JOSÉ ROBERTO AFONSO ECONOMISTA E TÉCNICO EM CONTABILIDADE; DOUTOR EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS, NA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE ECONOMIA SOCIAL E DO TRABALHO, PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP; MESTRE, NA ÁREA DE ECONOMIA DA INDÚSTRIA E DA TECNOLOGIA, PELA UFRJ; ECONOMISTA DO BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES; ATUALMENTE, ESTÁ CEDIDO PARA O SENADO FEDERAL NA FUNÇÃO DE ACESSOR TÉCNICO. Paradoxos da Tributação Brasileira Painel Tratamento diferenciado e favorecido a micro e pequenas empresas: limites ao uso da substituição tributária e à cobrança de diferença de alíquota José Roberto R.Afonso Gramado, 29/06/2012 Paradoxos tributários ü Avaliações: • Desempenho: arrecada tanto quanto avançados, como raro outro emergente... • Funcionalidade: regressivo, anticompetitivo, oneroso, complexo, opaco... ü Reforma Tributária: • Nunca concretizada: muitos projetos fracassados, resistência federativa??? • Reforma tímida ou pouco: mudanças pontuais, evitando emendas ??? • Resultado: crescentes contradições e disfunções do sistema ü Perspectivas: • Turbulências ou Crise? No mínimo, ampliar/acelerar/integrar mudanças. Até possível, se torne inevitável construir novo sistema. • Regime Especial Microempresas: sucesso para contribuintes, ao mesmo tempo, má vontade e resistência para fiscos = experiência pode ser paradigma para reforma, em especial se for para construir novo sistema, mais racional e simplificado!!! 3 Carga crescente Carga pós-guerra: recordes sucessivos 4 Mudar sem reformar... ü Não se reformou o sistema? ü Federação sempre impede reformas? ü Só possível mudar pouco? x ü Uma avaliação singela: quanto mudou a Constituição de 1988 (24 anos) em seu capítulo do sistema tributário? • • • arts.145 a 162 (sem ADCT) dos 20 artigos, 11 já forma modificados (2 são novos) alterados 72 disposições (excluído, inserido, nova redação), dos quais 38 envolvendo tributos estaduais e municipais = v Constatação: nenhum projeto abrangente foi aprovado, mas dezenas de mudanças pontuais já realizadas. Maioria em prol de mais impostos, raro para menos (IVVC, SuperSimples, CPMF). Bases governista sempre majoritária e nunca foi derrotada por bancadas subnacionais. 5 SuperSimples... ü Iniciativa • Das últimas e raras mudanças estruturais no sistema tributário • Emenda pró contribuinte em meio a acordo regional (EC 2003) e projeto de lei geral da micro (esforço suprapartidário) • Resistências: purismo tributário (cumulatividade) e das maquinas fazendárias ü Resultados (favoráveis): • Adesão: migração muito acima das expectativas (alíquota superior com mas com menor carga – compliance) • Melhor desempenho: formalização e participação crescente na geração de empregos/contribuintes para previdência • Desempenho excepcional e pouco comentado: • expansão contínua, até no meio da crise = cresce a frente da arrecadação tributária (tradicional) e da carga tributária nacional • forte descentralização = maior peso 6 SuperSimples Melhor desempenho