UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Por: Márcia Cristina Souza de Oliveira Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos Por: . Márcia Cristina Souza de Oliveira 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela oportunidade de obter o grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos, pela benção dada, por me amparar nos momentos mais difíceis. Agradeço a minha maravilhosa família pela paciência que tiveram por toda minha vida até o momento de agora apoiando e dando força para que eu estivesse aqui hoje. Aos nossos colegas de turma pelos momentos de apoio para conclusão deste curso. Estes colegas de turma dos quais hoje, alguns se tornaram amigos que com certeza sei que posso contar com eles além do curso. 4 DEDICATÓRIA Dedico a minha filha pela paciência, apoio, força nos momentos difíceis e sendo compreensiva nos momentos de ausência . 5 RESUMO O programa de Qualidade de vida no trabalho (QVT) está cada vez mais em evidência por seus resultados favoráveis à organização. Tornou-se alvo de estudo e vem conquistando campo dentro das empresas onde se entende como um processo de troca mútua de valores onde há um aumento de produtividade, assiduidade (por falta de doenças ocupacionais), um clima organizacional mais favorável a possíveis mudanças, dentre outras características os benefícios pessoais como a auto-realização. O presente trabalho objetiva demonstrar como a QVT possibilita facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades na organização. A metodologia utilizada neste artigo é a de pesquisa exploratória e o método de coleta foi à pesquisa bibliográfica onde busca fornecer subsídios aos gestores de empresas, para que encontrem uma forma de conseguir um diferencial qualitativo dentro da sua organização. Palavras-Chave: Qualidade de vida no trabalho; Motivação; Organização. 6 METODOLOGIA O tipo de pesquisa é exploratória, um trabalho é de natureza exploratória quando envolver levantamento bibliográfico. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para a formulação de abordagens posteriores. Dessa forma, este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que esse possa formular problemas mais preciosos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores Gil (1999 p. 43). As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999 p.43) visam proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximado. E o método de coleta utilizado foi pesquisa bibliográfica, que segundo Marconi e Lakatos (2009 p. 44) permitem compreender que a resolução de um problema pode ser obtida através dela; ela é considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica. Ainda segundo Marconi e Lakatos (2009 p. 43) toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, independente dos métodos e técnicas empregadas. Assim utilizamos um processo de coleta de dados através da documentação indireta. Esta seria uma fonte de dados coletada por outras pessoas, sendo um material já elaborado ou não. A pesquisa bibliográfica se constitui em uma fonte secundária. Toda bibliografia já publicada, em formas de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita são fontes secundárias, e fazer o levantamento destas constitui-se em fazer uma pesquisa bibliográfica. É nela que o pesquisador passa a ter um contato direto com tudo que já foi escrito sobre o assunto em questão. A bibliografia certa oferece meios para definir, resolver, os problemas já conhecidos como explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se cristalizaram o suficiente, segundo (MARCONI e LAKATOS 2009 p. 44). 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - O CONCEITO 11 CAPÍTULO II - IMPLEMENTAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 20 CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASOS 29 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 WEBGRAFIA 40 8 INTRODUÇÃO Nas ultimas décadas temos acompanhado constantemente as mudanças aceleradas do mundo, seja no aspecto social, econômico e tecnológico. Assim, como há uma crescente transformação pelo sistema de globalização as organizações estão cada vez mais voltadas para o futuro, se adequando e em busca de um diferencial competitivo, muitas empresas adotaram programas de QVT. Diante disto encontramos o seguinte problema: Qual a importância da implantação do programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) para a organização? A implementação de QVT dentro de uma organização acarreta benefícios para um todo, ou seja, os programas incutidos servem como parâmetros para melhoria do clima organizacional. Desta forma a organização passará a ter colaboradores mais motivados e com aceitação para possíveis mudanças. O referido estudo se fez presente pelo reconhecimento e valorização da Aplicação de métodos de Qualidade de vida no Trabalho dentro das organizações no qual está diretamente relacionado à convivência saudável de todas as partes envolvidas dentro das organizações, fortalecendo a saúde física e psíquica de seus colaboradores. Podemos observar que a promoção da QVT esta intimamente ligada as dois aspectos: Objetivo onde se revela através de condições de trabalho (Saúde Física, ambiente físico, remuneração adequada e aumento de produtividade) e Subjetivos que busca a percepção do sentimento humano (Melhora no relacionamento interpessoal, auto-realização e auto-estima). A adequação das organizações a esta nova tendência dar-se cada vez mais abundante nos dias de hoje por uma questão de resultado, 9 onde se caracteriza como fator influenciável no desempenho dos colaboradores em relação aos grandes desafios no cotidiano, proporcionando ao mesmo sucesso sustentado, desenvolvimento duradouro de suas atividades e fatores motivacionais. A partir desta concepção manifesta-se uma grande influência de ciências como: saúde, ecologia, ergonomia, psicologia, sociologia, economia, administração e engenharia, pois entende-se que o tema QVT está interligado a todos estes aspectos científicos. A qualidade de vida no trabalho tem grande importância social e psicológica. Diante de uma sociedade com múltiplas correntes de pensamentos permite uma definição muito particular, onde cada um tem sua própria percepção e o meio de se adequar ao sistema. É possível criar uma nova relação do homem com o seu emprego, com sua empresa e com a sociedade como um todo através dos programas de QVT, obtendo assim, uma relação consciente e justa, reconhecendo a necessidade de melhoria constante para ambas as