XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. KANBAN X CONWIP - UMA COMPARAÇÃO ENTRE METODOLOGIAS PARA O GERENCIAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM SISTEMAS PUXADOS Jose Reinaldo de Queiros (UFPB) [email protected] Ricardo Moreira da Silva (UFPB) [email protected] Daise Lopes Porto (UFPB) [email protected] Os sistemas puxados surgiram a partir da necessidade de garantir maior agilidade e flexibilidade nos sistemas de produção, assim como reduzir custos mediante o gerenciamento e controle de estoques, além de auxiliar no controle da qualidade do produto, fator imprescindível em virtude do aumento no nível de competitividade provocado pela globalização. Existem diferentes meios de se controlar esses tipos de sistemas, mas a escolha do método adequado depende principalmente das características específicas de cada processo produtivo. Nesse contexto, o presente artigo apresenta uma análise comparativa entre dois destes métodos, Kanban e CONWIP, evidenciando as suas respectivas formas de execução e controle. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica, a partir da qual verifica-se que o sistema Conwip tem mais vantagens por ser mais simples, mais flexível na substituição da produção e se adequar melhor às empresas que possuem um volume de produção relativamente estável. No entanto fazse necessária uma avaliação específica em cada empresa para concluir qual dos métodos se apropria à sua realidade. Palavras-chaves: Kanban, CONWIP, produção enxuta XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 1. INTRODUÇÃO As empresas estão vivendo um período de profundas transformações em seus ambientes econômicos e tecnológicos. Em termos econômicos, estão inseridas em um processo de globalização e unificação de mercados, no qual prevalece um contexto de concorrência acirrada e batalha por preços competitivos, associados à demanda por produtos e serviços com cada vez maior valor percebido pelos clientes, tanto quanto ao atendimento de suas necessidades como em termos de qualidade total assegurada. Todos esses fatores levaram as empresas a um ambiente onde a mudança é permanente, exigindo flexibilidade e adaptação às exigências de mercado. Em termos tecnológicos, as empresas percebem a necessidade de investir frequentemente em novas máquinas, equipamentos e softwares, para apoiar na inovação do processo e do produto, e assim fabricar com custo menor e de modo a atingir uma nova fatia do mercado. A transformação tecnológica é um dos principais impulsionadores da competitividade, desempenhando um papel importante na mudança estrutural da empresa, bem como na criação de novas. De todas as coisas que podem modificar as regras da concorrência, a transformação tecnológica figura entre as mais proeminentes (PORTER,1986). Para se adaptarem a esse ambiente competitivo, as empresas de manufatura, seguindo os passos da indústria automobilística, estão cada vez mais utilizando os conceitos e técnicas da Produção Enxuta, ou seja, produzindo em resposta a demandas específicas, somente quando necessário, controlando a qualidade do produto e o prazo de entrega, e ao mínimo custo. O termo Produção Enxuta foi criado no início da década de 90 para nomear o conjunto de métodos que descrevem o sistema de produção da Toyota Motor Company. O Sistema Toyota foi criado por um processo de tentativa/erro num ambiente onde a comunicação não podia ser estabelecida por um sistema de informação manual, capaz de controlar um sistema de manufatura grande e complexo. Então a Toyota desenvolveu um sistema de manufatura que foi simples de operar e controlar com um sistema muito simples de informação, posteriormente conhecido como Kanban. Em anos anteriores, por falta de uma adequada divulgação dos princípios e técnicas japonesas, muitos autores chamaram o "Sistema de Produção Toyota" como Sistema Kanban. O Sistema de Produção da Toyota é um meio para fazer produtos, enquanto que o Kanban é um sistema de informações para administrar a nova filosofia de produção just-in-time (JIT). O JIT é um instrumento (considerado por muitos como uma filosofia) por meio do qual a produção é puxada a partir da demanda, produzindo em cada estágio somente os itens que sejam realmente necessários, nas quantidades e momentos corretos (CORRÊA & GIANESI, 1996). Atualmente já existem muitos outros sistemas de controle da produção, como Conwip, Base Stock, dentre outros, criados com a finalidade de proporcionar mais flexibilidade, melhor controle dos estoques e uma taxa de produção maior. 