COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS
3º ANO DO ENSINO MÉDIO - 2013
Professor (a): Carlos Roberto
2ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA
Roteiro de Estudos de Literatura
Estudante: _______________________________________________
Turma: ___
_______________________________________________________________________
Questão 1.
- (UNIFOR CE/2012) A poesia parnasiana tem como característica o anti-sentimentalismo e a
consequente reposição de ideais clássicos de Arte, como a impassibilidade, o racionalismo, o culto da Forma, o
sensacionalismo, o esteticismo, o universalismo.
(MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 22. ed. São Paulo: Cultrix, 2006).
Manuel Bandeira faz uma crítica ao Parnasianismo e assim produz uma declaração do que NÃO queriam os
modernistas. Esse sentimento se encontra no poema:
a) Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor (Poética)
b) Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive (Vou-me embora pra Pasárgada)
c) Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse. (Pneumotórax)
d) Beijo pouco, falo menos ainda
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana (Neologismo)
e) Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme (A morte absoluta)
Questão 2.
(UDESC SC/2012) A literatura traz a possibilidade de o artista recriar a realidade, segundo
suas convicções, seus ideais, sua vivência. Artistas diferentes, em épocas simultâneas ou distintas, podem tratar
de temas semelhantes, mas com estilos, abordagens e perspectivas diferenciadas.
Os fragmentos abaixo, de Alfredo Bosi, falam de dois momentos literários importantes no Brasil. Leia-os e
complete os espaços.
I. Embora as atitudes ideológicas e críticas que se rastreiam durante as quatro décadas do ...........................,
de ..........................., tenham como fator comum a ênfase dada à autonomia do país, a um nacionalismo
crônico e às vezes agudo, ilustrado no mito da terra-mãe, orgulhosa do passado e dos filhos, sabe-se que, por
trás da fachada uniforme desse amor à pátria, houve outras expressões permeando esse período.
II. Mais tarde, os homens de 1922, ..........................., ..........................., ..........................., entre outros, e
os que os seguiram, seja no tempo ou no espírito, viveram com maior ou menor dramaticidade uma consciência
dividida entre a sedução da “cultura ocidental” e as exigências do povo brasileiro, múltiplo nas raízes históricas,
mas que não desejava agora idealizar a realidade, e sim denunciar os desequilíbrios dessa realidade.
Adap. BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 3ª ed. Sao Paulo: Cultrix, 1987, p. 171-344.
Assinale a alternativa que completa corretamente os espaços nos relatos.
a) I. Romantismo – Gonçalves de Magalhães a Sousândrade
II. Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira
b) I. Realismo – Machado de Assis a José de Alencar
II. Cruz e Souza, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira
c) I. Naturalismo – Manuel Antônio de Almeida a Aluízio Azevedo
II. Mário de Andrade, Menottii Del Pichia, Milton Hatoum
d) I. Modernismo – Graça Aranha a Dias Gomes
II. Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Sousândrade
e) I. Parnasianismo – Olavo Bilac a Cruz e Souza
II. Mário de Andrade, Érico Veríssimo, Gregório de Matos
Analise o poema para responder às duas questões abaixo.
Poema tirado de uma noticia de jornal
Manuel Bandeira
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
ESTRELA DA VIDA INTEIRA. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 136.
Com base na análise do poema,
Questão 3.
Transcreva dois versos cujo conteúdo indique ação.
Questão 4.
O poema contém, além de lirismo, elementos narrativos e descritivos. Transcreva um
verso que apresente elementos descritivos.
Questão 5.
- (UFRN/2012) Leia o início da crônica “Proteção da alegria popular”, de Câmara
Cascudo, e observe as figuras que ilustram a peça O santo e a porca, de Ariano Suassuna:
Precisamos defender as nossas festas populares. Bumba-meu-boi, Congos e Cheganças devem ter proteção e
ambiente. Para que não emigrem para o outro mundo depois de terem vivido tanto tempo.
CASCUDO, Luís da Câmara. “Proteção da alegria popular”.