partes. Evidencia-se a condição humana no trabalho como uma das preocupações dos gestores e a qualidade de vida do trabalhador, passando a ser tratada com maior destaque nas organizações. Limongi-França (2004, p. 42) afirma que há uma “intima correlação melhoria da Qualidade de Vida das Pessoas e Estilo da vida dentro e fora da organização” e que essa melhoria “causará impacto na excelência e na produtividade dos indivíduos em seu trabalho”. Pontos relevantes como estrutura da vida pessoal, a família, atividades de lazer e esporte, hábitos de vida, expectativa de vida, cuidados com a saúde, alimentação, combate à vida sedentária, passam a serem pontos importantes para o desenvolvimento de processos nos programas de Qualidade de Vida no trabalho (QVT). Os objetivos deste estudo demonstra que com a Qualidade de vida no trabalho é necessário mudanças, combinando ações e consciência, motivação, comportamento e envolvimento, que lidam com suas práticas de saúde e 10 prevenção de doenças, construindo assim uma vida com qualidade. E com a prática no geral uma melhor qualidade de vida para a população, onde se proporciona a cada individuo uma melhoria no estilo de vida entrelaçando à saúde física, mental, emocional e social. E Mensurar os benefícios da aplicabilidade do programa de QVT dentro da Organização. No capítulo I relato o conceito de QVT e enfoque Humano; causas de stress no ambiente de trabalho e síndrome de Burnout com suas consequências para saúde. No capítulo II abordo a importância de parceria entre colaborador e as empresa para implementação da Qualidade de Vida no Trabalho e seus principais benefícios, enfatizando que a escolha de hábitos saudáveis dos funcionários e as condições necessárias fornecidas pela empresa é fator fundamental e motivador para o sucesso dos programas de QTV. Destaco a visão biopsicossocial que consiste em um olhar mais generalizado sobre as pessoas como um todo e suas variáveis. No Capitulo III enfatizo minha escolha para estudo de caso de uma conceituada empresa no ramo de cosméticos e outra no ramo do gás, detalhando suas trajetórias na implementação e o sucesso de seus programas de Qualidade de Vida no Trabalho . 11 CAPÍTULO I O CONCEITO Diversos aspectos se aplicam a discussão do tema Qualidade de Vida no Trabalho, assim como a Qualidade de Vida. Existem muitas acepções de QVT que parte dos princípios estabelecidos pela legislação médica e a segurança do trabalho, incluindo também atividades voluntárias que envolvem a organização como um todo. (LIMONGI-FRANÇA, 2004). “A base da discussão sobre o conceito de qualidade de vida encerra escolhas de bem-estar e percepção do que pode ser feito para atender às expectativas criadas tanto por gestores como por usuários de ações de qualidade de vida na empresa” (SANTOS ET AL 2008 apud Limongi-França (2004, p.24). As Escolas do Pensamento visualizam a QVT sobre diversas dimensões considerando as diferentes vertentes de discussão sobre o que abrange esse tema. Vale salientar que a Escola Socioeconômica está relacionada a análise das relações de trabalho no mundo globalizado e seus paradoxos. Com isso entende-se que a consciência social buscando a preservação ambiental nos leva a possibilidade da realização de um desenvolvimento sustentável, o qual está incluído na conjuntura empresarial e em sua afinidade com o trabalho. 12 Esse assunto está em evidência na Sociedade moderna por ser o elo da ligação entre as expectativas e realizações de uma pessoa. O Grupo de Qualidade de Vida da divisão de Saúde Mental da OMS definiu qualidade de vida como "a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações" (WHOQOL GROUP, 1994). Os conceitos de Qualidade de Vida e Qualidade de Vida no Trabalho tornam-se interligados revelando profunda preocupação em relação ao bemestar, satisfação e equilíbrio do indivíduo . Compreende-se desde logo, como melhorar comportamentos pessoais onde o objetivo maior revela-se no aumento de produtividade e qualidade de resultados nas empresas tanto para seus colaboradores proporcionando a harmonia em suas relações interpessoais. 1.1 ENFOQUE HUMANO O homem é que dá vida, é que dá movimento a uma organização e o principal elemento numa célula social. Cada vez mais os estudiosos valorizam a intelectualidade que movimenta o capital e gera valor. Há tendência é valorizar o aspecto humano nas organizações. O aspecto humano consiste na competência, capacidade, habilidades dos empregados e da direção. A organização deve ter compromisso de manter habilidades constantemente atualizadas. A 13 combinação de cultura, experiências e inovações dos empregados e as estratégicas da empresa que deverão mudar e manter estas relações. Segundo (Carballal Del Rio,pag. 4) Os recursos que dispõem uma empresa constituem seus recursos mais apreciados. A administração participativa da pessoa, a redução de níveis hierárquicos, a motivação e a liderança formam parte dos elementos, que desde muitos anos escutamos com relação à nova forma de administrar os recursos humanos. Os colaboradores de uma organização são sua fonte principal de criação de valores. 1.2 CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Segundo Julião (2001 apud França, 1996) conceitua-se “Qualidade de Vida no Trabalho como as atuações de uma empresa a fim de diagnosticar pontos específicos que necessitem de avanços, estes podendo ser tecnológicos ou estruturais.” Da mesma forma o emprego de melhorias e inovações gerenciais, em todos os âmbitos, possui o intuito de adequar o desenvolvimento humano em diversas etapas do trabalho. De acordo com as informações de Rodrigues, 1991, Erich Trist foi o precursor do termo "Qualidade de Vida no Trabalho" na década de 50. Tudo começou com uma investigação científica na Esfera do Trabalho, que teve como base a reestrutura de tarefas, para instituir uma relação entre o indivíduo, o trabalho e a organização. Nota-se que antigamente as organizações preocupavam-se muito mais com regras, normas e estruturas para o trabalho tornar-se eficiente do que com a qualidade física e psíquica de seus funcionários. 14 Nos últimos anos, estudos voltados para a área social vêm sofrendo alterações significativas que levaram a acuidade da gestão na qualidade de vida no trabalho, se tornando prioridade para as organizações e também foco de discussões acadêmicas empresariais. Todavia constitui-se necessário que o indivíduo alcance prazer na solidificação de planos de vida, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, tornando-os complementares. 