CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS JOSILENE FERREIRA COUTINHO ROCHA A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS ORGANIZAÇÕES FORTALEZA 2012 JOSILENE FERREIRA COUTINHO ROCHA A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS ORGANIZAÇÕES. Monografia submetida à aprovação da Coordenação do Curso de Ciências Contábeis do Centro Superior do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Graduação. Orientadora Profa. Machado Feitas FORTALEZA 2012 Dra. Márcia Maria JOSILENE FERREIRA COUTINHO ROCHA A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS ORGANIZAÇÕES. Monografia como pré-requisito para a obtenção do titulo de bacharelado em Ciências Contábeis, outorgado pela Faculdade Cearense (FaC), tendo sido aprovada pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação: 03/12/2012 BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________________________ Professora Dra. Márcia Maria Machado Freitas _____________________________________________________________________ Professor Ms. Liana Márcia Costa V. Marinho _____________________________________________________________________ Professor Esp. Aline da Rocha Xavier Casseb A todos os meus familiares. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por me abençoar com sabedoria, saúde e força de todos os dias. Aos meus pais, que desde cedo me ensinaram a trilhar meu caminho e a nunca deixar nada inacabado, que me ensinaram a ser honesta e ética. À minha mãe em especial, por ter me ensinado a ser determinada e a ter disposição, entusiasmos e por ser minha inspiração nos momentos de cansaço. As minhas irmãs Janiele, Josiele e Gabriela, pela amizade que nos une. Ao meu esposo Alexandre, pela dedicação e compressão nos momentos de ausência, pela participação e incentivo ao meu sucesso. A minha orientadora, professora Márcia, pela dedicação, presteza, comprometimento e responsabilidade durante a orientação dessa monografia. Aos professores do curso de Ciências contábeis, pela transmissão do conhecimento. As minhas amigas, Geane e Roberta, que sempre torceram pelo meu sucesso. Aos demais colegas do curso, que compartilharam e vivenciaram junto comigo, experiências novas. Ao meu ex-gestor e amigo, Ramsés que me ensinou na pratica o que é gerir um caixa e suas principais dificuldades. Ao professor Neto Feitosa, que me forneceu material para embasar essa pesquisa. Agradeço a todas as pessoas que direta e indiretamente colaboraram para esse trabalho. “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” Roberto Shinyashiki RESUMO Em consequência da complexibilidade da economia, do crescimento e da competitividade do mercado, em um contexto mundial, nota-se o crescimento das empresas e em paralelo, a necessidade do planejamento e controle dos recursos financeiros, com o intuito de garantir sua continuidade e garantir o cumprimento dos seus objetivos. O sucesso de uma organização está diretamente ligado ao uso de praticas financeiras eficiente. Tem-se cada vez mais a necessidade de informações relevantes, capazes de direcionar durante um processo de tomada de decisões. Sendo assim, o trabalho apresenta: A Importância do Fluxo de Caixa para as Organizações. Foi elaborada com base em pesquisas exploratórias e bibliográficas, que discorriam sobre o assunto em questão, tendo como base artigos, livros e dissertações. Seu principal objetivo é demostrar a importância do Fluxo de Caixa como ferramenta de gestão e tomada de decisão, garantindo a eficiência e a eficácia dos recursos. Por conta disso, iniciaremos esse trabalho, destacando a importância do planejamento financeiro e definido o fluxo de caixa, suas características, objetivos, vantagens e desvantagens, bem como os problemas ocasionados pela ausência. Posteriormente, busca-se apresentar a elaboração, importância do planejamento e quais a informação necessária para e a elaboração de um bom fluxo de caixa. Enfim, apresentamos que para uma boa gestão financeira, a existência de um fluxo de caixa é primordial e decisiva para a organização, uma vez que ela possibilita um planejamento das atividades da empresa, garantindo assim a sua continuidade. Palavras chaves: Planejamento, Controle, Decisão, Fluxo de Caixa. ABSTRACT As a result of the complexity of the economy, growth and market competitiveness in a global context, there is business growth and in parallel, the need for planning and control of financial resources, in order to ensure its continuity and ensure the achievement of their goals. The success of an organization is directly linked to the use of efficient financial practices. It has been increasingly the need for relevant information, capable of driving during a process of decision making. Thus, the paper presents: The Importance of Cash Flow for organizations. Was prepared based on exploratory research and bibliographic who discoursed on the subject in question, based articles, books and dissertations. Its main purpose is to demonstrate the importance of Cash Flows as a management tool and decision making, ensuring the efficiency and effectiveness of resources. Because of this, we will begin this work, highlighting the importance of financial planning and cash flow defined, their characteristics, objectives, advantages and disadvantages, as well as the problems caused by absence. Later, we seek to present the development, importance of planning and which information and preparation necessary for a good cash flow. Finally, we show that for good financial management, the existence of a cash flow is paramount and critical to the organization, since it enables a company's planning activities, ensuring its continuity. Keywords: planning, control, decision, cash flow. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 01 - Características do fluxo de caixa 24 FIGURA 02 - Características do fluxo de caixa 26 FIGURA 03 - Fluxograma do cash flow 47 LISTA DE TABELAS TABELA 01 - Causas das dificuldades e razões para o fechamento das Empresas 19 LISTA DE QUADROS QUADRO 01 - Classificação das empresas 19 QUADRO 02 - Quadro comparativo dos relatórios contábeis antes da lei N o 11.638 QUADRO 03 - Quadro comparativo dos relatórios contábeis depois da lei N o 11.638 QUADRO 04 - Modelo de fluxo de caixa direto 26 QUADRO 05 - Modelo de fluxo de caixa indireto 29 27 28 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT BL BNDES CPC DFC DLPA DOAR DRE DVA FaC IR IRFS MEC NE PEGN SEBRAE TCC Associação Brasileira de Normas Técnicas Balanço Patrimonial Banco Nacional de Desenvolvimento Comitê de Pronunciamentos Contábeis Demonstração de Fluxo de Caixa Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados Demonstrações de Origem e Aplicações de Recursos Demonstração de Resultado do Exercício Demonstração de Valor Adicionado Faculdade Cearense Imposto de Renda Internacional Financial Reporting Standard Ministério da Educação e Cultura Notas Explicativas Pequenas Empresas Grandes Negócios Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Trabalho de Conclusão de Curso SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 1.1 1.2 1.2.1 1.2.2 1.3 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO OBJETIVOS OBJETIVOS GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS JUSTIFICATIVA METODOLOGIA 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 2.2 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.4.1 2.2.4.2 2.2.5 2.3 2.4 2.4.1 2.4.1.1 2.4.2 2.4.2.1 2.4.2.2 2.4.2.3 2.4.2.4 2.4.3 EMPRESAS FLUXO DE CAIXA OBJETIVO DO FLUXO DE CAIXA CARACTERISTICAS DO FLUXO DE CAIXA FLUXO DE CAIXA x DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA MODELO DE FLUXO DE CAIXA DIRETO MODELO DE FLUXO DE CAIXA INDIRETO VANTAGENS E DESVANTAGENS FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA EQUILIBRIO E DESEQUILIBRIO FINANCEIRO EQUILIBRIO FINANCEIRO CARACTERISTICAS DO EQUILIBRIO FINANCEIRO DESEQUILIBRIO FINANCEIRO SINTOMAS DO DESEQUILIBRIO FINANCEIRO CAUSAS DO DESEQUILIBRIO FINANCEIRO CONSEQUÊNCIAS DO DESEQUILIBRIO FINANCEIRO MEDIDAS DE SANEAMENTO ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 3 METODOLOGIA 3.1 3.2 3.3 ESCOLHA DO TEMA TIPO DE PESQUISA COLETA E ANALISE DOS DADOS 4 FLUXO DE CAIXA 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 PLANEJAMENTO DE CAIXA E FINANCEIRO IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA REQUISITOS BÁSICOS PARA O PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA REQUISITOS BÁSICOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 15 16 16 16 16 16 17 19 19 21 22 24 26 27 28 28 30 31 33 33 35 35 36 36 37 37 38 39 39 40 42 43 43 44 46 48 48 4.6 4.6.1 4.6.2 4.7 4.7.1 4.7.2 4.8 4.8.1 4.9 IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL FLUXO DE CAIXA EXTRA OPERACIONAL APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA FLUXO DE CAIXA INDIRETO FLUXO DE CAIXA DIRETO FLUXO DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE APOIO A GESTÃO ETAPAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS ORGANIZAÇÕES 5 CONCLUSÃO 6 REFERÊNCIAS 49 50 50 51 51 51 52 53 54 57 59 1 INTRODUÇÃO Com o fenômeno da mundialização da economia é crescente a busca por técnicas e estratégias de sucesso capazes de tornar as organizações mais competitivas. Administrar o caixa de uma empresa faz parte dessas estratégias, uma vez que ele é uma técnica que se faz necessária em todo tipo de empresa, seja ela de pequeno e grande porte ou com dificuldades financeiras ou bem abastecidas de capital. O fluxo de caixa é uma ferramenta de controle e planejamento financeiro, que possuem a capacidade de prever através de fatos históricos. Com ele é possível projetar as receitas, despesas, custos e como investir e onde investir com muita precisão. Pode ser utilizado para projeções de curto, médio e longo prazo. Com a ferramenta do fluxo de caixa, é possível planejar e verificar eventual escassez e excedente. É onde o fluxo desempenha o seu principal papel, isto é, auxiliar na tomada de decisão, uma vez que o caixa é o centro dos resultados e representa o recurso disponível, isto é, repercute no resultado financeiro da empresa. A pesquisa publicada pela revista Pequenas empresas grandes negócios (Falências entre micro e pequenas empresas caem 7% em 2011, acessado em 30.08.2012), ressalta que a cada 100 micro e pequenas empresas que são abertas no Brasil, somente 73 permanecem em atividade após os dois primeiros anos de existência. A consequência disso e a falta de planejamento por parte dos empreendedores e empresários. O fluxo de caixa permite aos seus usuários, administrar de forma otimizada o capital de giro das empresas, uma vez que todas as empresas enfrentam oscilações na sua atividade econômica. É comum haver dias em que se recebe mais do que se paga, assim como vice-versa. O acompanhamento desse fluxo permite que em dia de superávit eu possa, por exemplo, aplicar o recurso que sobrou no caixa e gerar uma receita e dependendo desse float, é possível negociar melhores taxas no mercado, definir melhor uma politica de recebimento, uma vez que vou poder identificar os períodos que o fluxo é deficitário. 