In: Crônicas de origem: a cidade do Natal nas crônicas cascudianas dos anos 20. Natal: EDUFRN, 2005. p. 130.
SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca. 22. ed. São Paulo: José Olympio, 2010.
No texto de Câmara Cascudo e nas ilustrações da peça de Ariano Suassuna percebe -se um aspecto aprofundado
na Literatura Brasileira a partir do Movimento Modernista. Esse aspecto é
a) a confirmação de traços das culturas locais desvalorizados desde o Romantismo.
b) o reconhecimento do valor da cultura europeia, relegada a segundo plano após o Romantismo.
c) o fortalecimento das raízes culturais portuguesas desprezadas pelas vanguardas artísticas.
d) a valorização de elementos da cultura popular reprimidos pelo academicismo.
Questão 6.
(UFPE/2012)
Observe as imagens, leia os textos e responda às questões que se seguem:
(A boba, de Anita Malfatti/Capa do livro de Seth-Grahame Smith)
Quando Monteiro Lobato escreveu o famoso ensaio “Paranoia ou Mistificação?”, publicado n’O Estado de S. Paulo
(20/12/1917) sobre a pintura expressionista de Anita Malfatti, expressou a comoção causada no público da época
diante do ineditismo das propostas estéticas modernistas. Dizia o autor:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte pura,
guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos
clássicos dos grandes mestres. A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a
interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como
furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência; são
frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes
com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento. Embora se deem como novos, como
precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu como a paranoia
e a mistificação.
( ) Devido às suas posições radicais no âmbito das artes plásticas, Monteiro Lobato foi considerado pelos
modernistas de 1922 um intelectual tradicionalista e arcaico.
( ) A obra infantil de Monteiro Lobato é um bom exemplo de seu arcaísmo, fortalecendo valores sociais
tradicionalistas, sobretudo na família, e evitando a mistura da cultura erudita com a popular na literatura.
( ) A arte vanguardista do início do século XX provou ser mais do que a escandalosa expressão dos “furúnculos
da cultura excessiva”, e superou as expectativas de Monteiro Lobato para essas obras como meras manifestações
“anormais ou teratológicas” destinadas ao esquecimento.
( ) O pós-modernismo no século XXI levou adiante o impulso desconstrucionista da arte e dos textos canônicos,
como provam publicações recentes que associam obras clássicas à cultura de massa, a exemplo de Orgulho e
preconceito e zumbis, de “Jane Austen e S-G. Smith”.
( ) Ler, entender e refletir sobre as produções literárias contemporâneas mobilizam o conhecimento não só do
mundo atual mas também do seu passado histórico.
Questão 7.
Texto para as questões 7 e 8.
“As obras que a República manda editar para a propaganda de suas riquezas e excelências, logo que são
impressas completamente, distribuem-se a 3mancheias(1) por quem as queira. Todos as aceitam e logo passam
adiante, por meio de venda. Não julgue o meu correspondente que os “sebos” as aceitem. São tão mofinas, tão
escandalosamente mentirosas, tão infladas de um 6otimismo de encomenda que ninguém as compra, por sabêlas falsas e destituídas de toda e qualquer honestidade informativa, de forma a não oferecer nenhum lucro aos
revendedores de livros, por falta de compradores.
9
Onde o meu leitor poderá encontrá-las, se quer ter informações mais ou menos transbordantes de entusiasmo
pago, é nas lojas de merceeiros(2), nos açougues, nas quitandas, assim mesmo em fragmentos, pois todos as
pedem 12nas repartições públicas para vendê-las a peso aos retalhistas de carne verde, aos vendeiros e aos
vendedores de couves.
Contudo, a fim de que o meu delicado missivista não fique fazendo mau 15juízo a meu respeito, vou dar-lhe
algumas informações sobre o poderoso e rico país da Bruzundanga.”
LIMA BARRETO, Afonso Henriques de. Os Bruzundangas. Rio – São Paulo – Fortaleza: ABC Editora, 2005. p. 33.