1.3 STRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO Talvez o ambiente do trabalho tenha se modificado e acompanhado o avanço das tecnologias com mais velocidade do que a capacidade de adaptação dos trabalhadores. Os profissionais vivem hoje sob contínua tensão, não só no ambiente de trabalho, como também na vida em geral. Há, portanto, uma ampla área da vida moderna onde se misturam os estressores do trabalho e da vida cotidiana. A pessoa, além das habituais responsabilidades ocupacionais, além da alta competitividade exigida pelas empresas, além das necessidades de aprendizado constante, tem que lidar com os estressores normais da vida em sociedade, tais como a segurança social, a manutenção da família, as exigências culturais, etc. É bem possível que todos esses novos desafios supere os limites adaptativos levando ao estresse. O tipo de desgaste à que as pessoas estão submetidas permanentemente nos ambientes e as relações com o trabalho são fatores determinantes de doenças. Os agentes estressores psicossociais são tão potentes quanto os microorganismos e a insalubridade no desencadeamento de doenças. Um dos agravantes do Estresse no Trabalho é a limitação que a sociedade submete as pessoas quanto às manifestações de suas angústias, 15 frustrações e emoções. Por causa das normas e regras sociais as pessoas acabam ficando prisioneiras do politicamente correto. No ambiente de trabalho os estímulos estressores são muitos. Podemos experimentar ansiedade significativa (reação de alarme) diante de desentendimentos com colegas, da corrida contra o tempo, diante da insatisfação salarial e, dependendo da pessoa, até com o tocar do telefone. A desorganização no ambiente ocupacional põe em risco a ordem e a capacidade de rendimento do trabalhador. Geralmente as condições pioram quando não há clareza nas regras, normas e nas tarefas que deve desempenhar cada um dos trabalhadores, assim como os ambientes insalubres. Dentre os fatores que estimulam o estresse podemos citar: . A- RUÍDO O ruído excessivo pode levar ao estresse, provocando irritações, reduzindo o poder de concentração, principalmente nas atividades que apresentam um certo grau de complexidade, o que afetará o desempenho do indivíduo, levando a fadiga física. . B- ALTERAÇÕES DO SONO Ocorre através dos trabalhos que são realizados em turnos alternados. Fazendo com que aumente o desgaste do trabalhador, afetando seu desempenho, pois a sensação de cansaço e sono é maior quando estão acordados, provocando reações no corpo. 16 C- SOBRECARGA A sobrecarga de tarefas no trabalho é considerada como um dos motivos que leva ao estresse no ambiente de trabalho. Devido as exigências o impostas no ambiente e que sempre ultrapassam o limite de capacidade de adaptação. Os quatros fatores que resultam na sobrecarga no trabalho são: urgência do tempo; responsabilidade excessiva; falta de apoio; expectativas contínuas de nós mesmos e daqueles que estão a nossa volta. D- FALTA DE ESTÍMULOS A falta de estímulos no trabalho poderá ocorrer quando as tarefas se tornam repetitivas, não tendo um certo grau de importância, resultando em um profissional altamente estressado e desmotivado com o seu trabalho. . E- MUDANÇAS DETERMINADAS PELA EMPRESA Esse tipo de mudança pode ser feita pela chefia ou devido à nova direção da empresa, isto é, por causa de alguma aquisição da empresa. Geralmente esse tipo de mudança gera estresse e insegurança. O profissional que sofre com as mudanças da empresa, passa por momentos de ansiedade afinal, “teme” que seu setor seja “modificado”. É importante constatar que mesmo que isso aconteça fazendo com que o trabalhador perca a sua posição, ele continuará sendo o mesmo profissional. F- MUDANÇAS DEVIDO A NOVAS TECNOLOGIAS As inovações tecnológicas, aliadas a velocidade das mudanças no processo produtivo, fazendo com que as pessoas desenvolvam competências e habilidades. Dessa forma, as pessoas são solicitadas a se adaptarem as novas exigências impostas no mercado de trabalho. 17 Dessa forma sofrerão mais com esse tipo de mudança, as pessoas que estejam passando por uma certa instabilidade afetiva, que apresentam características de insegurança, ansiedade e indivíduos que não conseguem se adaptar com as novas tecnologias. Antigamente o setor industrial era tido como alto índice de estresse, onde se tinha adoecimento no trabalho. Hoje, estudos voltados nessa área mostram que profissionais ligados a educação, a saúde, executivos e profissionais liberais com características no aspecto organizacional do trabalho e com elevada capacidade de autogerenciamento de suas carreiras. Sendo assim é possível se observar que os fatores que geram os riscos à saúde e ao sofrimento psíquico estão crescendo cada vez mais devido às exigências que são impostas ao profissional, que muitas vezes ultrapassam sua capacidade de adaptação. Outro fator que pode ser considerado estressante é a perda do emprego, pois gera dificuldades financeiras, refletindo na identidade social do indivíduo. A ausência do trabalho pode estar associada à queda do nível da qualidade de vida, que como consequência terá a saúde abalada. Além da perda do emprego, a aposentadoria também está relacionada ao tédio, a solidão e a e a inutilidade provocando esses fatores que são altamente estressantes. 18 1.4 A SÍNDROME DE BURNOUT O Burnout surgiu em 1974. Quem aplicou este termo foi o psicólogo Fregenbauer, que constatou esta Síndrome em um de seus pacientes que trazia consigo energias negativas, impotência relacionada ao desgaste profissional. O termo Burnout é uma composição de burn (queimar) e out (fora), ou seja, traduzindo para o português significa “perda de energia” ou “queimar” para fora, fazendo a pessoa adquirir esse tipo de estresse tendo reações físicas e emocionais, passando a apresentar um tipo de comportamento agressivo. Apesar de ser bastante semelhante ao estresse, o Burnout não deve ser confundido com o mesmo. O Burnout é muito mais perigoso para a saúde. No estresse existem maneiras de controlá-lo. Como exemplo, um trabalhador estressado quando tira férias volta novo para o trabalho, mas isso não acontece com um trabalhador que esteja sofrendo a Síndrome de Burnout. Assim que ele retorna ao trabalho os problemas voltam a surgir novamente. Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo devido as longas jornadas de trabalho, faz o indivíduo perder a sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixem de ter importância e que qualquer esforço que faça será inútil. Qualquer trabalhador pode apresentar o Burnout, porém vale ressaltar que essa Síndrome aparece mais em profissionais que trabalham em atividades onde se tenha responsabilidade pelo outro, seja por sua vida ou por seu desenvolvimento. 19 O conceito de Burnout pode ser dividido em três dimensões que são: 1. Exaustão emocional - é a situação em que o trabalhador percebe que suas energias estão esgotadas e que não podem dar mais de si mesmo. Surge o aparecimento do cansaço, fica propenso a sofrer acidentes, ansiedade, abuso de álcool, cigarros e outras drogas ilícitas. 2. Despersonalização - desenvolvimento de imagens negativas de si mesmo, junto com um certo cinismo e ironia com as pessoas do seu ambiente de trabalho, com clientes e aparente perda da sensibilidade afetiva. 3. Falta de envolvimento pessoal no trabalho - diminuição da realização afetando a eficiência e a habilidade para a concretização das tarefas, prejudicando seu desempenho profissional. O Burnout está associado entre o que o trabalhador dá, ou seja, tudo aquilo que investe no trabalho, e o que ele recebe, isto é, reconhecimento de seus supervisores, de sua equipe de trabalho. Muitas vezes, o profissional dá tudo de si e não é valorizado, fazendo com que fique frustrado, tendo a sensação de inutilidade para com o trabalho. . A falta de perspectiva com relação a ascensão na carreira profissional, pode gerar sentimentos de ansiedade e frustração constante no cotidiano do trabalho. Quando o profissional está afetado pela Síndrome, as ideias pessimistas, o medo, predominam com certa influência no local de trabalho. 20 CAPÍTULO II IMPLEMENTAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) Por diversas vezes, considera-se o trabalho como um organizador no estilo de vida de cada indivíduo ocasionando uma extrema fonte de prazer ou desprazer. O mundo moderno conta com um fator fundamental e de grande influência para que possamos fazer a distinção do que é prazeroso daquilo que causa profundo dissabor. Este poderoso e freqüente vilão atende pelo nome de “estresse”. Neste sentido, Pereira (2008 apud Chiavenato, 1992) afirma que: A motivação é algo que está contido dentro das próprias pessoas, mas pode ser amplamente influenciada por fatores externos ao indivíduo ou pelo seu próprio trabalho na empresa. A motivação intrínseca e a motivação extrínseca devem se complementar através do trabalho gerencial. Por estar presente em qualquer ambiente e não fazer distinção a quem atingir cabe as empresas preocuparem-se em investir na qualidade de vida de seus colaboradores. Porém, tal tarefa não é tão simples de ser posta em prática. Para que consigamos alcançar o sucesso no que tange a implementação de programas de qualidade de vida é necessário que haja uma parceria entre colaboradores e empresa. Os primeiros devem fazer boas escolhas quanto aos hábitos saudáveis e às atitudes de enfrentamento à 21 adversidade, em contra partida a empresa deve encontrar-se apta a fornecer condições necessárias para que tais escolhas aconteçam. Insta salientar que um programa de qualidade de vida no trabalho eficaz não é aquele que limita-se apenas em estudar formas das pessoas trabalharem melhor, mas, também, em encontrar maneiras de que o trabalho faça com que estas sintam-se melhores. Para isso, os programas de qualidade de vida devem gerar facilitadores a criação de espaços de apoio a tomada de decisões das pessoas quanto a responsabilidade pessoal pela saúde e pela adoção de estilos de vida que favoreçam seu bem-estar, considerando os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do ser humano. O sucesso da implementação de programas de qualidade de vida depende, por um lado, do comprometimento dos colaboradores em fazer boas escolhas quanto aos hábitos saudáveis e às atitudes de enfrentamento à adversidade e, por outro lado, da empresa em poder fornecer condições necessárias para que essas escolhas aconteçam. Implementar ações de qualidade de vida não é tarefa fácil se considerarmos que as pessoas estão permanentemente expostas a fatores estressores que podem afetar a saúde. O estresse é um componente da vida moderna presente em qualquer ambiente, não escolhendo a quem atingir. Isto justifica plenamente a criação de programas de qualidade de vida para lidar com os fatores de risco à saúde e para minimizar a exposição das pessoas a eles. 22 O trabalho é uma atividade na vida das pessoas que muitas vezes torna-se o organizador do seu estilo de vida, podendo ser, para uns uma fonte de prazer e, para outros, de desprazer. Assim sendo, cabe-se questionar sobre o quanto as empresas estão preocupando-se e investindo na qualidade de vida dos dos seus colaboradores. Muitas empresas que aderiram às atividades de qualidade de vida vivenciam benefícios que elas trazem à saúde e ao bem-estar dos seus colaboradores. Com certeza elas ganharam maior produtividade através do maior envolvimento das pessoas e estas, por sua vez, ganharam uma fonte de prazer no trabalho. De forma comprovada e fidedigna as empresas que adotaram as atividades de qualidade de vida obtiveram maior produtividade através do maior envolvimento das pessoas, e estas, por sua vez, ganharam uma fonte de prazer no trabalho. Deste modo, nota-se que produtividade e indivíduo necessitam estar sempre no mesmo patamar de importância para uma empresa. 2.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO + MOTIVAÇÃO = BENEFÍCIOS Diariamente as empresas questionam sobre como seria possível manter a motivação de seus funcionários. E é nesse aspecto que a Qualidade de Vida no Trabalho torna-se uma ferramenta imprescindível na obtenção de colaboradores mais satisfeitos. O comportamento humano é motivado por necessidades tangíveis e intangíveis. Dentro de uma organização, o ser humano necessita ser estimulado e motivado, para que possa produzir, sentir-se bem, estar disposto, se não o tempo todo, mas na maioria do tempo que está no trabalho. Existem várias 23 técnicas e ferramentas para a estimulação de uma adequada motivação, dentro das organizações, basta termos uma boa comunicação, conhecer os processos, os aspectos educacionais, as ações que se fazem necessárias. Ao falarmos de Qualidade de vida no trabalho estamos discorrendo sobre um tema capaz de abarcar fatores situacionais como um todo, são estes: tecnologia, condições de trabalho, plano de carreira, cargos e salários, sistema de recompensa, avaliação de desempenho e potencial do profissional entre outros. No entanto, os programas de