16 1.1. PROBLEMATIZAÇÃO O planejamento de caixa é uma estratégia da organização para sobreviver no mercado, tendo em vista que sem ele, a empresa não tem como traçar um perfil da sua situação financeira, sendo assim tem-se o seguinte questionamento: como a ferramenta Fluxo de caixa pode ser útil aos gestores no processo de tomada de decisões? 1.2. OBJETIVOS 1.2.1. OBJETIVO GERAL Analisar a importância do fluxo de caixa para as organizações. 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar se a empresa está gerando lucro ou caixa; Analisar a sobrevivência da empresa; Analisar o valor agregado aos acionistas; Buscar o equilíbrio financeiro, através do planejamento financeiro eficiente. Determinar o quanto pode ser retirado de recursos da empresa sobre forma de dividendos ou investimentos, sem que esta se fragilize financeiramente. 1.3 JUSTIFICATIVA Com o acirramento da competitividade no mercado, as organizações passaram a exigir das organizações eficiência na Gestão Financeira. Na verdade, a atividade financeira de uma empresa, requer uma boa projeção do fluxo de caixa e uma correta determinação de caixa mínimo, possibilitando que a empresa, fuja de empréstimos onerosos de curto prazo. A eficiência do caixa de uma empresa reflete o desempenho de sua gestão, isto é, o gestor deve saber onde aplicar e capitar com as melhores 17 taxas. Se a empresa necessita de recursos para alimentar certo período do ciclo de pagamentos, ele deve sempre buscar o menor custo financeiro. Quanto melhor o resultado atingido, melhor o planejamento financeiro. O planejamento do Fluxo de caixa torna-se uma ferramenta indispensável para a tomada de decisão e consequentemente para a permanência da empresa no mercado, uma vez que ele visa à sobrevivência da empresa e ser capaz de buscar oportunidades dentro do cenário econômico e financeiro. Para se tiver um planejamento de caixa eficiente, faz-se necessário o desenvolvimento de uma politica de crédito eficiente e o controle da inadimplência. E essa ação impacta no setor produtivo e nas compras da empresa, que passará a ser desenvolvido com base no retorno que a empresa deseja ter, considerando sempre a posição que a empresa ocupa no cenário econômico, sem perder fatia de mercado que ela possui, porém otimizando seu processo, com foco na gestão do capital de giro. Gerando um saldo superavitário de caixa, é possível negociar com os bancos ou investidores, melhores condições de taxas e consequentemente pode-se diminuir o risco das operações. Vale pontuar ainda, que com a internacionalização da contabilidade, as demonstrações de fluxo de caixa, assim como a DRE e BALANÇO PATRIMONIAL, passaram a ser obrigatória, destacando ainda mais a importância do acompanhamento dessa demonstração para a sobrevivência do negócio e gestão do patrimônio. Portanto, fica cada vez mais claro a importância dessa ferramenta no dia a dia de uma empresa, como forma de tomar decisão dentro das organizações, evitando assim a defasagem do caixa, maximizando o lucro dos sócios e aumentando a longevidade das empresas. 1.4 METODOLOGIA A metodologia do trabalho foi baseada em pesquisas de diversas fontes, como Frezatti, Crepaldi, Assaf Neto, SEBRAE e outros, que escrevem sobre o tema em discursão, buscando sempre demostrar através de métodos, modelos e formulas do assunto em questão, sendo detalhado no capitulo 3. 18 O trabalho está estruturado em cinco capítulos. No primeiro capitulo, será abordado a introdução, problemática, objetivo, justificativa e a metodologia. No segundo capitulo, será apresentado o fluxo de caixa, onde serão relacionadas às vantagens e desvantagens, o equilíbrio financeiro, as consequências do desequilíbrio financeiro, as medidas que devem ser tomadas para evitar o desequilíbrio e também a elaboração do fluxo. Assim como a estrutura de elaboração do fluxo de caixa, importância do planejamento, informações para elaborar o fluxo de caixa, requisitos para implantação e planejamento, do mesmo e a sua forma de apresentação. No terceiro capítulo será demonstrada a metodologia a ser aplicada neste trabalho. No quarto capítulo, esse trabalho mostra o fluxo de caixa como ferramenta de tomada de decisão nas empresas, ressaltando a necessidade de uma gestão financeira eficiente, as etapas para implementação do fluxo de caixa e a importância para as empresas. Com a realização desse trabalho, espero que seu resultado possa ser útil para que as empresas e sua necessidade como ferramenta de trabalho possa se confirmar no processo de tomada de decisões. 19 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Será apresentada neste capítulo a fundamentação teórica do assunto da pesquisa. Merece destaque a classificação das empresas, a evidenciação e as definições da pesquisa sobre o fluxo de caixa, orçamento, planejamento, execução e controle, bem como sua importância no processo decisório. 2.1 EMPRESAS A empresa é uma organização de bens e pessoas que visa o exercício de uma atividade econômica. A empresa é considerada o núcleo da economia moderna. É composta por vários segmentos de produtos e serviços, e se constituem da necessidade de consumo. O porte de uma empresa é definido por seu faturamento e quantidade de funcionário e estão classificadas, conforme demonstrado no Quadro 01: Quadro 01: Classificação das Empresas Fonte: BNDES (2012). Classificação Receita operacional bruta anual Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões Grande empresa Maior que R$ 300 milhões No Brasil as pequenas e médias empresas tem uma importância que merece mais destaque, tendo em vista seu comportamento no mercado, sua flexibilidade e sobre tudo a capacidade de adaptação às mudanças de mercado. Chiavenato (1995, p. 19) reforça esta ideia ressaltando que: As pequenas empresas constituem o cerne da dinâmica da economia dos países, as impulsionadoras dos mercados, as geradoras de oportunidades, as proporcionadoras de empregos mesmo em situações de recessão. 20 Segundo dados SEBRAE, essas empresas representaram em 2002, 99,2% empresas formais do Brasil. Porém muitas delas não sobrevivem ao segundo ano consecutivo devido a vários problemas, sendo que o principal deles está relacionado a capital de giro. O resultado apresenta-se na tabela 01: Tabela 01: Causas das dificuldades e razões para o fechamento das empresas Fonte: Sebrae, 2006. CATEGORIAS FALHAS GERENCIAS CAUSAS ECONÔMICAS CONJUNTURAIS LOGISTICA OPERACIONAL POLITICAS PUBLICAS E ARCABOUÇO LEGAL RANCKING DIFICULDADES/RAZÕES % DOS EMPRESARIOS QUE RESPONDERAM 1 FALTA DE CAPITAL DE GIRO 42 3 PROBLEMAS FINANCEIROS 21 8 8 9 PONTO/LOCAL DE INSTALAÇÃO FALTA DE CONHECIMENTO GERENCIAL 2 FALTA DE CLIENTES 25 4 MAUS PAGADORES 16 6 RECESSÃO ECONOMICA DO PAIS 14 12 3 11 INSTALAÇÕES INADEQUADRAS FALTA QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA 5 FALTA DE CRÉDITO BANCÁRIO 14 10 PROBLEMAS COM A FISCALIZAÇÃO 6 13 CARGA TRIBUTÁRIA ELEVADA 1 7 OUTRA RAZÃO 14 7 5 A tabela evidencia que a falta de um planejamento é um fator essencial, porém que o fluxo de caixa, sozinho não garante o sucesso de um negócio, mas é uma ferramenta indispensável para a tomada de decisão, para o empresário conhecer suas necessidades, definir seus objetivos e, sobretudo salvar sua empresa do fracasso. Portanto, verificou-se que as empresas necessitam de uma ferramenta que os possibilite prever as tendências do mercado e que possibilite os gestores barganhar melhores condições de negociação para aplicação e tomada de recursos visando dar continuidade ao negócio e lucratividade aos acionistas. 21 2.2 FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é uma ferramenta que demonstra a captura e registro dos fatos que alterem os saldos de caixa e o apresenta em relatórios estruturados de forma a permitir sua compreensão e analise. Segundo Frezatti (1997, p. 13): Definir caixa é algo que pode parecer tão empírico e simples que se torna difícil e complicado por essa mesma simplicidade... Afinal de contas, caixa é caixa. No sentido clássico, o caixa representa o objetivo final dos investidores ao optarem por uma alternativa de alocação de recursos. No meio empresarial, caixa é o ativo mais líquido disponível na empresa, encontrado em espécie na empresa, nos bancos e no mercado financeiro de curtíssimo prazo. Campos Filho (apud Jucius e Schelender, 1996, p.50) define que: fluxo de caixa é o instrumento de controle que permite gerenciar, no dia-a-dia, as disponibilidades dos recursos e os compromissos da empresa, possibilitando a administração de caixa, o planejamento das aplicações financeiras e garantindo a visualização antecipada dos recursos. O fluxo de caixa, para Matarazzo (1998, p.368), consiste na representação da situação financeira da empresa, levando em conta todas as fontes de recursos e todas as aplicações na atividade produtiva, bem como em investimentos. a curto prazo para fins de capital de giro e a longo prazo, para fins de investimento em itens do ativo permanente. A demonstração do fluxo de caixa é peça imprescindível na mais elementar atividade empresarial e mesmo para pessoas físicas que se dedicam a algum negócio. Segundo Assaf (1998, p. 01), o fluxo de caixa mede as necessidades futuras de recursos, a capacidade de pagamentos pontual dos compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para investimentos. Segundo Carmona (2009, p.52), o fluxo de caixa é composto pelo investimento inicial, entradas e saídas operacionais e saldos residuais. O fluxo de caixa de uma empresa é determinado pela soma do fluxo de caixa operacional, fluxo de caixa das atividades de investimento e fluxo de caixa das atividades de financiamento. 22 FLUXO DE CAIXA CONSOLIDADO = FLUXO OPERACIONAL + FLUXO DE INVESTIMENTOS + FLUXO DE FINANCIMENTOS. O fluxo operacional, isto é, pelas atividades desempenhadas pela empresa, como vendas de bens e prestação de serviços. Ele reflete ainda o pagamento dos impostos, porém não reflete o financiamento da empresa com relação aos seus gastos de capital e variações do capital de giro líquido. O fluxo de investimentos consiste nas alterações do ativo permanentes, isto é, na variação do imobilizado: aquisições, vendas, do que pode ser considerado gastos líquidos de capital. Já o fluxo dos financiamentos, trata da variação do capital (próprio e terceiros). Isso mostra que independente da atividade econômica, o fluxo de caixa não deverá ser dispensados, sendo ele ferramenta indispensável para a projeção do lucro de qualquer atividade financeira exercida. 