(1)
em abundância
(2)
donos de mercearia
As
a)
b)
c)
d)
obras editadas pela República
são portadoras de informações que, embora escandalosas, parecem honestas.
divulgam propagandas encomendadas por comerciantes poderosos e ricos.
servem de veículo a propagandas que atendem a interesses próprios.
são comercializadas, nos sebos, mas sem dar lucro aos revendedores.
Questão 8.
Por meio das expressões “otimismo de encomenda” (linha 6) e “entusiasmo pago”
(linha 10), o narrador
a) mostra-se incoerente, pois, ao mesmo tempo, critica e elogia as obras que a República manda editar.
b) recomenda a leitura das obras que a República manda editar.
c) revela-se satisfeito com as informações divulgadas pelas obras que a República manda editar.
d) desqualifica as obras que a República manda editar.
Questão 9.
“Na passagem do século 19 para o 20, o Brasil estava passando por várias transformações sociais
e culturais que determinariam o nosso futuro. Nesse momento histórico, a figura de Monteiro Lobato se destacou
em nossa literatura, expressando alguns ideais que marcaram a história e a política”.
Monteiro Lobato deixou imortalizada a sua visão de Brasil e de futuro sintetizada na frase:
a) Um país se faz com homens e livros.
b) Liberdade ainda que tardia.
c) Jovem! Não verás um país como esse em nenhum outro lugar.
d) Brasileiros! Já podeis ver tua pátria livre!
e) Brasil: Ame-o ou deixe-o.
Questão 10. Com relação à atuação de Monteiro Lobato nesse período, podemos afirmar
corretamente:
a) foi o introdutor do romance urbano no Brasil, interpretando as mudanças que ocorriam na nossa sociedade.
b) retratou o homem pobre do campo e a sua ignorância, que levantava uma barreira ao desenvolvimento
nacional.
c) aceitou com entusiasmo as novas correntes artísticas que vinham da Europa como o futurismo e o dadaísmo.
d) integrou-se ao movimento de restauração da alta literatura nacional que dizia ter sido contaminada pelos
costumes importados dos EUA.
e) foi um ardoroso defensor das ideias liberais no campo político e dos costumes enfrentado a censura dos
governos da época.
Observe as imagens para responder às questões 11 e 12.
TEXTO I
Almeida Junior, Ezequiel Freire, s.d., óleo sobre tela, 55X40cm, Coleção da Academia Paulista de Letras.
Reprodução fotográfica Isabella Matheus.
Disponível em:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&acao=mais&in
icio=1&cont_acao=1&cd_verbete=93 .Acessado em: 12 ago 2011.
TEXTO II
Anita Malfatti, O homem amarelo, 1915-1916, óleo sobre tela, 61X51cm, Coleção Mario de Andrade do Instituto
de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. Reprodução fotográfica de Romulo Fialdini.
Disponível em:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_obras&acao=mais&in
icio=9&cont_acao=2&cd_verbete=323 . Acessado em: 12 ago 2011.
Os textos I e II representam diferentes movimentos estéticos da arte brasileira.
Questão 11. Aponte duas diferenças entre as pinturas, observando os procedimentos de expressão
(cor, forma, equilíbrio, contorno, relação entre figura e fundo etc).
Questão 12. Identifique qual das duas pinturas corresponde aos valores estéticos e aos ideais do
Modernismo, sintetizados na seguinte passagem de Mario de Andrade: “O modernismo no Brasil foi
uma ruptura, foi um abandono consciente de princípios e de técnicas, foi uma revolta contra a
inteligência nacional.” (Mario de Andrade, O movimento modernista, 1942)
Questão 13.
Relógio
(UFT TO/2012)
As coisas são
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêm
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão
Oswald de Andrade. Obras completas.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) É o predomínio das sílabas átonas que resulta no encadeamento do ritmo dos versos do poema.
b) A reprodução dos versos ‘As coisas são’, ‘As coisas vêm’, ‘As coisas vão’ cria uma onomatopeia, como a
exemplo de tique-taque e plim-plim.
c) O ritmo no poema é identificado pela falta de alternância regular de sílabas átonas e tônicas, pausas e
repetição de sons e palavras.
d) A repetição de fonemas sugere um movimento rítmico de harmonia imitativa que remete ao título do poema.
e) O emprego reiterado das vogais / e / e / o / sugere a batida dos ponteiros do relógio, provocando o tiquetaque.
