A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM JOÃO CARLOS LUZ COSTA ORIENTADOR: Profº: Palmiro F. da Costa RIO DE JANEIRO MARÇO/2002 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA APRENDIZAGEM JOÃO CARLOS LUZ COSTA Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especilalista em docência Superior RIO DE JANEIRO MARÇO/2002 1.4. Principais fatores de motivação da aprendizagem, na escola....12 Capítulo II – Motivos internos e motivos externos......................................................13 2.1. Os motivos internos e a atribuição de controle...............................14 Capítulo III – Motivação intrínseca e motivação extrínseca........................................16 3.1. O reforço positivo e o reforço negativo...........................................18 Conclusão...................................................................................................................21 Bibliografia...................................................................................................................23 determinadas ações. Também procura definir quais são os aspectos motivadores que podem auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem, ligando esses aspectos aos motivos que levam o aluno a praticar determinadas ações, bem como identificar problemas de motivação de alunos e/ou professores, descrevê-los à luz da literatura contemporânea e propor soluções educacionais. A motivação é uma das mais importantes condições de que depende a aprendizagem, pois inclui todas as condições internas e externas que produzem uma expansão da atividade e dão direção ao comportamento do aluno. Quando está motivado, ele realiza as atividades com prazer, segurança, autonomia e interesse. O papel do professor é importantíssimo nesse processo, pois sem o seu incentivo constante, a aprendizagem se desarticula. Dentro do contexto educacional o conhecimento sobre o assunto “motivação” seria de extrema importância, pois se o professor tiver mais esclarecimento sobre esse tema obterá mais êxito em suas aulas e alcançará objetivos com mais rapidez e eficácia. O problema em questão é: qual a relação entre a motivação do aluno e o nível de aprendizagem que ele alcançará? A aprendizagem só ocorre, necessariamente, se o aluno estiver motivado para tal. É preciso que a motivação esteja adequada a situação de aprendizagem Mas qual seria a melhor maneira de garantir que o aluno esteja motivado para desempenhar uma determinada tarefa? Se o aluno não tiver motivação para realizar suas tarefas ele simplesmente não o fará. Nem todas as formas de motivação tem o mesmo impacto sobre a criatividade. Há um tipo de motivação que é exterior a pessoa e faz com que ela professores que deveriam ser os responsáveis por criar situações motivacionais para garantir a real aprendizagem dos alunos, que a deixam de lado criando situações enfadonhas que não despertam nenhum interesse por parte da criança, pois “sufocar a criatividade é fácil. Difícil é estimulá-la” (Amabile, 1999). diferentes prismas, discorremos sobre ela em suas diferenças e semelhanças tomando por base as teorias behaviorista, cognitiva e humanista. Para que a criança cresça e avance em suas hipóteses, ela precisa de avaliações positivas, sem as quais não há estímulo para que a aprendizagem ocorra. “As pessoas serão mais criativas quando se sentirem motivadas primordialmente pelo interesse, pela satisfação e pelo desafio do trabalho em si, e não por pressões externas” (Amabile, 1999) Uma tarefa onde o aluno se limita apenas e executar ordens não é motivadora, pode ser cômoda, mas nunca estimulante. É preciso que o aluno esteja envolvido pela atividade, sentindo que a tarefa a ser executada tem a ver com seus próprios desejos e objetivos. “Preencher uma ficha, fazendo o que o professor quer que se faça é menos motivador do que escrever algo que desejas escrever e do modo que gostas de fazê-lo. Ler um conto seguindo o ritmo da leitura de outro é menos motivador do que lê-lo como gostas, no teu ritmo.” (Curto, 2000) A atividade a ser desenvolvida deve dar chances para que o aluno tome iniciativas e possa escolher, pois isto estimula uma maior atividade mental por parte do aluno. Segundo Maruny, “a possibilidade de escolher estimula uma maior atividade mental