2.2.1 OBJETIVOS DO FLUXO DE CAIXA O principal objetivo do Fluxo de Caixa é a administração da liquidez, isto é, assegurar que a empresa nunca tenha deficiência de caixa. Ele possibilita ao gestor através de analise, captar empréstimos ou aplicar excedente de caixa com taxas rentáveis para a empresa. Segundo Lemes, Rigo e Cherobim (2002) a gestão do caixa é a atividade da administração financeira que objetiva a otimização dos recursos financeiros, integrada às demais atividades da empresa. Então para se obter uma boa gestão do caixa, faz-se necessário a existência da harmonia entre as entradas e saídas, e na ocorrência de sobras e faltas de dinheiro, a empresa terá que buscar soluções para resolver situações dessa natureza. O fluxo de caixa descreve as diversas movimentações financeiras da empresa em determinado período de tempo, e sua administração tem por objetivo preservar uma liquidez imediata essencial à manutenção das atividades das empresas. (ASSAF NETO; SILVA; 1998, P.36) De acordo com Zdanowicz (1998, p. 41), relaciona-se o mais importante objetivo do fluxo de caixa: 23 a) Linha de crédito: facilita a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito; b) Nível de caixa: fixa o nível de caixa, em termos de capital de giro; c) Excedentes de caixa: verifica a possibilidade de aplicar possíveis excedentes de caixa; d) Empréstimos e financiamentos: permite analisar um programa saudável de empréstimos e financiamentos; e) Resgates de débitos: projeta um plano efetivo de resgate de débitos; f) Programação: permite programar os ingressos e egressos de caixa; g) Planejamento: planeja a contratação e repactuação de contratos de acordo com as disponibilidades de caixa; h) Recursos: determina quanto de recursos próprios a empresa dispõe em dado período e analisa a conveniência do comprometimento desses recursos; i) Intercâmbio entre departamentos: proporciona o intercâmbio entre diversos departamentos da empresa com a área financeira. Munido com essas informações, o gestor financeiro será capaz de analisar ao comportamento do caixa de empresa em um determinado período de tempo, isto é, o administrador financeiro passará a controlar o caixa da empresa, proporcionando o equilíbrio entre as entradas e saídas do caixa, proporcionado a empresa alcançar rentabilidade em seus investimentos e a lucratividade de seus negócios. O papel do administrador financeiro é traçado de acordo com o cenário que a empresa esteja enquadrada. Se analisar-se em curto prazo, está relacionada a disponibilidade, isto é na capacidade da empresa de pagar suas obrigações e reaver seus direitos de forma pontual. Nesse caso, na ausência dessa pontualidade o gestor financeiro deve ao menor custo possível, ou de aplicar os excedentes criados de forma a obter a melhor remuneração possível. Já a médio e longo prazo, o gestor financeiro é responsável pela a estratégia de financiamento da empresa com visando a estabilidade e buscando sempre o melhor retorno financeiro. Para que isso ocorra, é necessário o envolvimento de todos os setores, fornecendo as informações corretas e de forma objetiva, para que o gestor financeiro elabore o fluxo de caixa e o orçamento financeiro. 24 2.2.2 CARACTERÍSTICAS DO FLUXO DE CAIXA O termo fluxo de caixa, também conhecido pela expressão cash flow, pode ser conhecido ainda como orçamento de caixa, fluxo monetário e movimento caixa. Pode ser caracterizado, segundo Zdanowicz (1998, p.25) da seguinte maneira, conforme demonstrado na figura 1: FIGURA 01: Caracteristica do fluxo de caixa Fonte: Zdanowicz (1998, p.25) TESOUREIRO DINHEIRO CAIXA BANCOS DUPLICATAS APLICAÇÕES A RECEBER A PAGAR O tesoureiro da organização é o responsável pela guarda dos recursos financeiros, bem como manejo do numerário e das duplicatas, isto é, ele administra o disponível. As contas administradas pelo cash são as contas do balanço patrimonial que constituem o disponível, isto é, as contas de caixa, bancos, aplicações financeiras e pode ser considerado ainda como fluxo do disponível. Para se caracterizar o fluxo de caixa, tem que se conhecer quais são os tipo de recursos que entram no caixa e como eles são desembolsados, uma vez que é através desse conhecimento que se pode realizar as análises de fluxo da empresa. a Figura 02 demonstra as características do fluxo de caixa. 25 FIGURA 02: CARACTERÍSITCAS DO FLUXO DE CAIXA Fonte: Silva (2005, p. 23). FLUXO DE CAIXA INGRESSOS DESEMBOLSO * VENDAS A VISTA; * COMPRA DE MATÉRIA- PRIMA; * RECEBIMENTOS PARCELADOS; * INADIMPLENCIA; * VENDA DE ATIVOS PERMANENTES; * RECEITAS FINANCEIRAS; * ALUGUEIS; * EMPRESTIMOS BANCÁRIOS; * EMPRESTIMOS DE COLIGADAS E CONTROLADAS; * DESCONTO DE TITULOS; * AUMENTO E OU APORTE DE CAPITAL. * PAGAMENTO DE SALÁRIOS; * DESPESA DE VENDAS; * DESPESA ADMINISTRATIVAS; * DESPESA FINANCEIRAS; * DESPESA TRIBUTÁRIAS; * RESGATE DE TITULOS; * PAGAMENTO DE DIVIDENDOS; * AMPLIAÇÃO DA EMPRESA; * COMPRA DE ATIVO FIXO; Pode-se destacar como geradores de receita do cash: as venda a vista e a prazo, aporte de capital social, venda de ativo imobilizado, receita de alugueis, empréstimos e resgates de aplicações. Já os desembolsos de caixa financiam o ciclo operacional, amortizam dividas de empréstimos financeiros e investem do mercado financeiro. 26 2.2.3 FLUXO DE CAIXA X DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Em 2008, a contabilidade brasileira passou por um processo de padronização, passando a se apresentar nos padrões internacionais (IFRS), com a promulgação da Lei 11.638. Com isso, o fluxo de caixa passou a fazer parte das demonstrações contábeis obrigatórias. Com a introdução dessa lei, introduziram-se importantes conceitos do direito societário, que foram adaptados de economias mais desenvolvidas, padronizando, também, a norma brasileira às legislações Europeia e também dos Estados Unidos. As demonstrações de Fluxo de caixa proporcionam uma base para se avaliar se a empresa possui capacidade de gerar caixa e as necessidades de utilização desse caixa gerado. Em virtude do processo de padronização das práticas contábeis no Brasil com relação às normas internacionais (IFRS), as Leis 11.638/07 e 11.941/09 introduziram alterações na Lei 6.404/76, alterando o conjunto de demonstrações contábeis a ser elaborado pelas empresas. A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR), por exemplo, deixou de ser obrigatória, em contrapartida a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) passou obrigatória. As Tabelas 3 e 4 demonstram a obrigatoriedade conforme legislação: Antes Quadro 01 - Comparativo dos Relatórios Contábeis antes da Lei 11.638 Fonte: Silva, Edson cordeiro p.5. Obrigatórios Exigidos pela Lei das Sociedades por Ações Sociedade Anônima exige publicação BP - Balanço Patrimonial DRE - Demonstração de Resultado do exercício DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou Mutações do Patrimônio Líquido) DOAR - Demonstrações de Origens e Aplicações de Recursos NE - Notas Explicativas BP - Balanço Patrimonial DRE - Demonstração de Resultado do exercício Sociedade Limitada Não é exigida DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados publicação (ou Mutações do Patrimônio Líquido) 27 Não Obrigatórios - DFC - Demonstração Fluxo de Caixa não são exigidos por DVA - Demonstrativo do Valor adicionado lei Balanço Social e Ambiental Orçamentos e Previsões Financeiras Depois Tabela 04 Quadro comparativo dos Relatórios Contábeis depois da Lei 11.638 FONTE: Comitê Pronunciamentos Contábeis - CPC 26 Obrigatórios Exigidos pela Lei das Sociedades por Ações Sociedade Anônima exige publicação BP - Balanço Patrimonial DRE - Demonstração de Resultado do exercício DRA - Demonstração do resultado abrangente DMPL - Demonstração das mutações do patrimônio líquido DFC - Demonstração Fluxo de Caixa DVA - Demonstrativo do Valor adicionado NE - Notas Explicativas BP - Balanço Patrimonial Sociedade Limitada -Não DRE - Demonstração de Resultado do Exercício é exigida DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados publicação (ou Mutações do Patrimônio Líquido) Não Obrigatórios - Balanço Social e Ambiental não são exigidos por Orçamentos e Previsões Financeiras lei DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou Mutações do Patrimônio Líquido) Diante do exposto, verifica-se o reconhecimento do Fluxo de caixa como ferramenta de decisão e como instrumento capaz de demostrar a situação econômica de uma empresa ao longo do tempo. 2.2.4. COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Pinho (1996, p. 9), classifica os componentes do fluxo de caixa como: a) Atividades Operacionais: são classificadas nessa categoria aquelas atividades normalmente decorrentes da operação da empresa, tais como: recebimentos pela venda de produtos e serviços; pagamento de fornecedores; despesas operacionais; salários; encargos sociais e outros recebimentos e pagamentos não classificados como atividades de investimentos ou de financiamentos. b) Atividades de Investimentos: compreendem as transações: concessão e recebimento de empréstimos compra e resgate de títulos financeiros, aquisição e venda de participações em outras sociedades, compra e venda de ativos utilizados na produção de bens e serviços ligados ao objetivo social da entidade. Não 28 compreendem, porém, as aquisições de ativos com o objetivo de revenda. c) Atividades de Financiamentos: incluem-se nessa categoria: a captação de recursos dos proprietários ou acionistas; a devolução dos recursos e os rendimentos desses recursos em forma de dividendos ou não; a captação de empréstimos de terceiros, sua amortização e remuneração e a obtenção e amortização de outros recursos classificados no longo prazo. Ele pode ser apresentado de duas formas: MODELO DIRETO E MODELO INDIRETO. 