Questão 14. (UNEMAT MT/2012)
Leia o poema “4” da Segunda Parte (“Caderno de Aprendiz”) do livro Menino do Mato, de Manoel de Barros.
“Escrever o que não acontece é tarefa da poesia”.
Assinale a alternativa correta.
a) Não é possível estabelecer um vínculo entre poesia e realidade.
b) O caráter panfletário do poema diminui seu efeito estético.
c) Ao contrário do discurso da História, comprometido com o que acontece, o discurso poético diz mentiras.
d) A tarefa do poeta, ao se voltar para aquilo que não acontece, é apontar para outras dimensões e
possibilidades do real.
e) O poeta não pode ter compromisso algum com a realidade factual.
Questão 15.
Teresa
(UNIFOR CE/2011)
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram mais velhos que o resto
do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando
que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a
face das águas.
(BANDEIRA, Manuel. Teresa. In: Poesia completa e prosa.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, p.256)
Manuel Bandeira, poeta modernista, apresenta uma abordagem do tema amoroso em seu poema “Teresa”.
Assinale a alternativa que indica uma oposição na percepção do eu-lírico sobre a aparência da mulher amada.
a) “A primeira vez que vi Teresa” e “Quando vi Teresa de novo”.
b) “Quando vi Teresa de novo” e “Achei que ela tinha pernas estúpidas”.
c) “A primeira vez que vi Teresa” e “Da terceira vez não vi mais nada”.
d) “Da terceira vez não vi mais nada” e “Os céus se misturaram com a terra”.
e) “Achei também que a cara parecia uma perna” e “Quando vi Teresa de novo”.
Questão 16.
(UFTM MG/2011)
Leia os poemas.
I. Manuel Bandeira
(...)
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
(...)
II. Oswald de Andrade
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
A ideia comum aos dois textos consiste na
a)
b)
c)
d)
e)
contradição entre a língua concebida e a que se realiza nos poemas.
crítica ao linguajar popular e debochado do povo brasileiro.
aceitação dos valores da cultura europeia, particularmente a portuguesa.
proposta de uma língua nacional que esteja próxima da expressão lusíada.
busca de uma identidade nacional, negando-se a cultura europeia.
Questão 17.
- (PUC RS/2011)
Leia o poema “Magias”, de Mario Quintana, e as afirmativas.
Os antigos retratos de parede
Não conseguem ficar por longo tempo abstratos.
Às vezes os seus olhos te fitam, obstinados.
Porque eles nunca se desumanizam de todo.
Jamais te voltes para trás de repente:
Poderias pegá-los em flagrante.
Não, não olhes nunca!
O melhor é cantares cantigas loucas e sem fim...
Sem fim e sem sentido...
Dessas que a gente inventava para enganar a solidão
[dos caminhos sem lua.
Neste poema, os retratos antigos
I. buscam uma espécie de diálogo com o observador, porque nunca perdem a sua humanidade.
II. mesmo pendurados na parede, parecem ter vida própria.
III.
simbolizam um passado fantasmagórico que pode continuar aterrorizando, por isso devem ser olhados
com cautela.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são:
a)
b)
c)
d)
e)
I, apenas.
II, apenas.
III, apenas.
I e III, apenas.
I, II e III.
Questão 18. (UFU MG/2011)
Leia o poema transcrito abaixo.
146- VERBO CRACKAR
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha causa
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata
Sede trouxas
Abrindo o pala
Pessoal sarado
Oxalá que eu estivesse sabido que esse verbo era irregular.
ANDRADE, Oswald. Memórias sentimentais de João Miramar.