por parte do aluno. E isso também é motivador, além de ser importante para o desenvolvimento das capacidades da criança.” (Curto, 2000) A motivação é um processo dinâmico. Os estados de motivação estão sempre em fluxo constante: aumentam, diminuem, crescem, declinam. A motivação tende a por suas tarefas na escola, é tratá-los como pessoas inteligentes e capazes. A motivação é algo contagioso, tanto quanto o entusiasmo, o prazer, a diversão e o tédio. É preciso que saibamos usá-la de maneira a fazer com que todos os alunos se sintam envolvidos por ela. A motivação não é exclusiva, ela aparece em todas as manifestações da vida humana, condicionando sua intensidade e sua eficiência. A motivação pode ser de natureza biológica, psicológica ou social, correspondendo sempre a necessidades, desejos, idéias ou aspirações, resultantes da interação do indivíduo com seu meio físico ou sócio-cultural. Se não estiver motivado o aluno não encontra estímulo para executar uma determinada ação, já que uma boa motivação pode contribuir para o equilíbrio e a integração da personalidade em formação. A palavra ‘motivo’ vem do latim ‘movere, motum’ e significa: aquilo que se faz mover. Dessa forma, motivar quer dizer, a atividade que move o indivíduo a executar determinada atividade. Quando o aluno se sente motivado ele aprende com mais rapidez e com maior facilidade enquanto que a ausência de motivação pode acarretar ausência de aprendizagem. De acordo com Witter1 “para aprender é preciso estar motivado, para realizar é preciso ter um motivo, para se manter trabalhando é necessário que se mantenha a motivação para o trabalho.” Como vemos, a motivação é um processo amplo e variado, que pode ser abordado através de diversas teorias. Dentre elas, a behaviorista, que estuda o comportamento humano, enfocando, para isso, o conjunto dos atos exteriores pelos quais o homem age às excitações que recebe. Esta corrente define a psicologia 1 In: Leituras de psicologia para professores. 2000, p. 150 que são os acontecimentos gratificantes que resultam do comportamento e são chamados de esquemas de reforço, pois intensificam a freqüência das respostas. Quando, ao contrário, um acontecimento enfraquece as respostas, é chamado de reforço negativo. Skinner acreditava que todo aprendizado ocorrido no decorrer da vida do ser humano segue esses mesmos princípios, já que a aprendizagem é a adoção de novos tipos de comportamento, devido à experiências anteriores. Uma das aplicações do trabalho de Skinner está na área educacional. O sistema de “educação programada” por ele desenvolvido consiste em dividir os assuntos em pequenas etapas que se encadeiam, ampliando progressivamente o conhecimento do tema. Cada etapa repete a noção anterior, introduzindo, em seguida, uma noção nova. A repetição torna o processo bastante eficiente já que as etapas são percorridas individualmente pelo aluno, que é reforçado cada vez que acerta. Todos os indivíduos crescem e se desenvolvem passando por múltiplas experiências reforçadoras ou punitivas. O reforçamento acontece quando a conseqüência de um comportamento agradável ou desejável, motivando a pessoa a comportar-se de forma semelhante em situações futuras. De forma inversa, um comportamento é punido quando sua conseqüência for desagradável e indesejada, diminuindo a probabilidade de que a pessoa volte a apresentar o mesmo comportamento em situações semelhantes. Por isso um estímulo que é reforçador para um aluno pode ser punitivo para outro. Sendo assim, cabe ao professor organizar o ambiente de maneira que desperte a necessidade e o interesse do aluno para alcançar um objetivo comum, sem esquecer o desafio de descobrir e aplicar situações reforçadoras descartando, dessa forma, as situações de aversão. Inclui-se aqui a punição como ferramenta educador para motivar. Nessa linha de pensamento encontramos a teoria cognitivista que reconhece o reforço na superação dos próprios limites, no logro dos próprios objetivos ou mesmo na realização dos próprios planos. Para entendermos melhor a essência dessa teoria que enfatiza a motivação intrínseca para aprender, remontamos à sua base filosófica que encontra uma estreita analogia com o relativismo, que constitui uma reação contra as formas absolutista do pensamento humano e, por