comparativo na crise e posterior Arrecadação Federal RFB ICMS/ISS SIMPLES Receita Previdenciária Total Receita com SIMPLES Receita Federal sem SIMPLES Simples/RFB sem Simples jul/08 19.208 7.242 26.450 206.372 232.823 206.372 12,8% mar/12 32.693 10.577 43.270 280.870 324.140 280.870 15,4% Var% 70,2% 46,0% 63,6% 36,1% 39,2% 36,1% Arrecadação Federal pós-Crise: Crescimento Real Acumulado Receita Federal sem SIMPLES SIMPLES 36,1% jul/08 - mar/12 63,6% 7 SuperSimples Desconcentração regional:amostra (2008) UF SP RJ MG BA GO RS Municipios Faturado Recolhido SAO PAULO 44.882.502.223 3.646.981.934 RIO DE JANEIRO 18.112.562.596 1.526.305.524 8.841.484.450 635.419.760 IBICOARA PONTALINA 11.363.837 566.368 38.932.652 2.711.054 TAPES 44.250.767 2.356.345 BELO HORIZONTE População Fatura/PIB Simples/PIB Simples/Pcap Simples/ISS 10.990.249 6.161.047 2.434.642 16.643 16.688 17.143 12,57% 11,70% 20,98% 4,70% 23,14% 24,90% Faturamento Simples/PIB Municipal 1,02% 0,99% 1,51% 0,23% 1,61% 1,33% 332 248 261 34 162 137 65% 62% 123% 211% 1461% 335% Simples/ISS por Municipio 30% 1600% 25% 1400% 1200% 20% 1000% 15% 800% 600% 10% 400% 5% 200% 0% 0% IBICOARA RIO DE JANEIRO SAO PAULO BELO HORIZONTE PONTALINA TAPES RIO DE JANEIRO SAO PAULO BELO HORIZONTE IBICOARA TAPES PONTALINA 8 Dificuldades... ü Substituição tributária • ICMS / Lei Kandir: crucial para solucionar ações judiciais; uso crescente estadual como resposta ao esvaziamento do imposto: guerra fiscal e base decrescente x opção pela comodidade (também controle de fronteira) • Resultados: cumulatividade, distorce preços e competitividade… ü Efeitos colaterais • MP do Brasil Maior II: troca de salário por faturamento bruto para setores selecionados reduziu alíquota de grandes contribuintes abaixo das do SIMPLES ü Qual resposta? • revisão emergencial e pontual: negociação com fazendas estaduais/federal para diferenciar aplicação da substituição tributária (ICMS), uso de novas Tis (eNF) e redução de alíquotas para previdência de setores desonerados 9 ICMS Substituto Dependência S.Paulo SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DO ICMS ARRECADADA EM SÃO PAULO: INCLUSIVE PARA OUTROS ESTADOS EM 2010 Operações Interestaduais (Saídas) de Contribuintes Paulistas R$ milhões ACRE ALAGOAS AMAPA AMAZONAS BAHIA CEARA DISTRITO FEDERAL ESPIRITO SANTO GOIAS MARANHAO MATO GROSSO MATO GROSSO DO SUL MINAS GERAIS PARA PARAIBA PARANA PERNAMBUCO PIAUI RIO DE JANEIRO RIO GRANDE DO NORTE RIO GRANDE DO SUL RONDONIA RORAIMA SANTA CATARINA SERGIPE TOCANTINS TOTAL SEM SP SAO PAULO BRASIL REGIÕES NE/NO/CO+ES ICMS ST em SP 31,1 55,7 20,8 115,5 421,8 179,2 199,8 218,8 283,7 120,4 297,0 320,9 2.125,3 208,2 45,9 679,1 200,6 61,9 848,0 48,4 1.100,2 80,0 10,8 344,6 32,4 37,7 8.087,9 9.338,8 17.426,7 2.990,7 ST em SP % Brasil 0,2% 0,3% 0,1% 0,7% 2,4% 1,0% 1,1% 1,3% 1,6% 0,7% 1,7% 1,8% 12,2% 1,2% 0,3% 3,9% 1,2% 0,4% 4,9% 0,3% 6,3% 0,5% 0,1% 2,0% 0,2% 0,2% 46,4% 53,6% 100,0% ST em SP % Brasil 0,4% 0,7% 0,3% 1,4% 5,2% 2,2% 2,5% 2,7% 3,5% 1,5% 3,7% 4,0% 26,3% 2,6% 0,6% 8,4% 2,5% 0,8% 10,5% 0,6% 13,6% 1,0% 