Assinale a alternativa correta.
a) Percebe-se que o autor elege o discurso fragmentário e telegráfico, estilo comum a muitos modernistas.
b) O verbo crackar é um neologismo inspirado no famoso crack, ou a falência da Bolsa de Nova York, que
aconteceu em 1929.
c) É correto afirmar que o poema dialoga com o dadaísmo, o futurismo e o cubismo, estilos vanguardistas que
eram contrários à paródia.
d) Uma das grandes características do texto é o discurso humorístico que se efetua principalmente nos tempos e
modos verbais.
Questão 19. (UFPE/2011)
Tendo em vista a poesia de Augusto dos Anjos, é correto afirmar que:
a) a família é um dos grandes centros geradores de sua poesia.
b) seu tema preferido é a vacuidade do ser humano.
c) o poeta é um dos representantes da poesia romântica brasileira.
d) sua obra poética é marcada pelo experimentalismo formal.
e) o poeta apresenta uma poesia comprometida com a realidade social do país.
Questão 20.
MACUMBA DE PAI ZUSÉ
Na macumba do Encantado
Nego veio pai de santo fez mandinga
No palacete de Botafogo
Sangue de branca virou água
Foram vê estava morta!
É correto afirmar que, neste poema de Manuel Bandeira,
a) emprega-se a modalidade do poema-piada, típica da década de 20, com o fim de satirizar os costumes
populares.
b) usam-se os recursos sonoros (ritmo e metro regulares, redondilha menor) para representar a cultura branca,
e os recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a religião afro-brasileira.
c) mesclam-se duas variedades linguísticas: uma que se aproxima da língua escrita culta e outra que mimetiza
uma modalidade da língua oral-popular.
d) manifesta-se a contradição entre dois tipos de práticas religiosas, representadas pelas oposições negro x
branco, macumba x pai de santo, nego veio x Encantado.
e) expressa-se a tendência modernista de encarar a cultura popular como manifestação do atraso nacional, a ser
superado pela modernização.
Questão 21.
Vandalismo
TEXTO para a questão abaixo.
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Como os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos...
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
(Augusto dos Anjos)
A característica de Augusto dos Anjos ausente no texto é:
a) descrença da realidade.
b) visão pessimista.
c) angústia diante da vida.
d) conflito existencial.
e) vocabulário antipoético.
Questão 22.
MEUS SETE ANOS
Papai vinha de tarde
Da faina de labutar
Eu esperava na calçada
Papai era gerente
Do Banco Popular
Eu aprendia com ele
Os nomes dos negócios
Juros hipotecas
Prazo amortização
Papai era gerente
Do Banco Popular
Mas descontava cheques
No guichê do coração
(ANDRADE, Oswald de. OBRAS COMPLETAS-VIl. 5• ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. p. 162.)
Na literatura brasileira, a idade de oito anos é tomada como referência a uma infância harmoniosa.
No poema de Oswald de Andrade, essa referência está considerada no título e recebe um tratamento que revela
um traço característico do Modernismo brasileiro.
Identifique esse traço, justificando sua resposta.
Questão 23. Sobre "Os Sertões", é INCORRETO afirmar que:
a) o autor, militar em sua origem, desaprova a causa dos sertanejos.
b) apresenta certa dificuldade em termos de enquadramento em um único gênero literário.
c) sua linguagem tende ao solene, com vocabulário erudito e tom grandiloquente.
d) origina-se de reportagens para O Estado de São Paulo, nas quais o autor expõe fatos relacionados à Guerra
de Canudos.
e) Euclides da Cunha segue um esquema determinista na estrutura das três partes da obra.
Questão 24. Sobre Lima Barreto, é INCORRETO afirmar que:
a) sua linguagem afasta-se dos modelos "bem-comportados" da literatura do final do século XIX.
b) seus personagens são, muitas vezes, representantes das camadas menos favorecidas da sociedade.
c) é estudado como pré-modernista, pois se posiciona de forma crítica diante de um Brasil considerado velho em
suas instituições.
d) apresenta, em sua obra, aspectos característicos dos subúrbios do Rio de Janeiro.
e) crítica a sociedade burguesa de uma forma ríspida, agressiva, sem qualquer manifestação de humor, sátira ou
ironia.
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