2.2.4.1. MODELO DIRETO Nesse modelo, resumem-se todos os recebimentos e pagamentos das atividades operacionais, sendo que esses valores devem ser representados por seus valores brutos. Deve-se ainda apresentar-se pelos seguintes tipos de recebimentos e pagamentos: • recebimentos de clientes; • juros e dividendos recebidos; • pagamentos de fornecedores e empregados; • juros pagos; • imposto de renda pago; • outros recebimentos e pagamentos. O QUADRO 04 demonstra modelo de fluxo de caixa direto. Quadro 04: Modelo de Fluxo de Caixa Direto Fonte: portal da contabilidade 2012 Fluxo de Caixa Das Atividades Operacionais (+) Recebimentos de Clientes e outros (-) Pagamentos a Fornecedores (-) Pagamentos a Funcionários (-) Recolhimentos ao Governo (-) Pagamentos a Credores Diversos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades Operacionais Das Atividades de Investimentos (+) Recebimento de Venda de Imobilizado (-) Aquisição de Ativo Permanente (+) Recebimento de Dividendos $ $ $ $ $ $ $ $ $ 29 (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Investimentos Das Atividades de Financiamentos (+) Novos Empréstimos (-) Amortização de Empréstimos (+) Emissão de Debêntures (+) Integralização de Capital (-) Pagamento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamentos Aumento/Diminuição Nas Disponibilidades DISPONIBILIDADES - no início do período DISPONIBILIDADES - no final do período $ $ $ $ $ $ $ $ $ O método direto permite a analise dos itens operacionais de forma segregada, isto é, permite analise dos itens operacionais, investimentos e financiamentos. Esse modelo está baseado no regime de caixa, tendo em vista o registro de todos os pagamentos e recebimentos. 2.2.4.2 MODELO INDIRETO O método indireto visa apresentar o fluxo de caixa líquido gerado pela movimentação das contas de estoque, contas a receber e contas a pagar, bem como da movimentação liquida das atividades de financiamentos e investimentos. A partir das disponibilidades geradas pelas atividades operacionais, ajustadas pelas movimentações dos itens que não geram caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente etc., isto é, das contas que não geram caixa. A QUADRO 05 demonstra modelo de fluxo de caixa indireto. Quadro 05: Modelo de Fluxo de Caixa Indireto Fonte: portal da contabilidade 2012 Fluxo de Caixa Lucro Líquido (-) Aumento de Estoques (+) Depreciação (-) Aumento de Clientes (+) Pagamento a Funcionários (+) Contas a Pagar (+) Pagamentos de Impostos e Tributos $ $ $ $ $ $ 30 (+) Aumentos de Fornecedores (=) Fluxo de Caixa Operacional Líquido Das Atividades de Investimentos Das Atividades de Investimentos (+) Recebimento de Venda de Imobilizado (-) Aquisição de Ativo Permanente (+) Recebimento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Investimentos Das Atividades de Financiamentos (+) Novos Empréstimos (-) Amortização de Empréstimos (+) Emissão de Debêntures (+) Integralização de Capital (-) Pagamento de Dividendos (=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de Financiamento Aumento/Diminuição nas Disponibilidades Disponibilidades – saldo no início do período Disponibilidades – saldo no final do período $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ Apesar de correto, o melhor procedimento seria o proposto pelo modelo direto, por ser mais simples, mas funcional. 2.2.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO FLUXO DE CAIXA O objetivo principal do fluxo de caixa é apresentar ao gestor a capacidade de pagar dividas da empresa. Com isso o gestor pode prever os problemas de sazonalidade de receita e buscar com antecedência soluções no mercado externo para obtenção de recursos. Segundo Zdanowicz (1998, p.284) as vantagens da utilização do fluxo da caixa são: Permite programar os ingressos e egressos de caixa; Demonstra o momento adequado para as retiradas de caixa, sem, contudo, acarretar problemas financeiros para a empresa; Auxilia na verificação dos períodos em que a empresa terá excedentes de caixa; Possibilita à empresa fazer uso de suas disponibilidades de caixa de maneira racional e mais lucrativa possível, sem comprometer sua liquidez; Através da elaboração do fluxo de caixa, independentemente do método utilizado, ele obriga a empresa a planejar e a controlar seus recursos financeiros; Instrumento fundamental no processo decisório da empresa; Projeta as necessidades financeiras futuras, permitindo que se busquem alternativas de suprimento de caixas mais rápidas e em tempo hábil; É considerado de fácil entendimento pelos usuários, permitindo aprimorar a comunicação contabilidade-usuário; 31 Possibilita a interligação entre os vários setores da empresa com setor financeiro. Já como desvantagens, Zdanowicz (1998, p. 285) listou as seguintes: É tão manipulável como qualquer outra informação contábil; Deve ser elaborado com base em informações confiáveis e corretas e caso não o seja, perde sua função gerencial; Sua análise é fundamental: se a empresa não tiver percepção de seu fluxo de caixa para adotar ações corretivas, quando necessárias, sua utilidade torna-se inválida. Portanto, observou-se que o fluxo de caixa tem várias funcionalidades, onde a principal a visualização antecipada de possíveis problemas com o capital de giro, bem como sua maior desvantagem é a segurança na base de dados, basta um erro para comprometer todo o planejamento. 2.3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA O processo operacional da empresa é afetado pela ausência de recursos. Segundo Assaf Neto e Silva (1998, p.45) o fluxo de caixa não deve ser enfocado como uma preocupação exclusiva da área financeira. Mas, efetivamente, deve haver comprometimento de todos os setores empresariais com o resultado líquidos de caixa. Segundo Zdanowicz (1998, p.52), as principais causas que podem causar escassez de recursos na empresa, são: Superexpansão: expansão descontrolada das vendas, implicando maior volume de compras e de custos pela empresa; Insuficiência de capital próprio: insuficiência de capital próprio eutilização em proporção excessiva do capital de terceiros, ocasionando um aumento do grau de endividamento da empresa; Prazo de venda: ampliação exagerada dos prazos de vendas pela empresa, para conquistar o mercado; Necessidade de compras: maior necessidade de compras de porte, de caráter cíclico ou para reserva, exigindo maiores disponibilidades de caixa; Recebimento versus pagamento: diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de recebimentos e pagamentos, em função dos prazos de vendas e de compras; Rotação do estoque: baixa velocidade na rotação de estoques e nos processos de produção; Capital fixo: sub ocupação temporária do capital fixo, devido alimentações de mercado ou insuficiência de capital de giro; 32 Lucros: distribuição de lucros, além das disponibilidades de caixa; Custos financeiros: altos custos financeiros em função de planejamento e controle de caixa irregular. O caixa da empresa sofre muitas alterações que são influenciadas por fatores internos e externos. Segundo Zdanowicz (1998, p.43), os fatores externos são: a) b) c) d) e) f) g) Declínio das vendas; Expansão ou retração no Mercado; Elevação do nível dos preços; Concorrência; Inflação; Alterações nas alíquotas de impostos; Inadimplência. Já os internos, Zdanowicz (1998, p.43) afirma que é importante que o administrador financeiro seja capaz de reconhecer as consequências financeiras das alterações nas politicas de produção, vendas, logística, compras, pessoal, etc. entre outros. Para aperfeiçoar o ciclo de caixa da empresa, favorecendo positivamente o fluxo de caixa, Lemes, Rigo e Cherobim (2002), citam medidas como: a) redução do tempo de compensação da cobrança: nesse caso é necessário que o administrador procure minimizar o tempo que ocorre entre o pagamento feito pelo cliente e a efetiva disponibilização do mesmo ao caixa da empresa; b) ampliação do tempo de pagamento: essa técnica tem como objetivo o aumento do prazo para pagamento o máximo possível, para que se ajuste com as entradas de caixa de forma a não deixar obrigar o administrador a buscar recursos fora da empresa a custos mais altos; c) redução dos prazos de processamento administrativo: visa acelerar o processo da entrada de cheques na tesouraria e a posterior utilização dos mesmos, através de depósitos bancários; d) a aceleração da cobrança de valores a receber: possui como objetivo principal acelerar o recebimento dos clientes, mediante descontos pelo pagamento no prazo ou antecipadamente; e) uso de meios eletrônicos: com a modernização do sistema bancário, hoje as agências são mais eficientes facilitando o trabalho dentro das empresas através da comunicação e agilização do processo de recebimento; f) as melhores formas de cobrança: existem várias formas de cobrança que podem ser estudadas e adaptadas para melhorar a eficácia do processo de recebimento e de cobrança dos valores a receber; g) ajustamento conveniente dos vencimentos: as despesas que são provisionadas devem ser ajustadas de acordo com o período em que o fluxo de caixa é favorável, através de negociações para definição das datas de pagamento. 33 Se a empresa optar por trabalhar com saldos mínimos, Lemes, Rigo e Cherobim (2002), citam que a empresa deve levar em consideração os seguintes aspectos: a) peculiaridades de cada setor de atividade: isso se refere aos "usos e costumes" utilizados no setor, como por exemplo, vender a prazo; b) previsibilidade das entradas e saídas de caixa: através de um orçamento de caixa é possível prever as entradas e saídas mais próximas da realidade da empresa, através o conhecimento sobre suas operações; c) exigências de reciprocidade bancária: por meio de negociações com as instituições financeiras, devem-se buscar as alternativas que proporcionem as menores tarifas financeiras para a empresa, e que tragam resultados positivos para as cobranças. d) capacidade de captar recursos próprios ou de terceiros: uma situação financeira equilibrada contribui para a empresa na hora de buscar recursos junto à instituições financeiras, sendo que estas acompanham a vida da empresa de perto. 2.4 EQUILÍBRIO E DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO Para se saber como a empresa se apresenta e se planeja para ter sempre continuidade, isto é, a empresa não tenha uma decaída, é necessário que haja harmonia entre as entradas e saídas de recursos. É exatamente nesse para garantir essa harmonia, que entra o que se chama de equilíbrio financeiro. Ele surge da necessidade de manter um volume de negócios elevados com um capital reduzido. 