conseguinte, não supõe a existência de realidade única, imutável, comandada por regras naturais fixas. O relativismo não afirma ou nega a existência absoluta e conceitua a realidade psicológica como aquilo que “fazemos” do que vem de nós. Hunt afirmou que “o homem é um ser racional, pois este define conscientemente o que irá ou não fazer” (Hunt, apud Klausmeier, 1977 :253, p. 153.) O professor deve criar condições para que o aluno descubra reforço comportamental no próprio aprendizado, dispensando, assim, uma maior dependência desses estímulos do ambiente externo e que, dessa forma, constate que o aprendizado pode ser reforçador. No intuito de encontrar caminhos e traçar estratégias que favoreçam a motivação na aprendizagem, nos parece de relevada importância uma abordagem centrada no seu próprio sujeito, para que isso explique a motivação humana em termos de desejos, carências e anseios. Para tal nos basearemos no pensamento da corrente humanista. Segundo Abrahan Maslow (1908-1970), existe uma hierarquia de motivos e necessidades que explicam os atos dos indivíduos. Inicialmente, por motivos básicos e satisfazendo as necessidades primárias, como alimento. Necessidades estas que são essenciais à preservação da espécie e conhecidas como necessidades fisiológicas. a concluírem determinada tarefa. A necessidade de estima implica no reconhecimento, por parte do próprio sujeito como pelos demais, de seu valor e que incide diretamente no senso de autoestima de um aluno e no resultado de atitudes e realizações escolares. Já a necessidade de auto-atualização pode ser definida como aquela inerente ao sujeito para tornar-se aquilo que é potencialmente. Portanto, a realização profissional depende da satisfação dessa necessidade. Há também a necessidade de conhecimento e compreensão, que se entende como aquela curiosidade de conhecer e entender as coisas. Manifesta-se com diferentes intensidades, isto é, desde simples curiosidade até o desejo de sistematizar, analisar e descobrir relações entre os conhecimentos. Por último temos a necessidade estética, que se manifesta pela atração pelo belo e o repúdio pela feiúra. Analisando todas essas correntes e teorias pelas quais a motivação pode ser abordada e observando o processo de aprendizagem no atual modelo de educação, ponderamos por onde passa a responsabilidade pela motivação e qual o papel do educador nesse processo. 1.1. O conhecimento como fonte de motivação: A motivação para aprender é um fator de grande importância. Quanto mais motivado o aluno, mais disposição terá para aprender, e melhores serão seus resultados. Uma parte importante dessa motivação reside no interesse do aluno naquilo que ele está aprendendo. Muitos especialistas em educação enfatizam a importância do significado e dos conteúdos para o aluno. Quando o aluno aprende algo que tem valor para a sua vida quotidiana, isso adquire maior significado para ele natureza física, mas também psicológica, que desperta uma reação. Entretanto o estímulo é externo à reação, enquanto que o motivo participa da mesma e tem natureza psicológica. O incentivo é o alvo na direção do qual os motivos impelirão o indivíduo a agir, portanto, são os objetos, condições ou atividades do ambiente, para os quais está dirigida a ação motivadora. Herman H. Horne 2 define o interesse como a “atração emotiva exercida por um objeto ideal, ou atual, sobre a individualidade consciente”. Com base nessa definição, podem ser admitidas duas espécies de interesses. O que se liga a um objeto atual, geralmente chamado de interesse imediato, ou subjetivo, e o interesse ligado a um objeto ideal, a que se chama de interesse mediato, objetivo. No primeiro caso, o interesse se relaciona com a própria atividade, em si mesma, e, no segundo, com o objetivo para o qual a atividade se dirige. O interesse é intrínseco ao indivíduo, tal como outros tipos de motivo, enquanto que o estímulo e o incentivo são externos, extrínsecos ao indivíduo. O motivo não é sinônimo de incentivo, pois o incentivo consiste em propiciar situações que despertem, no aprendiz, os motivos para iniciar e manter o processo de aprendizagem, enquanto que o motivo deve estar no interior do indivíduo. Incentivar é despertar o interesse e a atenção dos alunos pelos valores contidos na matéria ensinada, criando nos mesmos o desejo de aprendê-la, o gosto de estudá-la e a satisfação de cumpriras tarefas que a mesma exige. Incentivar a aprendizagem é propor situações para deflagrar no psiquismo dos aluno os motivos que os levarão a prender com empenho, entusiasmo e satisfação. 