Cólera 1 Cólera é uma doença infectocontagiosa aguda do intestino delgado, causada por uma enterotoxina produzida pela bactéria vibrio colérico (Vibrio cholerae). A cólera ocasionou seis pandemias entre 1817 e 1923. A atual, a sétima, começou na Indonésia em 1961. Disseminou-se por outros países na Ásia, Oriente Médio, África (70% dos casos notificados no mundo) e Europa, chegando à América do Sul em 1991, através de cidades litorâneas do Peru. No Brasil, a introdução da cólera ocorreu através da Região Amazônica, no Alto Solimões e, atualmente, são registrados casos em todas as Regiões do país. 2 Transmissão: A transmissão é fecal-oral e se dá através da água e de alimentos contaminados pelas fezes ou pela manipulação de alimentos por pessoas infectadas, sejam elas sintomáticas ou não. Se conseguir vencer a acidez do estômago, alcança o intestino delgado onde o meio é alcalino, multiplica-se intensamente, principalmente em duodeno e jejuno, e produz a enterotoxina que pode causar diarréia. Já foram registrados casos em que peixes, frutos do mar, como ostras e mexilhões, crus ou mal cozidos, e gelo fabricado com água não tratada foram veículos de transmissão da doença. 3 Uma pessoa infectada elimina o V. cholerae nas fezes por, em média, 7 a 14 dias Em alimentos, a bactéria pode sobreviver por até cinco dias na temperatura ambiente (15 a 40 °C), ou por até dez dias entre 5 e 10 °C. É resistente ao congelamento, embora a sua multiplicação fique mais lenta. 4 Período de Incubação: algumas horas até 5 dias 5 Quadro Clínico: Na maioria das vezes, a infecção é assintomática (mais de 90% das pessoas) ou produz diarréia de pequena intensidade. O principal sintoma é a diarréia volumosa, que começa de repente, acompanhada por vômitos, mas raramente por febre, caimbras, perda ponderal e dores abdominais. As fezes são líquidas, acinzentadas sem odor fétido nem sinais de sangue ou pus. Em questão de poucas horas, a perda excessiva de água e de sais minerais nas evacuações pode resultar em desidratação grave, baixa expressiva da pressão arterial, insuficiência renal e coma, que pode levar à morte. O óbito pode acontecer em até 50% das formas graves não tratadas 6 Diagnóstico: Os sintomas clínicos e exames laboratoriais de cultura de fezes para identificar a presença do vibrião são elementos essenciais para o diagnóstico da cólera. É sempre importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outros tipos de diarréia para identificar e isolar o vibrião colérico. 7 Tratamento: A reidratação é a medida terapêutica mais importante no tratamento da cólera. Ela pode ser feita por via oral com soro caseiro ou com soluções farmacológicas reidratantes. Carvão ativado – 1 colher de sobremesa via oral em um copo dagua 2 a 3 vezes ao dia 8 Prevenção: Lave constantemente as mãos com água e sabão * Evite ingerir alimentos crus ou mal cozidos, se não tiver certeza sobre sua origem e formas de preparo; * Use hipoclorito de sódio para purificar a água que não foi devidamente tratada; * Mantenha limpos todos os utensílios usados na mesa e na cozinha; * Mergulhe verduras, legumes e frutas na água com algumas gotas de hipoclorito ou uma colher de água sanitária antes de consumi-los; •Não consuma alimentos de procedência duvidosa principalmente em países em que a cólera é edêmica. •O V. cholerae não resiste a temperaturas acima de 80 9 °C. 10