0,1% 4,3% 0,4% 0,5% 100,0% 37,0% STemSP/ICMSdaUF 5,4% 2,7% 4,3% 2,1% 3,5% 2,9% 4,3% 3,1% 3,5% 4,1% 5,6% 6,9% 7,8% 4,0% 1,8% 4,9% 2,4% 3,2% 3,7% 1,7% 6,1% 3,7% 2,6% 3,3% 1,8% 3,4% 4,5% 10,1% 6,4% 3,5% 10 ICMS Substituto Substituição em SP em % ICMS da UF (2010) SAO PAULO MINAS GERAIS MATO GROSSO DO SUL BRASIL RIO GRANDE DO SUL MATO GROSSO ACRE PARANA TOTAL SEM SP DISTRITO FEDERAL AMAPA MARANHAO PARA RIO DE JANEIRO RONDONIA REGIÕES NE/NO/CO+ES BAHIA GOIAS TOCANTINS SANTA CATARINA PIAUI ESPIRITO SANTO CEARA ALAGOAS RORAIMA PERNAMBUCO AMAZONAS PARAIBA SERGIPE RIO GRANDE DO NORTE 0,0% 10,1% 7,8% 6,9% 6,4% 6,1% 5,6% 5,4% 4,9% 4,5% 4,3% 4,3% 4,1% 4,0% 3,7% 3,7% 3,5% 3,5% 3,5% 3,4% 3,3% 3,2% 3,1% 2,9% 2,7% 2,6% 2,4% 2,1% 1,8% 1,8% 1,7% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% STemSP/ICMSdaUF 11 Encruzilhada... ü Carga tributária crescente e, o mais grave, de má qualidade • cada vez mais contribuições e taxas (novas e revistas) no lugar de impostos (que concentram partilha e incentivos); • recarga disfarçada via acúmulo de créditos (exportadores, investidores), substituição tributária e cobrança na fronteira; • perdida noção de tributação sobre valor adicionado e crescente retorno à imposição cumulativa (desoneração salarial) • multiplicação de regimes especiais e desconhecido regime normal !!! ü Conflitos federativos latentes: • esvaziado ICMS (guerra fiscal, sem serviços) e base do FPE/FPM • reações descoordenadas: propostas de redistribuir royalties já licitado; quebrar unanimidade do CONFAZ; critérios irracionais no rateio do FPE • • impostos diretos (IPTU, taxas) preteridos diante da cobrança fácil (ISS) Estados perdem espaço historicamente na federação, Municípios são mais dinâmicos, e reconcentração do poder e da arrecadação tributária na União • Qual resposta? • • sem agenda estrutural: só STF muda forte (rateio FPE e guerra fiscal ICMS) ação minimalista: governo federal – alterações pontuais e desconectadas 12 Federação Divisão federativa: estados perdem espaço!!! EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CARGA TRIBUTÁRIA GLOBAL E SUA DIVISÃO FEDERATIVA: % DO PIB ANO 1960 1988 2000 2011 2011-1960 2011-1988 2011-2000 CARGA TOTAL 17,41 22,43 31,15 35,86 18,45 100% 13,43 100% 4,71 100% UNIÃO 11,14 16,08 20,77 24,60 13,45 73% 8,52 63% 3,82 81% ARRECADAÇÃO ESTADOS MUNICÍPIOS 5,45 0,82 5,74 0,61 8,61 1,77 9,14 2,12 3,69 1,30 20% 7% 3,40 1,51 25% 11% 0,53 0,36 11% 8% RECEITA DISPONÍVEL UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS 10,37 5,94 1,11 13,48 5,97 2,98 17,38 8,19 5,58 20,46 8,81 6,59 10,09 2,87 5,48 55% 16% 30% 6,98 2,84 3,61 52% 21% 27% 3,08 0,62 1,01 65% 13% 21% Carga Tributária: conceito abrangente . Arrecadação: direta. Receita disponível: computa repartições constitucionais. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CARGA GLOBAL, ICMS E IPI: % DO PIB TOTAL 1968 1969 1980 1988 1990 1993 1994 2001 2009 2011 23,29% 24,87% 24,52% 22,43% 28,78% 25,78% 29,75% 32,33% 34,18% 35,86% ICM/ICMS 7,28% 7,32% 4,87% 5,34% 7,24% 6,04% 7,33% 7,08% 6,96% 7,08% IPI 4,41% 4,46% 2,19% 2,17% 2,40% 2,44% 2,22% 1,45% 0,85% 1,00% ICMS+IPI ICMS+IPI/TOT ICMS/TOT 11,69% 11,78% 7,06% 7,50% 9,63% 8,49% 9,55% 8,52% 7,81% 8,08% 50% 47% 29% 33% 33% 33% 32% 26% 23% 23% 31% 29% 20% 24% 25% 23% 25% 22% 20% 20% IPI/TOT 19% 18% 9% 10% 8% 9% 7% 4% 2% 3% > Novo sistema: ICMS+IPI arrecadam metade da carga nacional > ICM: alíquota uniforme e cobrado na origem; IPI: recorde histórico > ICM: carga mais baixa, incentivos federais, recessão > Reforma Constitucional; ICMS+IPI: um terço da carga nacional > ICMS: ampliação base - rápido salto > FPE/FPM: vigência alíquotas definitivas; IPI: melhor ano pós-constituinte > ICMS: maior carga histórica ( guerra fiscal tênue); único a superar 1968 > ICMS (2001 e 2011): 2ª melhor carga pós-constituinte > recessão econômica; IPI: pior carga histórica e nunca pesou tão pouco > ICMS: iguala 2001, mas ICMS+IPI tem mais baixo peso relativo histórico 13 Peculiaridades Carga 2011: curiosidades Arrecadação Tributária de IPI, COFINS, PIS e PASEP por Setor - 2010 COMERCIO P/ ATACADO, EXCETO VEIC. AUTOMOTORES E MOTOCICLETAS 11,8% 9,4% 7,8% 55,5% 6,7% FABRICACAO DE VEICULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS ATIVIDADES DE SERVICOS FINANCEIROS FABRICACAO DE COQUE, DE DERIV. DO PETROLEO E BIOCOMBUSTIVEIS 4,6% 4,2% Impostos Comparados: IPVA x IPTU ELETRICIDADE, GAS E OUTRAS UTILIDADES COMERCIO VAREJISTA % do PIB 0,58 DEMAIS SETORES 0,42 Arrecadação em 2010: do total de 5,2 mil municípios IPTU > IPVA em 5% (como SPaulo, Rio, Guarujá) IPVA > IPTU em 95% (inclusive Curitiba, BHorizonte, Manaus, Ribeirão Preto, Uberlândia, Campinas, Caxias do Sul, Belém, Fortaleza, São Luiz, entre outras) IPVA IPTU 14 SuperSimples é saída para SistemaSuperComplexo • Premente racionalização tributária ü ü Consolidar tributos e integrar administrações fazendárias • Manter e expandir cobertura, diferenciando alíquotas • Hipótese de municipalização do regime para substituir ISS municipal (incorporado ao IVA) IVA Nacional no lugar do SuperComplexo, sistema vigente • Proposta Senado Federal replicar o Modelo SIMPLES para a tributação indireta corrente = não dá mais para reformar; necessário novo sistema • Contribuinte sujeito a única legislação nacional, única alíquota e única guia de recolhimento • Fiscalização integrada entre fiscos (cadastro nacional e ação local) • Divisão da receita na rede bancária (casos bem sucedidos do SIMPLES, IPVA, FUNDEB) 15 15 Crise = Oportunidade • Mudar aos poucos não é mudar pouco ü ü ü • visão estratégica deveria primeiro a pactuar princípios para mudanças estruturais que organizassem novo sistema tributário e federativo simular efeitos e, depois, elaborar e apreciar alterações de projetos legislativos seriam os passos seguintes mudanças sempre passarão por atos diferentes em momentos distintos mas que deveriam seguir um fio condutor para guardarem consistência entre si Melhores condições para reformar ü ü transparência fiscal ampliaram e facilitaram o acesso às estatísticas, mais detalhadas, especialmente sobre finanças estaduais e municipais para equalizar