2 In: CAMPOS, Dinah martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. Petrópolis. RJ: Vozes. 1999. P. 111. Analisando a dinâmica da motivação é possível se distinguir três fases bem caracterizadas: 1. A apreensão ou tomada de consciência do valor que um dado objeto, pessoa, situação ou conhecimento representa no esquema geral da vida do indivíduo, ou na sociedade. Essa conscientização do valor pode ser tanto intuitiva, direta ou espontânea, como reflexiva, elaborada ou mental, dirigida. 2. O relacionamento subjetivo da pessoa com o valor aprendido, já que a mera apreensão do valor não é suficiente para dinamizar o comportamento. O indivíduo seleciona, dos valores apreendidos, aqueles que maior afinidade ou conveniência apresentam com as necessidades, desejos ou aspirações sentidas pelo seu ego subjetivo e que parecem estar ao alcance das suas possibilidades. 3. Deflagração e polarização do esforço pessoal na consecução do valor, uma vez que, estabelecido o relacionamento pessoa-valor, produz-se no indivíduo uma forte tensão energética que o impele à atividade e ao esforço, até conseguir alcançar o alvo desejado. A motivação pode ter função energética, com o espírito concentrado e a atenção polarizada no valor a ser alcançado; função direcional, quando o indivíduo imprime uma direção definida a todos os seus atos e trabalho, até atingir a meta desejada; função seletiva, que leva o indivíduo a concentrar a atenção no campo específico de interesse criado pelo valor, afastando distrações e devaneios; função de equilíbrio e integração da personalidade, já que a assimilação de novos valores possibilitará uma melhor integração da personalidade e o adequado ajustamento às exigências sócio-culturais. aprendizagem. 3. Material didático – Mapas, álbuns ilustrados, objetos, demonstrações, vídeos, quadros e murais bem utilizados, etc, são de alto valor motivador. 4. Método ou modalidades práticas de trabalho empregados pelo professor – jogos, dramatizações, planejamento e execução de projetos, exposições, excursões, grupos de trabalho, competições, experiências de laboratório, etc. também constituem importantes fatores de motivação para os alunos. Na escola, o professor apela muito para motivos de natureza biológica, baseando seu trabalho, predominantemente, nos motivos intelectuais, afetivos e sociais. As pesquisas realizadas ao longo dos anos sobre a reação do aluno ao ensino concluíram que existem motivos mais eficazes que outros para a motivação da aprendizagem. São eles: a necessidade de atividade, a intenção deliberada de aprender, o envolvimento do eu, o desafio do emprego freqüente de testes, ou outros processos de verificação da aprendizagem, os conhecimentos do resultado do trabalho, o fracasso e a censura em oposição ao sucesso e o elogio, a necessidade de um padrão a ser alcançado, o interesse existente na atividade já iniciada, a necessidade de realização, a manipulação, curiosidade e o jogo e, por fim, a necessidade de segurança ou aceitação social. por necessidades físicas do organismo, como a fome ou o sentido de dependência. Os motivos que levam um ser humanos a agir não tem a mesma força. Uns são mais básicos e urgentes que outros e foram classificados de acordo com uma hierarquia.. Na base, estão as necessidades fisiológicas e de segurança, que têm a ver com a sobrevivência. Depois vêm as necessidades de relacionamento e de inclusão (família, grupo, clube, organização) e valorização (ser respeitado0. Finalmente, há necessidades orientadas para o crescimento, como o desejo de autorealização, de ser uma pessoa capaz e plenamente desenvolvida. O professor Antônio Carlos Gomes da costa (2000), propôs níveis mais “elevados” de motivos que levariam as pessoas a agir, os quais são os seguintes: identidade, auto-estima, autoconhecimento, autoconfiança, visão de futuro, querer ser alguém, projeto de vida, sentido da vida, autodeterminação, resiliência, autorealização e busca da plenitude humana. No entanto, nem sempre