2.4.1 EQUILÍBRIO FINANCEIRO Em todas as organizações, existe a necessidade de controle da situação financeira, ou seja, que toda a diretoria tenha conhecimento da real situação financeiras de empresa, podendo assim tomar decisões que garantam o equilíbrio, planejando ações para solucionar possíveis gargalos que possam a vir comprometer a continuidade da empresa, evitando dessa forma até uma falência. A função do administrador responsável pela gestão de caixa é assegurar o equilíbrio financeiro da empresa. Ou seja, assegurar a compatibilização entre as saídas de caixa para honrar as obrigações assumidas e os ingressos de recursos provenientes de produtos e serviços. (CREPALDI, 1999, p. 261). Para entender melhor o equilíbrio financeiro, é necessário pensar em capital de giro. 34 Define-se Giro no contexto de caixa, como a capacidade de movimentação de moeda, isto é, está relacionado com a disponibilidade e pode ser revertido em caixa em no máximo de um ano. No balanço patrimonial, ele é representado no ativo circulante pelo valor em caixa, clientes, aplicações financeiras e estoque. Pode ser representado pelo ativo circulante menos o passivo circulante. Num sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) até o recebimento pela venda do produto acabado (ASSAF NETO,1998, p. 15). O capital de giro é indispensável para as atividades operacionais da empresa, uma vez que ele é responsável por financiar a atividade empresarial. Sendo assim, deve ser administrado minuciosamente, pois sua má administração pode levar a dissolvência. As empresas que utilizam o capital de giro adequadamente são mais preparadas, garantem a viabilidade do negocio, e automaticamente garantem o lucro. Como as atividades de produção, venda e recebimentos não ocorrem simultaneamente, a empresa deve acompanhar a movimentação dessas atividades e mensurar o investimento necessário de capital e por fim seu controle. Porém a empresa deve ter o compromisso de garantir a gestão eficiente do capital de giro, buscando sempre minimizar o custo e maximizar o lucro e diminuir o risco. Conforme Assaf Neto (1998, p. 15), o capital de giro pode ser dividido em dois segmentos: capital de giro fixo (ou permanente) e capital de giro variável (ou sazonal). O capital de giro permanente é referente ao mínimo necessário do ativo circulante para manter a empresa em funcionamento normal. Já o capital de giro sazonal está associado às necessidades que surgem na cadeia produtiva, relativa a questões adicionais ou temporais. A administração do giro de uma empresa está relacionada diretamente a administração do ativo e passivo circulante e sua relação. 35 Significa estabelecer níveis de estoque, planejamento de compra a fornecedores e venda a cliente, a uma politica de crédito eficiente, de forma plausível com os objetivos da empresa garantindo a rentabilidade e liquidez. O capital de giro é um dos principais ingredientes do para alcançar o equilíbrio financeiro. Se ele atente as necessidades da atividade da empresa, pode se dizer que a empresa possui equilíbrio financeiro. O conceito de equilíbrio financeiro de uma empresa é verificado quando suas obrigações financeiras se encontram lastreadas em ativos com prazos de conversão em caixa similares aos dos passivos. Em outras palavras, o equilíbrio financeiro exige vinculação entre a liquidez dos ativos e os desembolsos demandados pelos passivos. (ASSAF NETO, 1998, p. 24). Portanto para uma empresa alcançar esse equilíbrio, a sugestão é se utilizar de recursos de longo prazo, uma vez que esses recursos no Brasil tem um custo mais barato em virtude do incentivo ao consumo que o governo federal oferece. E em casos de sazonalidade, utiliza-se o passivo circulante. 2.4.1.1 CARACTERÍSTICAS DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO Além do nível de satisfação do capital de giro, segundo Zdanowicz (1998, p.43), o equilíbrio financeiro de uma empresa pode ser caracterizado por: a) b) c) d) e) f) Aumento de capital próprio em relação a terceiros; Rentabilidade; Menor necessidade de capital de giro; Aumento da rotação de estoques; Estabilização dos prazos médios de pagamento e recebimento; Estoque mínimo de produtos para atender o pronta entrega. 2.4.2 DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO O desequilíbrio financeiro surge quando a empresa toma mais recursos de capital do que ela pode produzir e vender. Também pode ser conhecido como Overtrading ou Superexpansão. Caracteriza-se por uma situação de exagerada expansão de planta, instalações e equipamentos da empresa, normalmente financiada em grande parte por capitais de terceiros, normalmente durante ciclos de maior prosperidade e maiores taxas de inflação, a qual não corresponde uma adequada expansão do volume de negócios. (IUDÍCIBUS, 1995, p. 221). 36 Estar em desequilíbrio, significa que as vendas praticadas estão acima de sua capacidade de produção, isto é, o custo dessas vendas é muito oneroso. Para a empresa produzir ela deve respeitar o limite que ela pode custear, isto é, a empresa tem que no mínimo “se pagar” e captar o mínimo possível no mercado, correndo o mínimo risco possível, uma vez que se ultrapassado esse limite a empresa pode sofre consequências desastrosos. Estando em desequilíbrio, a empresa corre o risco de vender mais do que sua capacidade de atendimento e tem que recorrer a financiamentos com custo elevado. Isso diminui sua margem de lucro. Portanto, se essa pratica não for contida a tempo, através de um planejamento ostensivo e uma dura politica de controle interno, a empresa pode entrar em uma série crise que pode vir a comprometer a sua continuidade. A Falência de uma empresa é resultante de um desequilíbrio financeiro. 2.4.2.1 SINTOMAS DO DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO Segundo Zdanowicz (2000, p.44) o desequilíbrio financeiro apresenta os seguintes sintomas: a) Permanente deficiência de caixa; b) Alta rotatividade de funcionários; c) Ausência de disponibilidades; d) Aumento do passivo circulante; e) Superávit do endividamento da empresa com relação as vendas; f) Perda do controle da empresa; g) Sensação de falência repentina. 2.4.2.2 CAUSAS DO DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO Segundo Zdanowicz (1998, p. 45) os motivos para que ocorra o desequilíbrio são muitos e eles podem ser de ordem interna e externa. As causas internas são: a) Estoque alto; b) Crescimento dos imobilizados; c) Aumento das despesas financeiras, devido ao volume de operações financeiras realizadas para compensar o volume de vendas. d) Diminuição do patrimônio liquida e do ativo permanente; 37 As causas externas são: a) b) c) Alta dos preços (inflação); Necessidade de estoque; Aumento dos impostos; A eficácia da administração de caixa está em evitar as causas internas e externas, através da implementação de controles internos e do desenvolvimento de politicas de crédito e cobrança, e da eficiência do capital de giro e estoques. 2.4.2.3 CONSEQUÊNCIAS DO DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO As consequências causadas pelo desequilíbrio financeiro segundo Zdanowicz (2000, p. 44) são: a) Vulnerabilidade; b) Inadimplência nos pagamento de dívidas; c) Tensões Internas; d) Concordata; e) Falência. A maior consequência do desequilíbrio financeiro é a mortalidade de inúmeras empresas, antes mesmo de completar dois anos de existência. 2.4.2.4 MEDIDAS DE SANEAMENTO FINANCEIRO Com a identificação de todas as consequências do desequilíbrio financeiro, a empresa deverá adotar medidas de reparação para reverter a situação. Zdanowicz (2000, p. 44), aconselha a pratica das seguintes medidas: a) Implementação de Planejamento e controle financeiros; b) reduzir a produção; c) produzir apenas o que a empresa pode pagar; d) Contenção de despesa; e) Negociação dos imobilizados ociosos; f) abertura de capital para novos sócios. As maneiras de saneamento podem com ter restrições. Aconselhase no primeiro momento, realizar um estudo e a partir dai identificar as medidas que podem se implementadas em curto prazo. Muitas vezes apenas uma medida já resolve o problema. 38 2.5 ELABORAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA Zdanowizc (2004), afirma que para realizar um fluxo de caixa, é importante obter algumas informações iniciais de diversos setores de uma empresa, de acordo com o cronograma anual , mensal ou diários de entradas e saídas , endereçados ao setor financeiro. Para Zdanowizc (2004), a elaboração do fluxo deve conter informações e estimativas, como exemplo: projeções de vendas a vista e a prazo, estimativas de compras, acompanhamento do que se tem a receber e avaliar a entrada e saída de caixa de acordo com um determinado período de tempo. Para se elaborar um fluxo de caixa, é necessário considerar os possíveis ajustes nos valores projetados, bem como a oscilação que pode ocorre devido a condições de mercado. A empresa dever sempre ter um fundo reserva para suprir situações emergenciais, evitando dessa forma ficar a mercê do mercado e ter um custo elevado. Para Padoveze (2000), a administração diária do fluxo de caixa é de primordial importância ao setor financeiro, uma vez que essa pratica permite o ajuste as condições mercadológicas, reproduzindo um fluxo mais próximo do resultado efetivo. Nesse capitulo, ficaram evidenciados os conceitos de fluxo de caixa, suas particularidades, modelos, características e seu impacto no dia a dia das organizações. Vale ressaltar a importância da sua atualização e revisão de acordo com os eventos que influencie o caixa. No capitulo vindouro, será apresentada a metodologia utilizada para elaboração desse estudo. 39 3. METODOLOGIA 3.1 ESCOLHA DO TEMA Para desenvolver um trabalho de pesquisa é necessária muita determinação, esforço e adoção de procedimentos que permitem a organização das ideias de forma estruturadas e logicas. Essa estruturação logica pode ser denominada de metodologia. Segundo Demo (1981, p.7), metodologia é o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa. Richardson (1999, p.22) afirma que “a metodologia são as regras estabelecidas para o método cientifico, por exemplo: a necessidade de observar, a necessidade de formular hipóteses, a elaboração de instrumentos, etc.”. Para a realização desse trabalho, realizou-se inicialmente uma pesquisa bibliográfica, objetivando embasamento e referencial teórico do assunto escolhido, visando à definição de conceitos e demais aspectos que envolvem o tema fluxo de caixa. Desse modo, contribui-se assim para o melhor aproveitamento do setor financeiro, através do conhecimento. Fachin (2001, p.126) afirma que “entende-se por levantamento bibliográfico o material constituído por dados primários ou secundários que possam ser utilizados pelo pesquisador.”. Para Almeida (2011, p.7) a escolha do tema permite que você aprofunde os conhecimentos sobre o mesmo. A origem dessa pesquisa deu-se em decorrência dos números de empresas que se encontra em situação falimentar em virtude de não possuírem uma estrutura de caixa que permita que sua empresa desempenhe sua atividade fim e gere lucro aos seus acionistas. Foi partindo dessa ideia que surgiu a ideia de apresentar O FLUXO DE CAIXA PARA AS ORGANIZAÇÕES. Com a escolha do tema do estudo, foi definida a metodologia que deveria ser aplicada, de forma a desenvolver o tema sem fugir do objetivo central. 40 Para se iniciar um TCC (Trabalho de conclusão de curso), faz-se necessário aplicar-se um método. Segundo Almeida (2011, p.30), trata-se de uma adoção de procedimentos padronizados e muito bem descritos, a fim de que outras pessoas possam chegar a resultados semelhantes se seguirem os seus passos. Com o proposito de atingir os objetivos propostos por essa pesquisa, apresentam-se os procedimentos e métodos adotados na elaboração desse trabalho acadêmico. 