Choque e Sepsis VERSÃO ORIGINAL: Alan L Davis*, M.D., M.P.H,FAAP.FCCM Director, Division of Pediatric Critical Care Goryeb Children’s Hospital Atlantic Health System *With special thanks to Lou DeNicola,M.D. for allowing inclusion of a number of his slides from his excellent lecture on Shock. VERSÃO PORTUGUESA: Teresa Caldeira, MD. José Carvalho, MD. Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos Hospital de S. João – Porto Portugal Figura 1. Eventos bioquímicos iniciais na Sepsis (Wheeler and Bernard N Engl J Med 1999;340(3):207-214) Epidemiologia da Sepsis Tabela I. Incidência anual, Mortalidade e Estimativas Nacionais de Sepsis grave por Idades Idade Incidência (por 1 000 população) Estimativa Nacional de Casos Mortalidade (%) Estimativa Nacional de Mortes Menos de 1 ano* 0 – 28§ dias § § 29 – 364 § dias 1 – 4 anos* 5 – 9 anos* 10 – 14 anos* 15 – 19 anos* Todas as crianças * As estimativas nacionais são obtidas de um coorte de 7 estados e as estimativas da população por idade e sexo, do National Center for Health Statistics e o Census dos Estados Unidos. § Os resultados para estas idades são baseados em dados de 5 estados (MA, MD, NJ, NY e VA), nos quais os recémnascidos puderam ser identificados (n= 6,349 ou 66% 6 da coorte de 7 estados). Figura 2. A) Mecanismos seleccionados responsáveis por lesão da micro-circulação na Sepsis grave. B) Mecanismos responsáveis pelo benefício da Proteína C recombinante activada (rAPC). NEJM Volume 344:759-76t2. Incidência da Sepsis Figura 3. Incidência de sepsis grave por idade e sexo. A incidência foi mais elevada nos doentes mais jovens e diminuiu até à adolescência (15 – 19 anos). Um total de 48% de todos os doentes tinham menos de 1 ano de idade, e 27% foram admitidos ao nascimento. A incidência foi significativamente maior em rapazes do que em raparigas entre as crianças de 1 – 4 anos e 5 – 9 anos; os intervalos de confiança para 95% são mostrados por barras de erro. Agentes Etiológicos Tabela II. Ocorrência e Mortalidade de agentes patogénicos seleccionados, em crianças com Sepsis grave, por idade. Grupo etário Organismo Menos de 1 ano (n=4 643) 1 – 10 anos (n=2 274) Casos (%) Casos (%) Mortalidade (%) Mortalidade (%) 11 – 19 anos (n=2 308) Casos (%) Mortalidade (%) Definição de Choque Uma situação em que a perfusão tecidular é incapaz de responder às necessidades. O choque não é definido pela pressão arterial. Divisão Clássica do Choque Hipovolémico – diminuição do volume circulante. Cardiogénico – falência de “bomba”. Distributivo – volume insuficiente para o espaço disponível. Fases do Choque Compensado – Descompensado – Função de órgãos vitais mantida. Pressão arterial permanece normal. Perfusão micro-vascular torna-se marginal. Deterioração da função orgânica e celular. Surge hipotensão. Irreversível O Circuito “Tubos” distensíveis = artérias & veias capacidade (volume total do circuito) resistência (contribui para a pressão arterial e o trabalho da “bomba”) bomba = coração contractilidade volume Fornecimento e Necessidades Necessidades: oxigénio e substratos necessários para assegurar o metabolismo aeróbio. Fornecimento: entrega de oxigénio (relacionado com o fluxo e conteúdo de oxigénio) e de substratos (p.e. glucose) Choque = Necessidades > Fornecimento Factores que afectam a distribuição de Oxigénio FACTORS AFFECTING OXYGEN DELIVERY Figure 1. Hgb CaO2 Oxigenação Influenced por By Influenciado Oxygenation A-a gradient Gradiente A-a DPG DFG Acid-Base Balance Equilíbrio ácido-base Blockers Bloqueadores Competitors Competidores Temperature Temperatura DO2 FC HR Influenced By Influenciado por Fármacos Drugs Sistema de Condução Conduction System PVC DC CO VDE EDV VS SV CVP VolumeVolume Venoso Venous Tónus Venoso Venous Tone Compliance Ventricular Ventricular Compliance