CNJ suspende arredondamento de notas em concurso para juiz O CNJ determinou, no último dia 13 de junho, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a suspensão da nomeação dos candidatos que, por meio de decisão administrativa daquele Tribunal, tiveram arredondamento de nota na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto, regido pelo edital 01/2000. A suspensão da decisão administrativa do TJPE foi pleiteada pela AMEPE. Pág. 03 Critérios objetivos para designação e substituição de juízes substitutos TJPE edita resolução adotando critérios para designação e substituição de juízes. Esta é mais uma bandeira da AMEPE que, objetivando a preservação de vários princípios constitucionais, neles incluindo-se o da inamovibilidade e o do juiz natu- ral, ajuizou, via AMB, uma ADIN contra legislação de Pernambuco, com pedido de liminar ainda por ser apreciado. A resolução que ainda não foi aplicada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, precisa ser complementada . Pág. 04 AMEPE instala Coordenadoria Regional em Pesqueira Palestrantes brilhantes e debates de excelente nível marcaram o encontro da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) com os juízes de Pesqueira, município do Agreste do Estado, e região. Realizado de 14 a 16 de junho, no Hotel Estação Cruzeiro, em Pesqueira, o encontro também foi prestigiado por estudantes, advogados, promotores e por integrantes do Poder Municipal. Confira todos os detalhes. Págs. 08 a 12 Gestão Participativa? A atual gestão do Tribunal de Justiça de Pernambuco está utilizando o slogan de “Gestão Participativa”, procurando passar a imagem de que todos os segmentos do Judiciário estadual serão ouvidos nas suas críticas ou sugestões à administração do TJPE. O slogan está estampado em várias capas do Diário Oficial. Nesta edição, o Judicatura faz, em seu editorial, uma abordagem sobre o tema. Pág. 02 Leia mais: Convocação de juiz para substituição de desembargador deve ter critérios objetivos. Pág. 03 Ronidalva de Andrade Melo fala sobre Judiciário e Impunidade. Págs. 06 e 07 TJPE elege pelo voto direto de todos os desembargadores parte da Corte Especial. Pág. 05 Editorial Gestão Participativa? Presidente: Dr. Airton Mozart Valadares Vieira Pires 1º Vice-Presidente: Dr. Laiete Jatobá Neto 2º Vice-Presidente Dr. Emanuel Bonfim Carneiro Amaral Filho Secretária Geral Dra. Maria das Graças Serafim Costa Secretário Geral-Adjunto Dr. Andréa Epaminondas Tenório de Brito Diretor de Finanças e Patrimônio Dr. Edvaldo José Palmeira Diretor de Finanças e Patrimônio-Adjunto Dr. Fernando Menezes Silva CONSELHO FISCAL Dr. Antônio Medeiros de Souza Dr. Cícero Bittencourt de Magalhães Dr. Inês Maria de Albuquerque Alves Dr. Fernanda Moura de Carvalho Dr. João Alberto Magalhães de Siqueira Diretoria Cultural: Dr. Carlos Magno Cysneiros Sampaio – Diretor Juíza Cristina Reina Montenegro de Albuquerque – Diretora-Adjunta Diretoria de Esportes: Dr. Arnóbio Amorim Araújo Júnior – Diretor Dr. José Valdmir de Oliveira Chaves – Diretor-Adjunto Diretoria Jurídica: Dr. Eudes dos Prazeres França – Diretor Dr. José Marcelon Luiz e Silva – Diretor-Adjunto Diretoria de Informática: Dr. Rafael José de Menezes Diretoria Social: Dr. Clicério Bezerra e Silva – Diretor Dra. Andréa Duarte Gomes – Diretora-Adjunta Diretoria CAMPE: Dr. Danilo Galvão Martiniano Lins Dr. Luiz Gustavo Mendonça Araújo Dr. Paulo Henrique Martins Machado Judicatura é uma publicação da Associação dos Magistrados de Pernambuco - AMEPE Rua do Imperador D. Pedro II, 207 - Santo Antônio E-mail: [email protected] - Fone: (81) 3224-3251 Produção: G&M Comunicação Jornalistas Responsáveis: Giovana Mesquita DRT/PE – 2138 / Guida Vanderlei DRT/PE – 2914 / Mariana Dantas DRT/PE - 3614 Projeto Gráfico e Diagramação: Sebastião Corrêa Impressão: CCS Gráfica - Tiragem: 1000 exemplares Os artigos assinados refletem, exclusivamente, a opinião dos seus autores. Participar – Dicionários da língua portuguesa definem o verbo participar como a ação de ter ou tomar parte, entre outros significados. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que ficou conhecido pelas campanhas contra a fome e a miséria no Brasil, um dia definiu participação desta forma: “participação é um dos cinco princípios da democracia. Sem ela, não é possível transformar em realidade, em parte da história humana, nenhum dos outros princípios: igualdade, liberdade, diversidade e solidariedade”. do anteprojeto do Código de Organização Judiciária (COJE), cuja composição contemplou unicamente os integrantes da chapa vencida na última eleição para Diretoria da AMEPE - numa total inversão da vontade da magistratura pernambucana – a Associação constituiu comissão e vai apresentar propostas visando ao aperfeiçoamento daquele instrumento, a despeito de já contemplar algumas bandeiras da magistratura, defendidas expressamente pela atual diretoria da AMEPE ao longo de vários anos. A atual gestão do Tribunal de Justiça de Pernambuco está utilizando o slogan A comissão instituída pela AMEde “Gestão Participativa”, procurando PE compareceu à audiência pública, passar a imagem realizada na cide que todos os dade do Recife Não custa lembrar segmentos do Juno último dia 25 diciário estadual de julho, oportuque democracia não é serão ouvidos nidade em que o dádiva, é conquista da nas suas críticas Desembargador ou sugestões à BARTOLOMEU sociedade e, em nosso administração do BUENO, presicaso, da magistratura. TJPE. O slogan dente da ComisEssa conquista decorre de são de Organiestá estampado em várias capas muitos embates, por vezes zação Judiciária do Diário Oficial. do Tribunal de com sacrifícios pessoais. Justiça, conviNão custa lemdou a comissão brar que democrada AMEPE para cia não é dádiva, é conquista da sociedade discutir o anteprojeto, antes da apree, em nosso caso, da magistratura. Essa sentação do parecer da comissão por conquista decorre de muitos embates, por ele presidida. vezes com sacrifícios pessoais. As dificuldades de relacionamento O simples chamado para opinar sem da AMEPE com a direção do Tribudúvida constitui um avanço, mas a reali- nal de Justiça se devem, certamente, zação da democracia reclama participação a sua luta em defesa da magistratura nas decisões substanciais do Poder. Esse e do interesse público, consubstancianível de participação ainda não alcança- da, especialmente, na observância dos mos no âmbito do Tribunal de Justiça de princípios da moralidade e da impessoPernambuco, razão pela qual a AMEPE alidade. está investindo na capacitação de seus quadros, objetivando conhecer, de modo O combate ao nepotismo, o respeito a influenciar, a proposta orçamentária do à inamovibilidade dos juízes substitutos Poder Judiciário e a sua execução. e do princípio do juiz natural, a adoção de critérios objetivos na movimentação Em que pese não termos logrado êxito da carreira do magistrado e a crítica na obtenção das informações solicitadas construtiva a alguns equívocos cometiao Presidente do Tribunal, estamos envi- dos pelo TJPE, como o arredondamento dando esforço para obter os dados que in- de notas no último concurso para juiz, teressam à magistratura pernambucana. com o objetivo de beneficiar candidatos reprovados, são alguns exemplos da Embora não tenha sido chamada a nossa participação na administração do participar da comissão de elaboração Tribunal. - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 A Diretoria CNJ determina que TJPE suspenda arredondamento de notas do último concurso Foto: arquivo nhou, em maio, uma representação ao Conselho Nacional de Justiça. Representação foi encaminhada para Ruth Carvalho O Conselho Nacional de Justiça, através da conselheira Ruth Carvalho, determinou, no último dia 13 de junho, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a suspensão da nomeação dos candidatos que, por meio de decisão administrativa daquele Tribunal, tiveram arredondamento de nota, na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto, regido pelo edital 01/2000. A anulação da decisão administrativa do TJPE foi pleiteada