situação das finanças locais é possível complementar ou até mesmo substituir parâmetros correlatos (por ex., renda, população, índices de desenvolvimento…) por fiscais (por ex., arrecadação própria, gasto setorial…) 16 16 José Roberto Afonso é economista do BNDES, a serviço do Senado da República (assessor técnico). Opiniões de exclusiva responsabilidade do painelista. Kleber Castro, Eliza Gurgel e Marcia Monteiro deram apoio para a elaboração desta análise. Mais trabalhos sobre o tema no site do autor : www.joserobertoafonso.com.br 17 Federação Carga 2011: federação Receita Disponível Arrecadação Direta 6,0% = 2,12% do PIB 18,3% = 6,42% do PIB União União 26,1% = 9,16% do PIB Estados Estados 24,6% = 8,66% do PIB Municípios Municípios 57,1% = 20,04% do PIB 67,9% = 23,84% do PIB EVOLUÇÃO DA DIVISÃO FEDERATIVA DA RECEITA TRIBUTÁRIA POR NÍVEL DE GOVERNO (conceito contas nacionais) Conceito Central ARRECADAÇÃO DIRETA 1960 11,14 1970 17,33 1980 18,31 2000 20,77 2011 24,60 RECEITA DISPONÍVEL 1960 10,37 1970 15,79 1980 16,71 1988 13,48 2011 20,46 Estadual Local Carga - % do PIB Total Central Estadual Local Total Composição - % do Total 5,45 7,95 5,31 8,61 9,14 0,82 0,70 0,90 1,77 2,12 17,41 25,98 24,52 31,15 35,86 64,0 66,7 74,7 66,7 68,6 31,3 30,6 21,6 27,6 25,5 4,7 2,7 3,7 5,7 5,9 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 5,94 7,59 5,70 5,97 8,81 1,11 2,60 2,10 2,98 6,59 17,41 25,98 24,52 22,43 35,86 59,5 60,8 68,2 60,1 57,1 34,1 29,2 23,3 26,6 24,6 6,4 10,0 8,6 13,3 18,4 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Fonte: Elaboração própria, a partir de STN, SRF, IBGE, Ministério da Previdência, CEF, Confaz e Balanços Municipais. Metodologia das contas nacionais inclui impostos, taxas e contribuições, inclusive CPMF, FGTS e royalties, bem assim dívida ativa. Receita Dispon'ivel = arrecadação própria mais e/ou menos repartição constitucional de receitas tributárias e outros repasses compulsórios. 18 Peculiaridades Carga 2011 (preliminar): tributos Composição da Carga Tributária da União Composição da Carga Tributária Global 2% 1% 2% 1% Impostos Impostos Contribuiçõ es 49% Contribuições 33% Taxas Taxas 47% Outros Base de Incidência Maiores Tributos 22,9% ICMS IR + CSLL 13,4% 21,0% 19,8% 2,1% 2,5% BENS E SERVIÇOS 1,6% SALÁRIOS E MÃO-DE-OBRA 1,8% 41,7% 3,5% RENDA, LUCROS E GANHO S Prev + FGTS Cofins + PIS 20,5% Outros 65% PATRIMONIAIS CO MÉRCIO EXTERIO R 21,3% TAXAS ISS Outros 25,6% TRANSAÇÕ ES FINAN CEIRAS DEMAIS 2,4% 19 Arrecadação Arrecadação Previdenciária das Empresas por Setor 2010 Serviços Prestados Princ. à Empresas 9,2% Adm. Pública, Defesa e Seguridade Social 8,9% 7,8% 54,5% 7,2% Construção Comércio Varejista 7,0% 5,4% Intermediários Financeiros Transporte e Armazenagem Demais Setores 20 Novos caminhos... Ao invés de reforma, construir um novo sistema tributário (ainda vigente o de 1965: economia fechada, pouco diversificada e centralizada) Estratégia do Senado ( Proposta Dornelles) - atualizar diagnóstico, acordar princípios, simular resultados e só depois apreciar texto da emenda