Influenced Influenciado By por ESV VSE Figura 1 Contractility Contractilidade Influenced By Influenciado por Pós-carga Afterload Temperatura Temperature Fármacos Drugs Meio Metabólico Metabolic Milieu Iões Ions Acido Base Acid Base Temperatura Temperature Drugs Fármacos Toxins Toxinas Bloqueadores Blockers Competidores Competitors Tónus autonómico Autonomic Tone Mecanismos Compensatórios Barorreceptores – Localizados no arco aórtico e seio carotídeo, são estimulados pela TA média elevada e assim excitam centros cardio-inibitórios provocando vasodilatação, diminuição da TA, FC e DC. A hipotensão irá terminar a estimulação, originando vasoconstrição e aumento da FC, TA e DC. Quimiorreceptores – Activados pela acidose celular, resultam em vasoconstrição e estimulação respiratória. Mecanismos Compensatórios (cont.) Sistema Renina-angiotensina A diminuição da perfusão renal leva a secreção de Renina. Esta é convertida em Angiotensina II levando à vasoconstrição e libertação de Aldosterona. A Aldosterona leva a reabsorção de sódio e água. Respostas Humorais Libertação de catecolaminas originando o aumento da contractilidade e vasoconstrição. Auto-transfusão Reabsorção de liquido intersticial. Resposta Hemodinâmica à Hemorragia Resistência Vascular % de Controlo 100 Pressão Arterial Débito Cardíaco 25% 50% % Perdas Plasmáticas Apresentação Clínica O diagnóstico precoce requer um elevado grau de suspeita. O diagnóstico é feito através do exame físico, com especial atenção à perfusão periférica. Hipotensão é um sinal tardio e préterminal. Avaliação Inicial: Exame Físico Neurológico: Nível de consciência flutuante, fontanela deprimida. Pele e extremidades: frias, pálidas, marmoreadas, cianosadas, aumento do tempo de preenchimento capilar, pulsos fracos, hipotonia. Cárdio-pulmonar: Hiperpneia, taquicardia. Renal: Diurese baixa, urina concentrada. Tipos de Choque Hipovolémico Hemorragia Perdas de Soro/Plasma Fármacos Distributivo Anafilático Neurogénico Séptico Cardiogénico Obstructivo Miocárdico Disritmia Cardiopatia canal dependente Pneumotórax, Tamponamento cardíaco, Dissecção da aorta Dissociativo Calor, monóxido de carbono, intoxicação por cianeto. Endócrino Diagnóstico Diferencial do Choque A classificação etiológica pode ser difícil. O tratamento imediato é fundamental. A hipovolémia, absoluta ou relativa, está habitualmente presente. O tamanho da silhueta cardíaca na radiografia de tórax pode ser usado como estimativa da necessidade de reposição de volume. Choque Hipovolémico História compatível com perda de volume diarreia hemorragia vómitos perda de peso Choque Cardiogénico História frequentemente mais insidiosa Sem perdas de volume significativas Tosse Atraso do crescimento ou dificuldades na alimentação Fadiga Febre baixa História ocasionalmente mais directa Traumatismo torácico fechado Choque Distributivo História de Febre elevada, arrepios (sepsis) Cirurgia abdominal major (3º espaço) Lesão cranio-encefálica ou medular (perda de tónus vascular) Outras agressões sistémicas significativas (pancreatite, toxinas, etc) Fases do Choque Compensado Mantém-se o equilíbrio entre o fornecimento e as necessidades dos órgãos vitais, através de mecanismos protectores fisiológicos. Descompensado Os mecanismos protectores são inadequados, pelo que a necessidade excede o fornecimento aos órgãos vitais. Reconhecimento Choque descompensado Frio, aspecto marmoreado, oligo-anúria, refractário. Inicio de lesão secundária de órgãos. Choque Compensado Reconhecimento mais importante embora mais difícil. Reconhecimento e tratamento pode prevenir a lesão orgânica secundária. Sinais Precoces História da doença A história natural da doença pode permitir a antecipação de potencial choque. Sinais Precoces Diminuição da perfusão periférica Mãos e pés frios com braços e pernas quentes Aumento do tempo de preenchimento capilar Diminuição dos pulsos periféricos Pele fria com hipertermia central Sinais Precoces Mecanismos Compensatórios Aumento da frequência cardíaca Aumento da frequência respiratória ou alteração do padrão respiratório Concentração da urina Sepsis Resposta sistémica à infecção Temp.