pela Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE) que, cumprindo seu papel de zelar pela ética no Judiciário e defender os interesses da magistratura pernambucana, encami- Fundamentando-se no princípio da igualdade, o TJPE determinou o arredondamento de nota para 5,00, com a finalidade de beneficiar candidatos não aprovados. O Pleno decidiu pelo arredondamento, justificando que a nota 5,00 era a nota mínima concedida a alguns candidatos pela Comissão Revisora. No entanto, o “suposto arredondamento” realizado pela comissão constituiu uma revisão da prova, com apreciação de mérito. Apenas dois requerentes tiveram, após precisa avaliação do conteúdo das provas, as notas aumentadas. Como as notas não foram arredondadas e sim retificadas, a AMEPE entendeu que era injustificada a aplicação do princípio da isonomia para favorecer outros candidatos e entrou com a reclamação junto ao CNJ. A gravidade do caso levou a relatora Ruth Carvalho a conceder de ofício a liminar. “Muito embora não exista na peça inicial, qualquer pedido de liminar, as informações trazidas pela AMEPE aos autos são suficientes para o reconhecimento de que a tutela jurisdicional ou administrativa – de segurança cautelar transcende aos limites do exclusivo interesse da parte para se submeter aos interesses maiores e prevalentes do Estado”, destacou Ruth Carvalho, na decisão. Para o presidente da AMEPE, juiz Mozart Valadares Pires, a decisão do CNJ significa que foram restaurados os princípios da moralidade, da ética e da impessoalidade, que devem nortear todo concurso público. “Esperamos que não só o TJPE, mas os demais tribunais do país, pautem suas decisões sempre pelos princípios da administração pública. As reiteradas decisões do CNJ, revogando decisões administrativas de diversos tribunais de justiça do País, exigem da cúpula do Judiciário um maior zelo na condução da coisa pública”, destacou o presidente da AMEPE. Pedido de esclarecimento – Para evitar um entendimento dúbio da liminar do CNJ, atingindo os candidatos regularmente aprovados, e alguns dos quais já nomeados e vitaliciados, a AMEPE encaminhou no dia 22 de junho ao Conselho um pedido de esclarecimento, garantindo, dessa forma, que a liminar seja válida somente para candidatos que, por meio de decisão administrativa do TJPE, tiveram arredondamento de nota na segunda fase do Concurso para Juiz Substituto. Sem prejuízo para os demais aprovados. No dia 10 de julho, a conselheira Ruth Carvalho respondeu o pedido de esclarecimento da AMEPE, informando que “fossem suspensas as nomeações de todos os candidatos ainda não ingressos, não alcançando àqueles que porventura já tenham tomado posse até a data em que foi proferida a decisão aclarada”. Conselho publica resolução determinando a adoção de critérios objetivos na convocação de juiz para substituição de desembargador O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicou, no último dia 19 de junho, mais uma resolução que atende aos interesses da magistratura comprometida com a ética no Poder Judiciário. De acordo com a Resolução nº 17, a substituição de membros dos Tribunais deverá ser realizada por decisão da maioria, com a adoção de critérios objetivos, que assegurem a impessoalidade da escolha. Os Tribunais têm o prazo de 90 dias para adequar os seus Regimentos Internos à determinação, devendo encaminhar as alterações ao CNJ. O CNJ decidiu adotar a medida depois de verificar a disparidade existente nos Regimentos Internos quanto à regulamentação da convocação de magistrados para substituição dos membros dos Tribunais. O Conselho também constatou a falta de critérios que atenda aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade administrativa e do juiz natural. No Estado de Pernambuco, o Tribunal de Justiça, que estabelece uma lista de juízes convocáveis a cada biênio, mas sem critérios objetivos nessa formação, terá que reformular a última lista. A medida imposta pelo CNJ representa mais uma conquista para a atual Diretoria da AMEPE, que sempre contestou a falta de critérios objetivos na substituição temporária de desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - Inamovibilidade de juiz substituto: TJPE reconhece a procedência do pedido da AMEPE P or provocação da AMEPE, a AMB ajuizou em 30.11.2004 a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3358, distribuída para o Ministro Gilmar Mendes, objetivando preservar os princípios do juiz natural e da inamovibilidade de magistrados, especialmente em relação à movimentação horizontal de juiz substituto. sobre a adoção de critérios objetivos para a designação e a substituição de juízes. A tese defendida pela AMEPE foi corroborada com o parecer do professor doutor Marcelo Neves e, posteriormente, do então Sub-Procurador da República, Antônio Fernando Souza, hoje Procurador Geral da República. A providência adotada pelo TJPE importa no reconhecimento da procedência do pedido formulado pela AMB, fato que será levado a conhecimento do Ministro Relator daquela ADI. Não obstante tenha sido por diversas vezes instado a pronunciar-se sobre o pedido de liminar para a suspensão da legislação estadual questionada, o relator da referida ADI ainda não se manifestou a respeito. Em que pese o reconhecimento das hipóteses de violação dos princípios do juiz natural e da inamovibilidade, a referida resolução ainda reclama aperfeiçoamento. Nesse sentido, a AMEPE, imbuída de sua missão institucional, apresentou ao Presidente do TJPE, via ofício nº 313/2006, de 19.06.2006, cujo texto se encontra no site da AMEPE, as seguintes sugestões: No dia 12 de junho do corrente ano, o Tribunal de Justiça de Pernambuco editou a Resolução 198/2006, que dispõe De acordo com a resolução, sua funda-se na preservação dos princípios da legalidade, da impessoalidade e do juiz natural. SUGESTÃO 01 Art. 3º - caput - inserir a expressão “por ato motivado”, entre o “dar-se-á” e o “de acordo”. No inc. I, suprimir o termo “titular”. No Parágrafo único, fundir os incs. I e II, apresentando a seguinte redação: “substituto até o provimento por remoção ou promoção do respectivo cargo vago ou retorno do titular”. O inc. III passa a ser o inc. II, e acrescentar ao final da frase, a expressão “por ato motivado”. SUGESTÃO 02 Art. 4 º - caput – suprimir a expressão “mesma região”. No § 1º, inc. I, suprimir a expressão “da mesma região”. No § 1º, inc. II, suprimir a expressão “da região”. Suprimir o § 2º, POIS regra constante do art. 2º. SUGESTÃO 03 Art. 5º - caput – suprimir a expressão “a ser escolhido”. No § 1º, substituir a expressão “dispensa a observância” por “observar-se-á o requisito previsto no inc. II.” SUGESTÃO 04 Art. 6º - No caput, acrescentar: “observar a proporcionalidade das unidades existentes“; Inserir incisos VII, VIII, IX e X, indicando para a capital, também, as seguintes áreas de especialização. A) Infância e Juventude, Fazenda, Entorpecentes, Família. No § 4º, substituir a expressão “mais antigo” por “mais moderno”. SUGESTÃO 05 Art. 7º - Substituir a expressão “condição de titular”, por “condição de substituto” e suprimir, “mais adiante”, no mesmo texto a expressão “na condição de substituto”. § 2º suprimir a expressão “não”; SUGESTÃO 06 Art. 10 – caput, desdobrar o inc. I em incs. I e II: I – Com data retroativa; II – Contrariando a substituição automática; O antigo inc. II, passa a ser o III. SUGESTÃO 07 Art. 12 – Suprimir o inc. I. O inc. II, passa a ter a seguinte redação: “encontrando-se vaga a unidade ou estando afastado do exercício o seu titular”. O inc. III passa a ser o II. Par. Único – Suprimir a expressão “na condição de titular ou substituto”. Até a presente data não se tem notícia de que as sugestões oferecidas pela AMEPE tenham merecido qualquer consideração do Tribunal de Justiça. Judiciário de 27.06.2006, que designou para a comarca de Inajá o juiz que atuava nas comarcas de Belo Jardim e Sanharó. Vale ressaltar que, embora vigente desde 12.06.2006, a Resolução 198/2006 não vem sendo observada, haja vista o ato nº 1781/2006, do TJPE, publicado no Diário do Poder