2. KANBAN O Sistema Kanban foi desenvolvido há vinte anos, por Taichi Ohno, vice-presidente da Toyota, para atingir objetivos que incluíam: Reduzir custos ao eliminar desperdícios; 2 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Tentar criar locais de trabalho que pudessem responder rapidamente às mudanças; Facilitar métodos para atingir e assegurar o controle da qualidade; Projetar locais de trabalho de acordo com a dignidade humana, confiança e apoio mútuo e permitindo aos trabalhadores alcançarem seu potencial. Kanban é um sistema que funciona baseado no uso de sinalizações para ativar a produção, a compra ou a movimentação dos itens pela fábrica. Estas sinalizações podem ser: cartões Kanban e os quadros porta-Kanban, contendor vazio ou carrinho Kanban, quadrado Kanban e painel eletrônico (TUBINO, 2007) No caso do cartão Kanban, ele irá conter em cada estágio da produção, toda a informação necessária para se fazer um produto, desde o seu início até a conclusão e que peças serão necessárias em processos subsequentes. Esses cartões são usados para controlar o estoque em processo (work in process – WIP), produção e fluxo de produto acabado. Há dois procedimentos que podem governar o uso dos Kanbans. Eles são conhecidos como sistema de cartão único e sistema de dois cartões. O sistema de cartão único é o mais utilizado, por que é de longe o mais simples de operar. Ele utiliza somente Kanbans de movimento (ou Kanbans de fornecedor quando a fonte de materiais é uma fonte externa). O sistema de dois cartões utiliza tanto o Kanban de transporte como o de produção (SLACK ET AL., 2002). Conforme a figura 1, através do sistema Kanban, o processo subsequente (cliente) vai até o supermercado (estoque) do processo anterior (fornecedor) de posse do Kanban de transporte que lhe permite retirar deste estoque exatamente a quantidade do produto necessária para satisfazer suas necessidades. O Kanban de transporte então retorna ao processo subsequente acompanhando o lote de material retirado. No momento da retirada do material pelo processo subsequente, o processo anterior recebe o sinal para iniciar a produção deste item através do Kanban de produção, que estava anexado ao lote retirado. Kanban de Retirada A Kanban de Produção A Processo Anterior B C D A B C D A Kanban de Retirada A Processo Subseqüente Fig. 1 – Sistema Kanban de dois cartões: Produção Puxada Fonte: Adaptado de Ghinato (2000) 2.1 Tipos Segundo Slack (2002) existem três tipos de Kanban: Kanban de movimentação ou transporte, de produção e do fornecedor. 3 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. - O Kanban de transporte é usado para avisar ao estágio anterior que o material pode ser retirado do estoque e transferido para uma destinação específica. Esse tipo de Kanban normalmente terá detalhes como: número e descrição do componente específico, o lugar de onde ele deve ser retirado e a destinação para qual ele deve ser enviado. - O Kanban de produção é um sinal para um processo produtivo de que pode começar a produzir um item que será colocado em estoque. A informação contida neste tipo de Kanban normalmente inclui número e descrição do próprio processo, materiais necessários para a produção do componente, além da destinação para a qual o componente deve ser enviado depois de produzido. - O Kanban de fornecedor é usado para avisar ao fornecedor que é necessário enviar material ou componentes para um estágio da produção. Nesse sentido ele é similar ao Kanban de movimento, porém é normalmente utilizado com fornecedores externos. 