>38ºC ou < 36ºC FC>90 bpm Relacionado com idade: 1m >180 12m >170 5A >150 10A >130 FR>20 ciclos/min ou PaCO2 <32 Leucócitos >12,000 ou <4000, ou >10% de formas imaturas Sepsis Grave Sepsis associada a disfunção de órgão, hipoperfusão ou hipotensão. Hipoperfusão pode incluir acidose láctica, oligúria ou alteração do estado de consciência. Choque Séptico Sepsis com hipotensão, apesar de reanimação volémica adequada, e anomalias da perfusão incluindo acidose láctica, oligúria ou alteração do estado de consciência. Doentes medicados com vasopressores ou agentes inotrópicos podem não estar hipotensos na altura das avaliações. Etiologia Predominantemente Bactérias: normalmente Gram (-). As bactérias Gram (+) e os vírus também podem produzir o síndrome. Ocorre mais frequentemente em indivíduos imunocomprometidos (imunodeprimidos, RN e lactentes) mas pode afectar qualquer um (p.e. meningococemia) Patogénese 1 As alterações sistémicas mais importantes ocorrem não como resultado directo das bactérias mas como resultado da resposta do hospedeiro à infecção. Endotoxina provoca lesão endotelial directa activa mediadores inflamatórios Patogénese 2 Vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular + activação de PMN Produz metabolitos do acido araquidónico, proteases, radicais livres de oxigénio. Estes produtos podem causar lesão celular directa. Diminuição da utilização do oxigénio pela célula Fisiopatologia 1 Fase precoce Choque “quente” ou Hiperdinâmico O maior problema é a diminuição do metabolismo celular de oxigénio, levando a disfunção celular e metabolismo anaeróbico. A vasodilatação produz RVS baixas, baixa TA diastólica, preenchimento capilar imediato, venodilatação com diminuição da pré-carga e taquicardia compensadora. Fisiopatologia 2 O metabolismo anaeróbico leva a acidose metabólica com alcalose respiratória compensadora e taquipneia. Frequentemente ocorrem alterações discretas do estado de consciência (alteração da função do órgão por diminuição da oxigenação?). Fase tardia Choque “frio” ou Hipodinâmico Disfunção cardíaca /choque cardiogénico factor depressor do miocárdio Vasoconstrição e perfusão tecidular gravemente diminuídas. Diminuição grave da distribuição e utilização do oxigénio com acidose metabólica marcada. Tratamento Objectivo principal: optimizar a distribuição de oxigénio aos tecidos na sepsis a VO2 parece ser linearmente relacionada com DO2. Nas fases iniciais com vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, é essencial a administração vigorosa de líquidos. É comum administrar 50-80 mL/kg nas primeiras 2-3 horas. Abordagem - Expansão de Volume Optimizar a pré-carga SF ou Lactato de Ringer Excepto na insuficiência miocárdica, usar 10-20 mL/kg cada 2-10 minutos. Aos 40-60 mL/kg reavaliar e considerar: perdas em curso, isquemia intestinal e supra-renal, choque obstrutivo. Fazer radiografia de tórax. Considerar colóide. Fluidoterapia adicional deve ser guiada por resposta clínica, dados laboratoriais, possivelmente PVC e radiografia de tórax. Fluidos no Choque Séptico Precoce Carcillo,,Davis,and Zaritsky,, JAMA, 1991 Revisão Retrospectiva de 34 doentes pediátricos com choque séptico com culturas (+), entre 19821989. Hipovolémia determinada pela pressão de encravamento capilar pulmonar e hipotensão. No total os doentes receberam 33 mL/kg na 1ª hora e 95 mL/kg nas primeiras 6 horas. Três grupos: – 1: receberam até 20 cc/kg na 1ª hora – 2: receberam 20-40 