Destaque-se, ainda, que a tabela de substituição automática de juiz substituto prevista no art. 8º, da mencionada resolução, até o fechamento desta edição não tinha sido publicada. - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 Quatro desembargadores são eleitos para Corte Especial pelo voto direto N o último dia 19 de junho, quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) foram eleitos pelo voto direto para a Corte Especial. São eles: Eloy d’Almeida, Fernando Ferreira, Helena Caúla e Bartolomeu Bueno. A eleição de membros da Corte pelo voto é uma luta antiga da atual Diretoria da AMEPE, que se transformou em realidade no último dia 30 de maio, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a Resolução n. 16. A resolução determina que todas as vagas abertas nos Órgãos Especiais dos tribunais, a partir de 1º de janeiro de 2005 (data da promulgação da emenda 45/2004), deverão ser preenchidas por eleição até que metade do cole- giado seja composto por desembargadores eleitos. Em vigor desde o dia 31 de maio, os tribunais devem fazer alterações em seus regimentos internos, mesmo antes da edição do novo Estatuto da Magistratura, para se adequarem às novas regras estabelecidas pelo CNJ. O ato do Conselho também estabelece mandato de dois anos para cada membro eleito, sendo permitida uma reeleição. A mudança deve oxigenar as cortes especiais de todo o Brasil. Segundo o presidente da AMEPE, juiz Mozart Valadares Pires, essa foi uma das prioridades da AMB na Reforma do Judiciário. “Essa é uma grande conquista. Mais um mecanismo de democracia interna, que nos dá esperança de que outros mecanismos de democratização cheguem ao Judiciário”, afirmou. Segundo Valadares, outra luta que continua é a participação dos juízes na escolha do presidente do Tribunal de Justiça, como já acontece, por exemplo, a participação dos advogados na escolha da lista sêxtupla para a vaga nos Tribunais no quinto reservado para a OAB e o Ministério Público. Corte - Os outros 11 desembargadores que compõem a Corte Especial do TJPE são os seguintes: Jeovaldo Nunes, substituindo o Desembargador Etéreo Galvão, Ozael Rodrigues, Macêdo Malta, Antônio Camarotti, Fausto Freitas, Zamir Fernandes, Ivonaldo Miranda, Og Fernandes, Jones Figueiredo, Rivadavia Brayner e José Fernandes. Quadro da AMEPE conta com novos profissionais concursados C iente de que profissionais capacitados aumentam a produtividade de uma entidade e melhoram a qualidade dos serviços prestados, a atual Diretoria da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE), promoveu, no mês de maio do ano passado, um concurso para a contração de novos funcionários. Desde a realização da seleção, cinco candidatos já foram chamados e, atualmente, quatro deles integram o quadro da AMEPE. O concurso foi promovido com base na Resolução nº 4/2004 da atual Diretoria, que exige seleção prévia de aptidão no processo de contratação. A resolução também proíbe a contratação de cônjuge, companheiro ou parente de magistrado. Na época, o concurso promovido pela AMEPE exigiu nível superior para todos os candidatos. A vaga oferecida foi para o cargo de secretário executivo. O cargo foi ocupado pela primeira colocada, Edcleide Maria da Silva – que hoje não integra mais o quadro da Associação, por ter sido posteriormente aprovada em concurso para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Além de preencher o cargo, o concurso da AMEPE teve como objetivo criar um banco de candidatos para futuras vagas. O banco já resultou na O concurso promovido pela AMEPE exigiu nível superior para todos os candidatos contratação de outros profissionais: a secretária executiva Alessandra Meira da Silva (gerente operacional), a bacharela em Direito Poliana Soares Ferreira (assistente jurídica), a jornalista Nadja Cristina Pedrosa de Vasconcelos (assistente de eventos e comunicação) e a secretária executiva Luciana Patrícia Marques da Silva (secretária). O processo de seleção da Associação incluiu prova objetiva e redação. Para a contratação do aprovado, a Diretoria analisa o seu currículo, para aferir a sua aptidão para o cargo oferecido, e realiza com ele uma entrevista. “A realização de concursos evita que pessoas não capacitadas ocupem funções importantes em uma instituição. Fiz a seleção e hoje tenho a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, afirma a funcionária Luciana Marques, formada em Secretariado Executivo. Para a gerente Operacional Alessandra Meira, a AMEPE, além de se preocupar em contratar profissionais preparados, oferece aos seus funcionários uma excelente estrutura. “Me identifiquei muito com o ambiente de trabalho. Estou satisfeita em trabalhar em um local com esta infra-estrutura”, disse Alessandra, que é a mais nova funcionária AMEPE, contratada em abril deste ano. “Todos que participaram foram convocados, no último mês de fevereiro, para novas entrevistas. Como tinha experiência na área, tive a chance de ser contratada”, explica. Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - Entrevista Ronidalva Melo fala sobre O JUDICATURA publica nesta edição a segunda entrevista da série sobre o XIX Congresso Brasileiro de Magistrados, que acontece de 15 a 18 de novembro, em Curitiba (PR), tendo como tema Desenvolvimento: uma questão de justiça. Nesta entrevista, Ronidalva de Andrade Melo fala sobre Judiciário e Impunidade. Ronidalva é formada em Direito, mestre em Serviço Social e doutoranda em Serviço Social, pela Universidade Federal de Pernambuco. Pesquisadora do Instituto de Pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), trabalha na área Direitos Humanos, Violência e Criminalidade, Prisão, Segurança Pública e Defesa Social. Entre outras atividades, é coordenadora Geral do Projeto Oficina de Justiça, Segurança e Cidadania, em parceria com a Associação Juízes para a Democracia, com os Delegados Pela Cidadania e com o Instituto Latino Americano de Defesa e Proteção dos Direitos Humanos, da Rádio Capibaribe e da Fundação Joaquim Nabuco. A seguir, a entrevista: JUDICATURA - A senhora acha que o discurso de que a impunidade no Brasil é culpa do Judiciário é falso ou verdadeiro? Ronidalva Melo - Embora não me considere uma caçadora de culpas, admito que reconhecer a participação do Judiciário na situação de impunidade que o país vivencia é dever de todo brasileiro lúcido. Contudo, sem querer justificar uma imputação pequena de responsabilidade para o Judiciário, que possa transformá-lo em partícipe menor nessa prática social danosa, quero deixar claro que envolvo a “culpa” do Judiciário no meio de uma ação maior da qual participam um sem número de outros atores, pois compreendo o fenômeno da impunidade como uma característica da nossa sociedade, que se organiza distribuindo os cidadãos num processo hierárquico gerador de uma cidadania vítima do tratamento desigual, da situação social de apartheid e do estabelecimento de privilégios para uma minoria e negação de direitos para a grande maioria. Observando só essa variável do problema já se pode inferir que a punição não existe para todos, visto que alguns manuseiam muito bem os instrumentos e estratégias de burla da punição, enquanto outros, os suspeitos de sempre, estão, pela situação social em que se acham inseridos, vulneráveis ao castigo e à invariável vingança social. Usando esse raciocínio, notase com clareza que a impunidade, não só em seu aspecto estritamente penal, obedece a essa formatação social dos passíveis de punição e dos isentos da mesma, em várias dimensões da vida em sociedade. Há muita benevolência com o cidadão de bens, em toda a estrutura de coercitividade que a sociedade utiliza. Para eles toleram-se com muita freqüência as atitudes de desrespeito à urbanidade, à sociabilidade, às incivilidades e assim, atitudes que são socialmente condenáveis passam sem nenhuma coerção social, sendo creditada às extravagâncias ou ao discreto charme da rebeldia. Para outros, no entanto, os que têm sonegado os direitos fundamentais e mínimos às oportunidades na educação, na habitação, na situação de emprego e outras