o ser humano tem consciência da origem da motivação, muito menos os alunos, que apenas começam a se desenvolver como crianças, jovens ou jovens adultos. Para ser eficaz, a motivação externa deve estar em consonância com a motivação interna, já que muitos incentivos não são eficazes porque não se referem a interesses pessoais (internos) dos alunos. Apesar dessas limitações, é freqüente observar que muitos alunos começam a desenvolver interesse num determinado assunto depois de terem recebido reforços do professor pelo sucesso numa certa tarefa, apesar de, anteriormente, não terem demonstrado nenhum interesse especial pelo assunto. Em princípio, os indivíduos que se sentem competentes esforçam-se para serem agentes causais, para originar, iniciar ou controlar sua própria conduta. Isso também significa dizer que, quanto mais a pessoa se sente autoconfiante e autodeterminada, mais ela resiste a controles externos. A experiência vivida por uma pessoa que faz algo com senso de dever e prazer, ou voluntariamente, caracterizase pela autodeterminação e pela motivação interna, ao fato que, se ela não é voluntária, a motivação é externa. A motivação interna manifesta-se sempre que a curiosidade e o interesse energizam e dirigem a aprendizagem do aluno. A motivação externa baseia-se em uma pequena série de necessidades psicológicas, como a auto-eficácia, a curiosidade e a auto-determinação. As condutas internamente motivadas, longe de serem triviais, estimulam o aluno a buscar novidades, enfrentar desafios e, dessa forma, satisfazer suas necessidades psicológicas. Quando o professor ajuda o aluno a querer superar os desafios e objetivos estabelecidos pelas escolas e professores, automaticamente está ajudando o aluno a tornar-se mais capaz e adaptar-se a esses desafios. De acordo com Oliveira (2001), as quatro variáveis que mais influem na motivação para estudar são: 1) o estímulo dado pelo professor; 2) o mínimo possível de controle dos detalhes pelo professor – ou seja, este deve atuar mais como estruturador, guia e facilitador do que como controlador; 3) o espírito de equipe dentro da sala de aula; 4) a percepção, pelo aluno, da utilidade do que se aprende. Dessa forma, a motivação é incentivada por um clima positivo em sala de aula, que enfatiza o coleguismo e a utilidade das disciplinas, mas não o controle do professor. aprendizagem, matéria ou atividade, não mantendo dependência de fatores externos para sua atuação, sempre presente e eficiente. De outra forma manifesta-se a motivação extrínseca, que diz respeito àquela externa à própria atividade da aprendizagem, ou seja, depende de fatores externos à matéria a ser aprendida. A motivação intrínseca é, então, caracterizada pelo ato intencional do sujeito com o propósito de interar-se sobre determinado assunto. As atividades intrinsecamente motivadoras são aquelas que adquirem formas novas e imprevisíveis, que atraem a atenção e a curiosidade e que apresentam desafios adequados e dão feedback. A motivação intrínseca tem a ver com a auto-eficácia (ser competente) e fornece informação útil para que o aluno saiba se está progredindo. É de grande auxílio na aprendizagem o estudo dos movimentos intrínsecos no que diz respeito à intencionalidade do sujeito para aprender. Os chamados motivos para realização poderiam ser definidos como o processo de busca de aperfeiçoamento ou manutenção da própria capacidade, envolvendo nisso a possibilidade concreta de medir a qualidade de seu desempenho e assumindo como resultado dessa execução o sucesso ou o fracasso. Na motivação para realização constata-se a necessidade do envolvimento do “eu”, o que significa que o estudante percebe e aceita um determinado desafio, do qual advém – independente de resultados positivos ou negativos de suas tarefas – a expectativa do sucesso e medo do fracasso. Nesta dualidade, o sujeito que tende pela expectativa do sucesso atua na anseio de que o resultado seja bem sucedido no alcance do objetivo de determinada ação, portanto, não se atemorizam pelo possível fracasso e conseqüentemente não se frustram facilmente perante insucessos, já que para eles, estes estão vinculados a fatores mutáveis e não à falta de capacidade. interesses e na atribuição de controle. Mas a motivação extrínseca sempre será mais