qualidade não existiriam se não tivessem pessoas motivadas e engajadas no trabalho. Atualmente a organização vem enfatizando cada vez mais o assunto sobre a motivação pessoal. em razão do destaque deste assunto na literatura administrativa temos os mais diversas conceituações e aplicações da motivação no ambiente de trabalho, porém o sentido da palavra motivação provem do latim, é o que afirma Maximiniano, (2004 pag. 14) “A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover. O seu sentido original fundamenta-se no processo no qual o comportamento é incentivado, estimulado ou energizado por algum motivo ou razão”. A motivação é um aspecto intrínseco ás pessoas, pois ninguém pode motivar ninguém. A mesma passa a ser entendida como fenômeno comportamental único e natural e vem da importância que cada um dá ao seu trabalho, do significado que é atribuído a cada atividade desse trabalho e que cada pessoa busca o seu próprio referencial de auto-estima e autoidentidade (BERGAMINI, 1997, pag.54). A motivação surge de “dentro” do ser humano, do interior, está baseada nas características pessoais de cada indivíduo. Nem sempre o que nos motiva, motiva ao outro. Por este fator todo e qualquer profissional deve aprender a motivar-se, utilizar algumas ferramentas, técnicas, ser criativo e atento à cultura da organização e aos colaboradores em geral. 24 A motivação possui um papel fundamental em todos os segmentos da vida, seja pessoal, profissional e espiritual. O “motivo que leva a ação” é o combustível diário para produzir o melhor e com empenho. Além disso, envolve as pessoas comprometendo-as com os objetivos e metas, colaborando em muito para uma agradável convivência, principalmente quando o assunto é trabalho. “Para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico” (CHIAVENATO 1982, pag. 414). Através desta informação do autor, pode-se verificar que na verdade o ser humano precisa de algo que o estimule para então começar a agir em busca de um determinado objetivo. Sabe-se, portanto, que a motivação humana ao longo dos anos serviu de objeto de estudo, para tentar tornar claro o que estimula o ser em questão a objetivar algo, portanto assim como que o ser humano é estimulado através de uma recompensa é desestimulado para um comportamento primitivo, isto é, o impulso leva as pessoas a agirem por necessidades reais direcionadas por suas expectativas de vida e por aspirações. Motivação em geral é algo a ser bastante pensado, ou seja, desafiador. Baseia-se na sua própria significação de palavra que motivação é simplesmente aquilo que motiva pessoas para uma determinada ação. Um dos questionamentos mais discutidos é o fato de que a motivação é interna. Observa-se que a motivação é o insight para a ação e a partir daí o ser humano busca satisfazer suas necessidades. 25 Portanto, motivação é pessoal, mas pode ser influenciada por objetivos e interesses coletivos as pessoas a irem em busca de algo que possa satisfazer suas vontades e que contribua de alguma forma para a realização de seus desejos, fica difícil motivar pessoas, até porque o ser motivado supera limites como se a pessoa estivesse sob efeito de algo superior, isso se dá quando a pessoa está centrada em seu objetivo maior levando a uma integração em busca de sua auto-realização. A produtividade está diretamente relacionada a qualidade de vida no trabalho, uma vez que a junção destas geram colaboradores comprometidos e eficientes, fiéis a empresa, trazendo como conseqüência um melhor clima interno, maior disposição para o trabalho e um aumento na produtividade. Neste ínterim nos deparamos com a carente divulgação dos programas de qualidade de vida no trabalho. Esta ausência traz como implicação a resistência por parte dos colaboradores, que por sua vez, não compreendem o objetivo da implantação da mesma, o que gera um déficit na efetividade do programa. Corroborando o que fora exposto acima, segundo Pereira (2008) temos os ensinamentos de Porter e Miles (apud STONER, 1982): Uma perspectiva sistêmica da motivação é de grande utilidade, pois segundo os autores para que a motivação do empregado possa ser adequadamente compreendida deve ser levado em consideração um conjunto de forças que atuam sobre ele, são elas: as características individuais (interesses, atitudes, expectativas e necessidades) que as pessoas trazem para o ambiente de trabalho, as características do trabalho que são os atributos das tarefas do empregado e as características da situação do trabalho, que são as políticas de pessoal e de recompensa da organização, o clima organizacional e as atitudes e os atos dos colegas e dos chefes. 26 Atualmente as organizações têm como objetivo incentivar veementemente seus colaboradores a criar hábitos e estilos de vida capazes de gerar saúde e bem-estar não só no âmbito laboral como familiar ao longo de toda sua vida através da promoção de saúde. Para que um programa de qualidade de vida seja bem sucedido, ele deve favorecer a criação de espaços de apoio à tomada de decisões das pessoas quanto à responsabilidade pessoal pela saúde e pela adoção estilos de vida que favoreçam o seu bem-estar, abordando temas de desenvolvimento de forma global, isto é, considerando os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do ser humano. Para que a QVT possa de fato contribuir com os aspectos motivacionais que cercam cada pessoa no seu ambiente de trabalho, as organizações devem estimular seus funcionários para que sejam ativos, apreciem seu trabalho, trabalhem de forma cooperativa em equipes, desenvolvam novas competências, alcancem metas ambiciosas, sejam mais reconhecidos, considerando desejos, necessidades e expectativas individuais e procurando equilíbrio entre estes e os objetivos organizacionais. É preciso que a QVT, que busca humanizar as relações de trabalho na organização, resgate o senso de valorização das pessoas (auto-estima) hoje tão abalado pela necessidade de sobrevivência, fazendo com que muitos se sujeitem a salários indignos e a condições sub-humanas ou desumanas de trabalho. É preciso que as organizações reflitam que nenhum tipo de atividade é tão amplamente motivador ou tenha a mesma importância psicológica que o trabalho. 27 Os colaboradores precisam se conscientizar que os programas de qualidade de vida não objetivam unicamente a criação de estratégias que promovam um ambiente de trabalho aprazível, e sim demonstrar que sua saúde caminha lado a lado com sua qualidade e produtividade. 