, ter disponibilidade para o dialogo e querer bem ao educando. O professor tem que trabalhar dando o melhor de si, pois percebe o valor da própria capacidade de atuar, percebendo como elemento preciso e que faz parte um todo maior, portanto, ter consciência dos valores, estético e ético, para melhor desempenho na coletividade, na totalidade, para compor um novo amanhã, através de uma linguagem e postura comum, construir por todos que fazem parte de um tempo-espaço-historico. Vigostsky percebeu a linguagem como fundamental para a consciência de si e do social do individuo, a qual se processa através da linguagem, do pensamento e das ações que o homem realiza ao se relacionar com os outros homens. “... Tornar-se professora é um aprendizado, não um aprendizado restrito a um processo de formação escolar, e sim um aprendizado no sentido mais amplo, de apropriação da cultura, sempre mediado pelo outro e pelo que produz nas relações pessoais”. (Fontana apud, SIMÕES, 2008, p. 21). Para que possamos desenvolver uma determinada tarefa, ela deve nos parecer atraente, deve despertar o nosso interesse, ajudando a preencher uma necessidade, que pode funcionar com o motor da ação. “... A necessidade, o interesse são criados e suscitados na própria situação de ensino/aprendizagem”. (Claparede apud, SOUZA, 2008, p. 04). “O amor é a emoção que constituem o domínio de ações em que nossas interações recorrentes com o outro, fazem do outro um legitimo outro na convivência”. (Maturana apud, SOUZA, 2008, P. 04). Freud nos chamou a atenção para a interação entre as necessidades e os desejos da criança e o tratamento que os adultos, com quais convivem lhe dispensam em especial a mãe. Nesse processo dinâmico e complexo, a criança constrói a sua identidade aquilo que a diferencia das demais pessoas e que ela percebe como sendo sou Eu. A relação professor/aluno pode ajudar a desenvolver a essa criança/jovem nas suas possibilidades de superação dos obstáculos, o desenvolvimento de suas competências potencialidades e acima de tudo o resgate de sua auto-estima. A parceria entre pais, escola e aluno devem priorizar para que juntos se torne possível construir caminhos para a superação dos impasses vividos por todo aquele que deseja com uma dificuldade a aprendizagem. O professor ao querer desenvolver os programas de ensino esquece o foco principal dos práxis pedagógicos que é a aprendizagem do aluno. Em sua relação com os alunos, muitas vezes consciente ou não, adota uma didática mecânica e até mesmo tradicional prejudicando o processo de aprendizagem. Os processos interativos entre professores e alunos não são um sistema linear em que um determinado comportamento tenha como conseqüência uma determinada aprendizagem. Como toda relação humana a relação professor/aluno sempre estará impregnada pela subjetividade de ambas as partes. Se por um lado a atividade construtiva do aluno pé um fator importante na interação, por outro lado, a atividade do professor e sua capacidade para orientar e guiar a atividade do aluno, no sentido da realização das aprendizagens escolares, se estabelece como parte essencial da interação. Ao se compreender a relevância da relação professor-aluno, pode-se entender o ensino como um processo continua de negociação de significado e estabelecimento de contextos mentais compartilhado, cuja analise implica necessariamente considerar intricadas relações humanas estabelecidas em sala de aula. Segundo Woolfolk (2000), as ações do professor em sala de aula devem ser comprometidas com a melhoria dos rendimentos dos alunos e, para tanto, são inclinadas algumas variáveis que propõem um bom desempenho do professor no que diz respeito à evolução na aprendizagem na sala de aula. O professor deve apresentar ativamente os conteúdos e estrutura-los de forma a facilitar a lembrança da informação, permitir a compreensão em sua totalidade e em suas relações entre as partes distintas. O professor deve animar o aluno na responsabilidade de seu trabalho, assegurar a ajuda de que eles necessitarem. Davis (1994) observa que o estudo da interação professor-aluno esteve orientado de formar e definir e medir a eficácia do docente remontada, então, as características pessoais dos professores, supostamente responsáveis pela eficácia. Segundo Vigostsky, as intervenções dos adultos nas dificuldades que as crianças encontram durante a resolução conjunta de uma tarefa e seus fatores