2.2 Regras Ohno (1997) e Monden (1997) apud Favaro (2003) sugerem que a manutenção da integridade do funcionamento do sistema Kanban deve ser assegurada através de algumas regras. As regras de ambos os autores são complementares e listadas a seguir: O processo cliente somente pode retirar do supermercado do processo fornecedor o item necessário, na quantidade necessária, no momento em que existir real consumo (Ohno, 1997; Monden, 1997); O processo fornecedor deverá produzir de acordo com as retiradas realizadas pelo processo cliente, obedecendo à quantidade e sequência das retiradas (Ohno, 1997; Monden, 1997); Nenhum item pode ser produzido ou transportado sem que haja um Kanban anexado a ele (Ohno, 1997); Sempre deve se colocar um cartão Kanban nos produtos (Ohno, 1997); Produtos defeituosos não podem ser colocados no supermercado (Ohno, 1997; Monden, 1997); O número de Kanbans deve ser minimizado aumentando-se a sensibilidade aos problemas (Ohno, 1997; Monden 1997); O Kanban deve ser usado para absorver pequenas flutuações de demanda (Monden, 1997). 2.3 Conceitos envolvidos na implantação do sistema Embora o embasamento conceitual e aplicação desta ferramenta da Produção Enxuta seja bastante simples, a implantação do sistema Kanban envolve o conhecimento de inúmeros fatores, entre eles: conhecimento do fluxo de produção, layout da fábrica, produção puxada e empurrada, políticas de produção mediante ordens versus políticas orientadas para estoque (produtos MTO e MTS), dimensionamento dos cartões Kanban, etc. A importância de alguns desses fatores na implantação de um sistema Kanban é destacada abaixo: Conhecimento do fluxo de produção: conhecer o fluxo de produção é vital na implantação do sistema Kanban. Através desse fluxo pode-se visualizar a existência de produtos com processos produtivos semelhantes e, a partir disso, uni-los em famílias de produtos. Uma ferramenta da Produção Enxuta que pode ser utilizada para se visualizar o fluxo de produção é o Value Stream Mapping ou Mapa do Fluxo de Valor. 4 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Layout: o reprojeto de layout da fábrica é uma das ferramentas utilizadas para diminuição dos desperdícios na empresa, como: reduções de movimentação, transporte, estoque em processo, dentre outras. O layout enxuto tem sua importância na implementação do sistema Kanban na medida em que ele viabiliza o fluxo de lotes pequenos de produção. Além disso, será o layout da fábrica, responsável pela determinação do uso de um sistema de um ou dois cartões Kanban. Produção puxada e empurrada: Spearman et al. (1990) dividem genericamente os sistemas de controle de produção em sistemas de “puxar” e “empurrar” a produção. Para estes autores, em sistemas do tipo “empurrar”, a produção é iniciada a partir de uma instância central de planejamento que faz uso de previsões para demandas futuras. A produção neste caso é iniciada antes da ocorrência da demanda, pois de outra maneira os bens não poderiam ser entregues dentro do prazo. Portanto, os lead times de produção têm de ser conhecidos ou aproximados. Em um sistema de “puxar”, a produção começa quando a demanda acontece de fato. A produção é disparada por um sistema de controle descentralizado. Para evitar longos tempos de espera, peças e produtos acabados devem ser estocados nos chamados buffers ou pulmões. Logo, os sistemas de “puxar” são chamados de sistemas com nível mínimo de inventário enquanto que os sistemas de “empurrar” são conhecidos como sistemas de inventário zero (apesar disto não ocorrer na realidade). Na implantação do sistema Kanban, devem ser definidos os pontos de produção puxada e empurrada. Embora o Kanban seja definido como um sistema de produção puxada pode-se projetar um sistema híbrido. Isto é viável através da integração do Kanban com MRP, por exemplo. Produtos MTO e MTS: os produtos MTO são aqueles em que o processo produtivo inicia-se somente mediante um pedido real de produção. Os produtos MTS são fabricados para estoque, sem que haja, necessariamente