2.2 A VISÃO BIOPSICOSSOCIAL O enfoque biopsicossocial consiste em um olhar mais generalizado sobre as pessoas como um todo, resultando assim na construção da qualidade de vida no trabalho. Esse comportamento se torna fator preponderante para concretização implementação de projetos voltados para a melhora contínua dos colaboradores durante o exercício de sua função. 2.3 VARIÁVEIS BIOPSICOSSOCIAIS Dimensão biológica: Segundo Pereira e Silva (2004 apud França, 1996) “o nível biológico refere-se às características físicas herdadas ou adquiridas ao nascer e durante toda a vida. Inclui metabolismo, resistências e vulnerabilidades dos órgãos ou sistemas”. Dimensão psicológica: esta dimensão está diretamente relacionada a formação psíquica do indivíduo, onde são formados as características de personalidade, revelando seu poder de raciocínio, fatores emocionais de forma consciente ou inconsciente. Assim essas peculiaridades têm influência no modo como um ser percebe e reage diante de outros indivíduos e as inesperadas circunstâncias da vida diária. 28 Dimensão social: esta, por sua vez, está pautada em fatores socioeconômicos. Assim, podemos citar que a família tem parte significativa nessa dimensão, como também a cultura e as crenças. De certa forma tudo que envolve a comunidade a qual o indivíduo pertence, o funcionamento dela e sua localização geográfica, pertencem a dimensão social. Essas três dimensões são partes integrantes no indivíduo que por um lado podem ser observadas separadamente e por outro em conjunto, uma vez que, as dimensões biológicas, psicológicas e sociais coexistem no mesmo indivíduo num dado momento. 29 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO Este trabalho enfoca a importância da qualidade de vida das pessoas no seu ambiente de trabalho, tendo como propósito o programa de Qualidade de vida no trabalho, buscando compreender o envolvimento dos empregados inseridos nos programas de QVT, bem como as transformações no seu estilo de vida. Enfatizo a minha decisão de escolha de duas empresas em destaque. Sendo empresa Natura, já que possui alguns pontos em destaques, tais como: uma empresa nacional; com características de organização moderna; com um programa de qualidade de vida no trabalho conhecida. Sua fundação em 1969, localizada na Rua Oscar Freire, onde foi montada uma espécie de butique de luxo de cosméticos, visando a oferecer os produtos através de consultas, para a comodidade dos seus clientes (Natura, 2012). Temos a possibilidade de verificar a importância da cultura organizacional no Programa de Qualidade de Vida da empresa NATURA, que desde sua criação em 1995 vem sendo liderada por brasileiros que buscam maior integração entre suas crenças pessoais e suas iniciativas empresariais. O compromisso assumido pela NATURA, ou seja, com o slogan “Bemestar/estar bem” é bastante abrangente e demanda grande responsabilidade, que vai além da eficiência dos produtos. Podemos afirmar que a NATURA é resultado de três forças: suas crenças, representadas na essência da marca; a eficiência da tecnologia, representada nos seus produtos; e o atendimento personalizado, representado pelo dia-a-dia das consultoras Natura. 30 E a empresa Copagaz, grupo Zahran. Iniciado no ano de 1955, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com uma pequena distribuidora de gás. Hoje estão presentes em todo o país, atuando em diferentes segmentos: a Copagaz engarrafa, distribui e transporta GLP – Gás Liquefeito de Petróleo para 19 estados brasileiros e Distrito Federal; a Rede Matogrossense de Televisão transmite a programação da Rede Globo para os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e na fazenda Chaparral são criados cavalos da raça Árabe, gado Simental e gado Nelore. Durante todos esses anos, a visão estratégica da Copagaz permitiu antecipar as necessidades e reconhecer novas oportunidades de mercado. O resultado desse empenho é a significativa participação na economia nacional. 3.1 PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NATURA S/A O Programa de Qualidade de Vida no Trabalho iniciou com atividades dirigidas a Política de Remuneração e da Política de Benefícios, porém, com o passar do tempo, as atividades começaram a ser dirigidas para a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores. A empresa começou desenvolvendo algumas ações de prevenção e promoção da saúde, voltados no primeiro momento, para despertar as gerências para a necessidade de cuidar de sua saúde, partindo do conhecimento dos riscos e da aprendizagem sobre os cuidados necessários: despertando o autoconhecimento, o desenvolvimento da consciência para adotar atitudes e hábitos saudáveis. O apoio da alta administração e o comprometimento foram elementos decisivos para implementar esse programa em todos os níveis hierárquicos. A 31 partir daí, iniciou-se um processo de melhoria da qualidade de vida, definidos em duas etapas, desenvolvidas em programas específicos: A primeira etapa educativa com a conscientização; conhecimento de como mudar; mudança de atitude; mudança de comportamento; redução de risco e a segunda, com a montagem de grupos temáticos sobre determinados temas, como, por exemplo: tabagismo e hipertensão, entre outros. O objetivo do programa, com a participação ativa de equipes multidisciplinar, com os seguintes profissionais: Médicos, Serviço Social, Nutricionista, Representante dos colaboradores e Assessoria Externa, foi formulado da seguinte maneira: identificar os estilos de vida dos colaboradores, a fim de esclarecer e motivar sobre a eventual necessidade de mudança, visando obter melhoria na qualidade de vida de cada um, que se reflita num maior equilíbrio interior e melhor relação com o outro. A estratégia adotada para a divulgação do programa foi à preparação de um documento com a política da QVT distribuídas em forma de folhetos informativos, de papel reciclado, onde constam o objetivo, o foco, as premissas e os resultados, bem como os conceitos vinculados ao tema de qualidade de vida para todos os colaboradores. Esse material é distribuído periodicamente com informações relacionadas à saúde, a lazer, a atividades físicas, enfim sobre todas as atividades desenvolvidas no programa de qualidade de vida. A Natura oferece a seus colaboradores vários benefícios, que entre os programas destacam-se: • o Espaço Saúde que da ênfase na prevenção de doenças e também na saúde da mulher; • Berçário para filhos com idade até 2 anos e 11 meses; • Atendimento psicológico/social; 32 • Atendimento clinico na empresa para prevenção de patologias metabólicas (diabetes, colesterol triglicérides) e cardiovasculares (hipertensão); • Serviços no ambulatório de fisioterapia, reeducação postural global (RPG), nutricionista, acupuntura, massagens terapêuticas, ginecologia, audiometria; • Programa de Reeducação alimentar, com paletras; • Serviços de prevenção de patologias ligadas ao trabalho como ortopedia e fisioterapia; • Programa Agita Almoço para os colaboradores são incentivados a praticas de exercícios no horário de almoço, todos disponíveis na própria empresa. Concluindo, a Natura, se destaca por se preparar para torna-se mais competitiva e atender o mercado atual, mas também, por sempre investir no potencial humano. Sendo reconhecida pelos meios de comunicação com uma das melhores empresas para se trabalhar no ramo de cosméticos. 