3.2 TIPO DE PESQUISA Serão apresentados os tipos de pesquisa utilizados para o embasamento teórico do tema proposto: A) PESQUISA EXPLORATÓRIA Nesse trabalho, utiliza-se a pesquisa exploratória, com a finalidade de melhorar a pesquisa, tendo em vista a dificuldade de gerir as finanças. Segundo Vergara (2009, p. 42) a leitura exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Para Almeida (2011, p. 31) explora-se a realidade em busca de maior conhecimento. Partindo desses conceitos, foram elaboradas algumas perguntas para facilitar a exploração da pesquisa. São elas: 1) Qual a importância do fluxo de caixa para as organizações? 2) Em que ele pode influenciar para o crescimento das organizações? 3) Como essa ferramenta pode ser útil aos gestores no processo de tomada de decisões? Com base nas questões acima, foram criando cenários que nos permitisse o aprimoramento do conhecimento sobre o FLUXO E DE CAIXA E SUA IMPORTÂNCIA. 41 B) PESQUISA APLICADA A pesquisa aplicada tem por objetivo analisar um modelo já existente, averiguando seu desempenho e buscando soluções para determinadas limitações e ou gargalos. Para Almeida (2001, p. 31) a pesquisa científica aplicada, por sua vez, normalmente faz uso dos conhecimentos que já foram sistematizados, com o intuito de solucionar problemas organizacionais ou do ser humano. Nesse aspecto, foi avaliado qual o melhor modelo de Fluxo de caixa a ser utilizado, levando em consideração o objetivo de cada modelo, suas vantagens, desvantagens, aplicações e resultados. C) PESQUISA DESCRITIVA A pesquisa descritiva tem por objetivo apresentar as características, vantagens e desvantagens do objeto da pesquisa. Vergara (2009, p. 42) a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Nesse caso, avaliam-se as características da ferramenta fluxo de caixa, representada através das suas vantagens e desvantagens, descrevendo o impacto de cada uma delas no cenário. D) PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Relativa ao levantamento de obras, textos, entrevistas, publicações diversas, que bordem o tema escolhido. Nessa pesquisa abordam assuntos relacionados ao: FLUXO DE CAIXA, ORÇAMENTO, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E PLANEJANEMENTO DE CAIXA, entre outros. Vergara (2009, p. 43) afirma que: Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Além de pesquisa bibliográfica a, fundação teórica do trabalho está relacionada os periódicos do tipo: 42 o Pesquisa documental (legislação, livros, textos, artigos, revistas, publicações e entre outros); o Pesquisa virtual (consulta de sites relacionados ao assunto); Após a apresentação da metodologia de pesquisa utilizada, a seguir segue a apresentação do universo em que a pesquisa está inserida e qual o tipo de amostragem utilizada. 3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS A coleta de dados se deu através de várias obras que abordavam o fluxo de caixa e a sua importância como instrumento de tomada de decisões. Foi na apresentação da ferramenta, na definição do seu objetivo, características, vantagens e desvantagens, ambos abordados no capitulo 2, que se foi definido a apresentação dessa pesquisa. No quarto capitulo, será apresentado o fluxo de caixa como ferramenta de apoio a gestão, para que o administrador possa gerir suas receitas e despesas de forma eficaz. 43 4 FLUXO DE CAIXA O fluxo de caixa é uma demonstração dinâmica, que atende as necessidades das micro e pequenas empresas, onde sua estrutura é bem mais enxuta, bem como nas grandes empresas. Ele como ferramenta administrativa prevê, controla e registra as entradas e as saídas de recursos financeiros, durante um determinado período de tempo. Ele consegue reproduzir o histórico da movimentação financeira da empresa através do tempo. Sua importância para as empresas é de extrema importância, uma vez que com ele se obtém informações sobre a liquidez da empresa, onde utilizar os recursos, se a empresa possui a capacidade de aplicar os recursos e ainda se há necessidade de capitar recursos. Porém para que se extraia dele todas essas informações, se faz necessário planejar. Portanto, o primeiro passo para implementar o fluxo de caixa em uma empresa é realizar um planejamento. 4.1 PLANEJAMENTO DE CAIXA E FINANCEIRO O planejamento de caixa, ou o também conhecido orçamento de caixa, tem por objetivo formar uma estrutura de informações, de forma pratica e econômica. Nele, deve-se criar um ciclo para estimar entrada e saída do caixa. Considerado um dos mecanismos mais eficientes, o fluxo de caixa pode ser elaborado de acordo com a necessidade de cada empresa. Segundo o processo ZDANOWICZ (1998, p. 125), O fluxo de caixa projetado pode ser visto de forma genérica pela seguinte equação: SFC (saldo final de caixa) = SIC (saldo inicial de caixa) + E (entradas) – S (saídas) Tão logo, o fluxo de caixa se transforma em uma ferramenta de apoio a decisão, utilizado pelo administrador financeiro, com o objetivo de identificar se a soma do saldo inicial com as entradas, subtraído as saídas de 44 um determinado período, apresentará déficit ou superávit de recursos financeiros. Segundo Fávero (1997, p. 371), o planejamento financeiro é fundamental na medida em que possibilita a adequada aplicação dos recursos em situações em que há excedentes de caixa, como também, a programação de captação de recursos quando há insuficiência de caixa. Quando há excedentes financeiros, o gestor financeiro poderá destinar de forma eficiente. Já na ausência de recursos, ele poderá se capitalizar de fontes mais baratas. 4.2 IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO Crepaldi (1999, p. 22) afirma que: Planejamento é o conjunto de linhas de ação e a maneira de executá-las para alcance dos objetivos. O planejamento é a antecipação da decisão, isto é, é optar pela alternativa que possa trazer um retorno satisfatório para a situação em questão. Portanto, decidir antecipadamente, significa se antecipar ao futuro. Constantemente, usa-se a expressão controle associado ao planejamento, isso porque depois de planejar precisamos controlar para que exista a melhoria continua do processo de planejamento. Se o planejamento é inadequado, o controle é inócuo. Se o planejamento é adequado, mas a filosofia de controle é meramente voltada para a constatação, existe uma falha de retroalimentação. O que se pretende considerar é que cada organização interprete e defina a ênfase desejada para o planejamento e o controle dos seus negócios FREZATTI (2000, p. 17). Comumente um dos tipos de planejamento desenvolvido pelas empresas é o planejamento e ou orçamento financeiro, que visa assegurar que as metas definidas sejam alcançadas, por isso pode também ser chamado de orçamento. É considerado um documento formal do que será feito futuramente. O planejamento financeiro consiste em compreender a programação de todos os planos definidos pela gestão financeira e assegura a integração desses projetos com os demais setores da empresa. Segundo Braga (1989, p. 230), o processo de planejamento financeiro compreende os seguintes passos: 45 -Estimar os recursos que serão necessários para executar os planos operacionais da empresa. - Determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido no âmbito da própria empresa e quando deverá provir de fontes externas. - Identificar os melhores meios e fontes para obtenção de recursos adicionais, quando se fizerem necessários. -Estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos, obtidos internos ou externamente, para executar os planos operacionais. De acordo com Braga (1989, p. 231), o planejamento financeiro pode ser de curto prazo ou de longo prazo. O planejamento financeiro de longo prazo geralmente cobre períodos que vão de dois a cinco anos e são continuamente revistos à chegada de novas informações. Foca a implementação de dispêndios de capital propostos, atividades de pesquisa e desenvolvimento, amortização de dívidas, entre outros. O planejamento financeiro a curto prazo, isto é um planejamento que compreende até 2 anos, demostra os resultados encontrados nesse período, principalmente para os insumos que compreendem: a previsão de vendas e várias formas de dados operacionais e financeiros. O planejamento financeiro de uma empresa possui as particularidades de cada negócio, nunca é idêntico a o de outra. Porém encontram-se algumas coincidências, podem ser citados: a) Previsão de vendas: na gestão financeira, deve-se ter uma previsão do que se vai vender e o custo dessas vendas. É impossível precisão, porém faz-se necessário mensurar para identificar os possíveis cenários de vendas. b) Demonstrações financeiras projetadas: faz-se necessário projetar as demonstrações financeiras de acordo com o cenário de vendas, pois assim podemos visualizar se teremos lucro ou prejuízo e se antecipar nas decisões; c) Necessidades de ativos: de acordo com as demonstrações enxerga-se a necessidade de investimento ou capitação de recursos. d) Necessidades de financiamento: relacionada a política endividamento e dividendos; e) Premissas econômicas: o planejamento financeiro deve refletir claramente o ambiente econômico n declarar explicitamente o ambiente a qual a empresa está inserida e o que a empresa objetiva. 46 O planejamento financeiro é importante para todas as empresas, pois ele possibilita: a) Interação: o plano financeiro deve envolver todas as unidades operacionais, visando a integração entre os projetos de investimento e financiamento; b) Opções: o plano financeiro possibilita enxergar vários cenários e escolher a melhor opção para a ocasião; c) Viabilidade: o plano financeiro deve sempre se encaixar a situação da empresa, procurando sempre cumprir a premissa de maximização dos lucros e riqueza dos acionistas; d) Previsão: o plano financeiro deve prever situações futuras, evitando assim surpresas. Portanto, a empresa deve traçar metas. E a meta mais desejada pelos acionistas é sempre o crescimento do seu negocio, e o planejamento financeiro conduz a esse caminho, uma vez que os passos são mais acertados e a empresa consegue identificar e amenizar seus pontos fracos. 