um pedido real por parte do cliente. Apesar do sistema Kanban prever a existência mínima de inventários em processo, ele é um sistema eminentemente MTS, uma vez que a produção é disparada para repor peças retiradas do supermercado (estoque do sistema Kanban). Na implantação de um sistema Kanban deve-se diferenciar claramente quais produtos serão MTS, e portanto passíveis de serem gerenciados via Kanban, e quais serão MTO. Normalmente os itens de consumo esporádico e intermitente são classificados como MTO e os de consumo e fluxo mais frequentes podem ser considerados como MTS. O problema com relação a natureza do tipo de produto está no fato de que nem sempre a classificação dos produtos é tão simples. Os produtos têm valores diferentes entre si e nem sempre produtos de consumo intermitente são menos expressivos do que produtos de consumo frequente. Além disso, os sistemas MTO e MTS terão de conviver juntos, utilizando os mesmos recursos produtivos. Portanto, a programação da produção nos quadros de Kanban torna-se mais complexa porque produtos MTO têm que ser alocados junto à programação de produtos MTS. 2.4 Dimensionamento dos cartões De acordo com Framinan et al. (2003) apud Framinan et al. (2006), ao determinar-se o número de cartões há um grande comprometimento do desempenho do sistema. A determinação do número de cartões num sistema de puxar pode ser feito por meio de dois pontos de vista diferentes: 5 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. a) Fixação do número de cartões: dadas certas condições de produção, emprega-se um procedimento para determinar o número de cartões que tornam o desempenho do sistema aceitável de acordo com algumas medidas de operação pré-definidas. O número de cartões obtido desse procedimento é fixo durante o intervalo de decisão. b) Controle por cartão: regras são elaboradas para a troca ou manutenção do número atual de cartões dependendo de certos eventos (troca na taxa de demanda ou excesso de WIP) que está acontecendo no cenário de fabricação. Essas regras têm o objetivo de otimizar o desempenho do sistema. No caso do Kanban, deve-se estabelecer uma quantidade de cartão por estação de trabalho. Todavia, n parâmetros têm sido estabelecidos para um sistema Kanban de n estações de trabalho (FRAMINAN ET AL., 2006). Segundo Tubino (2007), após definidos os tamanhos dos lotes por cartão Kanban, pode-se então projetar quantos desses lotes serão necessários no supermercado para manter sempre o cliente abastecido. Existem várias equações para se projetarem os supermercados, mas mantendo-se o princípio da simplicidade inerente às ferramentas da manufatura enxuta, a equação 1 apresenta uma das alternativas mais simples para o cálculo, sendo que refinamentos para cada aplicação específica podem ser feitos de acordo com cada uma das variáveis da equação. Nk = D/Q x Nd x (1 + S) (Equação 1) Onde: Nk = número total de cartões Kanban no supermercado; D = demanda média diária do item; Q = tamanho do lote do cartão Kanban; Nd = número de dias de cobertura da demanda no supermercado; S = segurança no sistema em percentual de cartões. 3. CONWIP De acordo com Spearman et al., (1990) o sistema CONWIP é uma forma generalizada de Kanban, já que depende de sinais. Entretanto, no sistema Kanban cada cartão é usado para indicar a produção de uma peça específica, e no CONWIP, os cartões são designados para um circuito que abrange toda a linha de produção e não correspondem a uma peça específica. A necessidade específica de uma peça é representada por cartões no início da linha de produção, e determinada segundo uma lista (backlog) de itens demandados. Quando é necessário iniciar a produção, um cartão é removido da fila, marcado com o primeiro tipo de peça da lista a ser produzida, para a qual matéria-prima ou componentes estão presentes e num contêiner-padrão no início da linha (SRIKANTH, 1994). Quando um contêiner chegar ao final da linha, o cartão é retirado e enviado de volta para o início, onde ele aguarda na fila de cartões para casualmente ser