constitucional: inverso de hoje - repensar todo o sistema: mudanças pontuais não solucionaram questões estruturais, tornam cada vez mais complexo e de baixa qualidade, e agora fomentam conflitos federativos - adotar um novo sistema tributário, simples e eficiente, que elimine tributos (consolide contribuições e impostos) e que redefina sistema de competências/repartição com todos sócios da mesma federação - implantação em etapas mas consistente: - curto prazo: mudanças com arcabouço constitucional vigente - médio prazo: reforma constitucional (radical lipoaspiração) - longo prazo: concentrar definições no código tributário nacional 21 Etapa Infraconstitucional Esfera legislativa: üPadrão IVA (cobrar IPI, COFINS e PIS como se fossem; aproveitar créditos; regime de crédito financeiro... reformar ICMS/Lei Kandir ) üTransparência (explicitar indiretos com preços) üSuperSimples (ampliar e corrigir faixas – imunes reforma) Esfera administrativa: üNF eletrônica (universalizar, a começar pelo interestadual) üCadastro Único (PJ, PF e imóveis) üFiscalização nacional (integrar máquinas e ações) üConsolidação das leis (regulamentos unificados via decreto) üConselho Tributário Nacional (coordenar/harmonizar) 22 Fatia Constitucional Emenda à Constituição: üConsolida toda matéria tributária num único capítulo - inclusive contribuições e outras formas compulsórias üEnxuga ao máximo o texto constitucional - disposições transitórias até CTN ou assegura longo prazo - fortacele e unifica lei complementar: só CTN, até transferências Código Tributário Nacional (CTN): üDebate simultâneo à PEC da minuta de Código üVotação imediatamente seguinte à edição da emenda Novo Sistema Tributário Nacional (NSTN): Vigência junto com edição do novo código tributário 23 Redução de Tributos üImposto Amplo sobre Renda (IR): §Federal: fusão IR, CSLL, PIN/PROTERRA, loterias §Imposto mínimo via transação financeira ou ativo §Estadual: adicional IRPF: só fixa alíquota e não legisla üImposto sobre Valor Adicionado (IVA) §Federativo: fusão IPI, COFINS, PIS, CIDE, FUST, FISTEL + § + ICMS + ISS + ? Sal.Educação/SistemaS + ? CPMF Impostos sobre Propriedade §Municipal: fusão ITR+IPTU e ITCMD+ITBI 24 Proposta: IVA Nacional ü ü ü ü ü ü incorporação da receita do ICMS, IPI, CIDE, COFINS, PIS, sal. educação, sistema S, FUST, FUNTTEL , dentre outras competência legislativa exclusiva da União e fiscalização pelos Estados e pelo Distrito Federal = arrecadação nacional com divisão federativa automática a partir da rede bancária municípios cobram regime simplificado micronegócios desoneração das exportações e dos investimentos produtivos, assegurada a recuperação de eventuais créditos acumulados vedação para concessão de incentivos sem caráter nacional; facultado desenvolvimento regional com fundos próprios cobrança integral na origem e rateio na rede bancária (como ICMS/IPVA/FUNDEB): parcela para estado de origem pela função arrecadadora (4%); cota federal e cota estadual calculadas a partir das receitas incorporadas (em 2011, metade para cada); cota estadual