4.3 PREMISSAS PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Para se elaborar o fluxo de caixa, primeiramente deve-se coletar informações de todos os setores e departamentos, seguindo o cronograma desenvolvido, este que pode ser anual, mensal ou diário de entradas e saídas remetido ao Departamento ou Gerência Financeira. Para Frezatti (2000, p. 35), o fluxo de caixa projetado não deve ser montado isoladamente por uma área, mas deve ser um compromisso conjunto da empresa toda, com base em informações fornecidas pelas várias áreas participantes. Em função da forma de como se deve elaborar o fluxo, demonstramse os principais elementos que compõem o fluxo, conforme fluxograma a seguir: 47 FIGURA 03 – FLUXOGRAMA DO CASH FLOW FONTE: Frezatti (2000, p. 35), Segundo Zdanowicz (1998, p. 131) os períodos de tempo são importantes para a elaboração do fluxo de caixa, conforme: a) projeção das vendas, considerando-se as prováveis proporções entre as vendas à vista e a prazo da empresa; b) estimativas das compras e as respectivas condições oferecidas pelos fornecedores; c) levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de clientes; d) determinação da periodicidade do fluxo de caixa, de acordo com as necessidades, tamanho, organização da empresa e ramo de atividade; e) orçamento dos demais ingressos e desembolso de caixa para o período em questão. Com os dados acima o gestor financeiro deverá estar em sintonia como mercado, no que diz respeito as mudanças no cenário em que a empresa 48 opera, munido de um amplo conhecimento da economia do país e do mundo, bem como estabelecer cenários desses mercados. 4.4 REQUISITOS BÁSICOS PARA O PLANEJAMENTO DO FLUXO DE CAIXA A organização não deve medir esforços para alcançar seus objetivos e metas, consequentemente deve fazer o mesmo esforços na sua implantação e implementação do fluxo de caixa. Contudo, o gestor financeiro deve não medir esforços e ir buscar informações em todos os departamentos da empresa, conscientizando a todos da importância exatidão, clareza e confiabilidade dos dados prestados. Segundo Zdanowicz (2000, p.131), com o objetivo de obter resultados positivos com o seu fluxo de caixa, a empresa deve seguir alguns requisitos básicos para o seu planejamento: -buscar a maximização do lucro, possuindo certos padrões de segurança, previamente fixados; - assegurar ao caixa um nível desejado, a partir da constituição de reservas necessárias à empresa; - obter maior liquidez nas aplicações dos excedentes de caixa no mercado financeiro; - determinar o nível desejado de caixa, a partir das contas que compõe o disponível da empresa; - fixar limites mínimos, mediante as experiências adquiridas pela empresa, permitindo realizar os ajustes quando for necessário; - ainda que a empresa observe certos padrões de segurança, pode investir parte de seus recursos disponíveis, mas nunca além do mínimo necessário para as suas atividades. O gestor financeiro na elaboração do fluxo de caixa deve ter a preocupação com as oscilações que possam a vir ocorrer no mercado, uma vez que essas movimentações podem requerer ajustes dos valores projetados. O fluxo deve ser flexível, modificável e adaptável, nunca engessado. 4.5 REQUISITOS BÁSICOS PARA IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Implantar o fluxo de caixa implica em alocar os valores fornecidos pelos vários setores da empresa, de acordo com o período de tempo no qual deverão acontecer as entradas e saídas de caixa. 49 Para que a implantação seja feita com sucesso, segundo Zdanowicz (1998, p. 132) faz-se necessário cumprir os seguintes requisitos, considerados básicos, como: -apoio total da cúpula diretiva da empresa; - estabelecimento claro dos níveis de responsabilidade de cada área da empresa; - integração total de todas os setores da empresa ao sistema do fluxo de caixa; - definição dos responsáveis pela entrega, dentro do prazo estabelecido dos formulários; - treinamento do pessoal envolvido na implantação do fluxo de caixa; -comprometimento dos responsáveis de cada área; - controles financeiros adequados, especialmente da movimentação bancária; - utilização do fluxo de caixa para avaliar com antecedência os efeitos da tomada de decisões que tenham impactos financeiros na empresa; - fluxograma das atividades na empresa, ou seja, definir as atividades meio e as atividades fins. Portanto, para se obter êxito na implantação é de extrema importância a participação de todos os setores, e principalmente o envolvimento do alto escalão. O apoio dos acionistas e da diretoria tem um peso diferencial. 4.6 IMPLANTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Implantar o fluxo de caixa significa a ação de reunir as informações de ingressos e desembolsos, de acordo com as informações de todos os departamentos da empresa. Conforme enfatiza Zdanowicz (2000, p. 133): O principal aspecto a ser levado em consideração é quanto à apropriação dos valores, conforme as épocas que irão ocorrer os efetivos recebimentos e pagamentos de caixa pela empresa. O importante é considerar todos aqueles itens que alterarão a posição de caixa da empresa. Implantar o fluxo de caixa, consiste em estruturar as previsões de cada valor monetário em duas estruturas, uma de ingressos (entradas) e outra de desembolso (saídas) e que podem ainda se subdividir em operacionais – provenientes da atividade da empresa e extra operacionais – provenientes de atividades que não fazem parte do tipo de atividade da empresa. Exemplo: Financiamentos. 50 4.6.1 FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL O fluxo de caixa é composto por itens decorrentes da atividade fim da empresa. Segundo Zdanowicz (1998, p. 134), os principais ingressos operacionais são: as vendas à vista, recebimentos, descontos, cauções e cobranças das duplicatas de vendas a prazo realizadas pela empresa. Dentre os principais desembolsos operacionais, podemos citar: compras de matérias-primas, salários e ordenados com os encargos sociais inclusos, custos indiretos de fabricação, despesas administrativas, despesas com vendas, despesas financeiras tributárias. 4.6.2 FLUXO DE CAIXA EXTRA OPERACIONAL O fluxo de caixa extra operacional consiste nas entradas e saídas de itens não relacionados a atividade fim da empresa, como: ativo do imobilizado, vendas de itens do ativo permanente, receitas financeiras, alugueis, pagamento de empréstimos e ou financiamentos e leasing. Para Zdanowicz (1998, p. 140) as amortizações compreendem os pagamentos de empréstimos ou financiamentos de longo prazo, geralmente contratados com garantias reais de bens dos sócios ou da empresa. A administração deve cuidar das imobilizações. Pois ela é uma aplicação, e por possuir essa característica, deve ser analisada em que situação ela se realiza, pois ela implica em risco. É importante que as informações prestadas nesse período devem refletir o que realmente aconteceu. Empresas que apresentam situação de desequilíbrio financeiro devem se reestruturar, planejando para cada período o pagamento de uma parcela que por ventura esteja em atraso, desta forma estará recuperando uma posição de liquidez normal. (ZDANOWICZ,1998, p. 140). Um atraso pode comprometer seriamente o sucesso do fluxo de caixa, por isso deve-se ter muita cautela. 51 4.7 APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA Para Frezatti (1997) é difícil que exista um único formato que possa atender a qualquer tipo de empresa. Abaixo duas formas de apresentação do fluxo de caixa, uma do método indireto mais indicado para análise e do método direto que é mais didático e mais utilizado pelas empresas. São diferentes no que diz respeito aos fluxos das atividades operacionais, uma vez que nas atividades de financiamento e investimento são demonstradas de formas iguais nos dois métodos. 4.7.1 FLUXO DE CAIXA INDIRETO Segundo Yoshitake (1997, p. 150), Método Indireto é uma complementação das Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos, pois os recursos provenientes das atividades operacionais são demonstrados com base no lucro líquido, sendo ajustados pelos itens que não afetam o Capital Circulante Líquido, considerando-se as mutações do CCL, exceto Disponibilidades. De acordo com Zdanowicz (1998, p. 67), o método indireto consiste na demonstração dos recursos provenientes das atividades operacionais a partir do lucro líquido, ajustado pelos itens que afetam o resultado, tais como: depreciação, amortização e exaustão mas não modificam o caixa da empresa. O fluxo de caixa indireto assemelha-se com a DOAR (Demonstração de Origem e aplicação dos recursos), porém a DOAR é elaborada com base no capital circulante liquido, enquanto que a DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa) baseia-se nas disponibilidades imediatas, isto é, no regime de caixa. 4.7.2 FLUXO DE CAIXA DIRETO Segundo Campos Filho (1996, p. 33), este método consiste em classificar os recebimentos e pagamentos utilizando as partidas dobradas e 52 tem como vantagem permitir a geração de informações com base em critérios técnicos livres de qualquer interferência da legislação fiscal. [...] todos os diferimentos de recebimentos e pagamentos operacionais passados e todas as provisões de recebimentos e pagamentos operacionais futuros; e todos os itens que são incluídos no lucro líquido que não afetam recebimentos e pagamentos operacionais (CAMPOS FILHO, 1999, p. 41). Por fim, percebe-se que a realização do fluxo de caixa independente de direto ou indireto, disponibiliza ao gestor financeiro a situação de empresa, além de possibilita-lo identificar as necessidades futuras empresa. Em seguida, será apresentado o fluxo de caixa como ferramenta de apoio a gestão, para que o administrador possa gerir suas receitas e despesas de forma eficaz. 4.8 FLUXOS DE CAIXA COMO FERRAMENTA DE APOIO A GESTÃO O fluxo de caixa tornou-se uma ferramenta eficiente no apoio, gerenciamento e controle financeiro, dentro das organizações, controlando o custo e receitas de modo eficaz. Para as pequenas e médias empresas, o fluxo de caixa é de fundamental importância, devido ao papel socioeconômico no cenário econômico brasileiro, uma vez que elas representam 95% do total dos estabelecimentos industriais, 98% do total dos estabelecimentos comerciais e 99% dos estabelecimentos do setor de serviços (SEBRAE 2000). No entanto, o gerenciamento dessas empresas é deficiente, em comparação com as grandes empresas, tendo em vista que as grandes empresas possuem uma estrutura mais preparada para poder sobreviver. Contam com facilidades em obtenção de financiamento, tem facilidade de aumentar capital, enquanto que nas empresas de pequeno e médio porte, isso é inverso. Sem capital de giro e investimentos uma empresa não cresce. Segundo Cândido (1998, p.92), o fator que limita o crescimento de uma empresa é o gerenciamento. 