fixado em outro contêiner de peças (SOUZA ET AL., 2002). FLUXO DE MATERIAL ESTÁGIO PRECEDENT E MP M1 ESTÁGIO SUBSEQUE NTE E1 E2 M2 E3 M3 PA M4 6 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. MP = Matéria-prima E1, E2, E3 = espaços para estoque PA = Produto Acabado M1, M2, M3, M4 = Máquinas Figura 2 - Esquema CONWIP Fonte: Adapatação de Rajaraman (2009) Segundo Hyang, Ip, Wang (1997) apud Iucksch (2005) o estoque de produto acabado puxa material do estoque de matéria-prima, o qual empurra material através do sistema produtivo. O CONWIP pode ser então considerado um sistema híbrido entre puxado e empurrado, mesmo com seus criadores preferindo vê-lo como um sistema puxado puro. De acordo com Boonlertvanich (2005) o CONWIP pode também ser visto como um Kanban de estágio simples. O sistema de controle CONWIP pode ser considerado como um sistema de puxar no final da linha, ou um sistema de empurrar a partir do início da linha em direção ao final. A parte de empurrar do sistema pode sofrer com problemas associados a um sistema tradicional de empurrar. Uma linha CONWIP ainda incorpora um efeito de desacoplamento. A estratégia difere do Kanban pois a maioria dos estoques vazios são valiosos. Esse espaço é para desacoplar, “aliviar”, o lado precedente da linha contra falha do subsequente. Se a última máquina na linha falha, o cliente será servido do estoque de produto acabado, enquanto novos materiais serão liberados para as linhas como habitual e procederão para os estoques em frente da máquina com falha. Lá, eles esperarão pelo reparo. Quando a máquina estiver reparada haverá um número suficientemente grande de materiais a serem processados, para em seguida entrarem nos estoques para atender a demanda e reabastecer o estoque de produtos acabados. Uma característica interessante deste sistema é que a produção de uma linha controlada por ele vai construir um estoque de material em frente à máquina mais lenta. Se há material suficiente no sistema, as máquinas anteriores farão o processamento mais rápido que o gargalo, e empurrarão tudo até que se acumule na frente da máquina lenta. As máquinas após o gargalo trabalharão também mais rápidas, esvaziando logo o sistema. Isto significa que o único estoque significante será em frente ao gargalo. Isto garante que o gargalo funcione com plena capacidade, o que é positivo, pois é o gargalo que determina o ritmo do sistema (SPEARMAN et al.,1990). 3.1PARÂMETROS Spearman et al.(1990) estabeleceu os seguintes parâmetros para uma linha de produção que se comporta num sistema CONWIP, a saber: a) a quantidade de cartão para determinar o máximo nível de WIP; b) a cota de produção-alvo para um período; 7 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. c) a máxima quantidade de trabalho pela frente. Se a cota de produção-alvo somada a máxima quantidade de trabalho é produzida durante um período, a linha é parada até o início do próximo período; d) um gatilho de escassez de capacidade que é uma função da produção efetiva até algum tempo. A partir do atendimento a tais parâmetros é possível ajustar de maneira mais consistente o sistema de produção ao método CONWIP evitando, com isso, o não cumprimento ao benefício proposto pelo método. 3.2 CÁLCULO DO NÚMERO DE CARTÕES Segundo Hocheiter (1999) apud Iuchsch (2005) o cálculo do numero de cartões é dado pela lei de Little, que determina o inventário total de um sistema ideal. Esta lei determina que, num sistema ideal, a quantidade de material em processo é conhecida pela produção diária multiplicada pelo tempo de ciclo. Deste modo, o cálculo de cartões CONWIP é dado por: N = (D x T) + S (Equação 2) Onde N é o número de cartões; D a demanda diária, T o tempo total de ciclo (em % do dia) e S o fator de segurança. Framinan et al. (2006) propôs um novo procedimento de controle por cartão para sistemas CONWIP que podem operar tanto em ambientes MTO e MTS. O objetivo deste procedimento é obter uma dada taxa de vazão para ambientes MTO ou um dado nível de serviço para ambientes MTS, os quais podem