cc/kg na 1ª hora – 3: receberam mais de 40 cc/kg na 1ª hora Sem diferença no SDRA entre os 3 grupos. Fluidos no Choque Séptico Precoce Carcillo,,Davis,and Zaritsky,, JAMA, 1991 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Hipovolémico às 6 horas - Óbitos Não-hipovolémico às 6 horas - Óbitos Total Óbitos (n = 14) 6 (n = 11) 2 (n = 9) 0 6 8 2 9 0 9 2 8 5 7 1 1 Abordagem – Inotrópicos 1 A ausência de história de perda de líquidos, a presença de doença cardíaca prévia, hepatomegalia, crepitações, cardiomegalia e a incapacidade de melhorar a perfusão apesar de uma oxigenação, ventilação, expansão volémica e frequência cardíaca adequadas sugere um componente cardiogénico ou distributivo. Antes da introdução de inotrópicos, devem ser estabelecidos os objectivos da terapêutica e os critérios para monitorizar o resultado final. Abordagem - Inotrópicos 2 Adrenalina 0,05-1,5 g/kg/min aumenta FC, RVS, contractilidade. Objectivos: TA adequada; taquicardia aceitável. Dopamina Noradrenalina 0,05-1,0 g/kg/min Aumenta RVS Objectivo: TA adequada 2-20 g/kg/min Doses baixas, aumentam o fluxo circulatório renal e esplâncnico, e a contractilidade. Doses maiores aumentam a FC e as RVS. Objectivos: Melhoria da perfusão, TA, diurese. Abordagem - Inotrópicos 3 Dobutamina 1-20 g/kg/min aumenta contractilidade, pode reduzir RVS, RVP. Objectivos: Melhoria da perfusão, pode diminuir a TA. Prostaglandina E-1 0,05-0,1 g/kg/min Mantém a patência do canal arterial. Atitudes I A administração de líquidos é monitorizada pela frequência cardíaca, perfusão periférica, débito urinário (DU) e, por último, pela TA. Continuar com bólus de líquidos até serem restauradas a perfusão e o DU, ou surgir congestão pulmonar. Na dúvida, perfundir rapidamente! Atitudes II Uso de inotrópicos ou vasopressores Existem vários níveis de depressão miocárdica. Se normotenso com diminuição da perfusão periférica e auscultação pulmonar limpa volume, considerar monitorização da PVC Se normotenso com diminuição da perfusão periférica mas com congestão pulmonar ou ritmo de galope Iniciar suporte inotrópico com dobutamina Monitorizar a PVC; considerar cateter Swan Ganz Se surge hipotensão Continuar a administração vigorosa de líquidos A adrenalina, com potente efeito inotrópico e vasoconstrictor, pode preservar a pressão de perfusão para os órgãos vitais. Ponderar noradrenalina ou vasopressina. Efeitos vasoconstritores potentes podem aumentar as RVS, com consequente aumento do trabalho do miocárdio. Deve-se efectuar monitorização hemodinâmica invasiva. Manter o hematócrito em valores adequados para optimizar a capacidade de transporte de oxigénio com um aumento mínimo da viscosidade sanguínea (que resulta na diminuição do fluxo capilar) A distribuição total de oxigénio é igual ao débito cardíaco vezes a capacidade de transporte arterial de oxigénio DO2 = DC X CaO2 Princípios Gerais para o Tratamento Entubação, ventilação mecânica Manter temperatura corporal normal Providenciar sedação Corrigir a anemia Novas Terapêuticas Corticóides (de novo) Teste rápido de estimulação com corticotrofina Pico 60 minutos <18mg/dL diagnóstico de insuficiência adrenal. Choque refractário a Líquidos/Vasopressores Drotrecogin alfa (Xigris/ Proteína C Activada) Sepsis grave em adultos Seguro nas crianças (*) (*) estudos posteriores a esta apresentação levaram à revisão desta afirmação Função normal do Eixo hipotálamohipofisário-suprarrenal Função do Eixo hipotálamohipofisário-suprarrenal durante a doença Insuficiência de corticosteróides durante a doença aguda Feedback reduzido Hipotálamo Hormona libertadora da corticotrofina Hormona libertadora da corticotrofina + ++ Citoquinas de Stress Hormona libertadora da corticotrofina ++ Doenças do SNC, corticosteróides Falência pituitária, corticosteróides