Informação à Imprensa
Março, 2008
Destaque
O mestre do disfarce
No seu cartão de visita, pode ler-se: “Camouflage Cross Carline”: o “Sr. M” é responsável
pela camuflagem dos protótipos da Opel há 20 anos.
Não quer revelar-nos o seu verdadeiro nome?
Prefiro não fazê-lo. A protecção eficaz dos protótipos tem também a ver com o
comportamento do pessoal envolvido. E isso começa por eu preferir agir com discrição.
Devo ser o primeiro a dar o exemplo.
Nesse caso, é uma espécie de agente misterioso?
Não na minha vida privada. Mas, no meu trabalho, procuro fazer os possíveis por manter o
desconhecimento da concorrência em relação aos nossos planos.
Não seria mais fácil testar apenas os protótipos em recintos de testes vedados ao
público e bem vigiados?
Na minha opinião, sim. Mas, infelizmente, a realidade não o permite. Num determinado
momento do processo de desenvolvimento os automóveis têm mesmo de sair para a
estrada, pois é nela que os nossos clientes irão conduzi-los. E também não é exequível
restringir os testes ao período nocturno. Poderíamos perder até dois terços do tempo de
desenvolvimento, consoante a estação do ano.
É na fase inicial do processo de desenvolvimento que o secretismo atinge o seu
ponto máximo?
De um modo geral, sim. Mas, na verdade, é muito fácil que tal aconteça no início, visto
que os componentes das novas tecnologias são primeiro testados num modelo
antecessor. E estes veículos não deixam perceber grande coisa. O verdadeiro teste ocorre
quando os primeiros protótipos com a nova carroçaria ficam prontos.
Como é que decide sobre a melhor forma de camuflar estes veículos?
GM Portugal – Comunicação
Comunicação e Assuntos Institucionais
http://media.opel.pt
General Motors Corporation
Começo por me reunir com o técnico de design responsável pelo novo modelo, que me
informa sobre os elementos de estilo característicos desse novo automóvel. Em seguida,
sugiro aquela que considero ser a melhor forma de camuflar esses elementos.
O que significa colar-lhes um grande número de peças plásticas para tornar o
modelo o mais feio possível?
As coisas não são assim tão simples. Isto porque, apesar de querermos tornar os veículos
totalmente irreconhecíveis, os engenheiros de testes também têm de continuar a trabalhar
neles. Além disso, os veículos de testes têm de ser aprovados pela TÜV (a Agência de
Inspecções Técnicas da Alemanha).
Pela TÜV?
Exactamente. Qualquer automóvel que circule nas estradas alemãs necessita de ter a
aprovação oficial da TÜV. Isto significa, por exemplo, que a iluminação tem de cumprir a
legislação e que o veículo não pode ter componentes pontiagudos. E todas as peças
especiais utilizadas na camuflagem têm de ser correcta e seguramente fixadas ao
protótipo.
De que forma é que os requisitos dos engenheiros afectam o seu trabalho?
Deixe-me dar-lhe alguns exemplos. Os engenheiros responsáveis pela motorização
insistem que a trajectória do ar de arrefecimento tem de ser exactamente a mesma do
futuro veículo de produção em série. Os técnicos da carroçaria precisam de poder abrir
todas as portas e o capô. Por sua vez, os técnicos da acústica e os especialistas em
iluminação e visibilidade preferiam não ter de lidar com qualquer tipo de camuflagem.
Essas exigências não lhe deixam muita margem de manobra…
É um autêntico desafio. De certa maneira, reconstruímos peças da carroçaria. As peças
plásticas que utilizamos para disfarçar os contornos da carroçaria e enganar os paparazzi
dos protótipos são feitas com ferramentas especiais. Seguem-se os padrões que
colocamos nos veículos para tornar as carroçarias o menos reconhecíveis possível.
Quais são os automóveis mais difíceis de camuflar?
Sem dúvida alguma, as carrinhas e os SUVs. As suas carroçarias limitam enormemente
as possibilidades de disfarce. Em contrapartida, um modelo notchback, por exemplo,
permite a instalação de um bem colocado estabilizador aerodinâmico traseiro, de modo a
transmitir uma impressão totalmente falsa do verdadeiro visual do veículo.
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Março, 2008