carências básicas, essa tolerância não existe, e tudo absolutamente assume a feição de crime como forma de estreitar cada vez mais as possibilidades de inclusão que vetam o estado de pertencimento. No entanto, é preciso entender que essa é apenas uma face do problema. JUDICATURA - Nossa legislação atual colabora ou atrapalha a atuação do Judiciário? - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 RM - A legislação brasileira é possuidora de vasta tendência à ambigüidade. Se de um lado temos no nosso ordenamento leis que nos colocam entre os países mais civilizados e mais eticamente equipados para a solução de conflitos sociais, temos nessas mesmas leis normas que permitem lacunas por onde a inaplicabilidade se exerce possibilitando a frustração do exercício do bom direito. No que concerne especificamente à atuação do Judiciário, acredito que algumas leis no seu excesso de cuidado processual têm-se incompatibilizado com a necessidade de urgência para a punição, intimidando assim a proliferação de atos criminosos. Vejo, porém, que, não obstante os atrapalhos que as leis processuais podem acarretar, uma melhoria na gestão do aparelho Judiciário e uma determinação de cunho individual do magistrado, comprometido com a viabilização do ideal de justiça, é possível fazer desse poder uma instância de confiabilidade social, de estrutura sedimentada dirigida à justiça e paz social. JUDICATURA - Contrapondo-se ao descrédito que se institucionalizou no País frente aos escândalos envolvendo membros dos poderes Executivo e Legislativo, o Judiciário deu Judiciário e Impunidade passos importantes como a decisão pelo fim do nepotismo. Há uma relação entre nepotismo e impunidade? RM - Eu chamo essas lutas de batalhas pela Democratização do Judiciário. Alguns estudiosos dos problemas que transpassam o sistema de justiça e segurança já, há algum tempo, denunciam que esse sistema é o reduto nacional do autoritarismo e da ausência da democracia. Não é à toa que tanto se discute sobre o acesso ao Judiciário ou sobre o tratamento que é dispensado ao cidadão nas delegacias de polícia, ou familiar do preso nas prisões. Tais atitudes são indicadores de que a democracia parece ter dificuldades para se implantar nesses espaços. Entretanto, a sociedade tem conseguido alguns avanços nesse campo. A luta contra o nepotismo, parcialmente vitoriosa, é, sem dúvida, um deles. Tenho a clareza de que esse não foi um avanço do Judiciário, mas uma vitória da sociedade, uma vez que o fim do nepotismo é anseio do povo brasileiro, que considera injusta essa prática do privilégio consangüíneo. O embate que se estabeleceu dentro do próprio Judiciário, a briga através de liminares, deixam nítida a resistência que o poder apresentou à nova ordem e o interesse que demonstrava para dar continuidade a essa prática que a sociedade, como um todo, condena. É preciso, a meu ver, saber separar bem esse passo positivo que se estabeleceu no âmbito da magistratura, mas não perder de vista que isso não significa o fim do nepotismo. Quando digo isso, pergunto-me como anda o funcionamento dessa prática nos outros poderes, e mesmo dentro do Judiciário, será que podemos falar em fim do nepotismo ou apenas se atacaram os laços consangüíneos? Para os laços afetivos e de amizade será que sofreu descontinuidade com a nova conduta adotada? Creio que não temos como saber isso. Talvez a solução segura fosse acabar com a existência do cargo de confiança. Ainda assim, é preciso não esquecer: a luta pela democratização do Judiciário é muito mais ampla e requer muitos outros respeitos à sociedade dos quais o nepotismo é apenas uma faceta. Quanto a relação entre o nepotismo e a impunidade, creio que o nepotismo se associa a tudo de ruim que pode acontecer com a prática da magistratura. O principal fato é a retirada da independência do juiz. Um magistrado que julga atrelado a deveres para com o tráfico de influência não poderá jamais ser considerado um aplicador da justiça. Tampouco o será aquele que julga preocupado com a perda de vantagens com medo de ser mal interpretado por pessoas que lhe fizeram favores, aqueles que precisam seguir uma conduta de praxe que é a esperada para os que hipotecam obediência cega aos mandatários da vez. Uma magistratura livre e comprometida com uma interpretação justa da “Se de um lado temos leis que nos colocam entre os países mais eticamente equipados para a solução de conflitos sociais, temos nessas mesmas leis normas que permitem lacunas por onde a inaplicabilidade se exerce possibilitando a frustração do exercício do bom direito ” ordem normatizada é para mim a única via para a cidadania confiar e apostar no Estado democrático e de direito. JUDICATURA - Alguns juízes cogitaram em adotar o sistema difundido na Colômbia, apelidado de “juiz sem rosto”, uma decorrência natural do medo, considerando-se que o Estado muitas vezes não oferece segurança para policiais, magistrados e outros agentes públicos. A senhora acha que o medo da violência e a falta de garantias pelo Estado colaboram para que seja instaurada a impunidade? RM - Acredito que o medo pode ser uma desculpa para um exercício da justiça que está se caracterizando pela ausência de transparência e publiciza- ção. Sou daquelas pessoas que defendem que o bem tem que fazer barulho, ter visibilidade. Não acredito que os juízes não sejam capazes de encontrar formas de trabalho que os permitam desenvolver suas obrigações sem ter que se esconder, com medo. Não consigo conceber um conjunto de magistrados, de policiais que receberam minimamente instruções sobre seu fazer social, agindo com um raciocínio embutido, sem condições de desenvolver estratégias inteligentes para se apresentar como guardiões de uma sociedade que manifesta claramente, pela sua maioria, a disposição de apoiar a defesa da ordem e da vida pacífica. Acredito na inteligência humana, e, por isso, creio que ter coragem para enfrentar os verdadeiros focos da violência, entre eles, a corrupção em todos as escalas do Estado, especialmente no sistema de justiça e segurança, a coragem para exigir controle absoluto do estado sobre a criminalidade aprisionada, controle sobre tráfico de drogas, armas e seres humanos, são fundamentos indispensáveis para recuperar o direito de mostrar o rosto do juiz como autoridade e defensor da sociedade. Basta de permitirmos que a criminalidade dê as ordens. O esconderijo do juiz pelo medo é uma forma de obedecer e se submeter ao crime. Eu me recuso a acreditar que todos vamos ter que jogar a toalha e nos encolhermos reconhecendo uma incapacidade de enfrentar inteligentemente e vencer. JUDICATURA - O que se pode fazer para acabar com a impunidade em nosso País? RM - É claro que não sou ingênua para difundir a idéia de que basta encontrar uma saída majestosa, imponente, panacéia para todos os males, como, por exemplo, acabar o nepotismo. É preciso muito mais, é preciso trabalhar com a visão de que estamos num redemoinho de complexidade, de práticas sociais estranhas e incompatíveis com a teleologia do bem comum como fim último. Por isso, é fundamental que a inteligência seja superlativa, que a coragem seja irredutível, e que a ética seja mais que uma bandeira, seja efetivamente prática de vida. Especial Pesqueira Sucesso marca encontro Palestrantes brilhantes e debates de excelente nível marcaram o encontro da Associação dos Magist e região. Realizado de 14 a 16 de junho, no Hotel Estação Cruzeiro, em Pesqueira, o encontro também f do Judiciário: entre atalhos e tocaias” foi o tema da palestra de abertura, proferida pelo desembargado (AMB). O tema “Transação Penal: Questões Polêmicas” foi debatido pelo juiz Teodomiro Noronha Card são Constitucional” foi o assunto da palestra do deputado federal Roberto Magalhães (PFL/PE), que te Fernanda Moura de Carvalho, do Tribunal do Júri da Capital, que falou sobre “Questões Polêmicas do T último dia do encontro, a AMEPE instalou na cidade a sua 4ª Coordenadoria Regional. O juiz Nehemias páginas, o JUDICATURA traz os Entre atalhos e tocaias: desembargador fala