determinantes do processo educativo. Essas intervenções estimulam a capacidade da criança em criar zonas de desenvolvimento proximal. CAPITULO V FRACASSO ESCOLAR NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM A tendência democratizadora ficou muita a quem dos objetos desejáveis e necessários. Em termos qualitativos, muitos continuam sem acesso as escolas e, dos que entram, muitos são excluídos logo nos primeiros anos. Em termos qualitativos, as escolas continuam diferenciadas em função da origem sócio-economica dos alunos. As explicações do fracasso da escola em atingir seus objetivos apontam para fatores internos, da própria escola, e para fatores externos, da sociedade como uma toda. Os fatores escolares referem-se, principalmente as condições de organização e funcionamento do próprio ensino, Celso de Rui Beisiegel (1930) Apud Pilleti (2002), faz referencia aos seguintes fatores: • Inexistência de escolas em muitas regiões do país sobretudo nas áreas rurais; • Grandes índices de reprovação nas áreas iniciais do ensino, como indicadores do baixo rendimento; • Despreparo do corpo docente; • Deficiências materiais e escassez de recursos didáticos. O fracasso escolar representa formas de exclusão de escola prática em relação a seus alunos. Weil (1997) entende como fracasso escolar uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Se o aluno não responde a essa demanda “exigida” pela unidade escolar, algo deverá ser investigado, num envolvimento global, onde todos os profissionais que fazem parte desta organização caminhem juntos ao encontro e no repensar de suas posturas pedagógicas. Os fracassos escolares podem ocasionar problemas sociais, que também perpassam por esta trajetória de marginalização e exclusão social. A identificação dos problemas de aprendizagem necessita de um novo olhar a partir das organizações educadoras. Para Vigostsky (1989) apud Vitorino (2001), a aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar que nunca parte do zero. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história. É certo que o fracasso escolar pode desencadear um problema de aprendizagem que, de outro modo, não teria aparecido, mas como destaca Alicia Fernandes em seu livro “os idiomas do aprendente” (2001), o fracasso escolar é um fracasso na aprendizagem que está apoiado no sistema educativo. Sabemos que tanto no fracasso escolar tanto no processo de aprendizagem o aluno mostra que não aprende, mas no primeiro caso devemos intervir sobre as modalidades de ensino da escola visto que o fracasso escolar se dá como um problema de “Aprendizagem reativo”, ou seja, como uma resposta à situação escolar, que afeta o aprender do aluno em todas as suas manifestações sem chegar e afeta sua modalidade de aprendizagem. Muitas crianças aprenderão a ler e escrever e não encontrarão nenhuma dificuldade, e outros necessitarão de alguma ajuda especial para conseguir sucesso na mesma atividade. O fracasso escolar nas primeiras séries do ensino fundamental tem sido estudado pelos mais diversos profissionais preocupados com a escola, na busca de se explicar os fatores que interferem no sucesso escolar e melhorar o ensino publico no Brasil. Quando o sujeito se acha diante do fracasso escolar, senti-se angustiado sem saber o porque de tal resultado. Muitas vezes é fonte das exigências dos pais, na pressão social, nos conflitos inerentes na construção do ego. A criança sabe que ela tem que responder a uma expectativa, espera-se que ela seja bem sucedida em suas incursões pelo mundo. Nota-se a inquietação dos pais as possibilidades de sucesso dos filhos. Muitos pais encontram apoio na escola, onde o sujeito vai deparar-se com educadores que sustentam o discurso do sucesso como oposição ao fracasso. Os educadores precisam ter bons resultados com os alunos para que o mesmo seja aprovado para a série seguinte. É curioso constatar que todos se lembram de boa parte de seus professores. Alguns deixam marcas positivas, outros nem tanto... As lembranças construtivas aparecem ligadas as qualidades profissionais e pessoais desses mestres. Os resultados mostram que as crianças com historias de fracasso escolar apresentaram de leitura ortográfica, nível intelectual superior médio e bom nível de consciência fonológica ocorrem concomitantemente com o processo de aprendizado da leitura. Por sua vez, Santos (2001), concluiu que a falta de consciência fonológica pode contribuir