fraca que a motivação baseada em interesses ou em reforços intrínsecos. Portanto, o desejo de motivar o comportamento de alunos mediante reforços como os descritos acima requer muito tempo e estratégias concretas para combiná-los com o uso de mediação cognitiva, ou seja, com o ensino de idéias ou estratégias internas que os alunos podem aprender a usar como guia e apoio para desenvolver o auto-controle. A motivação extrínseca funciona por meio de estímulos, eventos, processos ou fatores externos. Em situações escolares, usar bem o reforço significa utilizar prêmios, privilégios ou recompensas para estimular atividades de aprendizagem. Uma forma simples, mas eficaz, consiste em dar atenção individualizada aos alunos, mostrando interesse em seu desempenho, parabenizando-os pelo sucesso, estimulando-os a persistir em seus esforços, dando-lhes recompensas quando terminam suas tarefas com êxito. A atenção e o carinho constituem armas poderosas de reforço que estão ao alcance de todo professor. É importante destacar que a manifestação concreta dessas duas tendências está estreitamente ligada à relevância da tarefa requerida pelo educador, pois ela poderá ou não constituir um teste das reais possibilidades do aluno. Cabe ao educador, portanto, encorajar o estudante a distinguir entre as atividades que requerem o máximo esforço daquelas que precisam somente de interesse casual. Não devemos esquecer que as expectativas de sucesso e o medo do fracasso obrigam todo um histórico de experiências vividas – que incluem acertos e erros – formadoras da auto estima, que por sua vez, atuam no processo motivador dos indivíduos. Há vários fatores que limitam a eficácia da motivação extrínseca: são uma forma de motivação menos sólida do que os fatores internos. 3.1. O reforço positivo e o reforço negativo: A idéia da recompensa está sempre associada aio seu oposto, ou seja, idéia de castigo. Em termos práticos, a recompensa deve servir para aumentar a motivação e o castigo, ao contrário, para reduzir os comportamentos indesejáveis. Na escola costumamos reforçar os comportamentos que consideramos positivos e punimos os negativos. O reforço positivo é uma conseqüência positiva (prêmio) dada a uma pessoa por um comportamento positivo. Esse reforço deve aumentar a probabilidade do indivíduo repetir o mesmo comportamento no futuro. Ao contrário, quando o aluno faz algo não desejado e recebe um reforço negativo, isso será um castigo e tenderá a reduzir a probabilidade de o aluno repetir essa conduta. Entretanto, essa regra nem sempre funciona, pois as reações doa alunos variam em função de suas relações com seus pais e de suas experiências anteriores. E presentes, como com a escola e com os professores. É necessário que o professor tenha sensibilidade para identificar os estímulos que, efetivamente, funcionam para cada tipo de aluno. Uma vez identificado, o princípio geral se aplica, já que isso faz parte da natureza humana e da forma de reagir das pessoas. Se um reforço positivo é retirado, isso também constitui um castigo e, como conseqüência reduz a probabilidade de a pessoa repetir o comportamento que levou à cassação desse reforço. Finalmente, quando se retira um reforço negativo, isso aumenta a probabilidade da conduta que levou a isso se repetir. Oliveira (2001) afirma que, família, especialmente pais e familiares mais próximos que convivem com o indivíduo no ambiente quotidiano. Toda criança precisa aprender muita coisa ao longo da vida e, inicialmente, muitas dessas coisas não lhe oferecem qualquer tipo de interesse. Recompensas, reforços e estímulos são úteis para começar e para encaminhar os interesses e formar hábitos nas crianças. Também servem para ajudá-las a examinar mais de perto a natureza dos fatos e, com o tempo, aprender a apreciá-los pelo que são, e não mais para ganhar reforços. Os professores devem ter como objetivo estimular ao máximo os alunos e se satisfazer em poder fazer algo por eles, de sentir sua auto-eficácia, de poder cumprir seus desejos, de poder ajudar os outros, de usufruir do que há de valiosos na vida e, sobretudo, de internalizar essas motivações. Trata-se de assegurar o sucesso, porque este é o motivador mais importante. A motivação que decorre de um genuíno interesse em aprender é muito mais duradoura