distribuída segundo fator anualmente calculado pelo consumo final 25 Simulações: impostos ARRECADAÇÃO ATUAL E DO IVA NACIONAL - HIPÓTESES Base: arrecadado em 2011 - R$ bilhões TRIBUTOS ATUAIS 600,2 100,0% IVA NACIONAL UNIÃO 269,3 44,9% 41,1 6,9% 182,5 30,4% Bruto 199,5 33,2% Financeiro (11,2) -1,9% Governos (5,8) -1,0% IPI COFINS/PIS CIDE SalEduc/FGTS Adic. Sistema S Outras Contr. Taxas Selec. ESTADOS ICMS MUNICÍPIOS ISS Contrib.Luz 8,9 13,4 11,6 6,8 5,0 292,9 292,9 38,0 35,0 3,0 600,2 100,0% ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA MUNICIPAL - HIPÓTESES Base: arrecadado em 2011 - R$ bilhões 1,5% 2,2% 1,9% 1,1% 0,8% 48,8% ESTADOS 48,8% IVA - Estados: Adm - Cota Estadual - Cota Federal 6,3% MUNICÍPIOS 5,8% IVA Micros 0,5% VIGENTE IPTU 572,9 572,9 22,9 280,7 269,3 27,3 27,3 95,5% 95,5% 3,8% 46,8% 44,9% 4,5% 4,5% ITBI 100% 4% 49% 47% Subtotal ISS Contrib.Ilum. ALTERAÇÕES 17,56 6,49 PROPOSTO ITR 0,55 Foro 0,08 ITCD 2,66 IPVA 24,14 24,05 IVAmicro 27,30 3,05 SIMPLES 42,31 ICMS/ISS 10,38 RFB 31,93 ATUAL 18,18 I Transm. IPVA Previd. (20,00) ISS 1/7 5,00 9,15 24,14 27,42 34,97 - Arrecadação IVA Nacional em % do PIB = 14,5% IPT 51,47 IVA-Munic. 27,30 NOVO Arrecada 62,07 Disponivel 74,41 54,73 Arrecadaria Ganho 78,77 4,36 26 Proposta: Repartições Consolidadas ü mantidos os fundos de participação, com base de cálculo ampliada para a base compreender o total da receita da União de impostos e contribuições (exceto contribuições previdenciárias) e com porcentagem alterada para manter mesma destinação no sistema atual ü ü ü ü recalculo de porcentagens e bases ampliadas com base em receitas receitas e sob controle social oportunidade: novos critérios de rateio do FPE devem objetivar equalização (atenuar menor receita própria) fundos de financiamento para desenvolvimento regional mantidos e ampliados, com base igualmente ampliada para cobrir o total da receita de impostos e contribuições transição: modelo de seguro-receita para União garantir cobertura de perdas (inclusive considerar rolagem das dívidas) 27 Simulações: repartições (federais) hipótese: ano 2011 SIMULAÇÃO DA REPARTIÇÃO E DESTINAÇÃO UNIÃO 2011 - ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA Fonte: Balanços/STN - Em R$ bilhões de reais SIMULAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO UNIÃO 2011- Arrecadação Líquida Fonte: Balanços/STN - Em R$ bilhões de reais Impostos Taxas Contribuições = Soma (-) Contribs.Previdência = Base Ampla 331,5 7,1 557,1 895,7 (251,6) 644,1 = Base Global 644,1 100,0% REPARTIÇÕES FPE (21.5% IR+IPI) FPM (23.5% IR+IPI) Fundos Regionais (3% IR+IPI) Fundos (48% IR+IPI) FPEX (10% IPI) CIDE (29% pósDRU) Lei Kandir 140,5 58,6 64,0 8,2 130,8 4,1 2,1 3,5 22,6% 9,1% 9,9% 2,0% 21,0% 0,6% 0,3% 0,5% VINCULAÇÕES Ensino (18% impostos) Seguridade-COFINS/CSLL (*) FAT - PIS (*) Salário-Educação Sistema S CIDE (*) 272,2 35,3 172,1 32,9 13,1 11,6 7,2 50,5% 5,5% 33,4% 6,4% 2,0% 1,8% 1,4% SOMA 410,6 72,7% Memo: Base atual FPE/FPM: IR+IPI Base proposta inclui taxas e sistema S Destinações atuais - deduzida 20% para DRU. 28