3.2 PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO COPAGAZ S.A Vários anos a COPAGAZ e seu SINDICATO estão juntos procurando proteger os colaboradores da COPAGAZ, proporcionado uma remuneração justa (e pagas em dia), benefícios (cesta básica, aux. Doença, etc.), desenvolvimento profissional (bolsa de estudos), saúde (melhores convênios médicos e odontológicos), Segurança do Trabalho. Sempre com o objetivo de 33 levar aos seus colaboradores e seus familiares uma melhor qualidade de vida, garantindo o retorno, com saúde e bem estar ao seu lar. Em destaque alguns benefícios concedidos pela COPAGAZ: • ATS - Adicional por Tempo de Serviço, pagos nas férias, iniciando a partir do 2 anos na empresa com 20% podendo chegar a 105% sobre a remuneração. •. PLR – Participação dos Lucros e Resultados, pagos no mês de Novembro conforme acordo coletivo, mas a Copagaz antecipou seu pagamento por 02 anos seguidos no mês de Maio. •. Cesta Básica – Concedido por acordo coletivo no valor de R$ 280,00 mensais. •. Auxilio Creche – Reembolso as suas empregadas nos 06 primeiros meses de vida ao nascimento do filho. • Vale-Gás – Concede aos seus colaboradores uma carga de gás mensalmente. • Complemento Auxilio Doença e Acidente de Trabalho – A Copagaz realiza o complemento de até 80% de sua remuneração. • Auxilio Filho Excepcional – Aos colaboradores que possuem filhos com necessidades especiais recebem mensalmente o valor de R$ 680,00. 34 • Bolsa de Estudos – A Copagaz proporciona aos seus colaboradores acesso à educação em desde o ensino fundamental ao ensino superior e inclusive a pós-graduação, subsidiando em até 70% de sua mensalidade escolar, motivando a Copagaz atingir Zero de Analfabetismo. • Ginástica Laboral – A Copagaz proporciona para as filiais de engarrafamento a possibilidade de realizar um programa de atividades de condicionamento físico e aquecimento para início das atividades laborativas. • Premiação por tempo de casa - Consiste na concessão de um bônus especial em dias de descanso para o funcionário que completar 05, 10, 15, 20, 25 e 30 anos de casa, ininterruptos. A bonificação é realizada com os seguintes critérios: • 5 anos – 2 (dois) dias a mais de descanso nas férias; • 10 anos – 4 (quatro) dias a mais de descanso nas férias; • 15 anos – 6 (seis) dias a mais de descanso nas férias; • 20 anos – 8 (oito) dias a mais de descanso nas férias; • Acima de 25 anos – 10 (dez dias) a mais de descanso nas férias. Durante todos esses anos, a visão estratégica da Copagaz permitiu antecipar as necessidades e reconhecer novas oportunidades de mercado. O resultado desse empenho é nossa significativa participação na economia nacional. Com o estudo da qualidade de vida dentro da empresa copagaz podemos ver o grande incentivo que a empresa dar para seus colaboradores. Em 2003, a companhia zerou o analfabetismo em suas unidades, e, para dar continuidade á educação, consede bolsas de estudos que cobrem até 70% das mensalidades em qualquer curso. Atualmente, quase 70% dos funcionarios têm, no maximo, o segundo grau. 35 Além dos estímulos educacionais, a Copagaz ainda tem um bom programa de participação nos lucros e resultados (PLR). A empresa também concede um adicional extra de férias relacionado ao tempo de casa. Com dois anos de empresa, o funcionario recebe 20% do seu salário nas férias, além dos 30% obrigatório. Esse percentual aumenta gradativamente e chega a 100% do seu salário com 15 anos de tempo na empresa . Periodicamente a empresa copagaz avalia o clima organizacional, em todas as Unidades, com pesquisas internas, e reuniões participativas . A COPAGAZ foi uma das primeiras empresas brasileiras a se tornar signatária do Pacto Global e a adotar publicamente os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) como norteadores de nossa gestão. Concomitantemente ao comprometimento com essas iniciativas das Nações Unidas (ONU), que incluem grandes empresas de todo o mundo, a Copagaz está engajada na defesa dos direitos da criança e do adolescente com a parceira da Fundação Abrinq e da World Childhood Foundation (WCF) e aderiu a importantes movimentos nacionais ligados à responsabilidade empresarial, como o Pacto Nacional pela Integridade e contra a Corrupção e o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, ambos em parceria com o Instituto Ethos. Com presença constante ao lado dos nossos Colaboradores, participamos e conquistamos as premiações da “Revista Exame – Você s/a – As Melhores Empresas para Você Trabalhar” e “Revista Valor Carreira – Jornal Valor Econômico – As Melhores Empresas na Gestão de Pessoas”, e continuamos a trabalhar, assegurando que todos se sintam felizes em trabalhar em uma empresa que respeita a vida pessoal e investe na vida profissional de cada Colaborador 36 CONCLUSÃO Em vista dos argumentos apresentados, pode-se concluir que a finalidade de um programa de qualidade de vida dentro de uma organização é promover a humanização no ambiente de trabalho, visando à saúde e bem estar para os seus funcionários dentro e fora da empresa colaborando para uma vida socialmente saudável. A Compreensão do novo papel social das empresas esta voltada para o desenvolvimento de todas as potencialidades do trabalhador. Nessa pesquisa foi percebido que o programa de Qualidade de Vida requer adequação e mudança de hábitos do colaborador e nas empresas, como uma estratégia informal de recursos humanos melhorando da sociabilidade, a vivência em grupo. As transformações constantes e os avanços tecnológicos fazem com que os profissionais vivam sob uma continua tensão. Hoje uma ampla área da vida moderna se mistura aos estressores do trabalho e a vida cotidiana. O indivíduo, além das habituais responsabilidades ocupacionais, da alta competitividade nas empresas e necessidade do aprendizado constante tem que lidar com os estressores normais da vida. O desgaste que os indivíduos são submetidos nos ambiente e na relação do trabalho são fatores determinantes de doenças e a implementação de programas de qualidade de Vida no Trabalho pode ser um grande aliado na relação empresa e colaborador. 