para uma vagarosa aquisição da habilidade de reconhecer palavras. O fracasso escolar também atinge o ser social do sujeito, pois, ele sofre por não conseguir corresponder ao que se espera dele, sofre por não conseguir acompanhar o seu grupo, sofre por ter que se deparar muitas vezes com o descrédito de lhe cercam. CAPÍTULO VI PSICOPEDAGOGIA: PERSPECTIVA PREVENTIVA PARA AS DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM. É preciso promover espaços para que linhas de atuação possam ajudar os professores. Se a sociedade e a própria instituição escolar não se encarregar desses problemas, a criança fica marginalizada trazendo para a criança um pensamento de incapacidade deteriorizado a auto-imagem-estima da própria criança. Sara Pain (1982), assim escreve: “Na produção da problemática da aprendizagem intervem fatores que dizem respeito ao sócio econômico, ao educacional, ao emocional, ao orgânico e ao corporal, tendo relevância para a sua terapêutica e prevenção e encontro entre as diferentes áreas de especialização (psicopedagogia, psicanálise, pedagogia, pediatria, sociologia e etc.). com relação à psicopedagogia devemos buscar e oferecer espaços onde se possam realizar experiências com professores que ofereçam o processo de identificação e potencialização e possibilidade de aprendizagem que favoreça essa troca.” (Apud POPPE, 2008, p. 08). A partir do conhecimento do processo de aquisição de aprendizagem, o especialista em psicopedagogia consegue detectar que situações podem estar influenciando negativamente este processo, ou que mecanismo o aprendiz está utilizando que podem está dificultando sua aprendizagem. Quando recebemos a criança no consultório com uma dificuldade, é importante observarmos e analisarmos o sistema familiar, escolar e social em que está inserida, além do seu próprio processo de aprendizagem, para podermos detectar o que está obstaculizando esta aquisição. Segundo Bigge, a aprendizagem é responsável em parte pelo que há de melhor e piro nos seres humanos. É importante que a psicopedagogia se envolva na própria escola, para que a mesma possa atuar numa perspectiva preventiva sobre as dificuldades no aprendizado do aluno, a aproximação entre escola e educadores facilitará a psicopedagogia em seu trabalho de intervenção junto às dificuldades. A psicopedagogia não veio para substituir nenhuma ciência, nem para instrumentalizar formações deficientes, veio sim, para instigar os profissionais à pesquisa de novas práxis para as dificuldades do aprendiz, da instituição e da sociedade em geral. Como destaca a psicopedagogia argentina Silvia Iannantuoni (1996): “A escola como instituição tende como submissão a determinadas pautas, em vez de promover o fato artístico e a autoria da produção: não surpreende o fato de que não conte a possibilidade de questionar a si mesmo”. As respostas de que “as crianças não lêem, não gostam de ler”, “escrevem sempre as mesmas orações”, “apresentam muitos erros de ortografia” etc. “sempre encontram lineamento suas causas longe do ambiente escolar, não servem para questionar-se dentro dele”. (apud POPPE, 2008, p. 10). A participação do psicopedagogo é indispensável para que esses espaços possam oportunizados. Izabel Sale (2001) apud Poppe, destaca que é papel do psicopedagogo ter informação do aluno de maneira contextualizadas e compartilhadas. Entendendo que cada historia escolar diz respeito a um contexto especifico e sempre deve ser compartilhado, não somente pela equipe pedagógica, mas também com a família. O psicopedagogo pode com sua atuação, vitalizar, dinamizar encontros, discussão e reflexão que obtive fazer com que a avaliação não seja vista, vivida, como um momento terminal, sim como um processo de dinamização de novas oportunidades de conhecimentos e da compreensão das dificuldades que surgem para o educando na construção do seu conhecimento. Pensamos a avaliação como fonte de observação e investigação, onde as mesmas favorecem e ampliam as possibilidades próprias do educando, proporcionando situações enriquecedoras de aprendizagem, pois a mesma não será vista como julgamento de resultado de exclusão. Como escreveu Piaget: “A prática avaliativa concebida como julgamento de resultado baseia-se na autoridade e no respeito unilaterais do professor. Impõe-se ao aluno imperativo categórico que limitam o desenvolvimento de suas autonomias normal e intelectual. Essa pratica desconsidera a importância da reciprocidade na ação educativa. Reciprocidade entendida não como um perfeito regulamento tanto do mal como do bem, mas como a mutua coordenação dos pontos de vista e das ações.”