ser monitorados de duas maneiras: registrando a taxa de vazão/nível de serviço no sistema em dado intervalo de tempo ou através do número de peças retiradas do sistema. Este procedimento foi comparado com os outros existentes após a realização de alguns experimentos em um número de cenários relatados na literatura. Os resultados mostraram que o procedimento sugerido teve um desempenho superior comparado com o procedimento STC em resposta transiente sob ambiente MTO e mesmo desempenho comparado com o procedimento de Tardiff e Maaseidvaag em cenário MTS. Ele também foi comparado com o procedimento de determinação de cartões, utilizando diferentes valores de cartão, nos ambientes MTO e MTS; e experimentos mostraram a sua adequação em ambientes MTO quando não há rigor no cumprimento de datas e desvantagem em ambientes MTS. 3.3 ESTRATÉGIAS PROPOSTAS 3.3.1CONWIP SINCRONIZADO O CONWIP sincronizado é um sistema que foi construído baseado no sistema CONWIP ao tomar diferentes tempos de produção para a sincronização em consideração (TAKAHASHI et al, 2005). De acordo com os resultados obtidos por Takahashi et al. (2005), o sistema CONWIP sincronizado é um valioso sistema de pedido que elimina inventários nas outras estações de trabalho ao aumentar o inventário da última. Este sistema é mais valioso quando é necessário dar maior prioridade aos inventários das várias estações. Seu desempenho pode ser aumentado quando utilizado em cadeias de suprimento que apresentam maiores e mais complexas configurações com uma rota não balanceada causada por diferentes tempos de produção. 8 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 3.3.2 MULTI-CONWIP O multi-CONWIP foi uma configuração proposta no estudo de Yang et al. (2007) baseada no sistema CONWIP simples com mais de um loop. Na figura 3, há uma linha de produção de cinco estágios dividida em dois segmentos – estágios 1-2 e estágios 3-5, e contendo assim dois loops. O primeiro e o segundo loop têm limites superiores de WIP de 10 e 20, respectivamente. O limite superior de WIP regula o nível de WIP para cada loop de CONWIP e libera o mecanismo do sistema de puxar. Figura 3 – Ilustração de multi-CONWIP Fonte: Yang et al. (2007) Na pesquisa realizada por Yang et al. (2007), foi adotado um estudo de caso para ilustrar o desempenho da metodologia proposta. Resultados empíricos mostraram que a estratégia proposta multi-CONWIP obteve desempenho de nível de serviço superior em relação às estratégias de controle CONWIP de loop simples e JIT. A estratégia JIT obteve o melhor desempenho de tempo de ciclo mas obteve o pior desempenho de nível de serviço que é bastante abaixo do nível aceitável. No geral a metodologia proposta foi efetiva e robusta para o problema proposto, todavia, sua eficiência computacional pode proibir a solução de um problema de tamanho maior. 4 DIFERENÇAS ENTRE OS DOIS SISTEMAS Um sistema de controle de produção puxada Kanban usa jogos de cartões para controlar firmemente o estoque em processo entre cada par de postos de trabalho. Um posto de trabalho somente é autorizado para processamento se um Kanban para produção de uma determinada peça está disponível. Portanto o número de Kanbans desse estágio limita o número de peças em cada estágio. A figura 4 ilustra um sistema Kanban em série. Segundo Marek et al. (2001) cada jogo de cartões Kanban entre os postos de trabalho autoriza que material seja puxado do posto de trabalho precedente para processar e entregar no posto de trabalho subsequente. Figura 4 - Kanban Pull System Fonte: Marek et al., (2001) Neste sistema as peças somente podem avançar se existir espaço na próxima máquina. Então a máquina atual permanece ocupada, mesmo que tenha finalizado o processamento da peça atual, até que a próxima máquina conclua a sua operação, liberando espaço; e então puxe estas peças para lá. (ÖZBAYARAK ET AL., 2006). 