37 A implementação de programas no âmbito das empresas é visto como uma tática competitiva, que é um diferencial no mercado. O principal alvo é aumentar a satisfação dos colaboradores e com isso obter uma alta lucratividade e produtividade na empresa, decorrente a isso proporcionará aos seus colaboradores uma melhoria na comunicação, na produtividade e no crescimento da motivação entre os funcionários em diversos setores dentro da organização de forma competitiva e equilibrada. Parto do principio que motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação, de integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre da compreensão das necessidades dos empregados. A gerência ou o líder mais próximo tem a responsabilidade de criar um ambiente onde as pessoas possam se sentir bem. Elas também precisam saber o que a administração espera que eles produzam e de que maneira. A gerência ou líder mais próximo precisa estar sempre demonstrando que as pessoas têm um papel importante na organização e que outras pessoas contam com elas. Somos conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torná-lo mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de trabalho adequadas, resultará no aumento da saúde mental e física dos trabalhadores Acredito que os momentos de transformação organizacional constituem potencialmente uma oportunidade para reorganizar o trabalho de tal forma onde qualidade de vida e a eficácia organizacional sejam melhoradas, e as características que atribuem a um trabalho que tem um sentido, possam orientar as decisões e as intervenções dos responsáveis pelo processo de transformação. Assim, um programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), deve atingir todos os níveis, direcionando esforços para a canalização da energia disponível para o comprometimento humano. A necessidade de tornar nossas 38 empresas competitivas colocou-nos de frente com a busca pela qualidade, que deixou de ser um diferencial competitivo, para se tornar condição de sobrevivência. Para tanto, é necessário canalizar esforços para alcançar qualidade mas sem esquecer o comprometimento humano e que elas são a peça mais importante da organização. Com isso haverá qualidade e qualidade de vida no trabalho Por todos esses aspectos entendo que a soma das necessidades físicas, sociais e psicológicas do indivíduo faz com que as organizações implementem esse tipo de programa devido à enorme aplicabilidade e benefícios do mesmo, (menor número de acidente de trabalho, rotatividade, absenteísmo, relacionamentos interpessoais, dentre outras), onde as organizações seriam beneficiadas com um melhor ambiente de trabalho, com a força de trabalho de seus funcionários mais saudáveis. 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BERGAMINI, Cecília Whitaker. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo: Atlas, 1997 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das organizações. – 9. Ed.- Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho: conceitos e práticas na sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2004. MARCONI E LAKATOS, E.M. Metodologia do trabalho cientifico. 7ª Edição/ Revista ampliada. São Paulo: Atlas, 2009. . 40 WEBGRAFIA ANSELMO, F. V. Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Disponível em: <www.ergonomia.ufpr.br/PB%20qvt_origem.pdf>. Acesso em 19 Fev, 2012. JULIÃO, Patrícia. Qualidade de vida no trabalho. Disponível em <http://www.ead.fea.usp.br/tcc/trabalhos/artigo_PatriciaJuliao.pdf> Acesso 19 Fev, 2012. OMS - Divisão de saúde mental. Versão em português dos instrumentos de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL) 1998. Disponível em: <www.ufrgs.br/psiq/whoqol1.html > Acesso em 23 Abr, 2012. PEREIRA, Manoel Roberto. Qualidade de vida e motivação no trabalho. Disponível em<http://www.administradores.com.br/informe- se/artigos/qualidade-de-vida-e-motivacao-no-trabalho/25825/print/. Acesso 23 Abr, 2012. PEREIRA, Valéria e SILVA, Carlos Eduardo. Relação entre o Estresse Profissional e o Ciclo Motivacional na Qualidade de Vida no Trabalho: Estudo de Caso. Disponível em < www.scribd.com/doc/7200436/o-Estresse> Acesso 23 Abr, 2012. RUGISKI, Marcelo et al. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: Um Olhar Sobre o Tempo Livre dos Trabalhadores de uma Indústria Metalúrgica. Disponível http://www.ergonomia.ufpr.br/PB%20qv%20tempo%20livre.pdf> Abr, 2012. em< Acesso 23 41 SANTOS, João Paulo Pôvoa et al. A importância da qualidade de vida no trabalho. Disponível em: <http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg4/anais/T7_004 9_0204.pdf>. Acesso em 05 Mai, 2012. MONOGRAFIA QVT. Disponível em: < http://www.scribd.com/doc/8406304/Monografia-Qvt-Pronta-Dia-24> Acesso em 16 Abr, 2012. MONOGRAFIA EM QTV EM: http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/pemp05.htm acesso em 14 Jul, 2012 SITE CATHO Disponível em : http://www.catho.com.br/cursos/index.php?p=artigo&id_artigo, acesso em 15 Jul, 2012 SITE EBAH Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAYlIAC/motivacao-nasempresas#ixzz20uEdA43f, acesso 05 de Jun, 2012 SITE NATURA. Disponível em: http://www2.natura/Web/Br/relatorios_anuais/sre/desempenho_social_colabora dores. Acesso em, 23/04/2012. SITE COPAGAZ Disponível em: http://www.copagaz.com.br/sustentabilidade/politicas-programas-acoes/oprograma.asp. Acesso em 01/05/2012 42 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 1 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I O CONCEITO 11 1.1 – Enfoque Humanos 12 1.2 – Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho 13 1.3 – Stresse no ambiente de trabalho 14 1.4 – A Sindrome de Burnout 17 CAPÍTULO II IMPLEMENTAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 20 2.1 – Qualidade de Vida no Trabalho+Motivação=Benefícios 22 2.2 - A visão Biopsicossocial 27 2.3 – Variáveis Biopsicossociais 27 CAPÍTULO III ESTUDO DE CASO 29 3.1 – Programa de Qualidade de Vida no Trabalho Natura S/A 30 3.2 – Programa de Qualidade de Vida no Trabalho Copagaz S/A 32 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 43 WEBGRAFIA 40 ÍNDICE 42