sobre Reforma do Judiciário “R eforma do Judiciário: entre atalhos e tocaias”. Este foi o tema da palestra do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, ex-presidente da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro e da Associação dos Magistrados Brasileiros (1998/1999). Primeiro palestrante do encontro da AMEPE com os magistrados de Pesqueira e região, o desembargador falou sobre a atual situação política do Brasil, sobre democracia e sobre as grandes questões que envolvem o Judiciário nacional. “Estamos numa situação de penúria moral, penúria de crença. Não sabemos mais se temos um sistema político viável”, declarou Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, no início da sua palestra. Sobre a escolha do tema, o desembargador foi enfático. “Essa reforma possibilita certas tocaias e eu não estou falando do umbigo do Judiciário, mas da democracia”, afirmou. Entre as tocaias, está a constatação de que a reforma do Judiciário tem que atender aos interesses do sistema financeiro e do mercado, por ser uma prioridade do documento 319 do Banco Mundial. Ao longo da explanação, o desembargador citou grandes questões do Judiciário hoje que, para ele, não se resume ao voto aberto e fundamentado nas promoções e remoções de juízes. “Esse tema é importante, mas não é o centro do problema”. Para Luiz Fernando, uma das grandes questões que deve ser discutida é o papel do Con- selho Nacional de Justiça. “Ninguém é contra, evidentemente que ele tem que existir, mas até que ponto ele pode invadir a Federação?. O tema Federação tem sido menosprezado. O CNJ não é só importante para o Judiciário, mas para a sociedade em geral”. Outro ponto que, segundo o desembargador, também merece ser discutido é a Súmula Vinculante, a súmula com Desembargador Luiz Fernando Ribeiro, ex-presidente da AMB força de lei. Para ele, a Súmula Impeditiva de Recurso desafogaria o Judiciário do mesmo ticipação dos juízes também foi jeito. “Somos contra a Súmula Vinculante”, discutida pelo desembargador. “A declarou. Luiz Fernando também explanou cúpula dos nossos tribunais tem sobre temas que estão em discussão na Re- erupções cutâneas grandes quando forma Constitucional ainda em tramitação, se fala em eleição direta”. Outro referentes ao Judiciário. A proibição do ne- assunto abordado foi o que contém potismo foi um dos destaques. “A proibição no artigo 125, parágrafo oitavo, do nepotismo, já acolhida na Resolução nº da proposta de Reforma Constitu07 do CNJ, deve abranger os três poderes cional, que prevê que os Tribunais – nada justifica que não seja aplicada para de Justiça criem ouvidorias para os outros poderes. Não deve ser o Judiciário receber críticas de qualquer interesponsabilizado sozinho pelo nepotismo, ressado. A proposta da AMB é que mas ele tem uma responsabilidade moral a ouvidoria seja um elo do Judicimuito grande nessa matéria”. Assim é que, ário com o cidadão. “Não vamos segundo ele, a matéria deveria ser tratada desperdiçar um instrumento que no capítulo da administração pública, e não pode ser a carta de alforria de um no capítulo do Poder Judiciário. déficit antiqüíssimo do Judiciário. Nunca houve um contato direto A eleição para presidente do entre o Poder e o jurisdicionado”, Tribunal de Justiça com a par- concluiu. - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 da AMEPE em Pesqueira trados do Estado de Pernambuco (AMEPE) com os juízes de Pesqueira, município do Agreste do Estado, foi prestigiado por estudantes, advogados, promotores e por integrantes do Poder Municipal. “Reforma or Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho (TJ/RJ) e ex-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros doso, titular da primeira Vara Criminal do município de Paulista, Região Metropolitana do Recife. “Revieve como debatedor o advogado Eduardo Pugliesi. A última palestra do evento foi proferida pela juíza Tribunal do Júri”. O Painel Cultural do encontro foi ministrado pelo poeta paraibano Jessier Quirino. No de Moura Tenório foi o eleito para ser o elo dos magistrados da região com a Associação. Nas próximas s principais detalhes do evento. Transação Penal é tema de debate O juiz Teodomiro Noronha Cardozo, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca do Paulista, município da Região Metropolitana do Recife, foi o escolhido pela AMEPE para falar sobre o tema “Transação Penal: questões polêmicas”. Estudioso do Direito Penal há dez anos, o juiz mostrou em sua palestra todo o domínio sobre o tema, trazendo muita informação para os presentes ao evento. lizado”. Outro assunto discutido foi a questão da representação. “O prazo para a representação conta-se da data do fato. A minha tese é de que ela só pode ocorrer na audiência preliminar, depois de frustrada a possibilidade de acordo”, declarou. Em seu livro, Teodomiro diz que a crise da dogmática jurídico-penal deslegitima o sistema e provoca mudanças de paradigma na mentalidade dos juristas. Ele afirma que a pena privativa de liberdade causa sofriO juiz é autor mento ao preso e do livro “Trannão ressocializa. “O juiz diz que a crise sação Penal: a Segundo ele, as despenalização da dogmática jurídico- medidas desno caso concrepenalizadoras penal deslegitima o to”, que trata no âmbito do sistema e provoca de temas como Juizado Espeo sistema penal, mudanças de paradigma cial Criminal de medidas despeque trata a Lei na mentalidade dos nalizadoras do 9.099/95 são: a Juizado Especial composição dos juristas” Criminal, condanos cíveis, a ceito de transarepresentação, a ção penal, sentença homologatória de transação penal e a suspensão conditransação penal e a despenalização no cional do processo (para crimes com caso concreto. Durante sua explana- pena mínima de até um ano). ção, o juiz falou sobre muitos temas tratados em seu livro, resultado de A Transação Penal para Teodomiro anos de estudo sobre o assunto. é um instrumento de despenalização e tem natureza civil, bilateral e sinaPara Teodomiro, hoje é a socieda- lagmática. “Na seara do Juizado Esde quem define o que é e o que não é pecial Criminal, o Ministério Público crime. “O jogo do bicho, por exemplo, é o órgão legitimado para a proposta há uma adequação social. Ninguém de transação penal nos crimes que se quer que o bicheiro vá para a cadeia, procedem mediante ação penal pública porque ele não precisa ser ressocia- e o particular nos crimes que se pro- Teodomiro Noronha é estudioso do Direito Penal cedem mediante ação privada”, informa em seu livro. Segundo Teodomiro, o descumprimento da transação penal não pode render oportunidade à conversão em pena de prisão, nem, muito menos, a retomada do procedimento com abertura de inquérito policial e o oferecimento da denúncia. A execução do acordo deve ser feita, como título judicial, no juizado especial cível. Ao final da sua palestra, o juiz foi muito elogiado. “Mesmo conhecendo Teodomiro de perto, fiquei impressionado com seu domínio da matéria. Sua palestra foi brilhante”, afirmou Mozart Valadares Pires, presidente da AMEPE. Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - Especial Pesqueira Roberto Magalhães fala sobre Reforma Constitucional Santos – PFL/SP), com o objetivo de instalar uma Assembléia de Revisão Constitucional, em fevereiro do próximo ano. “Nós precisamos de uma revisão que estanque essa orgia de reformas constitucionais. Hoje, são mais de mil PECs em andamento”, declarou. A dvogado, doutor em Direito Privado; titular da Comissão Especial da Reforma Política e da Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara Federal; foi prefeito do Recife e governador de Pernambuco. Com um currículo invejável, o deputado federal Roberto Magalhães (PFL/PE) foi o escolhido pela AMEPE para proferir a palestra sobre Revisão Constitucional, assunto, aliás, que o deputado domina como ninguém. Roberto Magalhães é um defensor da revisão. Durante sua palestra, fez questão de expor a visão política de como nasceu a idéia da revisão, falou sobre sua importância e sobre os seus principais pontos. Segundo o deputado, em junho de 2003, ao iniciar a atual legislatura, ele fez um pronunciamento à Câmara condenando o que denominou “infindável ciclo de reforma da Constituição”. Já na época, a Constituição havia sido alterada por 39 emendas (hoje, segundo ele, são mais de 50). No mesmo ano, surgiu “a luz no fim do túnel”, como afirma o próprio deputado – a Proposta de Emenda à Constituição 157 (do deputado Luiz Carlos O deputado foi o relator do Substitutivo à PEC 157-A, que prevê o seguinte: Art. 1º Será instalada, no dia 1º de fevereiro de 2007, Assembléia de Revisão Constitucional, formada pelos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o objetivo de revisar a Constituição; § 1º O parlamentar mais idoso instalará a Assembléia de Revisão Constitucional no dia 1º de fevereiro de 2007 e dirigirá a sessão de eleição de seu Presidente. § 2º Na Revisão Constitucional, as discussões e os encaminhamentos de votação serão feitos em sistema unicameral. § 3º A Assembléia de Revisão Constitucional elaborará o Regimento Interno de seus trabalhos. Art. 2º A Revisão Constitucional, consubstanciada em ato único, será promulgada após a aprovação do seu texto, em dois turnos de discussão e votação, por maioria absoluta de votos de cada Casa integrante da Assembléia de Revisão Constitucional e de referendo popular a ser realizado no primeiro domingo de abril de 2008. Parágrafo único. A Revisão Constitucional observará o disposto no art. 60, § 4º, desta Constituição, sendo-lhe vedado suprimir ou restringir os direitos sociais e os instrumentos de participação popular previstos no art. 14, incisos I e II, e no art. 61, § 2º. Art. 3º A Revisão Constitucional terá por objeto as seguintes matérias: I - a organização dos Poderes; 10 - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 II - o sistema eleitoral e partidário; III - o sistema tributário nacional e as finanças públicas; IV - a organização e as competências das unidades da federação; V - o sistema financeiro nacional. Art. 4º A Assembléia de Revisão Constitucional terá prazo máximo de doze meses de duração, contado da data de sua instalação. Art. 5º A Assembléia de Revisão Constitucional decidirá sobre a possibilidade de autorização de Revisões periódicas da Constituição, com intervalos não inferiores a cinco anos. Para o deputado Roberto Magalhães, a Revisão Constitucional poderá reduzir a enxurrada de mudanças pontuais da Carta, buscando introduzir alterações importantes de forma sistêmica e racional. Segundo o deputado, o constituinte originário previu a revisão constitucional realizada em 1993, mas não vedou a possibilidade de outras revisões. Para ele, não seria justo que o constituinte de determinada época impeça que gerações futuras, baseadas em uma nova realidade social, façam as adaptações necessárias à sua Carta Política. Roberto Magalhães lembra, ainda, que o projeto de revisão constitucional em tramitação no Congresso Nacional preserva as cláusulas pétreas. Debate – O advogado Eduardo Pugliesi debateu o tema exposto pelo deputado federal Roberto Magalhães. Para ele, o Congresso vai aprovar a reforma possível, não a sonhada. Segundo o advogado, as reformas, isoladamente consideradas, não resolvem os problemas do país. Pugliesi acredita em duas alternativas que podem ajudar a desconstruir os males que existem na nossa Constituição: a adoção do modelo semi-presidencialista – para o advogado, o sistema presidencialista concentra muitos poderes na figura do presidente, o que não é bom; e a reserva normativa de governo - para ele, o governo não pode administrar sem Medidas Provisórias, no entanto, esse instrumento não pode ser ilimitado. “Criar um modelo normativo que tenha controle é uma opção”. Fernanda Moura defende Tribunal do Júri E ficiência na oxigenação da forma de se fazer justiça – decisão revista, pensada, discutida – reflexo de uma maturação do sentimento social. É assim que a juíza do Tribunal do Júri da Capital, Fernanda Moura de Carvalho, define o Tribunal do Júri. Durante sua palestra, que encerrou as discussões do encontro da AMEPE com os magistrados de Pesqueira e região, a juíza falou sobre as questões polêmicas do Tribunal, comparou o sistema utilizado no Brasil com os de outros países, como Portugal e Estados Unidos, e fez uma avaliação geral do funcionamento desse órgão especial do Judiciário. Segundo Fernanda, as pessoas que querem acabar com o Tribunal do Júri dizem que falta cientificismo nos procedimentos. “Que cientificismo é esse que vem sem ideologia. O estigma de achar que decisões condenatórias são o reflexo da Justiça é equivocado”, afirmou. Para ela, esse mito de que o Tribunal do Júri absolve não é verdadeiro. Fernanda define o Tribunal do Júri como a re- novação do sentimento dinâmico da sociedade. “Inglaterra, Espanha, Portugal, Estados Unidos – todos têm Tribunal do Júri, porque o Brasil não pode ter?”, questiona. Ela falou sobre as diferenças de procedimentos, comparando principalmente o Tribunal do Brasil com o de Portugal e o dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, Fernanda informou que o réu pode não querer ser julgado pelo Tribunal do Júri, no Brasil ele não tem escolha. “O Tribunal do Júri foi criado no Brasil para processar e julgar apenas crimes dolosos contra a vida”, informou. Uma das sugestões dada por Fernanda para modernizar o Tribunal do Júri é o fim do sigilo de votação. “Os jurados têm que discutir a decisão”. Questionada sobre a possibilidade de capacitação dos escolhidos para jurados com informações jurídicas básicas, a juíza foi enfática. “Não queremos um corpo de jurados elitizado. Eu tenho que brigar contra isso. Não sou a favor de intelectualizar o conselho de sentença, sou a favor da mudança de procedimentos. O juiz tem que ser um facilitador – nada Fernanda Moura define Tribunal do Júri de falar bonito – ele tem que ser um facilitador da consciência dos jurados”, declarou. Para concluir, a juíza Fernanda Moura de Carvalho defendeu mais uma vez o Tribunal do Júri. “Vamos ter uma postura mais avançada sobre o Tribunal do Júri, elastecer a sua competência. Porque não utilizar o Tribunal do Júri para crimes contra a ordem econômica, contra a economia popular”, finalizou. AMEPE presta contas e inaugura Coordenadoria Regional órgão de classe”, declarou o presidente da AMEPE, juiz Mozart Valadares Pires. Após palestras e debates que tiveram como objetivo trazer mais informação e cultura para os juízes das comarcas de Pesqueira e região, a AMEPE promoveu uma reunião com os magistrados para prestar contas de suas ações e discutir a implantação da Coordenadoria Regional da entidade na área. O encontro foi realizado no domingo, 16 de julho. “Estamos realizando encontros e prestando contas e nos colocando à disposição para receber críticas e sugestões que tenham como objetivo melhorar a gestão. Viemos aqui para ouvir e debater o nosso Valadares explicou aos presentes a função das coordenadorias regionais, que estão sendo criadas para aproximar o magistrado do interior da Associação, e sugeriu o nome do juiz da Comarca de Pesqueira, Nehemias de Moura Tenório, para ser o elo entre os associados do interior e a AMEPE. Sugestão dada, sugestão acatada por unanimidade pelos juízes presentes ao evento. Como representante eleito, Nehemias falou sobre a importância da regionalização da Associação e já fez sugestões para o início do trabalho. “Nós precisamos conversar sobre questões pontuais da nossa região, dividir as dificuldades do dia-a-dia jurídico. Precisamos de palestras sobre qualidade de vida”, declarou. A Coordenadoria Regional ficará sediada em Pesqueira e vai abranger os seguintes municípios: Poção, Belo Jardim, Alagoinha, Pedra, Venturosa, Buíque, Arcoverde, Ibimirim, Pesqueira, Sanharó, Inajá, São Bento do Una, Tacaratu e Petrolândia. Informes - O diretor Financeiro da Associação, juiz Edvaldo Palmeira, também participou do encontro, e falou sobre algumas ações que estão sendo realizadas pela entidade. Entre os informes, a criação da Lista de Discussão, que já está disponível no site da Associação (www. amepe.com.br); o envio dos cadernos da pesquisa sobre o Judiciário, realizada pela AMEPE com os seus associados, para os mesmos; e a criação de uma comissão pela entidade de classe para levantar sugestões para o anteprojeto do Código de Organização Judiciária (COJE). Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - 11 Especial Pesqueira Painel Cultural Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Assim se define Jessier Quirino, poeta paraibano que foi convidado pela AMEPE para proferir o painel cultural do encontro da Associação com os magistrados de Pesqueira e região. Interessado na causa poética nordestina, pesquisa fatos e histórias sertanejas e os leva para os shows que apresenta. Na área artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico. Na área da literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras. O poeta chama a atenção pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pela diversidade de histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, piadas e textos de nordestinidade apurada. Com tantas qualidades, sua palestra não poderia ter tido um resultado diferente: o sucesso foi total, o público ficou empolgado e encantado com Jessier, que, ao final da apresentação, foi aplaudido de pé. Depoimentos Pesqueira “A iniciativa da AMEPE foi muito feliz em promover um encontro dessa natureza. Primeiro, porque integra os magistrados da região. Segundo, porque permite também ao magistrado uma reciclagem referente aos conhecimentos jurídicos”, juiz Caio Neto Freire, Comarca de Pedra. “Achei o encontro muito interessante, porque proporciona a integração entre as pessoas que estão no poder com os que estão iniciando na profissão”, Luciana Maria Tenório Leite, estudante de Direito da Faculdade de Caruaru. “O encontro foi muito válido, pelas discussões que nos foram trazidas e pela integração. Esse é um desejo antigo nosso, que a AMEPE está tornando realidade. É importante para os profissionais do interior, que não tem tantas oportunidades de ir para a capital”, Hélder Valença, advogado, presidente da OAB – Seccional Pesqueira. “Essa iniciativa da AMEPE é de grande valor, pois procura unir os juízes do interior com os colegas da capital – assim podemos trocar idéias e nos integrar mais”, juíza Mônica Wanderley Cavalcanti Magalhães, Comarca de Buíque. 12 - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 Social / Institucional Eleições Limpas O lançamento da Campanha Eleições Limpas, em Pernambuco, acontece no Recife no próximo dia 25 de agosto. Na programação, estão previstas palestras, debates e atividades de interação com a sociedade, como a distribuição da cartilha da campanha entre estudantes da rede pública. A campanha também será discutida no encontro regional, que acontece no mesmo dia, em Garanhuns. Além da magistratura pernambucana, dos diretores e do presidente da AMEPE, Mozart Valadares Pires, as atividades contarão com a presença do presidente da AMB, Rodrigo Collaço. Lançada no último dia 10 de maio, em Brasília (DF), a campanha Eleições Limpas atinge todo o território nacional, através de parcerias com as associações estaduais. Esportes Juiz faz Caminho de Santiago de Compostela e se emociona Lista de discussão A AMEPE inaugurou, no último mês de junho, a sua Lista de Discussão on-line. No espaço, restrito aos associados, os magistrados podem trocar conhecimentos sobre diversos temas, sem nenhum tipo de restrição. Entretanto, não é recomendável o envio de mensagens com anexos pesados, para evitar vírus e não sobrecarregar a caixa postal dos juízes. Para participar, basta se cadastrar no site da associação (www.amepe.com.br), clicando no banner Lista de Discussão, localizado no lado direito da página. Após cadastrado, escreva uma mensagem para [email protected], que a mesma será automaticamente encaminhada para todos os magistrados participantes. A criação da Lista de Discussão faz parte dos compromissos de campanha da atual gestão. Cadernos da Pesquisa A AMEPE encadernou e já está distribuindo com os seus associados o resultado completo da pesquisa sócio-política sobre o Judiciário realizada com os magistrados pernambucanos. O caderno segue com as 92 perguntas realizadas, e os resultados obtidos, além da análise da consultoria INGT e de professores do Mestrado em Ciência Política da Universidade Federal de Pernambuco. Tribunal de Justiça, OAB e Conselho Nacional de Justiça também estão recebendo a publicação. Torneio de Tiro Já estão abertas as inscrições para o 1º Torneio de Tiro Esportivo, que acontece no dia 26 de agosto, no Caxangá Golf & Country Club. Os interessados devem se inscrever, até o dia 18 de agosto, com Alessandra ou Adelmo, na AMEPE do Fórum Rodolfo Aureliano (Joana Bezerra). Telefones: 3412-5901 ou 3222-7379. Mais informações sobre o evento no site da AMEPE - www.amepe.com.br “S er, ouvir e abrir o coração para as sensações”. Esse foi um dos ensinamentos compreendidos pelo magistrado Marcus Vinícius Nonato Rabelo, que, entre os dias 28 de abril e 06 de junho, realizou com milhares de outros peregrinos o Caminho de Santiago de Compostela (Espanha). “Li esta frase em um dos lugares por onde passei. Durante todo o percurso, pude interagir com a natureza, abrir a minha percepção para os verdadeiros sentidos da vida”, afirmou o juiz, que atua como titular da 1ª Vara da Fazenda Pública de Jaboatão dos Guararapes (Região Metropolitana do Recife). Na companhia do seu pai, o magistrado Marcus Rabelo caminhou cerca de 750 quilômetros, da cidade de Roncesvale até Santiago. Conhecido como “caminho francês”, o itinerário é uma das opções para os peregrinos e pode ser percorrido à pé, de bicicleta ou à cavalo. “Gosto de praticar exercícios físicos, mas esta não foi a minha única motivação. Há dois anos comecei a planejar a viagem e conhecer, através de livros e reportagens, um pouco mais sobre o Caminho de Santiago. Descobri que o caminho possibilita uma renovação de conceitos, uma total desconexão com o superficial. Esta também é uma grande oportunidade, principalmente para os católicos, de percorrer um caminho milenar, rico em histórias e crenças”, explica o juiz. Além de praticar exercícios regularmente, o magistrado procurou levar pouca bagagem na mochila para enfrentar o percurso, evitando distensões musculares e dores fortes. Junto com o seu pai, Marcos Rabelo percorreu, em média, 30 quilômetros por dia. “O peregrino não deve carregar mais do que 10% do seu peso. A minha mochila pesava sete quilos e continha o extremamente necessário. Também usei botas para superar melhor a diversidade do clima e do terreno”, explicou. De acordo com Marcus Rabelo, mesmo com toda a precaução, é difícil evitar pequenas dores musculares e bolhas na sola dos pés, mas tudo facilmente superável diante das maravilhas oferecidas pelo percurso. “Os peregrinos e os moradores das localidades são muito solidários. Existe um espírito de irmandade, onde todos se ajudam”. História - Após a crucificação de Jesus, o apóstolo Tiago resolveu pregar o evangelho na Galícia, região que aprendeu a amar. De regresso a Jerusalém, foi decapitado pelo Rei Herodes. Segundo a lenda, seus restos mortais foram levados de volta à Espanha, transportado por dois discípulos, sendo enterrado na Galícia. No inicio deste milênio, um camponês chamado Pelayo, guiado por muitas estrelas, teria encontrado a sepultura do apóstolo. A notícia correu o mundo, lançando uma legião de cristãos a peregrinar até Santiago de Compostela, cidade que se formou na região. Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 - 13 Foto: JB produções São João para lá de animado Arlindo dos Oito Baixos (sentado) e banda animaram o São João 2006 da AMEPE Uma noite de muita animação. Assim foi a festa de São João promovida pela Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE), no início de junho, na sede social de Candeias. Para animar a noite, não faltaram atrações. Subiram ao palco Lampiões e Maia Bonita, Trio Macambira e Arlindo dos Oito Baixos. Um espetáculo a parte foi a apresentação do aluno da Escola de Sanfona de Custódia, município do interior do Estado. Mesmo com pouca idade, Netinho, 9 anos, animou o salão com sucessos do Rei Luiz Gonzaga. Como toda boa festa junina, não faltou comida típica da época, quadrilha e o autêntico forró pé-de-serra. Juiz aposentado Júlio Pereira e filha Juiz Clicério Bezerra e sua esposa, Tereza Nunes Magistrados caem no forró na quadrilha improvisada 14 - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Julho - 2006 JURISCOOPE Notícias Informativo da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Magistrados, Membros do Ministério Público, Procuradores e Defensores Públicos, seus Servidores e Servidores do Judiciário em Pernambuco JURISCOOPE participa de inaugurações de Coordenadorias Regionais da AMEPE evento com os magistrados do Sertão do Pajeú, realizado no município de Triunfo, no último mês de maio. “A JURISCOOPE é a nossa carta de alforria do Sistema Financeiro”. Foi assim que o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (AMEPE), juiz Mozart Valadares Pires, definiu a Coopertiva de Crédito do Judiciário. A declaração foi dada durante Representantes da JURISCOOPE estiveram presentes nas inaugurações das Coordenadorias Regionais da AMEPE de Garanhuns (realizada em abril), Afogados da Ingazeira (no mês de maio, em Triunfo) e Pesqueira (julho). Durante os eventos, os consultores da JURISCOOPE informaram aos magistrados como funciona a Cooperativa, suas vantagens e como fazer parte dela. No evento de Triunfo, o diretor Administrativo da Juriscoope, juiz Gabriel JURISCOOPE O que é A JURISCOOPE é uma cooperativa de crédito, instituição financeira sem fins lucrativos, criada em junho de 2002. Sua finalidade é prestar serviços de natureza econômica, social e educativa para funcionários do Poder Judiciário. O que oferece A JURISCOOPE tem os mesmos serviços que um banco pode oferecer – conta corrente, poupança, cheque, empréstimos, entre outros, mas com muito mais vantagens. Os empréstimos, por exemplo, podem ser adquiridos com juros abaixo dos praticados no mercado. Outra vantagem é que as sobras anuais poderão ser reinvestidas, fortalecendo seu patrimônio. Como funciona É muito simples se associar. Basta depositar, no ato da inscrição, o valor de R$ 200, em uma ou duas parcelas mensais e, para aumento contínuo do seu Capital, depositar, mensalmente, meio por cento da sua renda bruta. A JURISCOOPE tem hoje mais de 960 cooperados. Você não pode ficar de fora. Estamos à sua disposição. Endereço: Avenida Montevidéu, 260 – Boa Vista – Recife (PE). Telefones: (81) 3092-9511 / 9504 / 9506 . O atendimento funciona de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. E-mail: [email protected]. Site: www.juriscoope.com.br JURISCOOPE: Mais que um Banco, melhor pra você. de Oliveira Cavalcanti Filho (foto), fez uma explanação sobre o papel da Cooperativa. Ele falou também da saúde financeira da JURISCOOPE, que hoje possui capital próprio de R$ 1,6 milhão e cerca de R$ 9 milhões em empréstimos. “O nosso objetivo é ser um órgão que atende as necessidades do seu associado”, declarou durante o evento, afirmando também que outras metas para o segundo semestre são a implementação do sistema TOTALBANCO, que facilitará um maior uso da informática nos serviços prestados, como também atingirmos o número de 1000 cooperados. Pesqueira – Em Pesqueira, nos dias 14, 15 e 16 de julho, foi a vez da gerente de Negócios, Emília Maranhão, tirar as dúvidas dos magistrados sobre o funcionamento da Cooperativa e as vantagens que ela pode oferecer. Cooperativa visita Associação dos Magistrados Trabalhistas Os gerentes de Atendimento da JURISCOOPE, Luciano Soares Coelho e Cristiana Lins e Silva, visitaram a Associação dos Magistrados Trabalhistas (AMATRA), 6ª Regional, no último dia 26 de maio, com o objetivo de levar informações da Cooperativa para os associados AMATRA. A visita foi realizada a convite do presidente da Associação, o juiz trabalhista Edmilson Alves da Silva. Cerca de 20 associados participaram da reunião, ocorrida na sede da Associação, no bairro da Boa Vista. O encontro foi bastante proveitoso e outra reunião ficou marcada para o dia 28 de julho. Defensores Públicos conhecem serviços da JURISCOOPE No último dia 18 de julho, foi a vez da Associação dos Defensores Públicos receber a visita das gerentes da JURISCOOPE, Emília Maranhão (Negócios) e Cristiana Lins e Silva (Atendimento). A visita foi realizada a convite do diretor Jurídico da entidade, Jõao de Almeida Gaspar, e da conselheira Fiscal, Elda Benvinda Caldas. Aproximadamente 15 associados participaram do evento. Eles tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os serviços oferecidos pela JURISCOOPE. 15 Diretoria da CAMPE presta contas do semestre Nas tabelas abaixo, o usuário poderá conferir o balanço de despesas e rendimentos da Caixa de Assistência dos Magistrados de Pernambuco (CAMPE) referente ao primeiro semestre de 2006 (janeiro a junho). De acordo com a Diretoria da CAMPE, a análise mostra que a entidade não sofreu déficit, mas as despesas com contas médicas (consultas, exames e cirurgias) aumentaram significativamente. No mês de abril, por exemplo, a despesa relacionada com procedimentos médicos foi de R$ 286.102,44. Em junho, o gasto correspondeu a R$ 412.539,45, praticamente o dobro do valor. Ainda segundo a Diretoria, o coeficiente positivo nas contas da CAMPE deve-se, principalmente, aos rendimentos obtidos com as aplicações financeiras realizadas pela Caixa dos Magistrados. “A nossa gestão tem a preocupação de ser transparente com os magistrados. É importante mostrar para o associado a evolução das contas da CAMPE”, afirmou o diretor Danilo Martiniano. Demonstração de resultado do exercício de Jan/06 À Jun/06 Resumo de receitas Magistrados e familiares Funcionários da CAMPE TJPE Odonto Pré- Pagamento (reembolso) Provisão de Risco Rendimento de Aplicações Financeiras R$ 2.829.534,83 R$ 6.169,74 R$ 88.481,01 R$ 41.738,13 R$ 43.837,35 R$ 266.887,17 TOTAL DE RECEITAS R$ 3.193.335,08 Resumo de despesas Despesas Administrativas Despesas Financeiras Eventos Indenizáveis Líquidos contas médicas (Assistência Médica e Odontológica) R$ 567.354,96 R$ 49.134,14 R$ 2.484.058,64 TOTAL DE DESPESAS R$3.100.547,74 RESULTADO FINAL EM 30.06.06 - Que o tempo máximo de tolerância de atraso nas consultas odontológicas é de 15 minutos? Caso o associado não consiga chegar no horário e não apresente justificativa, ele terá que remarcar a consulta. Também é importante lembrar que as multas aos associados que faltam às consultas, sem justificativa, em prejuízo aos direitos dos demais, continuam sendo aplicadas. - Que o tempo de espera para marcação de consulta é de, em média, uma semana, com exceção dos casos de emergência? Para atender melhor aos associados, o horário de atendimento funciona em três expedientes: das 7h às 11h (manhã), das 11h às 15h (intermediário) e das 15h às 19h (tarde/noite). Para marcar uma consulta, basta entrar em contato com a CAMPE através do telefone 3227.7681. - Que as solicitações para liberação de processos cirúrgicos devem ser efetuadas, no Departamento de Contas Médicas da CAMPE, no mínimo cinco dias úteis antes da data prevista para a cirurgia ? O prazo é necessário para que a CAMPE providencie a liberação junto à clínica ou ao hospital indicado, evitando transtornos para os seus usuários. - Que junto ao pedido de reembolso, o usuário não pode esquecer de enviar para a CAMPE os documentos necessários, como o recibo da consulta, a especialidade do profissional e, nos casos de exames, a solicitação médica? Já em relação aos atendimentos odontológicos, o associado deve apresentar a descrição de todo o procedimento realizado pelo dentista. Expediente: Caixa de Assistência dos Magistrados de Pernambuco Resumo Final Total de Receitas Total de Despesas Você Sabia? R$ 3.193.335,08 R$ 3.100.547,74 R$ 92.787,34 Diretoria Diretor – Juiz Danilo Galvão Martiniano Lins Diretores adjuntos – Juízes Gustavo Mendonça Araújo e Paulo Henrique Martins Machado Rua Comendador Bento Aguiar, 250 Madalena - Recife CEP 50750-390 Fone/Fax: 81 3227-7681