9 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. Figura 5 - CONWIP Pull System Fonte: Marek et al., (2001) Em contraste, um sistema de puxar CONWIP usa um único jogo global de cartões para controlar o WIP total em qualquer lugar dentro do sistema, mantendo-o assim, constante. Por princípio há a produção de uma nova peça somente quando a peça finalizada deixa o sistema. Esta política é diferente da política Kanban pois certo número de itens finalizados está disponível no estoque intermediário associado com a última máquina e os estoques intermediários restantes estão vazios durante o resto do sistema (SHARMA & AGRAWAL, 2009). Nota-se que em ambos diagramas os pedidos são mantidos em uma fila de prioridade anterior ao posto de trabalho 1 até o pedido e matéria-prima receberem um cartão autorizando a produção e movimentação de material. Uma vez que matéria-prima é autorizada a entrar na “caixa preta” do CONWIP, o material flui livremente como se estivesse em um sistema de empurrar. Dentro da “caixa preta”, o WIP naturalmente acumula-se na frente da estação “gargalo”. Sistemas CONWIP controlam produções de tipos diferentes de peça, que têm diferentes gargalos, com mais facilidade do que sistemas Kanban. Se o gargalo muda com a mudança da produção, pode haver uma oportunidade de reduzir WIP reduzindo o número total de cartões alocados para o fluxo do produto. Reciprocamente, pode ser necessário adicionar cartões para aumentar o WIP e assegurar a taxa de produção desejada (MAREK ET AL., 2008). A figura 5 ilustra um sistema CONWIP. Os autores acima citados afirmam que o sistema CONWIP é fácil para administrar, pois há só um jogo de cartões globais que requer revisão e ajuste. Sistemas de Kanban são mais difíceis para administrar apesar de controlarem o WIP mais firmemente, pois o controle de cartão de WIP é implementado ao nível de posto de trabalho. Se uma mudança no tipo de produção muda o gargalo num sistema Kanban, o número de cartões alocados a cada jogo de cartão pode requerer ajuste para assegurar uma taxa de produção desejada. Com a mesma quantidade de WIP, o sistema de controle CONWIP comparado com o sistema de controle Kanban apresenta maior taxa de vazão, menos tempo de processo parado, mas os processos ficam em média mais tempo no sistema. Sistemas de controle Kanban e CONWIP apresentam a mesma quantidade de fluxo médio por unidade de tempo com a mesma variação no tempo de operação e com a mesma quantidade média de WIP. Mas o sistema de controle Kanban provoca uma menor utilização do espaço de estocagem disponível no presente e do equipamento de estocagem do que o sistema CONWIP (PETTERSEN E SEGERSTEDT, 2009). De acordo com os autores supracitados, indiferente a controle Kanban ou controle CONWIP, o mesmo investimento em WIP representa a mesma taxa de vazão, o mesmo tempo entre processo parado ou fluxo por unidade de tempo e também o mesmo tempo de produção e tempo no sistema; todavia o sistema Kanban precisa de um WIP máximo, por conseguinte, os custos fixos, ou custos ocultos se tornarão maiores; serão necessários mais equipamentos para 10 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. manuseio e estocagem e também mais espaço de estocagem, que têm uma menor utilização do que no sistema CONWIP. Tabela 1- Kanban x CONWIP KANBAN PARÂMETROS CONWIP Complexidade Maior Menor Flexibilidade Menor Maior Mix de produto Não possível Permitido Quantidade de ordens infrequentes Impossível Possível Número específico de peças Sim Não Ênfase Contar com cartões em cada máquina Liberação do trabalho para a linha baseado em prioridade Nível máximo de WIP Desempenho inferior Desempenho superior Nível médio de WIP Desempenho superior Desempenho inferior WIP Não fixado, mas controlado Fixado, por isso é simples Fonte: Adaptação de Rajaraman (2009) 4.1 POR QUE CONTROLAR O WIP? Segundo Marek et al. (2008), fabricantes têm encontrado várias vantagens no controle do WIP. Uma capacidade finita de WIP limita a quantidade de material liberado no sistema, permitindo que pedidos fiquem documentados ao invés de como material físico no chão de fábrica. Sistemas de produção têm um grau de flexibilidade que é perdido quando volumes grandes de WIP estão