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em 2015
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Instituto Fractal
DCI Online
Indústria investe menos e cenário é de recuperação lenta
12/09/2014
http://www.dci.com.br/industria/industria-investe-menos-e-cenario-e-derecuperacao-lenta-em-2015-id414981.html
12/09/2014 - 00h00 | Atualizado em 12/09/2014 - 12h20
Indústria investe menos e cenário é de recuperação lenta em 2015
Para economista, tendência é que Brasil enfrente uma deterioração do parque
industrial
Jéssica Kruckenfellner
SÃO PAULO - A tendência dos industriais de reduzir investimentos pode se modificar
caso o governo promova alguns ajustes, dizem economistas. No entanto, uma
recomposição dos investimentos deve ocorrer apenas no segundo semestre de 2015.
De acordo com a Sondagem de Investimentos divulgada ontem pela Fundação Getulio
Vargas (FGV), 30% das empresas preveem investir mais nos próximos doze meses.
Outras 23% programam investir menos, quando comparado aos doze meses
imediatamente anteriores.
"Embora se mantenha no terreno positivo, a diferença de 7 pontos percentuais entre a
proporção de respostas favoráveis e desfavoráveis é também a menor dos nove
trimestres pesquisados", destacou a FGV, em nota.
Para o economista e coordenador da pós-graduação da Fundação Instituto de
Administração (FIA), Celso Grisi, a perspectiva é de recuperação lenta em 2015, caso as
alterações necessárias para destravar a economia sejam feitas. "Se o governo
combater a inflação e sinalizar que fará concessões, o investimento pode se recuperar
a partir do próximo ano", diz.
Grisi acredita que a expectativa de investimento, neste momento, está muito
associada ao resultado da eleição presidencial em outubro.
Um conjunto de fatores explica o prolongamento da estagnação, que dificilmente será
mudado em 2015, como uma maior percepção de que há problemas estruturais na
economia, falta de reformas, crise na Argentina e falta de confiança, destaca o
superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, em entrevista
à Agência Estado. "Neste ano, a eleição é um fator a adicionar incerteza. Quem vai
ganhar? Com que composição? Vai gerar que tipo de políticas? Com que tipo de
ajuste?", questiona Aloisio Campelo.
Longo prazo
Na visão de Grisi, os investimentos de longo prazo são os que mais preocupam. Para
ele, se o cenário atual, com inflação alta e baixo crescimento econômico se mantiver, a
tendência é que o Brasil enfrente uma deterioração do parque industrial. "Isso pode
prejudicar ainda mais a competividade do setor no mercado internacional", avalia.
Reinvestimento
A pesquisa da FGV revela ainda que a parcela de industriais que optou por usar lucros
e reservas reinvestidos como fontes de financiamento caiu em relação ao projetado no
ano passado, passando de 62% para 59% do total.
Para o professor da FIA, essa redução do reinvestimento é consequência de uma série
de fatores, como o baixo crescimento da economia, real valorizado e inflação alta. "As
empresas podem optar por destinar parte maior do lucro para aumentar a distribuição
de dividendos aos acionistas, como medida para compensar as perdas na
lucratividade".
Empréstimos
A pesquisa mostra que no ano passado 28% dos consultados pretendiam tomar
empréstimo para realizar investimentos na indústria. Já a previsão para este ano é de
que 31% usem o recurso. A FGV coletou dados junto a 699 empresas entre os dias 7 de
julho e 29 de agosto.
Grisi explica que, embora a taxa de juros elevada torne o crédito mais caro, o que
preocupa os empresários do setor é a inflação. "Com a inflação mais baixa a indústria
pode visualizar um cenário de maior demanda e ampliar investimentos para produzir
mais." Ele aponta essa redução como um dos ajustes responsáveis por uma retomada
do setor, atualmente, estagnado.
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