A Produção de Carne e de Queijo da Cabra Serpentina José Luis Verdasca Fernandes Direcção Regional de Agricultura do Alentejo 7000 Évora RESUMO A comercialização do leite atinge valores bastante variáveis de região para região, estando o preço relacionado fundamentalmente com a raça, atingindo valores mais elevados o leite da raça Serpentina e valores mais baixos o leite das raças exóticas. Para além da raça tem influência no preço do leite a distância de recolha, a existência de sistemas de refrigeração na produção de modo a permitir a recolha de leite não diária, e ainda o tipo de entidade transformadora, na medida em que os fabricantes de queijo por processos artesanais valorizam geralmente melhor o leite que os industriais. Os caprinicultores que tenham condições para produzir o queijo do tipo tradicional, conseguem de modo geral valorizar bastante bem o leite, desde que produzam um queijo de qualidade e que mereça confiança dos consumidores nos aspectos higiénicos e sanitários. O queijo regional resultante de tecnologia artesanal, com dependência do processo de cura natural, está limitado ao tempo menos quente e seco pelo que habitualmente é fabricado de Outubro a Junho, época a partir da qual o processo de cura só é viável com recurso a câmaras de cura de ambiente condicionado, onde a temperatura, humidade e ventilação são tecnicamente controláveis. A comercialização dos cabritos faz-se habitualmente em carcaças ligeiras de pouco peso, sendo a apetência do mercado mais marcada para carcaças de 4 - 5 Kg, as quais atingem os valores mais elevados na época do Natal. As épocas de melhor comercialização de carne, constituídas pelo Natal e Páscoa, e de queijo fresco, de Novembro a Maio, impõem uma época de partos no Outono (Setembro/Outubro) o que é perfeitamente possível de concretizar com a raça Serpentina e seus eventuais cruzamentos e muito difícil, mesmo com indução de cios por processos hormonais, nas raças exóticas.