na forma física. Estabelecer pedidos documentados até que a produção real aconteça facilita a execução da programação e mudanças no projeto. Produtos refugados devido a uma mudança no projeto ou na engenharia pode ser cara, especialmente para uma companhia com grande quantidade de WIP no sistema. Controlando WIP, a quantidade de material que precisa ser refugado ou retrabalhado é reduzida, e perdas financeiras na venda de produtos de má qualidade são diminuídas. Para os mesmos autores, uma segunda vantagem no controle do WIP é uma redução na variabilidade do tempo de ciclo. Referindo-se a Lei de Little (WIP = Tempo de ciclo x Taxa de chegada), se a taxa de chegada é assegurada constante, quando o nível de WIP aumenta, o tempo de ciclo deve também aumentar. Hopp & Spearman (1996, 2000) e Silver et al.(1998) apud Pettersen e Segerstedt (2009) mostram a importância de restringir o WIP. Segundo eles quanto maior o WIP prolonga-se o tempo de produção, por conseguinte, demora a atender o pedido do consumidor final; e quanto menor o WIP, quando existem variações no tempo de produção e quantidades, restringe-se o fluxo por bloqueamento ou “starving” para um menor nível, com isso, também aumenta o tempo de produção. 5 CONCLUSÕES A compreensão dos elementos que constitui um sistema de produção é fundamental para modelar os fluxos dos recursos envolvidos nos processos produtivos e indicar as necessidades inerentes ao sistema. A partir da sua correta formatação, é possível visualizar como poderá ser o fluxo da informação sobre a necessidade de produção, como poderá ser efetuado o controle 11 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. dos processos e o da qualidade do produto, e como serão atingidos menores custos, visando assim garantir maior eficiência e eficácia. O controle da produção pode ser efetivado mediante a adoção de técnicas que atendam aos objetivos de desempenho produtivo sendo portanto balizados por requisitos de flexibilidade e rapidez, o que os tornam sistemas cada vez mais complexos e dinâmicos. Nesse artigo apresentamos e comparamos dois métodos para controlar os sistemas de produção. A escolha entre um dos sistemas dependerá do tipo de sistema de produção a que se quer controlar e como se deseja controlar o nível de estoque em processo, se a nível de postos de trabalho individuais ou a nível de um sistema “caixa preta”. De uma forma geral, considerando as características de cada um dos métodos abordados no presente artigo, o sistema CONWIP é o que foi melhor avaliado, visto que permite maior flexibilidade na mudança da produção e mais facilidade no gerenciamento do processo, possibilita ainda o processamento de produtos diferentes no mesmo percurso, se adequa melhor às empresas que possuem um volume de produção relativamente estável e torna mais fácil a execução da programação, as mudanças no projeto, a redução do desperdício e das perdas financeiras provenientes da venda de produtos de qualidade inferior, ao limitar a quantidade de material liberado no sistema. O Kanban por sua vez, é um sistema restrito a produção repetitiva, onde o material flui em regime permanente num percurso fixo, o que limita a sua utilização nas grandes indústrias de produção em grandes lotes. Além disso ao utilizar este sistema se necessita de mais WIP máximo, para viabilizar o início de uma nova produção, mas que provoca um aumento nos custos, na utilização de equipamentos de manuseio e estocagem, e no espaço para estocagem. Ademais, essa decisão só poderá ser tomada conforme as características específicas do processo produtivo de cada empresa. 6. REFERÊNCIAS BOONLERTVANICH, K. Extended-CONWIP-KANBAN System Control and Performance Analysis. Georgia, 2005. 260 f. Dissertation (Doctor of Philosophy - School of Industrial and System Engineering, Georgia Institute of Technology. FAVARO, C. Integração da cadeia de suprimentos interna e externa através do Kanban. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2003. 115 f. 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