Hipófise Corticotrofina Corticotrofina Corticotrofina + + + Suprarrenal Ligação do cortisol à globulina transportadora de corticosteróides Aumento do cortisol e diminuição da globulina transportadora de corticosteróides + Acção tecidos normal nos Citoquinas, activação local de corticosteróides Aumento da acção nos tecidos Citoquinas, anestésicos, agentes infecciosos, hemorragia, infecção (incluindo VIH) Diminuição do cortisol e diminuição da globulina transportadora de corticosteróides - Citoquinas, resistência aos corticosteróides Diminuição da acção nos tecidos Figura 1. Actividade do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Suprarrenal sob condições normais (Painel A), durante uma resposta adequada ao stress (Painel B) e durante uma resposta não apropriada à doença grave (Painel C). O sinal “mais” indica efeito estimulador e o sinal “menos” indica um efeito inibidor. SDRA refractário Doença crítica (principalmente se estão presentes sinais de insuficiência corticosteróide) Medição temporal randomizada do nível de cortisol < 15 µg/dl 15-34 µg/dl >34 µg/dl Aumento em resposta ao teste de estimulação com corticotrofina Teste de Estimulação da Corticotrofina < 9 µg/dl Provável Hipoadrenalismo Iniciar terapêutica farmacológica com glucocorticóides Considerar corticosteróides em doses fisiológicas ≥ 9 µg/dl Pouco provável hipoadrenalismo funcional Terapêutica com corticosteróides provavelmente sem eficácia Figura 2. Investigação da função suprarrenal corticosteróide em doentes criticamente doentes, com base nos níveis de cortisol e na resposta ao Teste de Estimulação com Corticotrofina. O esquema foi avaliado para doentes em choque séptico. Devemos lembrar, no entanto, que nenhum valor limiar é inteiramente fiável. Substituição da Hidrocortisona Doença ligeira (resfriado ou tosse sem febre, extracção dentária com anestésico local) Sem alteração Doença moderada (febre, traumatismo minor, pequena cirurgia) Doença grave (grande cirurgia, traumatismo major, doença grave) Aumentar a dose para 15mg de prednisolona /dia ou equivalente Aumentar a dose para 50mg de hidrocortisona IM ou IV cada 6h Voltar à dose normal 24h após resolução Voltar à dose normal, diminuindo 50% /dia Choque séptico (dependência de catecolaminas, resposta pobre à corticotrofina) 50mg de hidrocortisona IV cada 6h, com ou sem 50µg de fludrocortisona /dia Tratar durante 7 dias Figura 3. Doses de substituição de Corticosteróides durante doença aguda intercorrente em doentes com Insuficiência Suprarrenal suspeita ou confirmada, incluindo doentes sob terapêutica corticosteróide. 1mg de prednisolona tem uma potência corticosteróide equivalente a 4mg de hidrocortisona. Proteína C Activada -1 Diminuí a inflamação Inibe a produção de citoquinas próinflamatórias (p.e. IL-1, IL-6). Previne a coagulação por inactivação dos factores Va e VIIIa, e inibindo a produção de trombina. Proteína C Activada -2 Promove a fibrinólise inibindo o TAF (factor activador da trombina). Activação do inibidor da fibrinólise activável pela trombina. Suprime o inibidor do activador do Plasminogénio 1 (PAI-1), isto permite que o tPA actue. Proteína C Activada/PROWESS Estudo controlado duplamente-cego com placebo, randomizado, sobre a Proteína C Activada na sepsis grave. 1690 doentes Taxa de mortalidade no grupo Placebo de 30,8% Taxa de mortalidade no grupo Tratamento de 24,7% Redução do risco relativo de morte de 19,4% PROWESS Incidência de complicações hemorrágicas foi maior no grupo tratamento 3,5 vs. 2,0 % Dados de Sobrevida: todas as causas de morte nos primeiros 28 dias do estudo. Estudo Pediátrico 83 doentes Farmacocinética semelhante Doses similares 24 mcg/kg/hr 80% dos doentes pediátricos tinham défice de Proteína C. Mortalidade de 10,8% (exp) vs. 9,6% Utilidade na Meningococemia??