. (Apud POPPE, 2008, p. 20). O profissional da psicopedagogia detém um conhecimento cientifico especifico oriundo da articulação de varias áreas envolvidas nos processos e caminhos do aprender. É preciso que seja uma intervenção, procurando solucionar os problemas de aprendizagem, sempre usando o próprio aluno e até mesmo a escola. Para que se possa realizar o diagnostico e intervenção Psicopedagogia é preciso levar em conta os métodos, instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia, levando em conta as questões ligadas à prevenção. A especificidade de tratamento psicopedagogico consiste no fato de que existe um objetivo a ser alcançado, a eliminação dos sintomas. Assim, a relação psicopedagogia aprendente é medida por atividades bem definidas cujo objetivo é solucionar os efeitos nocivos dos sintomas. Ao psicopedagogo cabe, discriminadamente as duas variantes, aprendentes: de forma preventiva para que sejam detectadas as dificuldades de aprendizagem antes que os processos se instalem, como também na elaboração do diagnostico e trabalho conjunto com família e escola frente à intercorrencias advindas das dificuldade no processo do aprender. O educador que se compromete com a educação deseja de seu aluno (aprendente) construa o conhecimento para a vida. O professor é a penas um mediador de um processo muito maior, que é o aprendizado. Para Vygotsky (1989), a relação entre o pensamento e a palavra é um processo continuo. O pensamento não é simplesmente expresso em palavras, mas, por meio delas, ele passa a existir. A propriedade no ensino diz respeito, também, as aptidões, às qualidades pessoais, à cultura, à comunicação, enfim, à valorização do conhecimento que o aluno já possui e, a partir da sua visão de mundo, o desenvolvimento de uma prática pedagógica que estimule a pensar, criar, dialogar e participar ativamente na construção de novos conhecimentos. CONCLUSÃO Diante de tudo que foi apresentado e abordado, podemos concluir e entender que as dificuldades na aprendiz\agem é um fator muito complexo, onde os mesmos devem ser tratados levando-se em conta suas raízes históricas e todo movimento desse campo como conseqüência para as dificuldades no aprendizado. No entanto é importante que toda criança e jovem, seja atendido em suas necessidades, proporcionando recursos para que facilite a superação dos obstáculos, podemos destacar como importância a participação dos professores, a equipe pedagógica. A família, a escola e a relação professor-aluno, também são fatores importantes capazes de ajudar na identificação e a superação dos problemas de aprendizagem, problemas estes que levam o aluno a uma visão negativa em relação ao seu aprendizado, levando o aluno a um fracasso escolar. Além desses fatores não se pode deixar de levar em conta os níveis econômicos e culturais em que o grupo familiar da criança se encontra bem como o tipo de escola que freqüenta, uma vez que, se forem bem entendidas e encaminhadas às dificuldades de aprendizagem, as criança/alunos podem ter asseguradas uma relação mais harmônica, coerente e saudável com o conhecimento. Finalmente é indispensável registrar que equipes multidisciplinares, compostas por médicos, pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, professores e demais profissionais envolvidos, cada vez mais, se colocam a serviços dos casos de problemas de aprendizagem, colaborando para que as crianças encaminhadas possam desfrutar plenamente sua cidadania. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS DAVIS, C. Psicologia na Educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1994. JARDIM, W. R. S. Dificuldade de aprendizagem no Ensino Fundamental: Manual da Identificação, Inversões, são Paulo: Loyolas, 2001. NAZARETH, Carla Cristina da Silva; et. al. Psicopedagogia da educação II. Universidade do Estado do Amazonas. Manaus, PROFORMAR, 2003. PAIN, Sara. A Função da Ignorância. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. PAPALIA, Diane E.; et. al. Desenvolvimento Humano. 7ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. PESSOA Xavier Carneiro. Sociologia Campinas/São Paulo: Alínea, 2001. da Educação. 2ª ed. PILETTI, Nelson. 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