53 - Para ajudar, efetivamente, a economia e o processo de desenvolvimento local, estas empresas precisam ser competitivas dentro de um mercado global. Como empresa competitiva, entendese aquela que naturalmente não só amplia a participação nos mercados em que atua, como conquista novos campos de atuação. - Assim sendo, as experiências e observações mostram que o treinamento gerencial, apesar de não ser suficiente para provocar todas as mudanças requeridas pelo mercado, que exige cada vez mais preço e qualidade para suportar a pressão da concorrência interna e externa, é o alicerce básico necessário. - Não bastasse isso, a nova ordem mundial cobra uma nova postura do empresariado: o cliente mudou, tornou-se mais exigente e a instabilidade dos mercados é crescente, devido às condições de competitividade global, diversificação e diminuição do ciclo de vidados produtos. Busca-se, então, encontrar algumas respostas e propor modelos práticos oriundos da contabilidade gerencial e adaptada à realidade deste segmento. E uma dessas ferramentas é o fluxo de caixa, que é uma forma de controle e planejamento econômico-financeiro para os empreendimentos desse porte (Cândido, 1998, p. 98). Para Zdanowicz (1998, p. 115), toda organização, mesmo a familiar, pode apresentar diariamente um fluxo de entradas e saídas financeiras, que demandam registros manuais ou mecânicos para seu controle. Quanto maior o número de movimentações financeiras de entradas e de saídas mais difícil se torna o controle manual. Segundo Marion (2000, p. 121). "São raras as vezes que se tem contabilidade não se tem banco de dados para tomada de decisões", ou seja, muitas empresas, principalmente as micro e pequenas empresas, tem suas decisões tomada como base em uma contabilidade “irreal” uma vez que a contabilidade dessas empresas é única e exclusiva pra atender as exigências fiscais. 4.8.1 ETAPAS PARA IMPLEMENTAR UM FLUXO DE CAIXA Conforme Marion e Soares (2000, p. 157), o primeiro ponto indispensável para a implementação do fluxo de caixa são dados fieis produzidos pela contabilidade. Eles irão fomentar os dados iniciais. Porém é importante comentar que esses dados devem ser reais, e não mascarados, uma vez que utilizando os dados de uma contabilidade obscura, que por algum 54 motivo foi produzido com a intenção de confundir o fisco, o gestor pode se enganar e conduzir os acionistas a tomar decisões erradas. O segundo ponto é a interpretação dos relatórios produzidos para a tomada de decisões. "É comum observar gerentes e administradores engavetando relatórios riquíssimo sem dados, por não saber o que fazer com eles; ignoram a sua utilidade e acabam não tomando a melhor decisão" (MARION; SOARES, 2000, p. 159). Kanitz (1999; p. 35), afirma que, o propósito básico da informação decorrente do fluxo de caixa é habilitar a empresa a alcançar seus objetivos pelo uso eficiente dos recursos disponíveis. Esses recursos são as pessoas, a tecnologia, o capital e a própria informação. As informações são a matéria prima do sucesso. 4.9 IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS ORGANIZAÇÕES Meziara Júnior (2001, p. 96) afirma que, com a necessidade de produzir mais e melhor, a valores competitivos, para um mercado mais exigente são empreendidos esforços contínuos a fim de se obter, no âmbito financeiro, um equilíbrio entre o fluxo de caixa decorrente de receitas e despesas, ou seja, os ingressos devem ser suficientes para cobrir os desembolsos de caixa, bem como os excedentes devem ser aplicados e os recursos necessários detectados e captados nas fontes menos onerosas à empresa. Já Longen (1997, p. 22) diz que, o acirramento da competitividade no mercado exige das empresas, sobretudo as micro e pequenas, maior eficiência na gestão financeira de seus recursos, principalmente em tempos de globalização da economia, a qual vem exigindo bens e serviços das empresas, a custos e preços menores, com melhor qualidade. Isto requer do gestor financeiro uma tomada de decisões rápidas, eficientes e seguras, principalmente no que diz respeito à captação e aplicação de recursos financeiros da empresa, tornando, portanto, o fluxo de caixa é uma ferramenta eficaz para esses fins. Cândido (19982, p. 93), ainda sobre o assunto, manifesta-se afirmando que, mesmo nos períodos de liquidez e de mercado em expansão, 55 as empresas não podem descuidar da administração de seus recursos, pois esta desatenção pode afetar sua saúde financeira quando os recursos ficam mais escassos e o mercado se retrai. Portanto, mesmo em situações cotidianas, faz-se necessário rigoroso controle e planejamento, principalmente nas pequenas e medias empresas, devido possuírem uma fragilidade nos seus controles e pela instabilidade atual do mercado. A falta de caixa pode representar cortes de créditos, suspensão de compras, causando transtorno junto aos clientes, fornecedores, bancos e demais instituições de credito. Com isso a empresa fica passiva a custos financeiros altíssimos, perdendo dessa forma o controle sobre suas dividas. O fluxo de caixa saudável, isto é, devidamente atualizado, pode prevê esse tipo de situação e em consequência dessa antecipação dos fatos, a empresa pode negociar e obter melhores taxas com um prazo maior, favorecendo o cumprimento das metas definidas. A importância da liquidez em uma empresa representa a possibilidade de atingir os objetivos da empresa, como: garantir créditos e novos financiamentos, novos fornecedores, lucro para os acionistas, garantia de emprego para os empregados, dentre outras, garantindo a continuidade do negócio dentro de um mercado competitivo. As compras, as vendas, os prazos de recebimento e pagamentos fazem parte da operação do fluxo de caixa, e com essas informações traça-se o diagnostico e planeja-se a tão sonhada liquidez, que no decorrer de um determinado período de tempo, apresentarão variações. Com isso as politicas definidas no planejamento inicial devem sofrer uma adequação que se possa adequar o planejamento a situação atual e consequentemente projetar o quadro de liquidez desejado. Para as micro e pequenas empresas, não basta só a liquidez, mas sim identificar os pontos em que não existe liquidez, isto é, não existe dinheiro para pagar as obrigações adquiridas. Enfim, para uma gestão de caixa eficiente é necessário a atualização e revisão constante do fluxo de caixa. Só assim a projeções futuras se aproximarão bastante da situação da empresa. E isso refletirá na captação 56 de recursos, uma vez que os mesmos serão realizados com antecedência, barateando o custo dessas operações. 57 5 CONCLUSÃO Para que uma organização obtenha um equilíbrio financeiro, faz-se necessário ter conhecimento da necessidade da empresa em fazer uso apropriado dos recursos. Esta monografia teve como objetivo geral apresentar a importância do fluxo de caixa como instrumento eficiente de uma gestão financeira, o qual foi alcançado e explanado no capitulo 4. Pretendeu-se através das inúmeras atribuições do fluxo de caixa, comprovar sua importância e utilidade no contexto empresarial. Para isso, buscou-se o embasamento teórico, através de pesquisa bibliográfica que abordava o assunto. Depois de contextualizadas todas as informações e realizadas as analises, comprova-se a hipótese apresentada. Deste modo, pode-se afirmar que nesta etapa, o fluxo de caixa torna mais viável a gestão de recursos da empresa. É uma imprescindível para o desempenho da gestão financeira da empresa, por fornecer informações que ajudam a empresa na tomada de decisão. Todas as informações enviadas pelos setores e departamentos, são de grande importância para o processo de tomada de decisões, consequentemente a contabilidade ganha um destaque maior, por ser ela a responsável por fornecer informações que auxiliam a organização na gestão do negocio. Destaca-se ainda a importância do planejamento financeiro, uma vez que ele é fundamental para o sucesso do negócio. Um planejamento financeiro bem executado, aliado a eficiência dos controles internos, proporciona a empresa medir seu desempenho e definir suas metas e objetivos. O fluxo de caixa deve e pode ser empregado em todas as organizações independente do porte, porém desde que a atividade desenvolvida possibilite a programação das entradas e saídas de caixa, uma vez que dessa forma, a empresa poderá antecipadamente, capitalizar nossos investimentos e ou aplicar a sobra de recursos. A utilização do fluxo de caixa 58 de forma gerencial proporciona ao gestor a probabilidade de acertos muito grande e a margem de erro bem reduzida na sua gestão. Com uma boa interpretação e um eficiente planejamento, é possível afirmar que o fluxo de caixa aumenta as decisões conscientes. Cabe ao administrador, após analisar minuciosamente o fluxo, tomar as decisões para o restabelecimento e ou estabelecimento dos níveis desejados de caixa e capital de giro. Todas as informações são preciosas e devem ser tratadas como tal e não de forma passiva. Ele deve ter domínio sobre a situação apresentada, uma vez que muitas vezes o gestor deverá contornar adversidades, porém sempre visando manter o equilíbrio e a liquidez. Outro fator relevante que assegura ainda mais a importância do fluxo de caixa é a possibilidade de ver através dela a evolução financeira da empresa, permitindo ao gestor identificar o risco, situação desconfortável e agir, de forma a contornar a situação adversa identificada. Não existe um fluxo de caixa padrão para cada empresa, uma vez que cada atividade possui suas particularidades, porém existem peculiaridades que em virtude da politica da empresa, bem como da sazonalidade da atividade, pode provocar um mudanças em um determinado período de tempo ou negócio. Com isso, observa-se com o passar do tempo, que os resultados encontrados passaram a ser mais condizentes com a realidade da empresa naquele momento. Pode-se afirmar que a sua principal vantagem é apresentar de forma acessível e simples a situação anterior, presente e futura da empresa para que seus usuários visualizem e tomem suas decisões rapidamente. É necessário que os empresários, gestores e demais usuário estejam preocupados com a qualidade das informações que integram o fluxo, bem como sua analise e interpretação. Por fim, ressalta-se que a pesquisa apresentada, teve a intenção de abordar o assunto de forma expansiva e não de esgotar esse conteúdo. Entretanto, foi necessário fazer novas pesquisas, novos questionamentos, pois as fontes de conhecimento são inesgotáveis e sempre renováveis, uma vez que sempre existirá sede por conhecimento, pelo desenvolvimento de novas ideias que prologuem a vida das organizações. 59 6. REFERÊNCIAS ALVIN, P. C. R. de C. O papel da informação no processo de capacitação tecnológica das micro e pequenas empresas. Brasília: Revista Ciências da Informação, v. 27; n.1; p. 28-35, jan./abr., 1998. ASSAF NETO, A. Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas, 1998. BLATT, Adriano. Análise de balanço: estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. 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