e valiosa do que a que provém do interesse de apenas ganhar uma recompensa. Além disso, um excesso de motivação extrínseca, particularmente por meio de reforços materiais, tende a desenvolver na pessoa uma demasiada atribuição externa de controle, uma vez que o reforço vem de fora. A pessoa que trabalha com o objetivo de receber recompensas tende a desenvolver pouco controle interno. Existe, no entanto, uma grande controvérsia a respeito do uso do reforço externo. Sua grande desvantagem é que reforços externos também tendem a reforçar o controle externo, e não apenas a realização de determinadas tarefas. O efeito é duplo e o empenho do aluno numa tarefa dependerá do reforço extrínseco se a tarefa se a tarefa for percebida como um meio para alcançar uma meta extrínseca. Mas, se o reforço for visto como informação sobre a capacidade (que é interna) do aluno para realizar a tarefa em questão, o reforço poderá contribuir para Para sentir-se motivado o professor tem que ter coragem para inovar, arriscar novas posturas e implantar novos métodos. A busca da motivação é uma constante e, para tal, o professor não pode cometer os erros que cometera anteriormente. Finalmente, conhecedor dos motivos produtores da variação de intensidade do desejo de aprender e considerando a individualidade e o ritmo próprio de cada indivíduo, cabe ao professor a tarefa de estabelecer as estratégias de reforço adequadas a utilizar na motivação de seus alunos no processo de aprendizagem. O professor deve conseguir superar o desânimo dos baixos salários, a precária formação, o tempo escasso para sua própria atualização, classes lotadas com alunos diversos e outros fatores que são o reflexo da atual política educacional brasileira, para que possa despertar a atenção e melhorar o nível de interesse dos alunos. Para isso, deve apontar os aspectos mais significativos da matéria, e incentivar os alunos a aprofundarem os conhecimentos em determinados tópicos do conteúdo. Além de estimular o desejo de conseguir os resultados mediante uma variedade de tarefas que oportunizem o aluno a mostrar suas diferentes habilidades. Também e preciso cultivar nos alunos o gosto pelas atividades inerentes à escola e ensinar com vontade para que o educando perceba o interesse e o gosto pelo que o seu professor está fazendo. Ao aluno cabe o papel de ver a educação com algo com possibilidades múltiplas. Para isso, é preciso que ele seja questionador, tenha perseverança nos estudos e trabalhos escolares, além de desenvolver a auto-disciplina. É preciso também que cumpra com as tarefas exigidas e que esteja ciente de que a educação deve ter aplicação prática da vida cotidiana e não somente serve para ser demonstrada e utilizada no universo escolar. leva ao sucesso e à crença no futuro sucesso e, conseqüentemente, à motivação para esforçar-se mais e aprender melhor. É importante lembrar que objetivos claros e bem definidos ajudam o aluno a aumentar a sensação de controle interno e auto-eficácia e, conseqüentemente, contribuem para aumentar a motivação dos alunos. A motivação interage com o conhecimento prévio quando algo, já aprendido anteriormente, serve de elemento de ligação para a nova aprendizagem, aumentando, dessa forma, o grau de significação do novo conhecimento. Quanto mais o aluno já sabe um assunto, mais o próprio conteúdo e o desejo de aprender atuam como fatores de motivação intrínseca. Compete ao professor assegurar que o aluno faça as conexões entre o novo e o que já foi aprendido. COSTA, Antônio Carlos Gomes. Práticas educativas. Bahia: FLEM, 2000. CURTO, Lluís Maruny. Escrever e ler: como as crianças aprendem e como o professor pode ensiná-las a escrever e a ler; trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da aprendizagem. São Paulo: Ática. 2000. 4ª edição. FITA, Enrique Caturla, TAPIA, Jesus Alonso Tapia. Motivação em Sala de Aula: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola LOYOLA / SP. 2000. GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. São Paulo: Ática. 2001. HUNTER, Madeline. Teoria da Motivação para Professores Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes. 2000. KLAUSMEIER, H. Manual da psicologia educacional – aprendizagem e capacidades humanas. 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